Lewis Hamilton comemora sua vitória no GP da Itália ao chegar ao parque fechado. Piloto chegou a ser vaiado pela torcida ferrarista no pódio, pela "heresia" de impedir a vitória da Ferrari em Monza. |
Meio que contra tudo e
contra todos, eis que Lewis Hamilton venceu o Grande Prêmio da Itália, e
incrédulos, os italianos viram o inglês aumentar ainda mais sua vantagem na
classificação do campeonato, chegando a 30 pontos sobre seu principal e único
adversário, Sebastian Vettel, que saiu de Monza como o grande derrotado do fim
de semana. E por “méritos” próprios...
Pintou o novo
pentacampeão, como dizem alguns? Ainda é muito cedo para comemorar. Temos 7 corridas
pela frente, e depois do que vimos em Spa-Francorchamps e Monza, tudo ainda
pode acontecer nesta disputa. A situação pode ter ficado um pouco mais difícil
para a Ferrari e para Vettel, mas não é motivo para desespero. Basta tudo se
encaixar, que o panorama pode mudar rapidamente. Mas, claro, falta combinar com
Hamilton e a Mercedes. Quando chegamos a Monza, semana passada, o principal
objetivo da Ferrari e de Vettel, depois da convincente vitória na Bélgica, era
manter a pressão sobre os rivais da Mercedes, e fazer o time alemão entrar em
parafuso, já que acostumados a seus anos recentes de domínio, não teriam
experiência para reagir à altura quando inferiorizados em performance.
A teoria fazia
sentido. Mas teoria e prática nem sempre costumam combinar, e o que vimos foi a
Mercedes atuar em conjunto e saber dominar a situação da corrida, enquanto a
Ferrari pareceu meio perdida. Claro que o incidente entre Hamilton e Vettel na
primeira volta, na dividida da chicane Dela Roggia, acabou sendo o ponto focal
que determinou todo o restante da prova, mas ninguém pode negar que Lewis e seu
time conseguiram cumprir seus papéis à perfeição. O resultado foi o triunfo de
Hamilton na pista italiana, onde o time da casa, a Ferrari, tinha tudo para
vencer e convencer. Agora, precisam correr atrás do prejuízo, e em várias
frentes.
Vettel reclamou de Raikkonen ter feito a pole, e na corrida, acabou tocando em Hamilton ao resistir à ultrapassagem do inglês e comprometeu toda a sua prova (abaixo). |
Uma delas será Vettel
recuperar a confiança dos tiffosi. O piloto alemão sofreu uma verdadeira
saraivada de críticas mundo afora nos fóruns, sites e redes sociais pela pisada
na bola ocorrida na primeira volta, que arruinou completamente suas chances de
vencer. É fácil criticar agora mas, para quem tinha o melhor conjunto na pista,
bastava ter um pouco mais de cabeça fria e paciência para notar que, mesmo
perdendo a posição ali para o rival da Mercedes, seria fácil recuperá-la a
seguir. Vimos isso na relargada, quando Hamilton superou Raikkonen, mas logo em
seguida foi ultrapassado pelo finlandês, que não perdeu a cabeça, e uma vez
superado, tratou de recuperar a dianteira, com uma ultrapassagem limpa e segura.
Sebastian, contudo, não arredou o pé, e acabou tocando na Mercedes de Lewis,
acabando por rodar, e cair para o final do pelotão.
E o tetracampeão
alemão também teve sorte neste momento. Poderia ter saído da pista na rodada,
batido ou atolado, e tudo acabaria ali mesmo, o que seria ainda mais
desastroso. E tivemos também o enrosco que fez Brendon Hartley abandonar, o que
exigiu a entrada do Safety Car. Com isso, os carros foram realinhados, em baixa
velocidade. Vettel pode ir ao box, trocar o bico danificado e pôr um novo jogo
de pneus, e alcançar o final do pelotão para a relargada. Não fosse isso, o
piloto da Ferrari teria perdido muito mais tempo, e talvez, na pior hipótese,
até perdido uma volta até chegar ao box e fazer os reparos com a corrida a
ritmo total, o que comprometeria ainda mais suas chances de recuperação,
podendo pontuar muito menos, ou nem isso conseguir, dependendo de seu retorno à
prova. Diante destas possibilidades, o 4º lugar não pode ser considerado ruim.
O que não serve de consolo para muitos torcedores, em especial os tiffosi, os
mais fervorosos torcedores da esquadra de Maranello, que louvam seus grandes
ídolos, mas caem de pau sem a menor misericórdia quando veem situações
consideradas inaceitáveis na pista. E perder por um erro bobo, ou pelo menos
evitável, é um deles. Sebastian vai ter alguns dias complicados pela frente com
isso...
Entre as críticas,
todos falam dos erros que o alemão vem cometendo nas últimas corridas, enquanto
Hamilton tem capitalizado em todas as oportunidades, e invertendo o favoritismo
na competição no braço e na inteligência. De fato, não dá para ignorar o
ocorrido em Hockenhein, onde Sebastian acabou escapando sozinho da pista e
batendo, perdendo uma corrida praticamente ganha, pela chuva leve que caiu no
circuito pista e o tornou traiçoeiro. E na Hungria, logo a seguir, uma derrota
para o rival na classificação fez a diferença no domingo da corrida, com
Hamilton largando na frente e lá ficando, enquanto seu companheiro de equipe
Valtteri Bottas o defendia dos ataques da dupla ferrarista. Bottas, que aliás,
fez bem o seu papel em Monza, atrasando Raikkonen depois da troca de pneus do
finlandês da Ferrari, mas sem cometer nenhuma manobra antidesportiva ou
bloqueada escandalosa: Kimi não conseguiu passar, e isso era problema dele.
Talvez ver o rival sair na frente tenha deixado os nervos de Vettel expostos,
daí a tendência, exagerada, de resolver isso o quanto antes. Mas o que se viu
na Hungria não serve de parâmetro para muitas pistas. Hungaroring é uma pista
travada, com poucas possibilidades de ultrapassagem. E temos aquele famoso
ditado de que corrida não se ganha na primeira volta...
Por isso mesmo, Vettel
foi abusado em Spa-Francorchamps. Perder a pole novamente para Lewis por causa
da chuva, a exemplo do que ocorrera na Hungria, pode ter deixado o alemão
inquieto com a possibilidade de perder nova chance de vitória. O piloto da
Ferrari partiu com tudo, embutiu na traseira de Hamilton logo na subida da
Raidillon, para superar o piloto da Mercedes já na freada da Les Combes. Pode
não parecer, mas ali Vettel estava a fundo no ataque, tanto quanto em Monza. A
diferença foi que Hamilton, ao ser superado, não tentou segurar a posição a
qualquer custo, daí tudo seguiu firme. Mas, será que Vettel achou que, se não
superasse Lewis imediatamente não teria mais chances na corrida? A
possibilidade existe, mas como se viu depois, não era preciso ser afobado: o
ritmo da Ferrari era bem superior, e Vettel não teve a mínima dificuldade para
controlar a corrida e vencer de forma categórica, o que teria conseguido mesmo
se não ultrapassasse o rival logo na primeira volta. Lewis se resignou, e
preferiu poupar o ritmo e o equipamento para finalizar em 2º e minimizar o
prejuízo da diminuição da vantagem de pontos.
Só que o fantasma de
ser superado parece ter afetado o piloto alemão novamente após a classificação
em Monza, quando perdeu a pole para o companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, e
deu clara demonstração de ter ficado aborrecido com isso, como se o parceiro
não tivesse direito de largar à sua frente. Uma atitude estranha, uma vez que
todo mundo já esperava ver o finlandês ceder sua posição ao alemão em algum
momento da corrida, por ordem do time, que obviamente faria de tudo para que
Sebastian vencesse. Afinal, já vimos outras corridas onde Kimi só não brilhou
mais porque isso prejudicaria a posição de Vettel, ungido e incontestável
primeiro piloto do time. Para quem achava que Fernando Alonso é que tinha
chiliques quando ficava atrás do companheiro de equipe...
O negócio então, seria
caprichar na largada, mas Kimi largou bem, e Sebastian não conseguiu chegar na
primeira chicane em posição para tomar a posição do finlandês. E Kimi também
não poderia baixar a guarda: Hamilton largava bem atrás, e vinha com tudo
também. Uma manobra errada ali, com todo o grid vindo a seguir poderia
comprometer os planos de vitória. E, afinal, tendo feito a primeira fila do
grid, e confirmado mais uma vez sua superioridade e favoritismo, do que Vettel
estava com tanto medo para não dar folga quando Lewis partiu para a
ultrapassagem? Vettel não teria confiança em seu equipamento, que no momento é
superior ao da Mercedes, condição reconhecida até pela rival? De minha parte, e
de muitos, Sebastian deveria ter tido um pouco de paciência ali. Perder a
posição para Hamilton não seria nenhuma tragédia, e ele teria todas as
condições de recuperar a mesma logo à frente, como já mencionei anteriormente.
E Monza é uma pista onde o motor fala alto, e a unidade de potência de
Maranello no momento é a mais forte do grid. Ultrapassar o rival não seria
problema.
Mas, enfim, se Vettel
acabou sendo precipitado, a Ferrari também se mostrou falha. Uma vez que seu
principal piloto estava fora de combate pela vitória, deveria ter centrado suas
atenções em Raikkonen, com vistas a garantir a vitória do finlandês no GP, e
com isso evitar também que Hamilton disparasse ainda mais na dianteira do
campeonato. Mas, curiosamente, o time de Maranello, em sua política por vezes
tacanha de privilegiar apenas seu primeiro piloto, parece esquecer totalmente
como se deve agir quando precisa fazer com que o outro piloto atue com força
total. Assim, eles certamente caíram no blefe da parada antecipada de Hamilton,
o que os levou a fazer o pit stop de Kimi algumas voltas antes do previsto, o
que obrigaria o finlandês a ter de usar os compostos por maior número de
voltas. Parando oito giros depois, Hamilton teria seus pneus em melhores
condições do que o oponente, e isso se provou decisivo nas voltas finais da
corrida, onde Kimi, já com seus pneus degradados, não conseguiu evitar que o
inglês lhe tomasse a liderança, e rumasse firme para a vitória incontestável.
Lógico que contribuiu para o desgaste prematuro de seus pneus a disputa com
Bottas quando retornou do pit stop. O finlandês da Mercedes acabou atrasando
seu compatriota, permitindo que Hamilton os alcançasse, tirando praticamente 5s
de desvantagem.
E aqui temos outra
situação inusitada: a Ferrari e Vettel ficaram irritados com o jogo de equipe
perpetrado pela Mercedes, que usou Bottas para atrasar Kimi, e permitir a
aproximação de Hamilton, comprometendo a corrida de Valtteri em benefício da de
Lewis. E o que a Ferrari fez tantas vezes para privilegiar seus primeiros
pilotos, em detrimento de seus companheiros de equipe, como fica? Eddie
Irvinne, Rubens Barrichello, Felipe Massa, e Kimi Raikkonen, todos eles tiveram
corridas com resultados abaixo do esperado em vários momentos porque deveriam
privilegiar seus companheiros de equipe, algumas vezes em flagrante desrespeito
à esportividade. E agora justamente eles vem reclamar de jogo de equipe? Chega
a ser risível, o que não quer dizer que se deva também elogiar totalmente 100%
o jogo de equipe da Mercedes. Mas, por outro lado, Bottas não conseguiu superar
Max Verstappen na pista com um carro muito superior, e isso sim foi um ponto
negativo de sua corrida. Tendo feito sua parada por último entre os ponteiros,
Bottas tinha pneus mais novos, e pista livre para acelerar fundo, mas “travou”
no abusado piloto holandês, que chegou a tocar rodas com Valtteri e quase
causando um acidente. Isso acabou permitindo a Vettel recuperar o 4º lugar,
quando deveria ter sido o 5º. E, se Bottas atrasou Kimi, este teve sua parcela
de culpa em não conseguir superá-lo rapidamente, com pneus mais novos e
teoricamente tendo muito mais performance. E o time, no box, também se esqueceu
de avisar seu piloto para não entrar naquele duelo, procurando preservar seus
pneus para o restante da corrida.
Agora, o que a Ferrari
fará, e o que vai acontecer? Vettel precisa esfriar a cabeça, pois já acusou o
golpe, ao afirmar que a partir de agora, terá que enfrentar também Kimi na
pista, a quem acusou de não facilitar para ele assumir a liderança logo na
largada. Fim da harmonia e amizade nos boxes do time italiano entre sua dupla
de pilotos? Com a confirmação da dispensa de Kimi para dar lugar a Charles
LeClerc na próxima temporada, Raikkonen não tem mais obrigação nenhuma de
facilitar para Vettel na pista, e na minha opinião, se Sebastian quer ser mesmo
campeão, que vá à luta, sem depender de ordens de equipe. Hamilton pode ter
tido a ajuda de Bottas na estratégia de equipe para vencer, mas ele também
cumpriu sua parte, acelerando fundo, sem deixar Raikkonen escapar, e pelo menos
em Monza, não dependeu de ganhar a posição de seu parceiro para que este o
deixasse passar na pista, o que ocorreu na estratégia de box, e talvez assim,
sendo menos vergonhoso do que passar graças a Bottas receber ordem para
entregar a posição.
Se Sebastian colocar a
cabeça no lugar, tem tudo para reequilibrar a disputa e retomar a dianteira. O
conjunto do modelo SF71-H ainda é mais competitivo do que o modelo W09, mas o
alemão não pode se dar ao luxo de errar na pista, ainda mais quando Hamilton
não vem cometendo nenhum erro nas últimas corridas. A reação tem de partir já
em Cingapura, circuito onde a Mercedes em geral nunca foi dominadora, e que
seria uma oportunidade perfeita para colocar as coisas nos eixos. O problema é
que no ano passado era para acontecer assim, mas tivemos aquele enrosco na
largada, causado em maior parte justamente por Vettel, que havia perdido a
liderança justamente em Monza, e mostrou ter ficado incomodado com o ocorrido.
O resultado foi a dupla da Ferrari fora de combate logo de cara, e mais um
triunfo de Lewis. Este ano, com uma vantagem muito superior, Sebastian vai
precisar mais do que nunca manter a cabeça fria em Marina Bay...
E o momento urge: na
hipótese de Vettel ganhar as corridas, mas Hamilton fazer os 2ºs lugares, o
inglês só perderia a liderança depois de 5 provas... E temos 7 até o fim da
temporada. Se é correto supor que a Mercedes podem ter problemas em algum
momento, isso também se aplica à Ferrari e Vettel. Para quem achava que, sob
pressão de terem um equipamento ligeiramente inferior a Mercedes sucumbiria à
pressão, assim como Hamilton, o que vimos em Monza foi justamente o contrário,
com o time de Brackley e seu principal piloto a darem uma aula na pista,
enquanto os ferraristas e seu principal homem bateram cabeça, entregando o ouro
ao bandido. E isso no seu GP de casa, perante sua torcida... Uma derrota no
pior local possível.
Se a pressão em Monza
para vencer de forma categórica era grande por causa da torcida, o clima não
deverá ser menos ameno nas próximas corridas. Se Hamilton e a Mercedes não
tiverem um dia ruim, mesmo que tudo dê certo para os lados de Maranello, as
cobranças não vão aliviar daqui até o final do ano, enquanto não retomarem a
dianteira tanto dos mundiais de construtores como de pilotos.
E Vettel, por si
próprio, acabará reforçando a imagem de que só foi tetracampeão com a Red Bull
por ter um carro muito superior a toda a concorrência, e que em momentos de
pressão, não está conseguindo se manter focado. Ninguém é tetracampeão na F-1
por acaso, e Sebastian, apesar de todas as críticas, também não é um piloto tão
contestado assim, a ponto de seu talento ser posto em questão. Mas ele está
abrindo brechas perigosas com seus últimos erros nas corridas, e mesmo que seja
apenas um momento, uma fase, ruim em sua carreira, as cobranças que sofre por
ser um piloto da Ferrari podem causar bons estragos em sua reputação. Perder um
título com um carro superior ao do adversário vai pesar na imagem de Vettel,
que só não saiu totalmente arranhado no ano passado porque a Mercedes ainda era
um pouco superior, apesar da Ferrari ter dado uma bela canseira nos prateados.
Este ano, o buraco é muito mais embaixo: a Mercedes está ligeiramente menos
competitiva, e se antes Vettel precisava tirar a diferença no braço, deveria se
esbaldar e nadar de braçada neste ano, o que não está acontecendo.
E, se vir Hamilton se
tornar pentacampeão, como ficará o ego de Sebastian, vendo seu rival superá-lo
quando deveria ocorrer o contrário? E nada garante que em 2019 a Mercedes não
reassuma o favoritismo, e a Ferrari precise correr atrás novamente, ficando sem
chances de chegar efetivamente ao título tão sonhado, não apenas por eles, mas
por Vettel também. Há quem afirme que, com um novo “fracasso” em tentar ser
campeão no ano que vem, caso perca nesta temporada também, poderia ser o fim da
linha de Sebastian em Maranello. E para onde ele iria, então? Curioso é que, em
tempos não tão distantes, era Hamilton quem podia ser considerado um piloto
instável, e propenso a cometer besteiras, o que de fato fez em vários momentos.
Mas Lewis parece ter finalmente amadurecido, e aprendido a conjugar arrojo com
visão de corrida e estratégia de campeonato, enquanto Vettel parece ter
regredido nesse aspecto. E suas reclamações, às vezes constantes, fazem o
alemão ser comparado ao inglês Nigel Mansell, que era também muito talentoso e
extremamente veloz, mas também era muito cabeçudo, e propenso a fazer besteiras
ao volante, tendo sido campeão em uma temporada onde seu carro era superior a
tudo na pista, e com seu companheiro de time fazendo uma campanha abaixo do
esperado para o equipamento que tinha.
E estas reclamações
chegam a fazer até mesmo alguns acharem se não era melhor ter continuado com
Fernando Alonso no time, apesar dos pesares. Para se chegar nesse ponto, é
sinal de que a confiança de alguns torcedores e outras pessoas em Vettel está
mesmo na corda bamba. Ou ele se equilibra, ou pode cair feio... E a Ferrari é
pródiga em derrubar seus pilotos, mesmo que sejam campeões... Niki Lauda e
Alain Prost que o digam...
Um comentário:
"(...)Ou ele se equilibra, ou pode cair feio... E a Ferrari é pródiga em derrubar seus pilotos, mesmo que sejam campeões... Niki Lauda e Alain Prost que o diga". Fechou com chave de ouro essa postagem. E diria mais: Bastião dmeveria ter sido punido com pelo menos 10s. A FIA anda dando muita moleza para ele e Max "Bestappen"...
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