E
estamos em dezembro, o último mês de 2015, o que mostra que este ano está indo
para o seu fim, e numa velocidade que muitas vezes parece tão rápida quanto a
dos bólidos do automobilismo. Como é costume, é hora de mais uma sessão Flying
Laps, com algumas notas de acontecimentos do universo das corridas neste mês de
novembro, com alguns comentários rápidos. Portanto, boa leitura para todos, e
no início de janeiro de 2016, virei com a sessão trazendo alguns acontecimentos
deste mês de dezembro. Até mais.
A segunda
etapa da nova temporada 2015/2016 da Formula-E, disputada em Putrajaya, na
Malásia, foi mais agitada do que equipes e pilotos previam. No início, a equipe
e.dams voltou a mostrar a sua força, com Sébastien Buemi a conquistar uma nova
pole-position sem ser incomodado pelos rivais, ficando com mais de 0s4 de
vantagem para o segundo colocado na "superpole", Stéphane Sarrazin,
da equipe Venturi. Mas, na largada, o carro de Sarrazin "apagou", e
foi preciso retirá-lo para os boxes, de onde conseguiu largar após o time
reinicializar o monoposto. Buemi fez valer sua pole e ia comandando a prova sem
sustos, enquanto a concorrência atrás de si digladiava entre as posições. Mas
eis que o forte calor malaio começou a bagunçar os sistemas elétricos dos
carros, que começaram a sofrer panes esporádicas devido à refrigeração falha
dos sistemas, que se mostraram insuficientes para aguentar os cerca de 40° na
pista. E foram vários os pilotos que tiveram suas provas literalmente arruinadas
pelos "tilts" em seus carros. Entre eles Buemi, cujo carro passou a
circular muito lento pela pista. O suíço conseguiu chegar aos boxes e efetuou
sua troca de monoposto, mas sua corrida já ficara comprometida pelo tempo em
que andou lento na pista, para não mencionar que a troca de carro foi feita na
15ª volta, de um total de 33 giros, o que significava ter de economizar muita
energia se quisesse chegar ao final. Nicolas Prost, alertado pelo time, também
trocou de carro prematuramente, e as chances de vitória ficaram bem diminutas,
pelo mesmo motivo: economizar carga das baterias para chegar ao fim. Lucas Di
Grassi, no ataque, superou Prost e assumiu a liderança da corrida, enquanto
Antônio Félix da Costa era outro cujo carro também parou na pista, e depois
voltou a funcionar, bagunçando a corrida do piloto português. Nelsinho Piquet,
mais uma vez largando do fim do grid, ia conseguindo se aguentar na pista e
ganhando posições com os problemas dos adversários, mesmo com o ritmo de seu
carro não sendo dos melhores. A poucas voltas do final, o carro de Buemi parou
de vez, e a disputa de posições na dianteira da corrida esquentava atrás de
Lucas Di Grassi: Jerôme D'Ambrosio acertou o muro na disputa de posição, e
acabou superado por Sam Bird, enquanto Robin Frijns também deu uma tocada no
muro, e com o carro literalmente torto, ainda conseguiu permanecer na pista.
Nicolas Prost, da liderança foi caindo para o meio do pelotão, enquanto Félix
da Costa ficava definitivamente pelo caminho. Lucas Di Grassi conseguiu não ter
nenhum problema durante a prova, e com uma pilotagem firme, fazendo
ultrapassagens no momento certo, venceu pela segunda vez na categoria, e
assumiu a liderança da competição. Sam Bird, o 2° colocado, fez uma corrida de
recuperação excelente, tendo largado em 14°, enquanto Frijns, mesmo com o carro
torto, ainda fechou o pódio em 3°, seguindo de Sarrazin, que largara dos boxes
e finalizou em 4°. A próxima corrida da competição será em Punta Del Este, no
Uruguai, no dia 19 de dezembro.
Os pilotos brasileiros conseguiram
alguns bons resultados na etapa de Putrajaya da F-E, apesar de alguns
percalços. Com a vitória, Lucas Di Grassi assumiu a liderança do campeonato,
uma vez que havia sido o 2° colocado na etapa de Pequim. O brasileiro da equipe
Audi ABT tem 43 pontos, contra 35 de Sébastien Buemi, que apesar do abandono,
marcou os pontos extras pela pole e volta mais rápida antes de abandonar na
etapa malaia. Mas Lucas enfatiza que a e.dams ainda são os carros a serem
batidos, e será preciso melhorar a performance de seu time para conseguir
desafiar o time francês em um duelo direto, sem depender de problemas dos
adversários, como ocorreu na Malásia. Bruno Senna, por sua vez, foi outro
piloto que teve percalços no carro devido ao forte calor malaio, mas conseguiu
esquivar-se dos problemas mais complicados, e recuperar-se na corrida,
terminando em um excelente 5° lugar, e assumindo a 8ª posição no campeonato,
com 10 pontos. Já Nelsinho Piquet, com problemas de performance novamente em
seu carro, precisou contar com a sorte de não enfrentar os mesmos problemas de
seus adversários no forte calor malaio para chegar entre os 10 primeiros
colocados, finalizando a prova em 8° lugar, e ocupando agora a 12ª colocação,
com apenas 4 pontos. Tanto Senna quanto Piquet esperam melhorar suas posições,
estando classificados atrás de seus companheiros de equipe. Nick Heidfeld é o
4° colocado, com 17 pontos, na Mahindra; já Oliver Turvey, da China Racing, é o
10° colocado, com 8 pontos.
A prova da F-E em Putrajaya, aliás, contou
novamente com apenas 18 carros no grid. A equipe de Jarno Trulli, que na etapa
de Pequim, perdeu a verificação técnica por ter seus equipamentos empacados no
desembaraço da alfândega chinesa, desta vez teve seus carros reprovados na
inspeção técnica, não atendendo aos requisitos de segurança exigidos para os
monopostos. Tendo perdido duas etapas do campeonato, já se fala em crise na
escuderia gerenciada pelo ex-piloto italiano, a ponto de se especularem que a
saída para a situação mais provável seria a venda do time para algum
interessado que tenha melhores condições de resolver os problemas técnicos e de
logística enfrentados. Alejandro Agag, chefe da categoria de carros elétricos,
está realizando esforços para ajudar a solucionar a situação, a fim de evitar
maiores problemas à competição, mas até o presente momento, nada de concreto
ainda foi definido. Espera-se que a equipe consiga se reorganizar e participar
adequadamente da próxima corrida do campeonato, no dia 19 de dezembro, no
Uruguai.
Ex-piloto da F-1, onde competiu pelas
equipes Williams, McLaren e Benetton, o austríaco Alexander Wurz nos últimos
anos competiu no Mundial de Endurance como titular da equipe Toyota, e aos
41anos, anunciou neste mês de novembro a sua aposentadoria definitiva como
piloto. Wurz disputou 69 provas entre 1997 e 2007 na F-1, tendo acumulado 45
pontos na categoria. Os melhores resultados do piloto, contudo, foram as duas
vitórias que conquistou nas 24 Horas de Le Mans, em 1996, pela Porsche, e em
2009, pela Peugeot. Nos últimos tempos, Wurz também atuava como consultor na
equipe Williams, e também sendo um dos pilotos titulares da equipe Toyota no
WEC, onde conquistou 5 vitórias.
Bicampeão da MotoGP, o australiano Casey
Stoner estará de volta à categoria rainha do motociclismo em 2016, mas na
condição de piloto de testes da equipe Ducati. Apesar de ter abandonado a
competição, Stoner ainda se mantinha sob contrato da Honda, até que resolveu
sair da marca nipônica. Stoner retorna assim ao time da marca italiana onde correu
por 4 temporadas, entre os anos de 2007 a 2010, tendo inclusive conquistado o
campeonato de 2007, o único título da Ducati na categoria até hoje. Além de ser
o piloto de testes da marca, Stoner também atuará como embaixador da Ducati. Os
fãs, claro, esperam que o australiano volte a alinhar oficialmente em uma
corrida, mas para 2016, o time italiano já confirmou a permanência da atual
dupla de pilotos que representou a escuderia nesta temporada, Andrea Dovizioso
e Andrea Iannone, que seguem firme como titulares. Casey Stoner foi campeão
também em 2011, correndo pela equipe da Honda. O australiano estreou na classe
rainha do motociclismo em 2006, e deixou a MotoGP ao fim da temporada de 2012,
tendo obtido um total de 38 vitórias, 39 poles, e 1.815 pontos. Stoner
abandonou a competição por não concordar com os rumos que a categoria estava
tomando. Mas nunca se distanciou totalmente da MotoGP. A Ducati cresceu
bastante nesta temporada, embora tenha sido impotente para se meter no meio da
luta Honda X Yamaha, mas a intenção é diminuir ainda mais esta diferença no
próximo ano, e a ajuda de Stoner nos testes é vista como um passo importante
nessa evolução que a marca pretende conseguir no curto prazo. Vejamos o que
eles conseguem se aprimorar com os esforços do bicampeão australiano.
Derrotada pela Toyota no WEC em 2014, e
amplamente superada pela Porsche no campeonato deste ano, a Audi planeja o
contra-ataque para 2016, com a apresentação do novo modelo R18, que incorpora
importantes mudanças nos sistemas híbridos de recuperação de energia, entre os
quais a adoção de baterias de íon-lítio, assim como a Porsche. A capacidade dos
sistemas também será ampliada, passando dos 4 MJ para 6 MJ, de forma a diminuir
a diferença para os novos campeões da categoria. O motor turbodiesel foi
completamente revisado, e deverá apresentar melhor resposta de performance.
Para completar, a Audi confirmou também seus trios de pilotos para o próximo
ano, permanecendo os pilotos Marcel Fassler, André Lotterer, Benoit Treluyer,
no comando do carro 7; e Lucas di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis, no carro
8. Resta saber se os melhoramentos no modelo conseguirão levar a Audi de novo
para a dianteira da competição, lembrando que a Porsche não deverá ficar
parada, e certamente também irá evoluir o seu equipamento para o próximo ano.
Aliás, seguindo o exemplo da Audi, a Porsche também manterá seus atuais pilotos
titulares para 2016. O trio campeão Mark Webber, Timo Bernhard e Brendon
Hartley tentará conquistar o bicampeonato, ao lado do trio Neel Jani, Romain
Dumas e Marc Lieb. A parada promete ser acirrada entre os dois times alemães.
A equipe Lótus de F-1 fechou o
campeonato de 2015 aos trancos e barrancos financeiros. Para chegar à última
prova, em Abu Dhabi,
o time inglês precisou de uma ajuda de Bernie Ecclestone, que bancou o
transporte para a corrida de encerramento da temporada. E ainda não foi
oficializada a recompra da escuderia pela Renault, embora esteja quase tudo
certo, faltando apenas tudo ser posto preto no branco no papel. O time fechou o
campeonato na sexta colocação, com 78 pontos, e deu sorte de não ter sido
superada pela Toro Rosso neste final de campeonato, uma vez que o time “B” da
Red Bull vinha tendo melhor performance do que os carros pretos e dourados. E
pelo menos conseguiu mostrar alguma recuperação, pois em 2014 foi oitavo
colocado na competição, tendo marcado apenas 10 pontos. Se não tivesse
enfrentado problemas financeiros, poderia até ter finalizado melhor o ano.
Resta esperar agora pelo retorno da escuderia ao comando da Renault em 2016, e
esperar por dias melhores.
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