sexta-feira, 30 de outubro de 2020

DIXON HEXACAMPEÃO

Josef Newgarden bem que tentou, mas mesmo vencendo a última corrida da temporada, viu Scott Dixon conquistar o título, e chegar ao hexacampeonato.

            A temporada 2020 da Indycar encerrou-se no último domingo, coroando o seu mais novo campeão, e ele é Scott Dixon, que faz história nas categorias Indy, por ser este o seu sexto título na competição, desde que alinhou pela primeira vez uma corrida Indy, na temporada de 2001, defendendo a equipe PacWest. Ele permaneceria no time no ano seguinte, nas primeiras provas da competição, quando se mudou para a Ganassi, ficando por lá em suas últimas corridas na F-Indy original. Quando a Ganassi mudou para a Indy Racing League no ano seguinte, Dixon foi junto, e como se costuma dizer, tanto ele quanto seu time chegaram “chegando” no novo certame, sendo campeões logo de cara, no que se tornou o primeiro título levantado pelo neozelandês na categoria. Foi o início de uma parceria que dura até os dias atuais, algo pouco comum, mesmo nas competições dos Estados Unidos, que ocorre somente com grandes pilotos e grandes campeões.

            E some-se a isso o fato de Chip Ganassi ser um dono de time com pouca paciência, exigindo sempre resultados de seus pilotos. Desde que se tornou dono de equipe, talvez ele considere à altura de Dixon apenas Alessandro Zanardi, que foi bicampeão por seu time na antiga Indy em 1997 e 1998; Juan Pablo Montoya, campeão em 1999; e Dario Franchiti, que foi tricampeão pela Ganassi nas temporadas da atual Indycar de 2009, 2010, e 2011. Não por acaso, os companheiros do neozelandês nestes últimos anos nunca conseguiram permanecer na escuderia, do qual o mais recente exemplo é o sueco Felix Rosenqvist, que defenderá a McLaren em 2021, após não ter tido o seu contrato renovado com a Ganassi, que não ficou satisfeita com seus resultados este ano, mesmo com o piloto tendo vencido uma corrida.

            Somando as estatísticas da F-Indy original e a atual Indycar, Scott Dixon assume um lugar de destaque nas categorias Indy, ficando abaixo, em termos de títulos, apenas de Anthony Joseph Foyt Jr., o lendário A.J. Foyt, que foi nada menos do que heptacampeão da Indy original nas temporadas de 1960, 1961, 1963, 1964, 1967, 1975, e 1979. Dixon tem agora seis títulos, e amplas condições de igualar, e até ultrapassar o velho campeão, uma vez que segue firme em atividade, e não tem planos de se aposentar tão cedo. Em termos de títulos, ele já havia deixado para trás Mario Andretti, Sebastien Bourdais, e Dario Franchiti, todos com quatro campeonatos no currículo, e os maiores campeões depois do neozelandês e de Foyt. E abaixo destes, tivemos pilotos que foram “apenas” tricampeões, como Rick Mears, Al Unser, Bobby Rahal, Sam Hornish Jr., Jimmy Brian, Louis Meyer, e Ted Horn.

Em 2001, ano de sua estréia na antiga F-Indy, Dixon conseguiu sua primeira vitória (acima) com a equipe PacWest de Bruce McCaw. No ano seguinte, iria para a Ganassi, que em 2003 mudaria para a IRL, e o neozelandês conquistaria seu primeiro título já no ano de estreia (abaixo).


            Em termos de corridas disputadas, Dixon ainda está um pouco longe do recordista, que é Mario Andretti, que tem 407 provas disputadas. O segundo colocado é o brasileiro Tony Kanaan, com 383 largadas. A.J. Foyt vem a seguir, com 369 provas. Outro brasileiro, Hélio Castro Neves, vem com 351 corridas, e então temos Scott, com 335 corridas, até a prova de São Petesburgo domingo passado. Em termos de vitórias, o maior vencedor é Foyt, que triunfou em 67 corridas em suas participações. O vice-líder é Mario Andretti, com 52 vitórias, e o chefe do clã Andretti está perto de perder sua posição já no ano que vem, pois Dixon já tem nada menos do que 50 vitórias, e mantida a sua média de triunfos por temporada, deve assumir a segunda posição em 2021, se nada de anormal acontecer, já que até hoje, desde que disputa a IRL/Indycar, só deixou de vencer corridas em 2004, no que foi seu segundo pior ano na competição, quando terminou a temporada apenas em 10º lugar.

            O neozelandês, contudo, não é o que se pode chamar de pole-man: tem “apenas” 29 poles na carreira até hoje, número “modesto” se comparado às 65 poles conquistadas por Mario Andretti, o recordista no ranking, mas também perto de ser superado em 2021 pelo segundo colocado, Will Power, que já tem 62 largadas na posição de honra das corridas. Hélio Castro Neves é o 3º colocado, com 54 poles, superando A.J. Foyt, com 53, com Bobby Unser logo atrás, com 52. Mas o importante não é largar na frente, mas chegar na frente. Tanto que nesta temporada onde venceu seu sexto título, Scott não marcou uma pole sequer, mas em contrapartida, venceu 4 provas, o mesmo número de triunfos de Josef Newgarden, que terminou com o vice-campeonato, mas saiu de cabeça erguida de uma temporada onde chegou a estar mais de 100 pontos atrás de Dixon, e conseguiu reverter a desvantagem, para terminar o ano com apenas 16 pontos a menos que o piloto da Ganassi. E se não dá para vencer, Dixon costuma lutar pelo melhor resultado possível. Sua habilidade de conseguir preservar seu equipamento e poupar combustível, além de cometer poucos erros, e não se envolver em confusões na pista, são grandes trunfos em uma categoria onde a competitividade é forte, e detalhes costumam fazer grande diferença. Com pontuação que vai do vencedor até o último colocado, Dixon sempre tenta manter a constância de seus resultados, especialmente quando o carro não está em condições de vencer. Hábil em analisar a situação de corrida, ele tenta estar sempre na posição certa no momento certo, para surpreender os adversários, e obter resultados que normalmente não seriam possíveis para um piloto de menos quilate. Quando menos se espera, eis que Dixon está lá, nas primeiras posições, ou muito próximo a elas.

            Uma prova disso é que ele é o segundo colocado em... segundos lugares, no ranking das categorias Indy. Ele terminou 48 provas em segundo lugar, atrás somente de Mario Andretti, que obteve 56 segundos lugares em sua carreira. A regularidade em 3ºs lugares é um pouco menor, mas não desprezível: foram 24 provas terminadas no degrau mais baixo do pódio. Neste ranking, Tony Kanaan é o recordista, com 40 3ºs lugares, seguido de Mario Andretti com 33, e Dario Franchiti com 31. Al Unser (pai) tem 28, enquanto Bobby Rahal teve 27. Nesta temporada, Dixon esteve no pódio em praticamente metade das corridas: além das 4 vitórias, foi 2º colocado em duas provas, e 3º em uma. Mas como o importante nas categorias Indy é manter a constância, Dixon também colecionou 26 4ºs lugares, além de ter fechado em 5º em outras 26 corridas (Al Unser Jr. é quem terminou mais vezes em 4º: 33 provas; Já Hélio Castro Neves é quem terminou mais vezes em 5º: 27, e está perto de ficar para trás neste ranking). E, além destes números, Dixon também ostenta em seu currículo uma vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, a mais famosa prova das Américas, obtida em 2008. Ele também já largou três vezes na pole-position da Indy500, sendo que neste ano, terminou a mítica prova na segunda colocação, logo atrás do vencedor, Takuma Sato.

Scott Dixon e Chip Ganassi: uma parceria tão icônica (acima) como foi o da escuderia com o patrocínio da rede de lojas Target (abaixo), presentes em quatro das conquistas do neozelandês.


            Não foi uma temporada tão fácil para Dixon como pode parecer à primeira vista. Em virtude da pandemia do coronavírus, a competição, que deveria ter tido início em março, acabou se iniciando apenas em junho, com várias provas canceladas, e a adoção de rodadas duplas em alguns circuitos para fazer um número de etapas razoável para termos uma temporada de fato. A Ganassi e Dixon conseguiram se acertar muito mais rápido nas primeiras corridas, de modo que o neozelandês venceu as primeiras três provas, disparando na liderança, que jamais perderia até o final. Com os outros times tentando se ajustar, Dixon estabeleceu uma vantagem confortável que poderia gerenciar, caso houvesse necessidade, até porque, em algum momento, poderia ter problemas, ou o azar que acometeu primeiro seus rivais na pista. Mas só a partir da segunda prova em Gateway é que Scott começou a ter problemas mais sérios, com a Ganassi, e ele próprio, tendo dificuldades para obter um bom rendimento de seu carro, ou pelo menos, a performance mais aceitável para poder minimizar prejuízos quando os adversários tinham melhores resultados. O próprio Dixon reconheceu que perdeu pelo menos três oportunidades de obter melhores resultados por causa de erros próprios dele, onde o mais evidente foi visto na segunda prova de Mid-Ohio, onde o piloto rodou sozinho na luta por posições, arruinando as chances de terminar a prova na luta pelo pódio, e oferecendo aos adversários uma excelente oportunidade de diminuir sua desvantagem. A rodada dupla realizada no traçado misto de Indianápolis também não ocorreu da maneira que o piloto e a equipe esperavam, e Josef Newgarden e a Penske, que haviam começado o campeonato de forma meio claudicante, foram se organizando e se colocando como ameaças reais na luta pelo título da competição, com o então atual bicampeão tendo de assumir uma tocada agressiva na pista para compensar a performance de seu carro, tal como fazia em seus tempos na equipe Carpenter.

            O resultado foi que o piloto da Penske conseguiu levar a decisão para a última corrida do ano, em São Petesburgo, ainda que os 32 pontos de vantagem de Dixon constituíssem uma folga até cômoda para garantir o título. Largando apenas em 8º lugar, não restava a Josef outra opção senão partir para o ataque, para tentar o melhor resultado possível, a vitória. Mas ele precisaria contar com um resultado ruim de Dixon, que precisava apenas de um 9º lugar para liquidar a conquista do título. O neozelandês largava em 11º, e a rigor, bastava marcar Newgarden para impedir que ele conseguisse eliminar sua desvantagem na pontuação. Mas, apesar de não ser uma tarefa tão difícil para Dixon terminar em 9º, tudo poderia acontecer na etapa final. Sendo uma corrida em circuito de rua, um eventual azar poderia nocautear o piloto da Ganassi e complicar tudo. Ou poderia até facilitar ainda mais a conquista, se Newgarden acabasse tendo problemas. Na primeira parte da prova, Dixon se manteve sempre atrás, mas próximo de Josef, de modo que, terminando daquela maneira, seu hexacampeonato estaria sacramentado. Mas, as tradicionais confusões de circuitos citadinos começaram a surgir, com pilotos tocando o muro, batendo uns nos outros, obrigando o acionamento das bandeiras amarelas, que poderiam ter complicado a estratégia de corrida tanto de Newgarden quanto de Dixon.

Josef Newgarden terá de esperar até o ano que vem para tentar chegar ao tricampeonato na Indycar. Isso se Dixon não resolver conquistar seu sétimo título.

            Mas seus times foram eficientes e não deixaram a peteca cair, de modo que mesmo com o ganho de posições de Newgarden, Dixon mantinha-se bem próximo, pronto para garantir seu título. Na parte final da corrida, Newgarden partiu para a liderança, e mesmo Dixon precisou se arriscar um pouco nas disputas de posição, a fim de tentar minimizar as possibilidades de perder o título. Newgarden venceu, mas Scott fechou o pódio com uma atuação sólida, como é sua característica principal, nunca tendo perdido o rival de vista, e lhe permitindo tomar o controle da situação de forma a comprometer sua liderança na pontuação. Uma conquista com todos os méritos, assim como foi também a performance de Josef, que mesmo com o vice-campeonato, demonstrou uma campanha determinada para lutar por mais um título, que seria o seu terceiro, caso Dixon não tivesse conseguido terminar dentro das posições necessárias para garantir seu título.

            Aos 40 anos, e com muita lenha para queimar ainda, Dixon lembra os velhos tempos da antiga Indy, onde os pilotos, mesmo veteranos, mostravam que podiam dar conta da situação, e disputavam firmemente os títulos. Os tempos atuais são outros, e a maioria dos pilotos do grid da Indycar hoje é formada de jovens talentos, com poucos “veteranos” presentes. Scott é uma honrosa exceção, e um incentivo para os novatos candidatos a novas estrelas da categoria. Afinal, o neozelandês também já foi um novato, e aos poucos, galgou o estrelato, em especial nesta última década, onde conquistou quatro de seus seis títulos. E estamos falando da Indycar, onde o equilíbrio entre os times é bem maior do que na Fórmula 1. Mesmo competindo por um time de ponta, a Ganassi, a disputa é bem mais parelha do que na categoria máxima do automobilismo, pois os times de ponta rivais, como Penske, e Andretti, estão sempre à espreita, e com a chance de outros times, como Rahal, e agora até mesmo a retornada McLaren, se acertarem, e entrarem na briga, ampliando o rol de desafiantes na pista, onde a mínima vantagem de um piloto pode fazer uma diferença imensa nos resultados.

            Se estamos tendo a oportunidade de testemunhar Lewis Hamilton fazer história na F-1, rumo ao posto de maior campeão da história da categoria, Scott Dixon não faz por menos na Indycar, indo ao encalço dos recordes dos campeonatos Indy, com uma determinação e talento que não ficam a dever a que o inglês da Mercedes vem fazendo. E, quem sabe, podemos ver o neozelandês fazer história em 2021, caso seja novamente campeão, igualando o recorde de A. J. Foyt, da mesma maneira como Hamilton está prestes a fazer com o número de títulos ganhos por Michael Schumacher. É um outro gênio do esporte a motor, como poucos, e que poderá ainda fazer muito em sua carreira... Só o tempo dirá... Por enquanto, parabéns a Scott Dixon, hexacampeão da Indycar!!

 

 

E o que se previa, aconteceu: com sua vitória no GP de Portugal, disputado domingo passado no belo circuito de Portimão, Lewis Hamilton obteve sua 92ª vitória na F-1, tornando-se o novo recordista absoluto de vitórias na categoria máxima do automobilismo, deixando Michael Schumacher definitivamente para trás, com o alemão agora caindo para a segunda posição no ranking de triunfos. E, da mesma maneira como o alemão expandiu o recorde de vitórias em sua época, que era de 51 triunfos de Alain Prost, chegando a 91 vitórias, Hamilton pode agora expandir essa marca, ultrapassando as 100 vitórias, algo que certamente veremos na próxima temporada, onde a Mercedes ainda deve seguir como força dominante na F-1, e Lewis, o seu grande astro. E não adianta os nervosinhos de costume apregoarem que Hamilton só faz o que faz por estar no melhor carro da categoria, esquecendo que por vários anos Schumacher também teve o melhor carro da competição. Aceitem que Lewis é o maior piloto da F-1 atual, e um dos gigantes da história do automobilismo mundial. Não é achismo algum, só os fatos, pura e simples...

 

 

Hoje deveria começar os treinos oficiais para a prova da Emília-Romana, nome que a corrida que marca o retorno da F-1 ao circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, terá no campeonato deste ano. Mas a FIA resolveu fazer uma experiência, limitando as atividades ao sábado e ao domingo, numa tentativa para ver se isso pode deixar as coisas mais imprevisíveis, e quem sabe, proporcionar uma corrida mais disputada, com as escuderias tendo menos tempo para se acertarem ao circuito. A Liberty Media tem intenção de aumentar o número de GPs, mas os times são contra a adição de mais provas, devido ao esforço logístico que isso acarreta. Se as corridas passarem a ter atividades apenas de dois dias, ao invés de três, isso poderia servir de argumento para se colocarem mais provas no calendário. Vai depender de como as coisas acontecerão neste final de semana, e do que as escuderias acharão disso. Pode até ser algo válido, mas nada garante que teremos corridas exatamente melhores por causa disso. Vejamos o que acontece...

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – OUTUBRO DE 2020


            E já estamos encerrando o mês de outubro, no último trimestre de 2020, um ano muito complicado para se entender, diante da pandemia da Covid-19, que parece estar ficando mais forte na Europa, prometendo dar muita dor de cabeça para todo mundo. E final de mês, como de praxe, é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço dos acontecimentos do mundo da velocidade neste mês, com comentários sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Por hora, então, aproveitem o texto, e tenham uma boa leitura. E, até a próxima edição da Cotação Automobilística, no final do mês que vem.

 

EM ALTA:

 

Lewis Hamilton: O piloto da Mercedes conseguiu o que, anos atrás, muitos consideravam impossível: alcançar e superar o recorde de vitórias de Michael Schumacher na F-1. Hamilton conquistou sua 91ª vitória na categoria máxima do automobilismo ao vencer o GP de Eifel, na pista de Nurburgring, igualando a marca do heptacampeão justamente em uma corrida na Alemanha. E Lewis, ao triunfar no GP de Portugal, disputado no último domingo na pista de Portimão, alcançou sua 92ª vitória, deixando Schumacher para trás nas estatísticas da F-1, sem mencionar que é mera questão de tempo até o inglês encerrar a fatura da disputa do título da atual temporada, e igualar a marca de sete títulos na categoria, obtida pelo piloto alemão. E, para aqueles que insistem em desmerecer o feito de Hamilton, alegando que ele pilota o melhor carro da F-1, não vamos esquecer que Schumacher também teve o melhor carro da F-1 em mãos quando conquistou seus títulos, a menos então que o período de domínio da Ferrari entre 2000 e 2004 seja uma farsa e que Michael ganhou seus títulos praticamente sozinho... O feito de Hamilton não desmerece as conquistas de Michael Schumacher, o inglês apenas estabelece a partir de agora uma nova marca que, a exemplo do que pensávamos na época do alemão, jamais será batida. Mas, quem pode dizer o que acontecerá no futuro? Talvez um dia os recordes de Hamilton também sejam igualados, e possivelmente também superados. Mas, enquanto isso não acontece, o piloto da Mercedes é agora o maior vencedor de corridas da F-1, e isso não é pouca coisa. Se será o maior da história, isso é outra história, mas certamente ele já garantiu seu lugar entre os gigantes do esporte mundial, por mais que seus detratores odeiem admitir isso...

 

Scott Dixon: O piloto da Nova Zelândia venceu a temporada 2020 da Indycar, tornando-se hexacampeão da categoria, e colocando seu nome abaixo apenas de A. J. Foyt na história das categorias Indy, onde o estadunidense possui 7 títulos no currículo. Dixon iniciou a temporada de forma arrasadora, vencendo as 3 primeiras provas, e obtendo bons resultados nas corridas seguintes, enquanto seus adversários, em especial os pilotos da Penske, e seu então atual bicampeão, Josef Newgarden tentavam achar o rumo no campeonato. Newgarden conseguiu reagir, aproveitando alguns momentos fracos da campanha de Scott a meio da temporada, onde o neozelandês também cometeu alguns erros pouco comuns em sua longa carreira. Mas a dianteira aberta por Dixon era bem folgada, de forma que quando a disputa chegou na última prova, em São Petesburgo, o piloto da Ganassi ainda tinha uma certa vantagem na pontuação, de modo que ele só precisava marcar Newgarden para garantir o título. E foi o que ele fez, terminando uma corrida onde tudo poderia acontecer, garantindo-se no 3º lugar. Não adiantou Newgarden vencer a corrida, mas depois do desempenho fraco na rodada dupla no misto de Indianápolis, Dixon não poderia baixar a guarda de apenas correr por resultado na etapa final. Mesmo precisando apenas de um 9º lugar, o neozelandês foi para o ataque quando surgiam as oportunidades, não apenas evitando que Newgarden escapulisse, mas para se garantir por si só na pista. E, sem pensar em aposentadoria, Dixon tem todas as condições de tentar igualar os sete títulos conquistados por Foyt, sendo desde já o nome a ser batido na temporada de 2021.

 

Patricio O’Ward: O piloto mexicano foi um dos destaques da temporada 2020 da Indycar, ao lado de Colton Herta, que já havia se destacado em 2019, e confirmou sua boa fase na categoria dos Estados Unidos. Mas O’Ward praticamente comandou o retorno da McLaren a uma categoria Indy, conseguindo os melhores resultados da equipe, como pódios, e até mesmo largando na pole-position, em sua primeira temporada completa na categoria, ofuscando completamente seu companheiro de equipe Oliver Askew, e candidatando-se a ser dos protagonistas da luta pelo título em 2021, se a escuderia conseguir se acertar melhor em algumas pistas onde ficou devendo neste ano. O’Ward terminou a temporada em 4º lugar, atrás apenas da dupla que disputou o título, Scott Dixon e Josef Newgarden, e perdeu por pouco para Colton Herta, que foi o 3º colocado, tendo como mérito a chance de não perder a oportunidade de vencer na segunda prova de Mid-Ohio. Muitos questionaram a decisão da McLaren de optar por uma dupla de pilotos jovens, dispensando James Hinchcliffe, que já estava na equipe Schmidt/Peterson, quando esta se associou ao time de Woking, ao mesmo tempo que o espanhol Fernando Alonso passava longe de ser uma das opções do time fora da Indy500, mas a aposta, pelo menos no caso do mexicano, mais do que valeu a pena, e Patricio tem tudo para ser uma das novas estrelas da categoria, se seu time não desandar na preparação nos próximos campeonatos.

 

Daniel Ricciardo: O piloto da Renault vem fazendo uma excelente temporada, e conseguiu o primeiro pódio da equipe francesa em quase uma década. Mostrando uma pilotagem firme, mas suave, o australiano não desperdiça oportunidades, e finalmente teve reconhecimento por parte da diretoria do time francês de que contribuiu decisivamente para sua evolução desde que foi contratado, em 2018, quando ainda estava na Red Bull. É verdade que a Renault ainda está um degrau abaixo de Mercedes e Red Bull, mas o time entrou de vez na luta para ser a “melhor” do resto do grid, onde já estão se digladiando Racing Point e McLaren, e Ricciardo já é o melhor piloto do “resto” do grid na classificação, ocupando a 4ª posição na tabela. É notável ver como Daniel tem deixado na sobra o francês Esteban Ocón, tido como grande talento, mas que até agora tem mostrado pouco desse talento em seu retorno à F-1 este ano, tanto que surgiu até boatos de que ele poderia ser substituído por Pierre Gasly, que vem fazendo um grande trabalho na Alpha Tauri. Ricciardo tem praticamente o dobro de pontos do francês, e tem tudo para comandar a McLaren na pista em 2021, quando o time inglês voltará a usar propulsores da Mercedes. Se tiver um carro mais à altura, ele já mostrou do que é capaz, sendo um dos melhores pilotos do grid na atualidade. E ele quer muito mostrar isso novamente, depois de ter saído da Red Bull, que por mais que não admita, sente a falta do australiano, que andava no mesmo nível de Max Verstappen, mas cometendo menos estripulias ao volante...

 

Joan Mir: O piloto da equipe Suzuki não venceu nenhuma corrida até agora na atual temporada da MotoGP, mas veio quietinho comendo pelas beiradas, mantendo-se constante, e assumindo a liderança do campeonato na rodada dupla disputada na pista espanhola de Aragón, levando seu time à inédita condição de postulante ao título da temporada, quando muitos já davam o favoritismo destacado a Fabio Quartararo, da equipe SRT, satélite da Yamaha, que caiu para a vice-liderança. Com três corridas para encerrar a disputa, Joan tem 14 pontos de vantagem para Quartararo, muito pouco para se ficar tranquilo, mas a Suzuki vem se mantendo com uma performance mais equilibrada nas últimas corridas, enquanto a maioria das motos da Yamaha tem apresentado uma queda de performance durante as provas, com resultados ora bons, ora ruins, uma inconstância que acabou por derrubar Fabio nas etapas de Aragón, enquanto a Suzuki venceu com Alex Rins uma das provas, e Mir foi ao pódio nas duas provas, pensando no campeonato. Mas o espanhol sabe que precisa ficar atento, pois a inconstância dos adversários não é garantida, e basta um resultado ruim, para tudo ficar diferente, e até mais gente chegar para a briga, como Franco Morbidelli, vencedor da última corrida, e até mesmo Andrea Dovizioso, apesar da bagunça que reina na Ducati atualmente. Mas Mir tem a chance a conquistar o título e tirar a Suzuki de um longo jejum que vem desde 2000, quando a marca japonesa conquistou seu último título na classe rainha do motociclismo, com Kenny Roberts Jr.

 

 

 

NA MESMA:

 

Confusões envolvendo a Rio Motorsports no Brasil: Como se sua imagem já não fosse grande coisa, diante dos acontecimentos em que está envolvida, referentes ao futuro autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro, e ao calote dado pela empresa quanto ao pagamento dos direitos da MotoGP à Dorna, eis que agora ficamos sabendo que Chase Carey, o CEO da Liberty Media, andou fazendo umas tratativas com as autoridades no Estado do Rio de Janeiro para ver se poderiam “dar uma força” para destravar o andamento do projeto do novo autódromo quanto à burocracia estatal, em outra atitude que não pegou bem, e ainda por cima, só ajuda a complicar a situação, cada vez mais enrolada, envolvendo a situação da F-1 no Brasil. A situação do novo autódromo segue sem uma solução, ainda mais com o Estudo de Impacto Ambiental apresentado ter sido apontado com vários erros e irregularidades, após análise do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), do Estado do Rio de Janeiro, o que em tese só complica ainda mais a intenção de se erguer um autódromo em Deodoro. E não podemos esquecer que a Rio Motorsports agora é dona dos direitos da categoria máxima do automobilismo em nosso país, que até o presente momento, não tem transmissão das corridas da temporada de 2021 garantida por aqui, depois que a Globo resolveu não renovar o contrato de transmissão. A Fox, que tinha pego os direitos da MotoGP com este grupo, só conseguiu manter a transmissão da classe rainha do motociclismo depois que a própria Disney acertou as contas com a Dorna, o que lança muitas dúvidas sobre se alguém pegará os direitos da F-1 com eles, depois do ocorrido na MotoGP. E, claro, a situação sobre o GP Brasil de F-1 em 2021 segue sem uma definição, e não é com o tão prometido circuito que será construído em Deodoro que poderemos contar, se levarmos em conta que uma construção dessas levaria pelo menos dois anos, se tudo fosse feito a sério, algo que não está acontecendo neste caso, e que resta saber até quando essa situação continuará assim. E que pode ficar ainda mais cabeluda, a se confirmarem alguns outros boatos que nem prefiro comentar agora...

 

Valtteri Bottas: O piloto finlandês bem que vem tentando oferecer resistência a Lewis Hamilton na escalada do piloto inglês rumo ao título da temporada 2020 da F-1, mas não tem sido bem-sucedido. Bottas engrossou a disputa pela pole-position nas últimas etapas, conseguindo a pole-position na etapa de Nurburgring, mas na corrida, se nada de anormal acontecer, Hamilton tem conseguido reverter as expectativas e arrebatar a vitória, como ocorreu nos GPs de Eifel e de Portugal, quando superou o companheiro de equipe e dali em diante não foi mais ameaçado na prova. O piloto, obviamente, não gosta de ouvir que quando vence é porque algo ocorreu com Lewis, como foi sua punição durante a prova de Sochi por ter treinado largada em local inapropriado, mas infelizmente, esta tem sido a tônica neste ano. Com o inglês praticamente garantindo o heptacampeonato e igualando o número de títulos de Michael Schumacher, Bottas tem de garantir pelo menos o vice-campeonato, dado o equipamento que possui, e neste quesito ele deu azar com o problema em seu carro na prova de Nurburgring, perdendo pontos importantes que o fazem ficar na alça de mira de Max Verstappen, que está sempre ali espreitando a dupla de pilotos do time alemão, pronto para agarrar as oportunidades que surgirem. Tido como um grande talento, o finlandês até agora não conseguiu repetir as performances de Nico Rosberg, seu antecessor na escuderia de Brackley, que deixava bem mais difícil para Hamilton conquistar seus títulos. Seu grande mérito é não tumultuar o ambiente interno na equipe, mas seria de bom grado se ele conseguisse andar mais próximo de seu companheiro de time, tarefa que é bem complicada, mas necessária para justificar sua permanência na Mercedes, onde está garantido até o fim de 2021. Mas, e depois?

 

Kimi Raikkonen: Novo recordista de GPs disputados na F-1, ao superar o antigo recorde pertencente a Rubens Barrichello, o piloto finlandês deve seguir na categoria máxima do automobilismo por mais uma temporada, pelo que se comenta nas conversas do paddock. Com um novo piloto para 2021, muito provavelmente Mick Schumacher, a Alfa Romeo precisa de um nome confiável para conduzir o time na pista, e até o presente momento, apesar de alguns bons momentos, Antonio Giovinazzi não se mostrou à altura desta tarefa. Como é pouco provável que a escuderia sediada na Suíça troque toda a sua dupla de pilotos, Kimi deve seguir na F-1, talvez por mais um ano, ou quem sabe até mais. Raikkonen aparenta estar satisfeito com sua situação, e apesar do carro pouco competitivo que tem nas mãos, tenta fazer o que pode, lembrando em alguns momentos, como nas primeiras voltas da corrida em Portimão, porque foi campeão do mundo, quando passou vários pilotos em uma primeira volta demolidora. Merecia um carro melhor para pilotar, mas ao menos está tendo um tratamento mais honesto na Alfa Romeo do que Sebastian Vettel vem tendo na Ferrari no atual momento, onde o alemão só vem colhendo dissabores na comparação com Charles LeClerc, um drama do qual Kimi não está sofrendo nem um pouco, muito pelo contrário. Sorte dele, e dos fãs, que ainda devem vê-lo na pista por mais corridas na F-1...

 

Transmissão da Indycar no Grupo Bandeirantes: Para quem havia decidido não transmitir mais as corridas da categoria norte-americana, até que o Grupo Bandeirantes se saiu muito bem este ano. Se ainda manteve a categoria dividida um pouco entre o canal aberto e o canal pago, ao menos as coisas foram bem mais claras este ano, com ênfase no Bandsports para transmitir o campeonato, e com uma qualidade de transmissão que, acertada de surpresa à última hora, quando todos já imaginavam que a única opção de acompanhar as corridas seria através do serviço de streaming DAZN, ficou bem aceitável, e talvez até melhor do que em anos anteriores, em especial diante das restrições decorrentes da pandemia da Covid-19. O Grupo Bandeirantes ainda montou um bom grupo de transmissão, com Celso Miranda na narração, ótima escolha diante de sua experiência com as categorias Indy, e com comentários bem colocados do ex-piloto Paulo Cascarci, e de Eduardo Molina, que souberam fazer uma apresentação sóbria e sem arroubos, e mostrando conhecimento da categoria e dos acontecimentos que ocorriam na pista e fora dela. Pode-se dizer que foi uma grata surpresa da emissora, e espera-se que possa ser repetida nos próximos anos, para satisfação dos fãs da velocidade e da Indycar.

 

Pierre Gasly: O piloto francês vem fazendo uma temporada exuberante na Alpha Tauri, com direito até a uma vitória na icônica pista de Monza, na Itália, sendo o primeiro a repetir o feito de Sebastian Vettel, que até então havia sido o único piloto a vencer pela escuderia sediada em Faenza, na mesma pista, no distante ano de 2008. Mas, apesar de estar quase superando Alex Albon na classificação, mesmo com o tailandês dispondo de um carro muito mais competitivo, o da Red Bull, time matriz dos energéticos, Pierre não foi considerado para ser repromovido ao time principal, onde esteve no ano passado, até ser “rebaixado” para o time B, onde está até o presente momento. Num misto de arrogância, ou talvez prepotência, temos a impressão de que a cúpula rubrotaurina prefere chamar um piloto de fora, do que ter de chamar de volta um piloto que defenestrou na temporada passada. Tanto é que a equipe Red Bull até já cogita chamar “alguém de fora” caso Albon não melhore seus resultados, para compor o time em 2021. E começaram a surgir alguns boatos de que Gasly poderia ocupar o lugar de Esteban Ocón na equipe Renault, diante dos bons resultados que vem obtendo este ano, antes que o francês fosse confirmado para mais uma temporada na Alpha Tauri, em 2021. Quem conhece o histórico de Christian Horner e Helmut Marko sabe que, se surgir uma chance, é melhor mesmo Gasly pular fora, porque onde está, dificilmente poderá ir mais longe, diante do modo de atuação da cúpula rubrotaurina no trato de seus pilotos, cuja lista de nomes “queimados” é de fazer inveja a qualquer outro time na atualidade na F-1. E vários destes pilotos “queimados” só foram ser felizes mesmo longe de defender os times dos energéticos. Gasly que fique atento às oportunidades que surgirem, se quiser se livrar das amarras que o prendem à organização da Red Bull na categoria máxima do automobilismo...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Dupla da equipe Hass de F-1 demitida: Poderíamos dizer que até demorou, mas Romain Grosjean e Kevin Magnussen estão fora da F-1 em 2021, e portanto, da equipe Hass, que nos últimos anos passou por altos e baixos com seus pilotos, em especial mais baixos que altos, diante das estripulias que eles andaram aprontando. Se a primeira oportunidade de renovação foi dada pelo time com a justificativa de que tiveram um carro ruim nas mãos, agora a situação já era mais complicada, de modo que as confusões que eles andavam colecionando só pioravam as condições já ruins em que o time se encontrava. Sem lugares em aberto nas demais equipes, a expectativa é que ambos migrem para outros campeonatos, encerrando suas passagens pela F-1. Magnusse já declarou que gostaria de tentar a Indycar, enquanto Grosjean pode buscar algo na Formula-E. A Hass ainda não anunciou quem serão seus novos pilotos em 2021, mas a sensação é de alívio por parte dos demais concorrentes, que não precisarão mais se preocupar em verem Grosjean ou Magnussen ao seu lado na pista, mas os novos pilotos terão que estar cientes de que não poderão almejar a bons resultados em seu novo time, já que o carro da Hass é um dos piores do grid, e não deve melhorar para 2021. Por esse aspecto, sair da escuderia de Gene Hass pode não ser um negócio tão ruim quanto pode parecer...

 

Valentino Rossi: O “Doutor” está tendo a pior temporada de que se tem notícia desde que estreou na classe rainha do motociclismo. Além de ter tido um início de temporada complicado, o piloto italiano foi vendo seu companheiro de equipe e até mesmo os pilotos do time satélite SRT vencerem corridas na temporada, enquanto ele vem de um jejum incômodo de mais de três anos. Como se desgraça pouca fosse bobagem, Rossi ainda sofreu abandonos em três provas, por erros de si próprio, e ainda por cima, precisou ficar ausente da rodada dupla disputada no circuito de Aragón, na Espanha, diante de ter sido infectado com a Covid-19, precisando ficar em isolamento preventivo, mas felizmente, sem apresentar complicações de sua condição de saúde. Essa ausência forçada de mais duas corridas certamente fizeram Valentino ficar ainda mais para trás na classificação do campeonato, uma situação que ele certamente não deve estar gostando nem um pouco, e que não condiz nem um pouco com o seu histórico como um dos maiores vencedores da história do motociclismo mundial. É esperar se ele retomará o ritmo nas etapas que faltam, e na temporada de 2021, quando estará defendendo o time satélite da Yamaha, a SRT, na competição...

 

Confusões na Racing Point: O time inglês, que será Aston Martin em 2021, teve alguns percalços nas duas últimas corridas de F-1. Em primeiro lugar, Lance Stroll precisou ser substituído às pressas por Nico Hulkenberg na etapa de Nurburgring. Apesar de afirmarem que o piloto não estava com Covid-19, um exame feito após o piloto retornar para sua casa acabou confirmando que ele havia pego o coronavírus, mas tal informação só acabou divulgada vários dias depois, após realização de novo teste, agora negativo, que permitiu a presença do canadense na etapa de Portimão. Mas o time levou uma advertência da FIA, por não ter divulgado tal informação com rapidez, diante dos protocolos de segurança que a entidade firmou para tornar possível a realização das corridas da temporada deste ano, diante da pandemia da Covid-19, que poderia colocar em questão a credibilidade das medidas de segurança implantadas. Como desgraça pouca é bobagem, Lance Stroll ainda acabou arrumando confusão nos treinos e na corrida. No treino, ele acabou dando uma fechada em Max Verstappen, por pouco não provocando um acidente grave entre os dois, onde deu sorte de não ter sido punido pela manobra que fez no fim da reta dos boxes. E na corrida, em disputa de posição com Lando Norris, da McLaren, exagerou na dose em uma ultrapassagem no mesmo ponto, fazendo com que os carros se tocassem, e praticamente eliminando as chances de um bom resultado de ambos os pilotos. Stroll ainda acabaria recebendo penalização pela batida, e por abusar dos limites de pista, terminando por abandonar a corrida. E até Sergio Pérez também teve azar ao ser tocado quando tentava superar Max Verstappen, caindo para último, e tendo de fazer uma corrida de recuperação. A situação do time só não foi pior porque Sergio Pérez fez duas corridas bem combativas nas últimas provas, ajudando o time a superar a McLaren na pontuação do campeonato, em uma disputa que ainda está muito apertada, e onde qualquer erro ou azar pode fazer o time perder sua posição na classificação de construtores. Melhor fazerem uma reza brava para tentar apaziguar o clima nas próximas corridas, só por garantia...

 

Nova debandada da Honda na F-1: E a Honda resolveu puxar o carro novamente na categoria máxima do automobilismo. Apesar de estar progredindo desde que passou a fornecer suas unidades de potência para a Red Bull, e de conseguir duas vitórias este ano, com ambos os times dos energéticos, leia-se Red Bull e Alpha Tauri, os nipônicos decidiram dizer novamente “sayonara” para a F-1 a partir da temporada de 2022, ficando até o final do ano que vem, quando ainda irão equipar os carros dos dois times com os quais tem contrato. Sem ter alcançado sucesso com a McLaren entre 2015 e 2017, quando viraram motivo de piada na competição devido à falta de competitividade e fiabilidade de seu equipamento, os japoneses só não pularam fora antes porque tiveram chance de fazer um ano mais calmo com a Toro Rosso em 2018, e ter a chance de equipar a Red Bull a partir do ano passado, onde conseguiu voltar ao pódio e a vencer corridas, mesmo que esporadicamente, dada a hegemonia da Mercedes na F-1, situação que deve perdurar até o fim do ano que vem. E, quando todo mundo apostava que, com o novo regulamento técnico de 2022, seria a chance perfeita para a Red Bull conseguir destronar o time alemão, e com isso a Honda voltar a disputar e quem sabe, até tentar ganhar novamente um campeonato na F-1, o anúncio surgiu como uma bomba na F-1, e em especial nos dois times de Dietrich Mateschitz, que correm com os propulsores japoneses, e que agora terão de procurar por um novo fornecedor, ou se fala em tentar comprar o projeto dos japoneses e desenvolvê-lo por conta própria. A Honda alega que as atuais unidades híbridas não tem justificativa de uso nas suas prioridades como indústria automobilística, e que os investimentos serão melhor aproveitados em outras áreas da empresa. E os japoneses acabam, mais uma vez, saindo pelos fundos da F-1, mesmo que não seja de modo tão decepcionante quanto foi em 2008, quando competiam com uma equipe própria...

 

Alexander Rossi: O piloto estadunidense foi disputado no ano passado, com o time da Andretti, junto da Honda, fazendo vários movimentos para garanti-lo pelos próximos anos, depois de disputar o título com Scott Dixon em 2018, e terminar em 3º lugar a temporada de 2019. Afinal, ele se bateu praticamente de igual para igual com os pilotos, principalmente da Penske, a maior força da categoria, e Roger só não o contratou porque a Honda reforçou a proposta de Michael Andretti, para não perder sua nova maior estrela na competição, ao lado do já consagrado Dixon na Ganassi. Só que, ao contrário do que muitos esperavam, a Andretti não conseguiu se acertar direito na temporada conturbada deste ano, caindo de produção, e pior, o próprio Rossi acabou devendo em muitas corridas, ficando sem vencer praticamente nenhuma prova, e sem marcar nenhuma pole. Subiu 5 vezes ao pódio, é verdade, o que não é pouco, com dois 2ºs e três 3ºs lugares, mas finalizou a temporada em um modesto 9º lugar, 220 pontos atrás do campeão Dixon. Na prova final, em São Petesburgo, tinha boas chances de vencer, e ao menos encerrar a temporada com algum destaque, mas acabou rodando sozinho e batendo, dando adeus à corrida, e encerrando o ano praticamente em se destacar como havia feito nas temporadas anteriores. Por mais que a Andretti tenha ficado devendo durante várias corridas, Alex também ficou aquém do que se esperava dele, como nova estrela potencial da categoria. Resta esperar para ver se ele acerta o rumo em 2021, e volta a mostrar toda a sua capacidade de competição, mesmo que o carro não esteja 100%...