Um bom dia a todos, tanto quanto
possível. Enquanto o mundo do esporte a motor continua em compasso de espera no
mundo inteiro, diante da pandemia da Covid-19, trago hoje outra de minhas
antigas Cotações Automobilísticas, esta publicada no dia 31.08.2000, fazendo
uma avaliação dos acontecimentos daquele mês no mundo da velocidade, há quase
vinte anos atrás. Na F-1, Mika Hakkinen começava a colocar em risco a
possibilidade da Ferrari finalmente sair do seu jejum de títulos de pilotos,
que acabou conquistando com Michael Schumacher, apesar de tudo. E na F-CART, o
panorama era bem mais equilibrado, em um ano onde o Brasil teria o seu segundo
campeão na categoria, Gil de Ferran, encerrando os anos de domínio da equipe
Ganassi, que desde 1996 vinha faturando todos os títulos na competição.
Acompanhem o texto, e vejam algumas outras avaliações feitas por mim à época.
Uma boa leitura a todos...
SOBE:
MIKA HAKKINEN: Depois de um início de campeonato meio
apático, por causa do excesso de bebida, de acordo com a matéria recente da
revista Autosprint, Mika Hakkinen colocou-se nos eixos e os resultados estão
aparecendo. Venceu sem deixar dúvidas na Hungria e desmoralizou Michael
Schumacher com uma das ultrapassagens mais arrojadas dos últimos tempos na F-1,
na Bélgica, justo numa pista onde se ressalta o talento dos pilotos. Mika
mostrou determinação e arrojo, como convém a um grande campeão. O sonho do
tricampeonato do piloto finlandês se agiganta cada vez mais, para desespero da
Ferrari.
BRUNO JUNQUEIRA: Campeão da F-3000 Internacional em 2000,
Bruno junta seu nome ao de outros brasileiros que já brilharam com a conquista do
título da categoria. Com 4 vitórias em 2000, a conquista de Junqueira não
deixou dúvidas de quem foi o melhor piloto do ano na categoria de acesso à F-1.
Para 2001, o nome do piloto mineiro é um dos mais cotados para assumir o lugar
de Juan Pablo Montoya na Chip Ganassi, na F-CART.
CAMPEONATO DA F-CART: A CART sempre primou pela maior
competitividade de seu campeonato, em comparação com a F-1, e este ano está
sendo um verdadeiro delírio, com nada menos do que 8 pilotos com chances de
conquistar o título, faltando ainda 6 etapas para encerrar o mundial. E, dentre
estes oito pilotos, metade deles é do Brasil. A diferença entre o líder e o 8º
colocado no campeonato é de apenas 44 pontos, o equivalente a duas pontuações
máximas por corrida.
LUCIANO BURTI: Confirmado na Jaguar como piloto efetivo
para 2001, ele fará dupla com o irlandês Eddie Irvinne e tem tudo para ser mais
um brasileiro a brilhar na F-1. Nos testes comparativos, Burti arrasou com o
vice-campeão da F-CART de 99, o escocês Dario Franchiti, sendo 2s mais rápido
que o piloto da F-CART.
EQUIPE MCLAREN: O time de Ron Dennis conseguiu fazer
neste ano o que a Ferrari tentou sem sucesso nos últimos dois anos: começar de
trás no campeonato e virar o jogo no decorrer do campeonato. A evolução do time
prateado já deixou a Ferrari para trás, e as vitórias de Mika Hakkinen na
Hungria e Bélgica confirmam o trabalho do time de Ron Dennis, que vai com força
total para as últimas provas do ano em busca de mais um título que de início
parecia garantido para a Ferrari.
NA MESMA:
DAVID COULTHARD: Apesar dos azares das últimas corridas,
o piloto escocês ainda está na luta pelo título, embora Mika Hakkinen tenha
recuperado sua velha forma, o que pode fazer com que Coulthard volte a ficar em
segundo plano no time da McLaren. Mas ainda é a melhor temporada de David
correndo pelo time de Ron Dennis, e se depender de sua motivação, Schumacher
logo pode ter que se preocupar com o vice-campeonato em perigo, pois a ascensão
da McLaren não se limita a um só de seus pilotos.
RUBENS BARRICHELLO: Depois de várias corridas pontuando
seguidamente, a sorte deixou Rubinho a pé na Bélgica, mas a situação do piloto
brasileiro no campeonato é cômoda, especialmente ainda mais pela política da
Ferrari, após a declaração de Montezemolo de que o objetivo da equipe é fazer
Michael Schumacher ser campeão. Isso tira as cobranças em cima de Rubinho, ao
mesmo tempo em que se avoluma a tensão sobre Schumacher. O brasileiro, em sua
melhor temporada na F-1, terá de mostrar mesmo serviço a partir do ano que vem,
quando já estará totalmente aclimatado na Ferrari.
MICHAEL ANDRETTI: Depois de correrem boatos de sua
aposentadoria na F-CART, Michael volta a estar em evidência com a perspectiva
de estar sendo disputado por nada menos do que 3 escuderias na categoria. Além
da Newmann-Hass, onde já corre há várias temporadas, a Chip Ganassi e a Green
também estão interessadas no piloto americano, que segue em situação ainda
confortável liderando o campeonato da F-CART.
DESCE:
MICHAEL SCHUMACHER: Perdeu a liderança do campeonato para
o seu pior rival dos últimos anos, o finlandês Mika Hakkinem. Ao contrário dos
últimos anos, agora é a concorrência que chegou de trás e tomou a dianteira. Se
a situação na Hungria deixou o alemão desanimado, em Spa, na Bélgica, foi ainda
pior, com Schumacher a tomar uma ultrapassagem humilhante do finlandês nas
voltas finais da corrida. Os torcedores italianos, que já não foram com a
atuação do alemão na Hungria, desta vez estão ainda mais implacáveis. A
situação em Monza, próxima corrida, vai ser tensa para a Ferrari.
DARIO FRANCHITI: Vice-campeão em 99, o escocês não anda
fazendo um bom campeonato este ano. Amarga apenas uma situação intermediária na
classificação, enquanto seu colega na equipe Green, Paul Tracy, está entre os
que lutam pelo título do campeonato. Para piorar, além de não ter vencido
nenhuma corrida este ano e ter feito apenas uma pole, viu suas esperanças de ir
para a F-1 sumirem com a contratação do brasileiro Luciano Burti para segundo
piloto da Jaguar. Franchiti era, há pouco tempo atrás, o preferido para a vaga.
Era...
EQUIPE FERRARI: O time de Maranello confirmou na Bélgica
suas piores previsões: a McLaren deixou a escuderia vermelha bem pra trás no
grid e só salvou parte da equipe com a atuação in extremis do bicampeão alemão,
que ficou em 2º lugar na corrida. Na classificação, o time vermelho foi um
horror. Deste jeito, tudo indica que a Ferrari vai amargar mais um ano de jejum
em títulos de pilotos.
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