quarta-feira, 5 de agosto de 2015

FLYING LAPS - JULHO DE 2015



            O mês de julho já foi, e a segunda metade de 2015 já tem um mês a menos. Tentando sempre acompanhar os acontecimentos que rolam por vezes tão rápido quanto os carros na pista no o mundo da velocidade, é hora de mais uma edição da Flying Laps, trazendo algumas considerações em notas breves sobre alguns dos acontecimentos ocorridos neste último mês de julho. Portanto, boa leitura a todos, e no mês que vem, tem muito mais por aqui...


O bicampeão da MotoGP, Marc Márquez, enfim deu um tempo para o azar, e conseguiu quebrar a sequência de vitórias da dupla da Yamaha, e mostrar que ele e a Honda ainda podem promover uma reviravolta na disputa pelo título da classe rainha do motociclismo. Na etapa da Alemanha, disputada no circuito de Sachsenring, Márquez largou na pole, e enfrentou um Jorge Lorenzo inspirado de início, roubando-lhe a ponta e prometendo complicar a situação. Mas a liderança do piloto da Yamaha não durou muito, e Márquez retomou a ponta para não mais perdê-la até a bandeirada final. Em contrapartida, Valentino Rossi começou sua escalada rumo às primeiras posições, e chegou mesmo a estar em 2° lugar na prova, deixando seu parceiro de time Lorenzo para trás. Mas quem também estava disposto a mostrar a força da Honda na pista alemã foi Dani Pedrosa, que depois de uma forte disputa, deixou Rossi também para trás, assumindo a 2ª colocação, e chegando até a diminuir a distância que o separava do parceiro Márquez. Assim, a Honda conseguiu sua primeira dobradinha na temporada, que chegou à sua metade com o time da Yamaha comandando a classificação do campeonato, mas com o aviso de que a Honda, especialmente com o atual bicampeão Márquez, ainda tem o que oferecer na disputa, mesmo com a desvantagem atual de seu principal piloto na classificação. Valentino Rossi ainda é o líder da competição, com 179 pontos, seguido de seu parceiro Jorge Lorenzo, com 166. Andrea Iannonne, da Ducati, ainda é o 3° colocado na tabela, com 118 pontos, mas Marc Márquez já encostou no italiano, estando logo atrás, com 114 pontos. Andrea Dovizioso, com a outra Ducati, é o 5° colocado, com 87 pontos. Dani Pedrosa, depois de ficar de fora de várias etapas, se recuperando de uma cirurgia feita no início de abril, é o 7° colocado, com 67 pontos. A etapa de Sachsenring foi a primeira corrida da temporada em que Pedrosa andou firme no mesmo ritmo dos ponteiros e acompanhando Marc Márquez com afinco, e promete pelo menos engrossar a luta pelos primeiros lugares nas corridas da segunda fase do campeonato. A próxima etapa será no dia 9 de agosto, no traçado misto do autódromo de Indianápolis.


O campeonato da Indy Racing League teve um mês bem agitado em se tratando da disputa pela vitória nas etapas de julho. na segunda corrida de 500 milhas do campeonato, disputada no California Speedway, em Fontana, a vitória ficou com Graham Rahal, que conquistou assim seu segundo triunfo na categoria. Filho do tricampeão da F-Indy Bobby Rahal, Graham defende atualmente a escuderia fundada por seu pai, que estreou em 1992 na F-Indy, onde o pai conquistou seu 3° e último título. Rahal havia vencido a corrida de estréia na categoria, em 2008, no circuito de rua de São Petesburgo, no que foi a última vitória da equipe Newmann/Hass em uma categoria Indy, e também a sua única no certame da IRL. Tony Kanaan bateu novamente na trave, terminando a prova em 2° lugar, com Marco Andretti fechando o pódio na 3ª colocação. Juan Pablo Montoya fez uma corrida competente, e finalizou em 4° lugar, mantendo-se sempre constante e reafirmando sua liderança no campeonato. Scott Dixon, que também luta pelo campeonato, fez um 6° lugar, e também se manteve firme na disputa. Para a Penske, apenas Montoya conseguiu um bom resultado em Fontana, com seu 4° lugar: Simon Pagenaud terminou a corrida em 9° lugar, depois de largar na pole-position, numa primeira fila toda da Penske, com Hélio Castro Neves largando em 2° lugar, mas tendo o azar de sofrer um acidente durante a prova, felizmente, sem ferimentos para o piloto, destino que também foi compartilhado pelo atual campeão, Will Power.


Um ponto negativo na corrida de Fontana foi o pouco público presente no circuito. Embora a corrida tenha sido emocionante, com os carros andando sempre próximos uns dos outros (aliás, na opinião dos pilotos, próximos até demais, favorecendo a possibilidade de acidentes, como o que tirou Helinho da corrida, e perto do final, com a capotagem sofrida por Ryan Briscoe, após decolar com o carro em um toque com Ryan Hunter-Reay), as enormes arquibancadas do California Speedway estava praticamente vazias em sua grande maioria. A divulgação da corrida foi pífia, no que pode ser um mancha para a imagem da categoria, que ainda tenta se reerguer perante o público americano. Consta que Ryan Hunter-Reay, ao visitar sua família no fim de semana da corrida, teria ficado surpreso por eles nem mesmo saberem que seria disputada a prova naquele fim de semana. E olha que era a família de um dos principais pilotos da competição, que já foi campeão pela equipe de Michael Andretti. Embora a responsabilidade de divulgação das corridas caibam aos promotores locais das mesmas, não há como negar que a própria Indycar tem de se mobilizar para conseguir efetivar melhor a divulgação das provas. Correr numa pista onde as arquibancadas estão praticamente sem ninguém é algo muito triste e que compromete a seriedade e o trabalho desenvolvido para se conduzir uma competição com credibilidade. Para não mencionar que, sem um público decente, uma corrida não dá lucro, e sem lucro, não se tem corrida. E, sem corrida, podemos ficar sem campeonato, ou quase isso. Os dirigentes que se mexam e dêem um jeito de promover melhor o campeonato, porque as corridas têm sido boas, e com um equilíbrio de vencedores até interessante. E autódromos lotados mostram bem como uma categoria interage com seu público e a promove com competência. Alguém já viu uma prova da Nascar com pouco público nas arquibancadas? De memória, não me lembro de nenhuma...


Na prova seguinte, no circuito oval de Milwaukee, foi Sebastian Bourdais a triunfar, com a KV Racing. Hélio Castro Neves fechou a corrida na 2ª posição, após uma corrida de recuperação, tendo largado em último. Graham Rahal novamente esteve no pódio, em 3° lugar, e Juan Pablo Montoya, por sua vez, conseguiu outro 4° lugar, mantendo sua regularidade na competição. E quem pareceu ter voltado a sentir a maldição dos ovais foi Will Power. No seu início como piloto do time de Roger Penske, o australiano arrepiava nos circuitos de rua e mistos, mas não conseguia mostrar o mesmo domínio nas pistas ovais. Nos últimos tempos, Power tratou de corrigir esse problema, como mostrou o seu 2° lugar na Indy500 deste ano. Mas, vez por outra, ele ainda volta a ter alguns azares neste tipo de pista. Foi o que ocorreu em West Allis, quando o atual campeão da IRL acabou sendo acertado numa das relargadas da prova por Ryan Briscoe, que rodou sozinho e acabou acertando o carro do australiano, com ambos dizendo adeus à corrida. Vale lembrar que o australiano também acabou sofrendo um acidente na corrida de Fontana, outra pista oval, desta vez em um enrosco com o japonês Takuma Sato.


Enquanto Penske, Ganassi e a Rahal/Letterman/Lanigan discutem o campeonato na IRl 2015, quem anda por baixo na atual temporada é a Andretti Autosport. A escuderia aparentemente não tem conseguido se encontrar com o novo kit aerodinâmico produzido pela Honda, e o desempenho de seus pilotos no campeonato tem dependido mais de brilhos esporádicos do que de performance propriamente. O melhor que o time havia conseguido no ano foi a vitória de Carlos Muñoz na primeira corrida de Detroit, com direito a dobradinha com Marco Andretti, que também conseguiu um pódio na etapa de Fontana, mas para a fama do time de Michael Andretti, estava sendo muito pouco. E eis que a etapa de Iowa sorriu para a escuderia, ou mais propriamente para Ryan Hunter-Reay, que conseguiu para seu time a 5ª vitória consecutiva no menor circuito oval do campeonato. Para os brasileiros na corrida, o início promissor não se confirmou durante a prova: Hélio Castro Neves largou na pole, mas foi perdendo rendimento durante a parte final da corrida, finalizando em 11° lugar. Já Tony Kanaan, que largou na primeira fila ao lado do compatriota da equipe Penske, foi ainda pior: depois de liderar um bom tempo, e estar sempre entre os primeiros colocados, o piloto baiano enfrentou problemas em seu carro e abandonou a corrida. E a prova de Iowa marcou o primeiro abandono de Juan Pablo Montoya na temporada. O colombiano vinha terminando todas as corridas até então, mas no pequeno circuito oval, enfrentou sua primeira quebra na temporada, quando sua suspensão quebrou e o líder do campeonato foi parar no muro. Melhor para Montoya que um de seus principais perseguidores na luta pelo título, Scott Dixon, também não viu a bandeirada, sofrendo um abandono na prova. O resultado da corrida deixou Graham Rahal, que terminou a prova em 4° lugar, na vice-liderança do campeonato, superando Dixon na pontuação.


No Mundial de Rali 2015, o francês Sébastien Ogier continua deitando e rolando. A etapa da Polônia, disputada neste mês de julho, viu novamente a vitória do atual campeão da categoria. Para a Volkswagen, melhor, impossível: Andreas Mikkelsen fechou a dobradinha do time de fábrica no pódio, e de quebra, assumiu a vice-liderança da competição, com 83 pontos, pouco mais do que a metade da pontuação de Ogier no campeonato, que é de 161 pontos. O terceiro lugar na classificação está bem disputado, entre o norueguês Mads Ostberg, com 69 pontos, e o finlandês Jari-Matti Latvala, com 66 pontos. Com 6 etapas para fechar o campeonato de 2015, por mais esperanças que tenham, o tricampeonato de Ogier na competição é apenas uma questão de tempo. A única dúvida é saber em que prova o francês vai conseguir fechar matematicamente a disputa, uma vez que mesmo tendo o mesmo equipamento, seus companheiros na equipe Volkswagen pouco conseguem fazer para equilibrar a disputa: Latvala ficou sem pontuar em 3 etapas, enquanto Mikkelsen zerou os pontos em uma etapa. Ogier, por outro lado, não deixou de pontuar em nenhuma etapa até aqui, mesmo quando zerou no resultado geral, como na Argentina, mas marcou 3 pontos pelo triunfo no Power Stage da etapa. E Mads Ostberg, da Citroen, só teve como melhor resultado dois segundos lugares nas etapas disputadas até aqui. Só um desastre mesmo para deter o piloto francês da Volkswagen...
 

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