E já estamos no mês de outubro. Iniciamos o último trimestre de 2020, um ano cheio de percalços e problemas inesperados, devido à pandemia da Covid-19, que parece insistir em complicar tudo ainda por um bom tempo. Apesar disso, muitas atividades pelo mundo foram retomadas, cheias de cuidados para evitar tanto quanto possível a ameaça do coronavírus, e entre elas, várias disputas em diversos campeonatos do mundo do esporte a motor mundo afora. E todo início de mês é hora de mais uma sessão Flying Laps, com tópicos rápidos sobre acontecimentos diversos do mundo da velocidade que não deu para comentar nas colunas semanais regulares do mês de setembro. Portanto, uma boa leitura a todos, com muito boa saúde, e cuidem-se, uma vez que não podemos nos descuidar com relação à Covid-19, que ainda está causando muitos estragos pelo mundo inteiro, apesar de tudo. Esperemos por melhores notícias sempre, mas ainda teremos muito tempo de condição complicada pela frente, ao que parece. Mantenhamos a torcida pelas melhores perspectivas sempre, e até a próxima coluna Flying Laps.
E finalmente saiu a confirmação: Valentino Rossi continua na MotoGP em 2021. A equipe SRT, time satélite da Yamaha, oficializou a contratação do heptacampeão mundial, que irá ocupar o lugar deixado por Fabio Quartararo, que está indo para o time oficial da Yamaha justamente para o lugar do italiano. A demora em finalizar o acordo se devia a acertos de quais profissionais Valentino poderia levar do time dos três diapasões junto com ele. Não foram todos com os quais ele gostaria de contar, mas conseguiu chegar-se a um acerto satisfatório. E o “Doutor” contará com o apoio técnico oficial da fábrica japonesa, incluído o mesmo modelo de moto da equipe principal. O acordo é válido para a temporada de 2021. A opção de renovação não foi discutida, mas surgem boatos de que Rossi poderá estrear seu próprio time na classe rainha do motociclismo na temporada de 2022, e por isso, o acordo de apenas um ano, que teria sido uma exigência da SRT, facilitaria uma eventual mudança. O time da SRT, aliás, vem tendo um desempenho até melhor do que o time oficial de fábrica nesta temporada, com Quartararo liderando o campeonato, e mostrando porque a Yamaha apostou nele para ocupar o lugar de Rossi. O “Doutor”, entretanto, ainda mostra ter lenha para queimar na competição, mesmo com mais de 40 anos, e vai ter uma boa oportunidade de tentar dar a volta por cima na temporada de 2021, já que ele mesmo admite que este ano, não tem mais chances de título, além de ter cometido alguns erros que o deixaram de fora dos pontos em algumas etapas, fazendo-o ficar ainda mais distante dos líderes na classificação da temporada. Se e quando pendurar o capacete, que possa fazê-lo de forma digna, como o grande campeão que é. Enquanto este dia não chega, ao menos os torcedores podem aproveitar para vê-lo ainda em ação por mais uma temporada.
E a SRT mostra que sua grande força na atual temporada não está apenas com Fabio Quartararo. Franco Morbidelli, seu companheiro de time, e que dividirá os boxes com Valentino Rossi no ano que vem, também conquistou sua primeira vitória na classe rainha ao vencer a etapa de Misano, na Itália. O ítalo-brasileiro superou o pole Maverick Viñalez, da Yamaha, logo na largada e assumiu a liderança, que manteria até a bandeirada, mas não sem suar o macacão para desgarrar de seus perseguidores. Valentino Rossi esteve forte nesta etapa, brigando pelas primeiras posições, e sempre com Morbidelli em sua alça de mira. Mas os pneus da moto do “Doutor” se desgastaram antes do que se esperava, e Rossi passou a ter de segurar sua posição, sendo acossado por outros pilotos. No final, acabou perdendo a posição no pódio, tendo sido superado por Francesco Bagnaia, da Pramac, e Joan Mir, da Suzuki. Esta corrida foi um desastre para Quartararo, que chegou a cair duas vezes durante a corrida, antes de abandonar a prova. Já Viñalez, que fez uma péssima largada, teve que fazer uma corrida de recuperação para chegar em 7º, atrás de Alex Rins, da Suzuki, mas à frente de Andrea Dovizioso, da Ducati, numa corrida onde seu time ficou muito aquém do que se esperava de um duelista pelo título da temporada. Sem contar com Marc Márquez, a Honda virou figurante em Misano, com Alex Márquez terminando a prova em 17º, e Stefan Bradl em 18º.
Na segunda prova disputada pela MotoGP na pista de Misano, como GP da Emilia-Romana, nada como um dia depois do outro. Com muitas críticas a respeito de estar virando “leão de treino”, por conseguir boas posições de largada, mas péssimos resultados em corridas, Maverick Viñalez saiu disparando para todos os lados, tentando achar culpados para a falta de resultados de provas recentes. O espanhol marcou novamente a pole-position, tal como fizera na corrida realizada uma semana antes, mas novamente ele se viu sem a liderança logo que a largada foi dada, com o ataque de Jack Miller, da Pramac. Mas desta vez Maverick conseguiu se manter entre os primeiros, e partiu para o ataque, procurando recuperar a ponta da corrida, o que o fez logo a seguir, passando a liderar a corrida. Viñalez conseguiu se livrar de Miller, mas seu companheiro Francesco Bagnaia surgiu para infernizá-lo na luta pela vitória da corrida, tomando-lhe a ponta na 6ª volta e indo-se embora, mostrando um ritmo de corrida infernal. Mais atrás, quem havia brilhado na semana anterior vivia seus pesadelos: Franco Morbidelli sofria uma queda e dava adeus à corrida, depois de vencer na mesma pista uma semana antes. E quem também foi para o chão foi Valentino Rossi, que até tentou voltar à corrida, mas sem condições de recuperação. Joan Mir, da Suzuki, e Pol Spargaró, da KTM, atrás de Bagnaia e Viñalez, digladiavam-se pelas primeiras colocações, junto com Fabio Quartararo. E, a poucas voltas do fim, a sorte de Maverick, quando Bagnaia caiu, entregando-lhe a vitória de presente. Mir acabaria em 2º lugar, com Spargaró fechando o pódio da etapa. Quartararo recebeu a bandeirada em 3º, mas sofreu uma punição por ter excedido os limites de pista, e acabou em 4º lugar. Miguel Oliveira, com a KTM, fez ótima prova e terminou em 5º lugar, amenizando um pouco a frustração da fábrica austríaca, que viu Brad Binder cair nas primeiras voltas da corrida. Foi outra corrida onde Andrea Dovizioso ficou muito abaixo do que todos esperavam, terminando apenas em 8º. Já Alex Márquez, da Honda, conseguiu seu melhor resultado na temporada, ao finalizar em 7º lugar, dando um pequeno alento ao time na ausência de seu irmão Marc Márquez.
A boa fase da SRT voltou a se mostrar na etapa da Catalunha da MotoGP, em Barcelona, com Franco Morbidelli a conquistar a pole-position, superando seu colega Fabio Quartararo por pouco. Na largada, Morbidelli manteve a liderança, enquanto Jack Miller, que largava em 4º, assumia a segunda posição. Maverick Viñalez, repetindo seu pesadelo de outras corridas, largava mal novamente e caia para o meio do grid, enquanto Johaan Zarco ia para o chão, e arrastava consigo Andrea Dovizioso, o então líder do campeonato. Quartararo e Rossi partiram para a caça de Morbidelli, superando Miller. Mas enquanto o francês foi bem-sucedido, chegando a tomar a liderança do companheiro de equipe, o “Doutor” acabou cometendo um erro, e caiu na volta 16, quando vislumbrava alcançar o seu 200º pódio na MotoGP. Joan Mir e Alex Rins, a dupla da Suzuki, mostrava forte ritmo, e Morbidelli também errou numa volta, quase perdendo o controle da moto, mas evitando cair. Isso o fez perder terreno, sendo superado pela dupla da Suzuki. No final, após algumas corridas onde ficou devendo, Fabio Quartararo voltou a vencer na MotoGP, recuperando a liderança da competição, e reafirmando-se na luta pelo título, que até então vinha ficando em alto risco pelos resultados ruins de algumas provas. Joan Mir foi o 2º colocado, à frente de Alex Rins, que fechou o pódio. Franco Morbidelli teve de se contentar com o 4º lugar, depois de sair na pole-position da prova. Jack Miller, depois de um início fulminante, também acabou superado, terminando em 5º lugar, à frente de Francesco Bagnaia, em 6º, dando mais um ótimo resultado à equipe Pramac, satélite da Ducati, que viu Dovizioso fora da corrida logo no início, e Danilo Petrucci terminar em 8º. Maverick Viñalez foi apenas o 9º colocado, voltando a perder posições importantes na largada, e sofrendo muito para tentar recuperá-las depois. Com o resultado desta prova, Quartararo lidera o campeonato novamente, com 108 pontos. Na vice-liderança, Joan Mir, com a Suzuki, contabiliza 100 pontos, e quer vir firme na luta pelo título. Maverick Viñalez é o 3º colocado, com 90 pontos. Com o acidente sofrido na pista de Barcelona, Dovizioso perdeu não apenas a liderança, mas despencou para a 4ª posição, com 84 pontos. E Franco Morbidelli vem logo atrás, em 5º, com 77 pontos. Ainda restam 6 etapas no campeonato, que se encerrará em Portimão, no dia 22 de novembro. O campeonato segue completamente imprevisível até aqui, e não deverá mudar nas próximas etapas, pelo que se está vendo este ano. Melhor para os torcedores, que estão vendo bons duelos e nenhum favorito destacado na briga pelo título da temporada...
O circuito de Mid-Ohio, em Lexington, nos Estados Unidos, finalmente recebeu sua rodada dupla de corridas programadas inicialmente para o mês de agosto, mas adiadas devido ao aumento de casos da pandemia da Covid-19, agora neste mês de setembro. E a primeira corrida viu uma dobradinha da Penske, com Will Power a finalmente encerrar o azar que o perseguiu em diversos momentos do ano, e voltar a vencer na Indycar. O australiano largou na pole e comandou a corrida do início ao fim, com Josef Newgarden batalhando para diminuir a grande vantagem acumulada por Scott Dixon na classificação do campeonato, e terminando em 2º lugar. Felizmente para o atual campeão da categoria, o neozelandês da equipe Ganassi teve um desempenho apenas mediano na primeira corrida, largando em 17º, e recebendo a bandeirada em 10º. Alexander Rossi fechou o pódio, em 3º, enquanto Graham Rahal, cujo time é sediado em Mid-Ohio, fez uma boa prova para terminar em 4º lugar. Já a segunda corrida viu o triunfo de Coulton Herta, da Andretti, que monopolizou o pódio desta vez, com Alexander Rossi terminando em 2º, e Ryan Hunter-Reay terminando em 3º lugar. Vitorioso no domingo, Will Power foi 7º nesta prova, enquanto Josef Newgarden foi o 8º. Mas quem ficou mesmo abaixo do esperado foi Scott Dixon, que apesar de ter largado em 3º lugar, acabou errando feio durante a corrida, perdendo o controle do carro na reta em subida após os boxes, e rodando com seu carro, o que o fez cair várias posições, e terminando a prova novamente em 10º lugar, vendo sua vantagem diminuir ainda mais na classificação para Newgarden, que vai se aproximando aos poucos, tentando manter-se firme na luta pelo título da temporada, até aqui com uma farta liderança de Dixon, que partiria para a rodada dupla no traçado misto de Indianápolis decidido a tentar liquidar a fatura por lá. A temporada será encerrada no dia 25 e outubro, com a prova nas ruas de São Petesburgo, na Flórida.
A Indycar anunciou o seu calendário para a temporada de 2021. Estão previstas 17 etapas, e a surpresa é a redução das etapas em pistas ovais, tendo ficado apenas as 500 Milhas de Indianápolis, e as provas do Texas e Gateway. Outra surpresa foi a ausência do Circuito das Américas, em Austin, assim como dos ovais de Iwoa e Richmond. Em compensação, haverá uma prova nas ruas de Nashville, no Tenesse. Se tudo estiver mais normalizado até lá, a competição deverá ser iniciada em março, com encerramento em setembro. Texas e Detroit serão rodadas duplas no calendário. As datas são as seguintes: 07.03 - São Petersburgo (rua); 11.04 - Barber Motorsports Park, Alabama (misto); 18.04 - Long Beach (rua); 01.05 - Texas Motor Speedway (oval); 02.05 - Texas Motor Speedway (oval); 15.05 - Indianapolis Motor Speedway (misto); 30.05 - 500 Milhas de Indianápolis (oval); 12.06 - Belle Isle Park, Detroit (rua); 13.06 - Belle Isle Park, Detroit (rua); 20.06 - Road America (misto); 04.07 - Mid-Ohio (misto); 11.07 – Toronto (rua); 08.08 – Nashville (rua); 14.08 - Indianapolis Motor Speedway (misto); 21.08 – Gateway (oval); 12.09 – Portland (misto); 19.09 - Laguna Seca (misto).
E a Toyota venceu novamente as 24 Horas de Le Mans. A fábrica japonesa só não fez dobradinha na mítica prova de endurance porque um de seus carros, o de Nº 7, com Kamui Kobayashi/Mike Conway/José Maria Lopéz, teve problemas no turbo do motor durante a corrida, e perdeu várias voltas nos boxes reparando o problema. De volta à corrida, ficou em 3º lugar, 6 voltas atrás do carro Nº 8, que venceu pela terceira vez consecutiva em Sarthe, com a trinca Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima/Brendon Hartley. A Rebellion, com seu carro Nº 1, ficou em 2º lugar, com 5 voltas de desvantagem para os vencedores, com Bruno Senna como um de seus pilotos, junto de Norman Nato e Gustavo Menezes.
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