De
volta com um de meus antigos textos, este abriu o mês de julho de 1997, e o
assunto era a ameaça da Ferrari ao campeonato até então dominado pela equipe
Williams naquela temporada. Jacques Villeneuve era o favorito destacado, mas
Michael Schumacher, em seu segundo ano de competição pela equipe de Maranello,
já mostrava a que tinha vindo e colocava o time italiano de novo na briga pelo
título. De quebra, notas rápidas sobre alguns acontecimentos do mundo da
velocidade naquela semana. Uma boa leitura para todos...
A AMEAÇA VERMELHA
A
Williams que se cuide! A Ferrari vem aí! Favorita disparada ao título no início
da temporada, a escuderia de Frank Williams, quem diria, encontra-se em posição
duvidosa ao meio do atual campeonato de Fórmula 1. A ameaça vem muito bem
sinalizada na Ferrari, cujos carros são todos vermelhos, cor que
tradicionalmente significa perigo. E a ameaça é mais do que evidente,
especialmente depois do que se viu em Magny-Cours, onde foi disputado no último
domingo o Grande Prêmio da França: Michael Schumacher dominou completamente a
corrida desde a classificação para o grid de largada, surpreendendo a Williams
e principalmente Jacques Villeneuve, até então o favorito ao título da
temporada.
A
Ferrari lançou em Magny-Cours uma revisão aerodinâmica de seu carro, melhorando
significativamente o seu desempenho. Os resultados apareceram na corrida, onde
Schumacher deu o seu show de sempre, e Eddie Irvinne fez uma competente corrida
para chegar ao pódio em 3º lugar, andando a prova inteira praticamente nesta
posição. Mais do que a nova configuração aerodinâmica, a Ferrari encontrou
também um excelente acerto para o circuito francês. A Williams, por mais que
tentasse, não conseguia encontrar o mesmo acerto para seus carros, mas bem que
tentou, pois Heinz-Harald Frentzen reagiu no final do treino, alcançando a 2ª
posição no grid de largada.
Frentzen,
por sinal, parece finalmente encontrar seu ritmo na Williams. O piloto alemão
andou à frente de Villeneuve durante toda a classificação e mostrou raça na corrida,
andando sempre atrás de Schumacher e subindo ao pódio. Não ameaçou seu
conterrâneo da Ferrari, mas redimiu sua equipe do que prometia ser um fiasco na
etapa francesa. Enquanto Frentzen parece acordar de sua hibernação, Jacques
Villeneuve parece ter sentido o golpe da reação de Michael Schumacher, que já
acumula 2 vitórias consecutivas nas últimas etapas. O piloto canadense cometeu
um erro grosseiro pela segunda vez consecutiva: desta vez Jacques rodou na
curva que dá acesso à reta dos boxes na última volta do GP francês, na ânsia de
tentar ultrapassar Eddie Irvinne, na luta pela 3ª posição. O prejuízo só não
foi maior porque o canadense conseguiu voltar à pista e cruzou a linha de
chegada um mínimo à frente de Jean Alesi, que terminou na 5ª posição. Como
desgraça pouca é bobagem, o filho de Gilles Villeneuve ainda amargou um
abandono infantil na penúltima etapa, justamente em seu país, o Canadá, ao
rodar e bater seu carro logo no fim da 2ª volta daquela prova, abandonando a
corrida. E pensar que o canadense foi considerado muito melhor piloto do que
Damon Hill...
Michael
Schumacher mostra sua garra e fibra, e começa a reverter as expectativas da
corrida ao título. Tencionando, de início, correr por fora nesta disputa,
Schumacher já é o protagonista principal do campeonato. Assim como Ayrton Senna
conseguia desequilibrar suas pendengas com Alain Prost e Nigel Mansell. Só para
citar exemplos clássicos, em 1974, a Ferrari, então com Niki Lauda e Clay
Regazzoni, era a favorita disparada ao título. Mas quem venceu foi Émerson
Fittipaldi, da McLaren, que não tinha um carro tão bom quando a Ferrari. Valeu
mais a perícia do piloto brasileiro. Em 1983, Nélson Piquet aplicou lição
parecida em Alain Prost,
da Renault, e René Arnoux, da Ferrari. O brasileiro superou ambos no fim do
campeonato e levou o título. O resultado obtido pelo brasileiro foi tão
contundente que provocou a demissão de Prost pela direção da Renault.
Agora
a situação é muito similar, mas tem um agravante que o fato de a Ferrari
finalmente estar evoluindo e mostrando ter um carro que está praticamente quase
ao nível da Williams. Ainda é cedo para afirmar que o carro italiano seja
superior ao inglês, mas a Ferrari, ainda com meio campeonato pela frente,
parece ter a melhor chance de conquistar o título mundial desde o último
campeonato conquistado em 1979 por Jody Schkter.
André Ribeiro deu um basta no chassi Lola que vinha usando no
campeonato da F-CART. A equipes Tasman também decidiu mudar de carro e comprou
o chassi Reynard usado em testes pela equipe Walker, por 300 mil dólares. Como
só pôde comprar um chassi, André diz que terá de tomar muito cuidado para não
bater com o carro, já que teria de voltar a usar o chassi Lola, que ficará como
carro reserva. A próxima corrida do campeonato é em Cleveland, na semana que
vem.
Na F-Indy (IRL), Tony Stewart, da equipe Menard, finalmente desencantou
e venceu sua primeira prova na categoria, ao chegar em 1º lugar no GP do
Colorado, disputado em
Colorado Springs, no autódromo de Pikes Peak International
Raceway, de 1 milha de extensão, após as 200 voltas da prova, que teve inúmeros
acidentes. Marco Greco largou em 22º e terminou em 13º; Affonso Giaffone Neto
largou em 10º e ficou em 9º na bandeirada. Scott Sharp, o pole-position, foi o
primeiro a bater no muro, logo após ser dada a largada da corrida. A próxima
prova é no dia 26 de julho, em Charlotte.
Na etapa da F-Ford 2000 norte-americana, que foi disputada como
preliminar da F-Indy, em
Colorado Springs, deu vitória do brasileiro Zaqueu Morioka, a
1ª dele na categoria. Zaqueu é vice-líder do campeonato, com 11 pontos. O líder
é Budy Rice, que tem 34 pontos...
Ricardo Zonta venceu a 4ª etapa da F-3000 Internacional, em
Nurburgring, na Alemanha. A prova foi interrompida após 4 voltas por causa da
forte chuva. Max Wilson ficou em 5º lugar. Zonta ainda foi o pole da corrida e
só não está melhor no campeonato porque sua vitória em Silverstone foi cassada
devido a irregularidades em seu carro...
Nas 4 Horas de Nurburgring, disputada na semana passada, a equipe AMG
acabou deixando Roberto Moreno a pé depois que um dos carros Mercedes da
escuderia quebrou. Moreno havia feito a pole-position em conjunto com Bernd
Schneider. Com um carro a menos, a AMG remanejou os pilotos, e Moreno ficou sem
poder participar. A vitória acabou sendo da AMG, obtida por Schneider, em
conjunto com Klaus Ludwig.
Tarso Marques não foi muito longe em seu primeiro GP pela Minardi em
1997. Largando em último, devido a falhas do motor Hart na classificação, Tarso
abandonou o GP da França logo à 5ª volta, quando o mesmo motor estourou em seu
carro. Os demais brasileiros também não foram longe: Rubens Barrichello
abandonou na 36ª volta, enquanto Pedro Paulo Diniz deu adeus à corrida na volta
58...
Nova fofoca nos bastidores em Magny-Cours: Alain Prost, insatisfeito
com Shinji Nakano, poderia ter Damon Hill como piloto já no GP da Inglaterra,
daqui a 1 semana. Hill, por sua vez, insatisfeito com o desempenho da
TWR-Arrows até aqui, seria cedido por Tom Walkinshaw como forma de agradar à Honda
e conseguir o fornecimento de seus motores para 1998...
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