A F-Inter e o seu monoposto de competição, que será alugado para os pilotos que quiserem competir no certame. |
Ontem, em São Paulo,
foi feito o lançamento oficial da mais nova categoria do automobilismo
nacional, a F-INTER, que surge como uma nova proposta de formação e
desenvolvimento para os pilotos no Brasil, com custos bem acessíveis para todos
os interessados. A nova categoria é fruto da paixão do empresário Marcos
Galassi, que comandou a apresentação do certame, que iniciará seu campeonato no
próximo ano, e fará parte do Campeonato Paulista de Automobilismo, sob
administração da Federação de Automobilismo de São Paulo.
Começando hoje, dia
14, e indo até domingo, dia 16,
a F-Inter estará fazendo sua apresentação aos pilotos,
ao mercado, e a todos os fãs que amam o automobilismo. O objetivo é promover
hoje 2 eventos programados voltados especialmente para os pilotos interessados
em competir na nova categoria, e amanhã e no domingo, fazer uma apresentação
geral ao público, para divulgar a todos o projeto e permitir que os fãs possam
ver de perto os planos da categoria. Pelo cronograma, hoje, dàs 11 e as 16
horas, os eventos serão destinados aos pilotos e pretendentes a pilotos que
estejam interessados em participar da competição. O objetivo é permitir que
possam conhecer o carro que será utilizado no certame, além de ficarem a par de
todas as condições comerciais, a plataforma de comunicação e o calendário da
primeira temporada. Em ambos os eventos os participantes já poderão convidar
potenciais patrocinadores e apoiadores para seus planos de participação, podendo
assim receber todo o suporte da equipe F-Inter sobre todos os temas a serem
expostos. Para o sábado e o domingo, a intenção é abrir as portas à visitação do
público interessado em geral, no horário entre as 10 e as 18 horas, para que
todos os fãs de corridas tenham a chance em conhecer de perto o carro, saber
detalhes sobre a categoria, tirar fotos, etc. Tudo será realizado na sede da
nova categoria, localizada em São Paulo, capital, na Rua Aurea, 36, no bairro da
Vila Mariana, zona sul.
O esquema de competição
será no estilo "sente e pague". Por um valor determinado, o piloto ou
candidato a piloto poderá disputar o campeonato que será realizado no ano que
vem. Obviamente que não será qualquer um que poderá pilotar os carros. Os
candidatos terão de possuir licença de competição da Federação Paulista de
Automobilismo. Para quem não tiver a licença, a própria F-Inter irá indicar o
candidato a uma escola de pilotagem credenciada, onde a pessoa precisará passar
pelos trâmites normais de obtenção de uma licença desse porte.
O valor de locação do
carro de competição inclui pneus + combústivel + operação para todas as 11
etapas (compreendido o Torneio Interfest 2015 mais a Temporada 2016 da F-Inter).
Cada etapa inclui um mínimo de 2 sessões de treinos livres, mais o treino de classificação
e a corrida propriamente dita por final de semana. Mas o pacote é bem mais
abrangente do que se imagina, e inclui outros benefícios, entre eles: equipe e infraestrutura
de box completas; Hospitality Center com Buffet em cada uma das etapas para até
4 pessoas adicionais (poderão ser convidados mais pessoas, mas nesse caso os convites
adicionais devem ser comprados separadamente); gravação de todas as etapas para
eventual veiculação em série de TV e outros meios; participação no Clube F-Inter,
que será um clube de pilotos que desfrutará das parcerias firmadas pela F-Inter,
bem como descontos em produtos da Corsa Racing e descontos na Escola de
Pilotagem Alpie; assessoria de imprensa especializada para a categoria; produção
de conteúdo com o piloto, relacionando-o à F-Inter; concepção e produção de
produtos de marketing pessoal para cada piloto, como camisetas, bonés, camisas,
etc...; merchandising nas áreas designadas do carro e Hospitality Center; participação
na série de TV F-Inter (ainda em negociação) e nas ações de mídias sociais
proporcionando um maior apelo de mídia para o piloto e seu patrocinador; programa
de treinamento em pilotagem, marketing, media training, coleta e análise de
dados e mecânica ministrados pelo time da F-Inter composto por profissionais em
cada uma das áreas, que ocorrerão após o início da temporada; além de outros
benefícios que ainda estão sendo desenvolvidos pela direção da nova categoria.
F-Inter MG-15 será o monoposto de competição que será oferecido aos pilotos interessados, e foi desenvolvido no Brasil para a nova competição. |
O carro será igual
para todos os pilotos, não haverá equipes, uma vez que todos os monopostos
pertencerão à própria F-Inter. O modelo foi desenvolvido e concebido no Brasil,
utilizando os mais modernos conhecimentos de construção de carros de competição
monoposto. Com a intenção de produzir um carro com os custos mais acessíveis
possível, praticamente mais de 90% do bólido foi desenvolvido e produzido na
Minelli Racing. O monoposto é designado F-Inter MG-15, com estrutura de chassi
tubular, suspensões independentes, e conta com um motor 2.0, de quatro
cilindros, 16 válvulas, com injeção direta, e potência de cerca de 191 HPs. A caixa
de câmbio é nacional, com 4 marchas em "H". O bólido deve ser capaz
de chegar próximo dos 250
Km/h nas retas do circuito de Interlagos, e utilizará
rodas de fabricação própria em magnésio de aro 13 polegadas, com tamanho
de 8 polegadas
na dianteira e 10
polegadas na traseira. Os pneus serão fornecidos pela
Pirelli, uma das apoiadoras do projeto do novo certame. A carenagem será de
fibra de vidro e carbono, além de outros materiais compostos. O carro contará
com asas dianteira e traseiras, ajustáveis.
Marcus Galassi, que
comanda a iniciativa desta nova categoria de competição, viveu nos Estados
Unidos nos últimos tempos, e lá adquiriu conhecimento e experiência com as categorias
de acesso à Indycar, como a Pro Mazda. Num momento particularmente difícil na
economia nacional, e no próprio automobilismo nacional, tudo o que ele
vivenciou por lá lhe permitiu conhecer as necessidades e desafios que terão de
ser vencidos no estabelecimento desta nova categoria de competição nacional. A
empreitada, na verdade, já vem sendo desenvolvida há vários meses, numa
preparação meticulosa para não dar passos em falso. Mesmo com o lançamento
oficial que está sendo feito neste fim de semana em São Paulo, capital, Galassi
e toda a sua equipe continuam desenvolvendo o projeto, em busca do maior número
de parcerias possível, para garantir a máxima estabilidade do projeto. Tudo
isso com um planejamento de divulgação profissional e que permita a exposição
da categoria e de seus parceiros e patrocinadores. E divulgação é um dos
fatores primordiais para que uma categoria de competição tenha sucesso. Visando
garantir uma boa divulgação, a nova F-Inter terá um canal exclusivo no site Grande
Prêmio (www.grandepremio.uol.com.br), especializado em cobertura e notícias do
mundo das competições automobilísticas, onde será feita a cobertura de todas as
etapas do campeonato, bem como programas especiais sobre a categoria.
Trata-se de uma
excelente iniciativa para melhorar e desenvolver o automobilismo nacional, que
hoje é praticamente uma sombra do que já foi, quando nosso país possuía
diversas categorias, que nos permitiram brilhar no automobilismo internacional,
com a obtenção de títulos nas mais respeitadas competições do mundo do esporte
a motor, como os títulos conquistados na F-1, na F-Indy, IRL, F-3 inglesa, etc.
Tínhamos tantos nomes bons com potencial de ser campeões que ser brasileiro já era
uma recomendação quase básica. Infelizmente, nosso mercado nacional de competição
foi definhando, e hoje, praticamente não oferece mais as mesmas oportunidades
de formação aos pilotos que querem seguir carreira.
As competições de kart
seguem firmes, revelando nomes todos os anos, mas após o kart, não há mais
categorias-escola, onde os pilotos possam dar o passo seguinte em suas carreiras,
e começar a formar melhor sua base de conhecimento de competições mais
aprimoradas. Antigamente, ao sair do kart, havia várias categorias monoposto
onde o piloto poderia continuar seu aprendizado, como a F-Vê, F-Ford,
F-Chevrolet, F-2, F-3, etc. Hoje, temos apenas a F-3 Brasil, um novo campeonato
monoposto formado após o fim da antiga F-3 brasileira, e F-3 sul-americana. As
fábricas deixaram de apoiar os campeonatos que levavam seus nomes, como a
F-Ford, e a F-Chevrolet. E, fora a F-3 Brasil, temos a Stock Car e a
F-Truck, que já são competições voltadas mais para pilotos formados e
experientes. Não há outras opções de competição mais viáveis, e quem quer dar
um seguimento à carreira, tem de ir para o exterior, em um momento onde os custos
de competição andam altos em vários lugares, e mesmo onde os custos são mais
acessíveis, os patrocínios andam escassos.
A nova F-Inter tem o
objetivo de preencher parte desta lacuna que surgiu no automobilismo nacional
nos últimos anos. A idéia é dar aos pilotos a chance de competirem por um custo
relativamente baixo, dados os benefícios inclusos no pacote. Além dos patrocínios
oficiais da competição, a idéia é também ajudar os pilotos a terem condições de
batalhar por patrocínios no mercado, ajudando o piloto a desenvolver suas
habilidades de negociação e gerenciamento. E, oferecendo suporte técnico
profissional, permitir aos pilotos aumentarem seus conhecimentos sobre o
comportamento dos carros, como fazer seus ajustes, entender sua mecânica, etc. Outro
ponto interessante é a premissa de formar pilotos através da Academia F-Inter,
para fomento de novos talentos no mundo do automobilismo, onde os candidatos
terão aulas e cursos sobre várias disciplinas. A academia, aliás, já tem sua
primeira turma de pilotos formados, cuja supervisão esteve a cargo de Roberto
Moreno, piloto brasileiro com larga experiência no mundo do automobilismo, tendo
passado pela F-1 e pela F-Indy.
A parceria com o site
Grande Prêmio também é uma ótima oportunidade de se garantir uma excelente
divulgação. Não é segredo de ninguém que nos últimos tempos, a mídia "tradicional",
leia-se jornais e revistas, praticamente sumiu com seus espaços dedicados às
competições do esporte a motor. Havia época onde os principais jornais
divulgavam as provas e acontecimentos das categorias de base de nosso
automobilismo, o que também acontecia em revistas como a Quatro Rodas e a
AutoEsporte, títulos que hoje praticamente varreram do mapa suas seções que
falavam de corridas. Hoje, a divulgação está na internet, e é preciso um bom
projeto para que isso não apenas garanta visibilidade, mas também viabilidade
financeira.
O custo de competição
da nova categoria deve ficar abaixo de R$ 15 mil por corrida, e quem quiser
disputar a F-Inter terá de adquirir o pacote de locação para toda a temporada,
com suas 11 etapas, com um preço total de pouco mais de R$ 150 mil, não sendo aceitas
inscrições apenas para uma corrida. Acho justo, pois está sendo dada uma
excelente oportunidade de competição com custos acessíveis, e um piloto que
queira mesmo seguir firme na carreira, tem de se planejar e aproveitar de forma
séria a chance que o novo certame está oferecendo, não sendo certo correr
apenas uma ou outra corrida, desistir logo em seguida e pular para outro canto,
para seguir outro caminho, dependendo das conveniências.
E a pergunta é: este
novo campeonato irá prosperar? Só saberemos a resposta no próximo ano. Espero
que ele tenha melhor sorte do que a Fórmula Futuro, campeonato que foi criado
com ajuda do piloto Felipe Massa, mas que definhou após poucos anos de existência,
ficando sem apoio da CBA e das montadoras de automóveis. Tudo indica que a
F-Inter terá condições melhores de êxito. Os custos serão mais baixos, e a
competição se dará entre pilotos, e não equipes. Os carros serão iguais, e seu
desenvolvimento será controlado pela própria direção da categoria, uma vez que
todos os carros lhe pertencem. As provas deverão ser disputadas unicamente em
Interlagos, uma vez que a categoria fará parte do Campeonato Paulista de
Automobilismo. Aliás, o próprio nome F-Inter é em referência ao autódromo da
capital paulista. Quem sabe, futuramente, o certame possa disputar provas em
outras pistas e Estados do país. E o mais importante de tudo é que é uma categoria
criada por uma iniciativa privada, ou seja, sem ter de depender da cartolagem
da CBA para se desenvolver. Só isso já ajudará bastante, e ajudará ainda mais
se a entidade não resolver se meter a besta querendo impor sua autoridade e
condições para que a nova competição possa desempenhar seu papel. O maior medo é
da entidade resolver meter a mão no meio e ajudar a entornar o caldo,
azedando-o. Não é querer ser pessimista, mas de saber que boas e positivas
iniciativas que são tomadas neste país sempre despertam inveja e ciumeira de
quem está por cima, e se acha no direito de impor sua visão aos demais.
A F-Inter tem um
projeto e desafio entusiasmantes. Que possam ser bem sucedidos em todos os seus
objetivos, e ajudem a resgatar o brilho, a força, e o respeito que o automobilismo
nacional já teve um dia. Boa sorte a Marcos Galassi e todos os envolvidos neste
projeto. E que possa ser apenas o primeiro de outros na área. Temos potencial e
mercado para isso. Cabe apenas ser explorado e conduzido como se deve.
Depois da etapa de Curitiba, a
Stock Car chegou a Goiânia para a disputa da mais esperada corrida do
campeonato, a Corrida do Milhão, onde o vencedor leva a quantia de R$ 1 milhão.
Foi nesta corrida ano passado que Rubens Barrichello obteve sua primeira vitória
na Stock, e iniciou sua arrancada para a luta pelo título. Depois de ter
cumprido a suspensão imposta pela CBA pelo ocorrido na etapa de Ribeirão Preto,
Cacá Bueno está de volta à pista, mas o estrago a se recuperar será grande: Cacá
é o 3° no campeonato, com 113 pontos. À sua frente estão Júlio Campos, com 115
pontos; e o líder da competição, Marcos Gomes, com 145 pontos. Atual campeão,
Rubens Barrichello é o 5° colocado, com 107 pontos.
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