quarta-feira, 7 de agosto de 2019

FLYING LAPS – JULHO DE 2019


            E já chegamos ao mês de agosto, tendo deixado julho, o primeiro mês do segundo semestre, para trás. Enquanto a F-1 parte para algumas semanas de descanso, houve muita movimentação em alguns campeonatos neste último mês de julho, portanto, vamos a mais uma sessão Flying Laps, relacionando e comentando alguns dos acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste último mês de junho, em notas rápidas, citando eventos do campeonato da MotoGP, e também um pouco da Formula-E, e também da Indycar, com alguns comentários rápidos com meus pontos de vista. Então, aproveitem e curtam o texto, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que vem...


Dizem que não há nada tão ruim que não possa piorar, não é verdade? Bem, isso parece estar descrevendo o calvário de Jorge Lorenzo na atual temporada da MotoGP. O que deveria ser um renascimento na carreira do tricampeão espanhol, depois de dois anos na Ducati onde foi eclipsado por Andrea Dovizioso, virou um martírio na convivência com Marc Márquez no time oficial da Honda, não tanto pela convivência com a “Formiga Atômica”, mas pela falta de resultados, e como desgraça pouca era bobagem, Lorenzo ainda fraturou uma vértebra após um tombo nos treinos livres para a etapa da Holanda, em Assen, o que tirou o espanhol da corrida holandesa, e também da etapa seguinte, na Alemanha. Esperava-se que o piloto pudesse se recuperar durante as férias de verão da MotoGP, podendo retornar na etapa da República Tcheca, agora no início de agosto, mas os exames mostraram que o ferimento ia demandar mais tempo para uma recuperação. Em outras palavras, Jorge ficou de fora da etapa em Brno, e ficará também ausente da próxima corrida, em Zeltweg, na Áustria. Com isso, já são 4 corridas onde Lorenzo fica de fora do grid, perdendo oportunidades de tentar uma recuperação em um campeonato onde praticamente tudo já está perdido, ainda mais se for comparado com Márquez, que lidera a competição, e deve conquistar o hexacampeonato sem maiores problemas. Talvez nem em seus piores pesadelos Jorge Lorenzo poderia imaginar uma temporada tão desastrosa e de baixo astral. Se Lorenzo conseguir recuperar sua imagem na MotoGP, depois de todos estes percalços que tem vivido desde que deixou a Yamaha, terá conseguido um feito notável, porque a parada vai ser mesmo muito complicada, e 2019 já se pode dar como um ano completamente perdido na carreira do piloto. Resta esperar se ele ao menos vai conseguir terminar o ano com alguma dignidade em termos de resultados, o que parece estar ficando mais difícil conforme o tempo passa...


E, pior do que ficar fora de combate, ainda é ver o companheiro de equipe vencer novamente. Marc Márquez veio, viu e venceu a etapa da Alemanha, no circuito de Sachsenring. A “Formiga Atômica” largou na pole-position, e praticamente não teve adversários na prova germânica. Na verdade, os adversários de Marc se complicaram sozinhos, deixando a vitória ainda mais fácil para o atual pentacampeão da equipe Honda. Fabio Quartararo foi o primeiro a tentar, logo no arranque da largada, mas a jovem promessa francesa bateu logo a seguir, ficando fora da corrida. Alex Rins, da Suzuki, também tentou desafiar Marc, mas acabou caindo na 19ª volta, e com isso, Márquez não teve mais preocupações até a bandeirada. Depois da excelente vitória na Holanda, Maverick Viñales teve outro bom resultado, ao terminar em 2º lugar, com Cal Crutchlow fechando o pódio da etapa alemã. A Ducati não teve forças para tentar desafiar Márquez em Sachsenring: Danilo Petrucci foi o 4º colocado, imediatamente à frente de Andrea Dovizioso, resultado que deixou o italiano 58 pontos atrás do rival espanhol. Depois de três corridas seguidas com abandonos, Valentino Rossi voltou a pontuar, ainda que em um modesto 8º lugar, tendo sido superado na pontuação por Viñales: 85 a 80, para Maverick. A Yamaha, apesar da vitória de Viñlaes em Assen, ainda permanece muito aquém do que se poderia esperar de um time que já foi o maior rival da campeoníssima Honda. Talvez vejamos uma recuperação em 2020, porque este ano está mesmo difícil. Aliás, está difícil para todo mundo que não se chama Marc Márquez... E imaginem como Jorge Lorenzo, o companheiro de Márquez na Honda, deve estar se remoendo neste momento... Há quem diga que o time já sente saudades de Dani Pedrosa...


A nova equipe da Porsche, que fará sua estréia na próxima temporada da Formula-E, que começa em novembro, está com sua dupla definida para sua primeira incursão na categoria. Além do piloto Neel Jani, o time contará também com André Lotterer, que foi companheiro do bicampeão Jean-Éric Vergne na equipe Techeetah nas duas últimas temporadas. O time ainda não definiu quem será o novo companheiro do primeiro bicampeão da F-E, mas o fato do time ter sido campeão também entre os times deve despertar a cobiça de muitos pilotos disponíveis por aí. Entre os brasileiros, com Lucas Di Grassi já confirmado para mais uma temporada na Audi, ainda teremos mais uma vez Felipe Massa na Venturi. O nome de Nelsinho Piquet acabou ventilado em algumas conversas de bastidores, algumas delas até ligadas à Porsche, mas os boatos parecem ter esfriado, embora muitos digam que um retorno do primeiro campeão da categoria ao grid na próxima temporada não seja algo impossível. Resta aguardar, pois vários times deverão efetuar troca de pilotos, em busca de melhores competidores para a próxima temporada.


Simon Pagenaud mostrou que ainda quer tentar o bicampeonato, e o foi a grande estrela na etapa da Toronto, na visita anual da Indycar ao Canadá. Largando na pole-position, Pagenaud tratou de escapar das confusões que normalmente acontecem na pista de rua do Toronto Exhibition Place, como o que ocorreu entre Will Power e Graham Rahal, que acabou por atrapalhar a prova de ambos os pilotos, após uma colisão provocada pelo piloto australiano da Penske, que acabou também atrapalhando a corrida de Matheus Leist e de Marcus Ericsson, os mais prejudicados pelo incidente. Scott Dixon voltou a mostrar sua classe em pistas urbanas, e na parte final da corrida, pressionou bastante o francês da equipe Penske, que manteve-se firme no comando, para vencer mais uma corrida na temporada. Mas Dixon também não podia baixar a guarda, tendo Alexander Rossi atrás de si na pista, apesar de uma pequena vantagem. Os três acabaram fechando o pódio, com Josef Newgarden terminando a prova em 4º lugar, e mantendo a liderança da competição. Tony Kanaan, em mais um domingo ruim com a Foyt, foi apenas o 17º colocado. O único piloto a abandonar a corrida foi Takuma Sato, em um incidente incomum: seu carro pegou fogo durante a prova, motivando o seu abandono do japonês na volta 67. Will Power, depois da colisão com Rahal, até que vinha se recuperando na prova, mas bateu faltando 1 volta para receber a bandeirada, de forma que não terminou em último porque Matheus Leist, Marcus Ericsson e Sage Karan estavam tão atrás que ainda ficaram classificados atrás do australiano.


Simon Pagenaud, aliás, marcou a pole para a etapa seguinte da Indycar, no oval de Iowa. A corrida, contudo, sofreu para ser iniciada, devido ao mau tempo que castigou o circuito no horário inicial da prova, que começou com várias horas de atraso. E, quando a disputa começou, foi Josef Newgarden quem triunfou no final, conquistando mais uma vitória, e reafirmando-se na luta pelo bicampeonato. E Scott Dixon mais uma vez mostrou sua constância, subindo novamente ao pódio, em mais um 2º lugar, e tentando se aproximar do líder Newgarden na classificação. Alexander Rossi, por outro lado, terminou em 6º lugar, vendo o rival abrir um pouco mais de vantagem na pontuação. James Hinchcliffe fechou o pódio em Iowa, com um belo 3º lugar. Já Pagenaud acabou superado durante a corrida, finalizando em 4º lugar. E Tony Kanaan conseguiu o seu melhor resultado depois das 500 Milhas de Indianápolis, ao terminar em 10º lugar, quebrando um pouco a rotina de terminar sempre entre os últimos na maioria das corridas da atual temporada. Até Matheus Leist conseguiu ir um pouco melhor, recebendo a bandeirada em 16º, sorrindo um pouco, para variar, com o resultado.


Alexander Rossi, o nome mais cobiçado no paddock da Indycar, atualmente pilotando para a Andretti Autosports, vai ficar onde está. Depois de muita especulação, principalmente por parte do assédio da Penske pelo norte-americano, que poderia mudar para a escuderia de Roger Penske, a exemplo do que fizeram Josef Newgarden e Simon Pagenaud, que haviam chamado bastante a atenção nos times por onde corriam, antes de mudarem para o time mais famoso da categoria. Mas o assédio pela concorrência não iria ficar sem resposta por parte de Michael Andretti, que não estava a fim de perder sua principal estrela das últimas temporadas. E contando com o apoio da Honda, que também não queria perder uma de suas estrelas para a rival Chevrolet, entrou fundo na negociação, para ajudar a manter Rossi onde está. No final, Alexander renovou pelas próximas 3 temporadas com o time de Michael Andretti, com opção de uma 4ª temporada, dependendo dos resultados. Em contrapartida, a Andretti continuará com os propulsores da Honda, ajudando no desenvolvimento do equipamento dos japoneses, em especial para o novo projeto de motor híbrido que a Indycar deverá adotar em 2021, a exemplo do que já ocorre na F-1. Quem saiu ganhando com a renovação de Rossi foi Will Power, que era o nome mais cogitado para sair da Penske ao fim da atual temporada, uma vez que o australiano vinha cometendo vários erros em 2019, e ficando bem para trás de seus companheiros de equipe, que estão bem mais firmes na luta pelo título da temporada, ao lado do próprio Rossi, e com Scott Dixon sempre à espreita para entrar na briga novamente. Isso quer dizer que a Penske provavelmente manterá o seu atual trio de pilotos para a próxima temporada, a menos que Roger Penske decida fazer alguma outra mudança no seu quadro de pilotos. Mas Rossi era o único nome em mente, pelo que se sabe até o momento.


E, talvez por não ter mais o seu posto como titular na Penske em perigo, Will Power de uma revigorada na etapa de Mid-Ohio, prova realizada logo depois do anúncio da renovação de Alexander Rossi com a Andretti. O australiano marcou a pole-position para a etapa no traçado misto do Lexington Sports-Car Course, mas durante a corrida, Power acabou superado nas estratégias de outros concorrentes, terminando a corrida em 4º lugar, fora do pódio. Mas, de certa forma, Will não teve muito o que reclamar, já que nesta corrida, quem marcou bobeira foi seu companheiro Josef Newgarden, que na última volta, forçou uma ultrapassagem em Ryan Hunter-Reay, na luta pela 3ª posição, e acabou tocando no carro do piloto da Andretti, perdendo o controle do carro e saindo da pista, onde ficou atolado na brita, e sendo classificado apenas como 14º lugar no resultado geral da corrida. E Power ainda terminou na frente de Alexander Rossi, o 5º lugar, e de Simon Pagenaud, seu companheiro na Penske. Mas o australiano ainda tem muito o que remar se quiser se aproximar dos ponteiros na classificação, estando na 5ª posição na tabela, mas com 356 pontos, enquanto seu companheiro Newgarden, mesmo com o azar da volta final em Mid-Ohio, ainda é o líder da competição, com 504 pontos, uma diferença de 148 pontos que certamente é bastante incômoda. O 4º colocado na tabela, e próximo alvo de Power, é Scott Dixon, que está 86 pontos à frente do australiano. Um adversário bem difícil de alcançar.


E Scott Dixon tenta se manter firme na luta pelo título da temporada 2019 da Indycar, e com muita garra, um pouco de estratégia, e um pouco de sorte, o neozelandês venceu a corrida em Mid-Ohio, tendo ficado praticamente sem pneu nas voltas finais, e suportando uma pressão brutal de seu próprio companheiro de equipe Felix Rosenqvist, que precisava e muito de um bom resultado para calar as críticas de Chip Ganassi ao seu desempenho na temporada. Não foi por falta de tentativa que o sueco não conseguiu a vitória, tendo cruzado a linha de chegada apenas 0s093 atrás de Dixon, que conseguiu se segurar na frente dando tudo de si e mais um pouco. Com o resultado, Dixon chegou a 442 pontos, e tem Simon Pagenaud na sua alça de mira, com 457 pontos. Mas é preciso bem mais para alcançar Alexander Rossi, o vice-líder, com 488 pontos, e Newgarden, com 504. Ainda temos 4 corridas até o fim da temporada, então, chances ainda existem. E mesmo como azarão, Dixon não pode ser subestimado...
 



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