Estamos chegando ao último trimestre de 2020, e o mês de setembro está ficando para trás. A situação mundial ainda avança aos trancos e barrancos, com todos tentando levar a vida adiante do jeito como se pode, neste momento complicado da pandemia da Covid-19. E neste final de mês, cá estamos com mais uma edição da Cotação Automobilística está de volta, com um balanço dos acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês, com comentários sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). A situação de alguns campeonatos parece mais resolvida do que outros, flutuando ao sabor dos acontecimentos difíceis que estamos passando no mundo inteiro, com muitos países estando em situação melhor do que outros, e sem poder baixar a guarda em relação à pandemia, que continua a complicar o panorama do planeta. Então, aproveitem o texto, e tenham uma boa leitura. E, como já mencionei anteriormente, espero que na próxima Cotação Automobilística, no final do mês que vem, possamos ter melhores notícias para esse momento excepcional que estamos atravessando. Até lá...
EM ALTA:
Equilíbrio no campeonato da MotoGP: Com Marc Márquez fora da competição, recuperando-se do ferimento ocasionado pelo acidente sofrido na primeira corrida da temporada, o campeonato da classe rainha do motociclismo ganhou um equilíbrio impressionante em 2020. Com 9 corridas disputadas até agora, os oito primeiros colocados na classificação estão separados por cerca de 49 pontos, pouco menos do que a pontuação de duas vitórias. Pode parecer muito, mas ninguém está conseguindo deslanchar na competição. Fabio Quartararo, da SRT, que havia vencido as duas primeiras provas, esteve em baixa nas corridas seguintes, e apenas na etapa da Catalunha voltou a vencer, e reassumir a liderança do campeonato. E mesmo assim, sem disparar, já que Joan Mir, da Suzuki, está apenas 8 pontos atrás. E logo a seguir temos Maverick Viñalez, Andrea Dovizioso, Franco Morbidelli, Jack Miller, Takaaki Nakagami e Alex Rins. Alguns que já conseguiram vencer na temporada, enquanto outros estão passando perto, ou andando entre as primeiras colocações. Com seis provas ainda para serem disputadas, a luta pelo título está mais aberta do que nunca, já que os pilotos não têm conseguido manter uma maior constância de resultados que possam transformar em vantagem diante dos azares dos concorrentes. E o pega promete se estender até a última corrida do ano, na pista de Portimão.
Mick Schumacher: O filho do heptacampeão Michael Schumacher está praticamente com um pé dentro da F-1 em 2021. O piloto assumiu a liderança do campeonato da F-2, com 21 pontos de vantagem para o adversário mais próximo, e já começaram as especulações de que a Ferrari deverá garantir sua vaga na equipe Alfa Romeo no próximo ano. Mas surgiram também alguns boatos de que ele poderia até ir para a equipe Hass, time que usa propulsores da Ferrari, e cuja dupla atual de pilotos não deve ser mantida para o próximo ano. Mick atrai as atenções pelo sobrenome, é óbvio, mas tem demonstrado qualidades que cadenciam sua promoção para a F-1, tanto que ele já terá sua primeira oportunidade no primeiro treino livre da etapa de Nurburgring, pela Alfa Romeo, agora em outubro. Só será preciso dar tempo ao garoto para se aclimatar na categoria máxima do automobilismo, porque infelizmente as duas escuderias onde ele é cogitado no presente momento não andam tendo desempenhos lá muito entusiasmantes, diante da falta de performance de seus carros. E, claro, que Mick não é seu pai, Michael. O garoto pode ser bom, mas mesmo assim, as inevitáveis comparações que surgirão com o heptacampeão poderão ser prejudiciais se as condições não forem as melhores. E a F-1 é pródiga em “queimar” pilotos que chegam com grandes expectativas e não conseguem mostrar do que são capazes, mesmo tendo todas as circunstâncias atenuantes a seu favor. E as expectativas da F-1 ver de novo o nome “Schumacher” no grid já andam bem entusiasmadas para 2021...
Pierre Gasly: O piloto francês, depois de ser rebaixado de volta à Toro Rosso no ano passado, parece ter se reencontrado no time “B” dos energéticos, e desde então, voltou a pilotar com a garra e determinação que haviam justificado sua promoção para o time principal da Red Bull. E na atual temporada, Gasly tem deixando na sobra seu companheiro de equipe Danill Kvyat, e conseguindo até andar na frente de Alexander Albon, que o substituiu no time principal. Mas seu ponto alto foi a vitória no GP da Itália, após sofrer forte pressão de Carlos Sainz Jr. nas voltas finais, obtendo a segunda vitória da escuderia, repetindo o feito de Sebastian Vettel em 2008, e marcando a primeira vitória de um piloto francês desde o triunfo de Oliver Panis no GP de Mônaco de 1996. Os bons resultados já até fazem pipocar os boatos de Pierre ser repromovido para a Red Bull, uma vez que Albon agora é quem vem deixando a desejar no time principal, mas a situação não parece tão simples como se apresenta, já que a cúpula rubrotaurina parece não ter muita propensão a repromover quem foi rebaixado nos seus times. Mas Gasly já faz por merecer lugar melhor na F-1, e se não for nos times da Red Bull, existem os outros. Mas o francês conseguiu se redimir na categoria, e quer manter essa toada de agora em diante.
Elfyn Evans: O piloto da equipe oficial da Toyota lidera o Mundial de Rali após cinco etapas disputadas, sendo o único a ter vencido mais de uma etapa do certame neste ano conturbado onde a pandemia do coronavírus bagunçou a programação de muitos esportes, entre eles a principal categoria off-road do planeta. Com duas etapas ainda para encerrar a competição, Evans mantém uma vantagem de 18 pontos para Sebastien Ogier, o vice-líder, margem que não permite baixar a guarda, levando-se em conta os percalços que podem surgir pelo caminho em uma categoria por vezes tão imprevisível como são as provas de rali. Ogier, em seu último ano na competição, vai querer se despedir com chave de ouro, especialmente com mais um título, e certamente virá para cima de Evans nestas duas etapas que restam do calendário, na Sardenha, e na Bélgica, e o francês vai tentar aproveitar qualquer chance que o rival ofereça na luta pelo título, mesmo tendo ficado zerado na etapa da Turquia, onde Evans aproveitou a oportunidade, e com seu segundo triunfo na temporada, assumiu a dianteira da classificação. A disputa tem tudo para ser emocionante neste final de temporada.
Scott Dixon: O piloto da equipe Chip Ganassi, mesmo com alguns percalços na rodada dupla de Mid-Ohio, onde rodou sozinho em uma das provas e viu a chance de um melhor resultado ir para o brejo, ainda lidera o campeonato da Indycar com larga folga, até porque o rival mais próximo, Josef Newgarden, também não conseguiu aproveitar a chance para se aproximar do neozelandês como seria necessário para colocar seu favoritismo em xeque. Com isso, Dixon, com 72 pontos de vantagem, e com apenas 3 corridas para finalizar a temporada, tem chances de fechar a conquista do título na nova rodada dupla do traçado misto de Indianápolis, dependendo de como seus adversários se comportarem na pista. A favor do piloto da Ganassi está o seu triunfo no circuito misto na corrida realizada em julho deste ano, mas agora em outubro, o panorama da prova pode ser completamente diferente, de modo que não é o momento de se comemorar antecipadamente. E Dixon, depois de errar em Lexington e oferecer uma chance aos rivais que não foi devidamente capitalizada por eles, não vai querer facilitar as coisas nesta próxima rodada dupla. A conquista do sexto título deverá sacramentar de vez a condição de Dixon como um dos maiores nomes da história das categorias Indy, ficando abaixo somente do lendário Anthony Joseph Foyt, com seus sete títulos conquistados. Mas que podem ser igualados, e até superados, lembrando que o neozelandês não fala em aposentadoria ainda, portanto...
NA MESMA:
Lewis Hamilton: O piloto inglês caminha firme rumo ao seu sétimo título mundial, e a caminho para se tornar o maior vencedor da história da F-1. Só não está indo mais rápido porque está tendo alguns percalços pelo caminho, cometendo ele, e a equipe, alguns erros até bobos, que só não comprometem sua posição diante da grande dianteira da Mercedes na competição. Hamilton se manteve firme na zona de pontuação, mesmo quando teve punições, como em Monza e Sochi, com sua liderança na classificação ainda bastante significativa. Lewis pode até resmungar, e até vir com algumas histórias meio sem pé nem cabeça, de que estão pegando pesado com ele a fim de dar uma sobrevida ao campeonato, mas a verdade é que ele não tem do que reclamar propriamente. Ele é disparado o maior vencedor da temporada, e como todo competidor, deveria relevar os percalços que vem tendo, especialmente porque não tem sofrido prejuízos relevantes na disputa. Será difícil tirar dele o título de 2020, então, que relaxe um pouco, a faça o seu trabalho com um pouco mais de atenção, de forma a evitar algumas mancadas por desatenção a detalhes do regulamento, um aviso que vale também para a Mercedes, que não tem também como perder os títulos do ano, dada a sua grande vantagem sobre as demais.
Valentino Rossi: Demorou, mas saiu. O “Doutor” acertou o contrato para defender o time satélite da Yamaha, a SRT, na temporada de 2021 da MotoGP. E terá equipamento oficial da fábrica, além de poder levar alguns integrantes de seu time de boxes para a escuderia malaia. Rossi mostra que ainda tem gás para competir, mesmo aos 41 anos, e já se especula que em 2022 ele poderá colocar na pista o seu próprio time de competição, e até com apoio de fábrica, embora não se saiba se será da Yamaha, ou de outra marca, que adoraria ter a lenda da motovelocidade a seus serviços. Infelizmente, na atual temporada, o “Doutor” acabou tendo azar nas últimas provas, com quedas que infelizmente o fizeram perder boas oportunidades de pontuar, como na Catalunha, onde está em disputa pelo pódio, e até pela vitória. Mas o italiano mostra que ainda pode competir em bom nível, desde que o equipamento melhore, e a SRT já teve provas de que o Doutor” ainda tem a gana e a determinação que o levaram a sete títulos mundiais na classe rainha do motociclismo, então, para os torcedores, é bom saber que teremos Valentino Rossi firme nas corridas por mais um ano...
Performance de Hass, Alfa Romeo e Williams na F-1 2020: O “time do fundão” desta temporada na F-1 não deverá oferecer perspectivas de mudança até o fim do ano. Mesmo quando conseguem alguns brilharecos, e andam lá na frente, graças a algum imprevisto com os rivais ou consequências do momento na corrida, o ritmo de prova destas três escuderias infelizmente logo vem à tona, e seus pilotos vão despencando para as últimas posições, sem melhores chances de tentar evitar passar o ano em branco. Alfa Romeo e Hass até deram um pouco de sorte, e conseguiram pontuar nos momentos em que a sorte lhes sorriu, mas a Williams, agora sob nova administração do grupo Dorilton, ainda está zerada no ano, e provavelmente terminará a temporada zerada, a menos que aconteça algum desastre com metade do grid para que seus pilotos possam enfim pontuar. E, com o regulamento prevendo o uso dos carros atuais para 2021, a próxima temporada não se afigura muito entusiasmante para estes três times, a não ser que as poucas modificações que serão permitidas pelo regulamento produza algum milagre que transforme completamente a performance de seus bólidos, algo extremamente difícil de ocorrer. Melhores ares, só mesmo em 2022, e olhe lá...
Carlos Sainz Jr.: O piloto espanhol vive um ano de altos e baixos na McLaren, depois da boa campanha realizada em 2019, que o credenciou a ser contratado pela Ferrari para 2021. Já antevendo que terá um ano bem mais difícil na próxima temporada do que o deste, diante das dificuldades de performance do atual modelo do time italiano, Carlos tenta aproveitar as corridas que ainda tem pelo time de Woking para chegar a Maranello com moral, tendo feito boas classificações nas corridas recentes, mostrando sua velocidade, mas ora tem tido azar, ora tem cometido erros que poderia ter evitado, como o visto nas últimas etapas, em Mugello e Sochi, onde acabou sofrendo acidentes que poderia ter evitado com um pouco mais de atenção, dada a sua experiência como piloto. Se a confusão em Mugello foi um caso mais particular onde vários pilotos erraram numa relargada, a batida sofrida na prova russa foi extremamente amadora, arruinando uma corrida onde tinha tudo para marcar bons pontos, e tentar alcançar seu companheiro de equipe Lando Norris na classificação do campeonato, a exemplo do que Sergio Perez vem fazendo em relação a Lance Stroll. Mas, a menos que tenha um golpe de sorte e Norris viva outras situações como a vivida em Sochi, onde ficou sem pontuar, Sainz deverá terminar o ano bem atrás do companheiro de equipe, um resultado não muito condizente com seus esforços no ano.
Racing Point: O time inglês, que no próximo ano se chamará Aston Martin, continua a mostrar um desempenho razoavelmente sólido na atual temporada, mas perdeu chances de obter melhores resultados, entre eles até mesmo uma vitória, quando Lance Stroll perdeu uma freada na parte final da corrida da Itália, e com isso abrindo caminho para o triunfo de Pierre Gasly, e a segunda posição de Carlos Sainz Jr. Em Mugello, disponibilizou um pacote de atualizações somente para Stroll, que teve o azar de sofrer um acidente que comprometeu seu carro, fazendo o time ter de providenciar um novo, e mais uma vez entregando as atualizações somente ao piloto canadense, que acabou novamente sofrendo outro acidente, embora não por culpa própria, e deixando a escuderia somente com os resultados de Sergio Perez, que voltou a andar bem, e já encostou em Lance na pontuação do campeonato, tendo tudo para superá-lo e terminar à sua frente. O time ainda dispensou o mexicano sem maiores cerimônias para a chegada já esperada de Sebastian Vettel, anunciando a desculpa mais do que furada de que o contrato do piloto canadense era muito difícil de ser rescindido do que o de Perez, quando todos sabem que Lance tem seu lugar garantido por seu pai, um dos donos do time. É preciso corrigir os deslizes que o time vem cometendo este ano, se quiser realmente brigar lá na frente a partir de 2021, do contrário, não adianta ter o potencial, e conseguir resultados aquém do que seria possível. Veremos o que farão para as etapas finais da temporada, onde estão em luta direta pelo terceiro lugar do mundial de construtores junto com McLaren e Renault, tendo excelentes chances de vencerem esta briga, se não se enrolarem consigo mesmos...
EM BAIXA:
Situação do Grande Prêmio do Brasil de F-1: Cancelado este ano devido à pandemia da Covid-19, juntamente com as demais corridas do continente americano, o GP do Brasil, em seu último ano de contrato, não está garantido para 2021, onde a especulação do campeonato do próximo ano “volta” aos GPs previstos para esta temporada, mas com a Arábia Saudita tentando cavar uma vaga na competição, justamente na data que seria da prova brasileira. Mesmo com nada oficializado ainda, até porque ainda não há muitas garantias de como a pandemia estará afetando o planeta no ano que vem, é preocupante a situação, uma vez que os sauditas vêm com dinheiro a rodo para gastar, como já fizeram ao garantirem a realização do rali Dakar em seu território pelos próximos anos, além de já terem uma etapa da Formula-E por lá. E com a Liberty Media precisando de recursos, depois deste ano excepcional onde a empresa precisou ajudar os times na sua manutenção financeira, achar um grupo que está disposto a pagar os tubos para ter seu GP, e sem ter que dar satisfações a quem já tem sua corrida com contrato vigente, as possibilidades de vermos o Brasil ficar de fora do campeonato não podem ser subestimadas. Seria mais uma pá de cal em nosso país no que tange a sediar etapas de grandes campeonatos esportivos, e nada pode estar ruim que não possa piorar ainda mais, então...
Alexander Albon: O piloto tailandês volta a ficar no centro de alguns boatos a respeito da manutenção de sua posição de titular na equipe principal da Red Bull, especialmente depois de ficar novamente deixando a desejar, como aconteceu na prova da Rússia, onde penou para marcar um mísero ponto, enquanto Max Verstappen subia ao pódio mais uma vez. Por mais que a direção do time declare saber que o carro atual da escuderia é complicado, e que isso tem tornado as coisas mais difíceis para Alex, quem conhece a tradicional falta de paciência de Helmut Marko sabe que mais hora, menos hora, pode haver mudanças na composição dos times, algumas óbvias, outras inesperadas. E um boato que ajuda a apimentar a situação é a possibilidade de o time dos energéticos contar com Sergio Perez em 2021. O mexicano está fora da futura Aston Martin, atual Racing Point, mas é um piloto rápido e experiente, além de ter um bom pacote de patrocínio as empresas de Carlos Slim. Seu nome tem sido especulado na Hass, que apreciaria muito seus préstimos, e principalmente seu pacote de patrocínio. Mas o suposto interesse da Red Bull mostraria que Albon pode estar com sua posição em risco, e se isso se confirmar, ele provavelmente seria rebaixado para a Alpha Tauri, muito provavelmente no lugar de Danill Kvyat, que seria novamente rifado da escuderia. Tem se falado que o fato de um dos acionistas da Red Bull ser tailandês estaria fazendo o time ter mais paciência com o piloto, mas isso pode acabar mudando. Helmut Marko não gostaria de promover Pierre Gasly novamente ao time principal, depois de rebaixá-lo no ano passado para dar lugar justamente a Albon, mas o time precisa de um segundo piloto que consiga trazer mais resultados ao time, então... O tradicional ditado diz que “onde há fumaça há fogo...”, então, podemos esperar por alguma novidade neste sentido em breve...
Sebastian Vettel: O piloto alemão certamente não vê a hora de 2020 acabar, e poder iniciar os trabalhos em seu novo time, a Aston Martin, atual Racing Point, onde irá pilotar em 2021. Na Ferrari, o clima anda bem ruim, e como o carro não oferece muitas possibilidades, além de ter um comportamento arisco, Sebastian tem sofrido bem mais do que Charles LeClerc, que conseguiu outro resultado até razoável na etapa da Rússia, enquanto o alemão ficou sem conseguir pontuar. Vettel voltou a cometer erros, batendo no treino de classificação, e indiretamente por pouco não prejudicando o próprio companheiro de equipe, que buscava melhorar seu tempo. Ao menos em 2021, Vettel terá oportunidade de ter melhores resultados do que este ano, já que o carro da Racing Point, que será a Aston Martin na próxima temporada, tem tido um desempenho muito melhor do que o carro da Ferrari, e o alemão poderá mostrar que ainda tem lugar no grid da categoria máxima do automobilismo. Mas será mais um piloto que certamente deixa Maranello pela porta dos fundos, não merecendo todo o desprezo que lhe vem sendo direcionado recentemente...
Corrida de F-1 da Rússia: A prova da Rússia, infelizmente, não fugiu ao seu tradicional status, em termos de disputas, e mais uma vez nos brindou com uma corrida monótona e sem sal, apesar de algumas disputas ocasionais entre alguns pilotos. Os destaques da corrida acabaram sendo as punições sofridas por Lewis Hamilton, e os acidentes sofridos por Carlos Sainz Jr. e Lance Stroll, muito pouco para se compensar o que vimos na pista. E a Mercedes manteve sua sina na pista russa, sendo a única equipe a vencer no traçado montado no parque olímpico de Sochi, que até hoje não conseguiu oferecer uma corrida com maiores emoções e disputas. Se tem uma prova que para muitos mereceria sair do calendário, a etapa russa seria a indicada para muitos, ainda mais depois de vermos como uma pista das antigas, como Mugello, ofereceu uma corrida bem mais atrativa e disputada. Para não mencionar, claro, o uso da corrida como trunfo político de Vladimir Putin, o ditador russo, a quem a F-1 deveria evitar se quisesse melhorar suas relações...
Necessidade de simplificar as regras na F-1: A punição dada a Lewis Hamilton na etapa russa voltou a acender a discussão sobre o excesso de rigor de certas regras da categoria máxima do automobilismo. Inicialmente, além dos 10s de punição que o inglês cumpriu em seu pit stop na prova, Hamilton ainda ganhou dois pontos na “carteira” de punições da entidade, que quando chega a 12 pontos, suspende o piloto automaticamente de uma corrida, como castigo. Lewis ficaria com 10 pontos, perto de sofrer a suspensão, caso cometesse uma nova infração, mas os pontos foram desconsiderados, uma vez que o inglês acabou sendo informado equivocadamente por seu time que podia efetuar o procedimento de largada nos locais onde o fez, de modo que o time foi multado por ter dado a instrução errada a seu piloto. Mas outros pilotos acharam a punição exagerada, até porque a corrida nem havia começado, e o inglês não prejudicou ninguém com seu gesto. E, de certa forma, não estão errados. Nos últimos anos, em defesa principalmente da segurança, a F-1 adotou regras em demasia, e em várias temporadas, as punições a pilotos por atos aparentemente sem maiores gravidades, causou uma preocupação com excessos de punições que inibiu parte das disputas na categoria, uma vez que os pilotos ficaram com receio de sofrerem castigos por qualquer coisa que fizessem. A F-1 até que vem tentando se descomplicar um pouco, mas pelo visto ainda tem muito a fazer nesse sentido. Os pilotos até concordam em punições para quando o piloto comete atos perigosos na pista, mas neste caso, foi completamente exagerado, e defendem uma revisão das normas a fim de simplificarem também as regras, já que castigos como o que Lewis sofreu só ajuda os torcedores a ganharem antipatia pela F-1, que parece regrada e chata em demasia, com regras deste tipo. Quando será que a FIA vai entender que às vezes, menos é mais?