O
mês de julho já foi, e a segunda metade de 2015 já tem um mês a menos. Tentando
sempre acompanhar os acontecimentos que rolam por vezes tão rápido quanto os
carros na pista no o mundo da velocidade, é hora de mais uma edição da Flying
Laps, trazendo algumas considerações em notas breves sobre alguns dos
acontecimentos ocorridos neste último mês de julho. Portanto, boa leitura a
todos, e no mês que vem, tem muito mais por aqui...
O bicampeão
da MotoGP, Marc Márquez, enfim deu um tempo para o azar, e conseguiu quebrar a
sequência de vitórias da dupla da Yamaha, e mostrar que ele e a Honda ainda
podem promover uma reviravolta na disputa pelo título da classe rainha do
motociclismo. Na etapa da Alemanha, disputada no circuito de Sachsenring,
Márquez largou na pole, e enfrentou um Jorge Lorenzo inspirado de início,
roubando-lhe a ponta e prometendo complicar a situação. Mas a liderança do
piloto da Yamaha não durou muito, e Márquez retomou a ponta para não mais
perdê-la até a bandeirada final. Em contrapartida, Valentino Rossi começou sua
escalada rumo às primeiras posições, e chegou mesmo a estar em 2° lugar na
prova, deixando seu parceiro de time Lorenzo para trás. Mas quem também estava
disposto a mostrar a força da Honda na pista alemã foi Dani Pedrosa, que depois
de uma forte disputa, deixou Rossi também para trás, assumindo a 2ª colocação,
e chegando até a diminuir a distância que o separava do parceiro Márquez.
Assim, a Honda conseguiu sua primeira dobradinha na temporada, que chegou à sua
metade com o time da Yamaha comandando a classificação do campeonato, mas com o
aviso de que a Honda, especialmente com o atual bicampeão Márquez, ainda tem o
que oferecer na disputa, mesmo com a desvantagem atual de seu principal piloto
na classificação. Valentino Rossi ainda é o líder da competição, com 179
pontos, seguido de seu parceiro Jorge Lorenzo, com 166. Andrea Iannonne, da
Ducati, ainda é o 3° colocado na tabela, com 118 pontos, mas Marc Márquez já
encostou no italiano, estando logo atrás, com 114 pontos. Andrea Dovizioso, com
a outra Ducati, é o 5° colocado, com 87 pontos. Dani Pedrosa, depois de ficar
de fora de várias etapas, se recuperando de uma cirurgia feita no início de
abril, é o 7° colocado, com 67 pontos. A etapa de Sachsenring foi a primeira
corrida da temporada em que Pedrosa andou firme no mesmo ritmo dos ponteiros e
acompanhando Marc Márquez com afinco, e promete pelo menos engrossar a luta
pelos primeiros lugares nas corridas da segunda fase do campeonato. A próxima
etapa será no dia 9 de agosto, no traçado misto do autódromo de Indianápolis.
O campeonato da Indy Racing League teve
um mês bem agitado em se tratando da disputa pela vitória nas etapas de julho.
na segunda corrida de 500
milhas do campeonato, disputada no California Speedway,
em Fontana, a vitória ficou com Graham Rahal, que conquistou assim seu segundo
triunfo na categoria. Filho do tricampeão da F-Indy Bobby Rahal, Graham defende
atualmente a escuderia fundada por seu pai, que estreou em 1992 na F-Indy, onde
o pai conquistou seu 3° e último título. Rahal havia vencido a corrida de
estréia na categoria, em 2008, no circuito de rua de São Petesburgo, no que foi
a última vitória da equipe Newmann/Hass em uma categoria Indy, e também a sua
única no certame da IRL. Tony Kanaan bateu novamente na trave, terminando a
prova em 2° lugar, com Marco Andretti fechando o pódio na 3ª colocação. Juan
Pablo Montoya fez uma corrida competente, e finalizou em 4° lugar, mantendo-se
sempre constante e reafirmando sua liderança no campeonato. Scott Dixon, que
também luta pelo campeonato, fez um 6° lugar, e também se manteve firme na
disputa. Para a Penske, apenas Montoya conseguiu um bom resultado em Fontana,
com seu 4° lugar: Simon Pagenaud terminou a corrida em 9° lugar, depois de
largar na pole-position, numa primeira fila toda da Penske, com Hélio Castro
Neves largando em 2° lugar, mas tendo o azar de sofrer um acidente durante a
prova, felizmente, sem ferimentos para o piloto, destino que também foi
compartilhado pelo atual campeão, Will Power.
Um ponto negativo na corrida de Fontana
foi o pouco público presente no circuito. Embora a corrida tenha sido
emocionante, com os carros andando sempre próximos uns dos outros (aliás, na
opinião dos pilotos, próximos até demais, favorecendo a possibilidade de
acidentes, como o que tirou Helinho da corrida, e perto do final, com a
capotagem sofrida por Ryan Briscoe, após decolar com o carro em um toque com Ryan
Hunter-Reay), as enormes arquibancadas do California Speedway estava
praticamente vazias em sua grande maioria. A divulgação da corrida foi pífia,
no que pode ser um mancha para a imagem da categoria, que ainda tenta se
reerguer perante o público americano. Consta que Ryan Hunter-Reay, ao visitar
sua família no fim de semana da corrida, teria ficado surpreso por eles nem
mesmo saberem que seria disputada a prova naquele fim de semana. E olha que era
a família de um dos principais pilotos da competição, que já foi campeão pela
equipe de Michael Andretti. Embora a responsabilidade de divulgação das
corridas caibam aos promotores locais das mesmas, não há como negar que a
própria Indycar tem de se mobilizar para conseguir efetivar melhor a divulgação
das provas. Correr numa pista onde as arquibancadas estão praticamente sem
ninguém é algo muito triste e que compromete a seriedade e o trabalho
desenvolvido para se conduzir uma competição com credibilidade. Para não
mencionar que, sem um público decente, uma corrida não dá lucro, e sem lucro,
não se tem corrida. E, sem corrida, podemos ficar sem campeonato, ou quase
isso. Os dirigentes que se mexam e dêem um jeito de promover melhor o
campeonato, porque as corridas têm sido boas, e com um equilíbrio de vencedores
até interessante. E autódromos lotados mostram bem como uma categoria interage
com seu público e a promove com competência. Alguém já viu uma prova da Nascar
com pouco público nas arquibancadas? De memória, não me lembro de nenhuma...
Na prova seguinte, no circuito oval de
Milwaukee, foi Sebastian Bourdais a triunfar, com a KV Racing. Hélio Castro
Neves fechou a corrida na 2ª posição, após uma corrida de recuperação, tendo
largado em último. Graham Rahal novamente esteve no pódio, em 3° lugar, e Juan
Pablo Montoya, por sua vez, conseguiu outro 4° lugar, mantendo sua regularidade
na competição. E quem pareceu ter voltado a sentir a maldição dos ovais foi
Will Power. No seu início como piloto do time de Roger Penske, o australiano
arrepiava nos circuitos de rua e mistos, mas não conseguia mostrar o mesmo
domínio nas pistas ovais. Nos últimos tempos, Power tratou de corrigir esse
problema, como mostrou o seu 2° lugar na Indy500 deste ano. Mas, vez por outra,
ele ainda volta a ter alguns azares neste tipo de pista. Foi o que ocorreu em
West Allis, quando o atual campeão da IRL acabou sendo acertado numa das
relargadas da prova por Ryan Briscoe, que rodou sozinho e acabou acertando o
carro do australiano, com ambos dizendo adeus à corrida. Vale lembrar que o australiano
também acabou sofrendo um acidente na corrida de Fontana, outra pista oval,
desta vez em um enrosco com o japonês Takuma Sato.
Enquanto Penske, Ganassi e a
Rahal/Letterman/Lanigan discutem o campeonato na IRl 2015, quem anda por baixo
na atual temporada é a Andretti Autosport. A escuderia aparentemente não tem
conseguido se encontrar com o novo kit aerodinâmico produzido pela Honda, e o
desempenho de seus pilotos no campeonato tem dependido mais de brilhos
esporádicos do que de performance propriamente. O melhor que o time havia
conseguido no ano foi a vitória de Carlos Muñoz na primeira corrida de Detroit,
com direito a dobradinha com Marco Andretti, que também conseguiu um pódio na
etapa de Fontana, mas para a fama do time de Michael Andretti, estava sendo
muito pouco. E eis que a etapa de Iowa sorriu para a escuderia, ou mais
propriamente para Ryan Hunter-Reay, que conseguiu para seu time a 5ª vitória
consecutiva no menor circuito oval do campeonato. Para os brasileiros na
corrida, o início promissor não se confirmou durante a prova: Hélio Castro
Neves largou na pole, mas foi perdendo rendimento durante a parte final da corrida,
finalizando em 11° lugar. Já Tony Kanaan, que largou na primeira fila ao lado
do compatriota da equipe Penske, foi ainda pior: depois de liderar um bom
tempo, e estar sempre entre os primeiros colocados, o piloto baiano enfrentou
problemas em seu carro e abandonou a corrida. E a prova de Iowa marcou o
primeiro abandono de Juan Pablo Montoya na temporada. O colombiano vinha terminando
todas as corridas até então, mas no pequeno circuito oval, enfrentou sua
primeira quebra na temporada, quando sua suspensão quebrou e o líder do
campeonato foi parar no muro. Melhor para Montoya que um de seus principais
perseguidores na luta pelo título, Scott Dixon, também não viu a bandeirada,
sofrendo um abandono na prova. O resultado da corrida deixou Graham Rahal, que
terminou a prova em 4° lugar, na vice-liderança do campeonato, superando Dixon
na pontuação.
No Mundial de Rali 2015, o francês
Sébastien Ogier continua deitando e rolando. A etapa da Polônia, disputada
neste mês de julho, viu novamente a vitória do atual campeão da categoria. Para
a Volkswagen, melhor, impossível: Andreas Mikkelsen fechou a dobradinha do time
de fábrica no pódio, e de quebra, assumiu a vice-liderança da competição, com
83 pontos, pouco mais do que a metade da pontuação de Ogier no campeonato, que
é de 161 pontos. O terceiro lugar na classificação está bem disputado, entre o
norueguês Mads Ostberg, com 69 pontos, e o finlandês Jari-Matti Latvala, com 66
pontos. Com 6 etapas para fechar o campeonato de 2015, por mais esperanças que
tenham, o tricampeonato de Ogier na competição é apenas uma questão de tempo. A
única dúvida é saber em que prova o francês vai conseguir fechar
matematicamente a disputa, uma vez que mesmo tendo o mesmo equipamento, seus
companheiros na equipe Volkswagen pouco conseguem fazer para equilibrar a
disputa: Latvala ficou sem pontuar em 3 etapas, enquanto Mikkelsen zerou os
pontos em uma etapa. Ogier, por outro lado, não deixou de pontuar em nenhuma
etapa até aqui, mesmo quando zerou no resultado geral, como na Argentina, mas
marcou 3 pontos pelo triunfo no Power Stage da etapa. E Mads Ostberg, da
Citroen, só teve como melhor resultado dois segundos lugares nas etapas
disputadas até aqui. Só um desastre mesmo para deter o piloto francês da
Volkswagen...
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