Pois
é, mais um mês está indo embora, então é chegada a hora da COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA, com uma avaliação do panorama do mundo do esporte a motor
neste mês de agosto. Portanto, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de
sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor
azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E no fim do mês que vem tem mais
edição da Cotação Automobilística, como de costume...
EM ALTA:
Jorge
Lorenzo: O piloto espanhol da Yamaha vem dando tudo por tudo no campeonato da
MotoGP 2015, e após a vitória no GP da República Tcheca, finalmente assumiu a
liderança do campeonato, com o mesmo número de pontos de seu companheiro de
equipe Valentino Rossi, mas contando com 5 vitórias na temporada contra apenas
3 do italiano. Lorenzo deu combate a Marc Márquez em Indianápolis, perdendo a
vitória ao sucumbir à pressão do atual bicampeão, e não deu chances de o piloto
da Honda dar bote igual em Brno. Se mantiver essa toada, Lorenzo pode muito bem
conquistar o título da temporada, mas ele precisa ficar atento: ainda restam
várias corridas, e Valentino Rossi e Marc Márquez não podem ser descartados da
briga pelo campeonato.
Juan
Pablo Montoya: O piloto da Penske vem mantendo sua constância no campeonato
2015 da Indy Racing League, e em Pocono, conseguiu ficar livre de todas as
confusões que surgiram durante a corrida, e ainda viu seus principais
perseguidores na luta pelo título terminarem em má posição (Scott Dixon) ou
abandonarem em acidente (Graham Rahal). Mas o piloto colombiano não pode
comemorar de antevéspera a vantagem que possui na classificação, pois a etapa
final da competição, no circuito de Sonoma, terá pontuação dobrada, e isso
coloca até mesmo Hélio Castro Neves com chances de chegar ao título, dependendo
da combinação de resultados.
Lewis
Hamilton: O piloto da equipe Mercedes continua sua jornada rumo ao
tricampeonato, com mais uma vitória no currículo, ao vencer o GP da Bélgica,
seu 6° triunfo na temporada, e livrar 28 pontos de vantagem sobre Nico Rosberg,
que ensaiou uma reação nos treinos livres, mas capitulou na classificação
perdendo a pole em Spa por quase 0s5 para o atual bicampeão, e depois ainda fez
uma péssima largada, permitindo ao parceiro controlar a prova a seu bel-prazer.
Mas Hamilton procura não se iludir: no ano passado, Rosberg chegou a ter 29
pontos de vantagem sobre ele, e o inglês conseguiu reverter as expectativas e
conquistar o título. Pelo que Nico Rosberg tem mostrado este ano, pode ser
difícil que o alemão consiga efetuar essa reviravolta no campeonato, mas pelo
sim pelo não, seguro morreu de velho, e Lewis quer continuar vencendo tudo até
o fim do ano, independente de quantas corridas precise para encerrar
matematicamente a disputa.
Elkhart
Lake na IRL 2016: Considerado o mais carismático e belo circuito misto dos
Estados Unidos, a pista de Elkhart Lake, em Road America, finalmente fará parte
do calendário da Indy Racing League, após a direção da Indycar finalmente
conseguir chegar a um acordo com os dirigentes da pista, que não sediava uma
prova de competições monoposto TOP desde a última temporada da F-Indy original,
em 2007. Com praticamente 6 Km
de extensão, Elkhart Lake é considerada a "Spa-Francorchamps" da
América, pelo belo visual de florestas à beira da pista, que possui longas
retas e uma boa variedade de curvas. Nem é preciso dizer que as equipes e
pilotos da categoria já ficaram entusiasmados de poderem voltar a competir neste
circuito, o que já garante um atrativo adicional para a temporada do próximo
ano. Depois dessa, será que conseguiriam trazer Portland e Laguna Seca para a
competição? São outras duas pistas das quais os fãs têm muita saudade...
Jean
Azevedo: O piloto brasileiro, experiente participante de importantes provas de
ralli pelo mundo inteiro, entre eles o Dakar, conseguiu adicionar mais um
troféu à sua carreira: venceu o Rali dos Sertões 2015 na categoria motos, no
que foi o seu sexto triunfo na mais importante competição nacional off-road,
com 23 edições entre os anos de 1993 e 2015. Seu primeiro triunfo foi na edição
de 1995, conquistando o bicampeonato no ano 2000. Os demais títulos foram
conquistados nas edições de 2002, 2004, e 2005. Demorou praticamente uma década
para um novo triunfo, mas Jean sempre foi perseverante, e nunca desanimou, e
quem persevera sempre alcança, como mostra o seu hexacampeonato na prova. E ele
estará de volta na competição de 2016...
NA MESMA:
Kimi
Raikkonen: O piloto finlandês ganhou às vésperas da prova belga em Spa o seu
presente de Natal ao ser confirmado na Ferrari para a temporada de 2016, mas os
resultados na pista neste mês de agosto foram de doer. Na Hungria, onde vinha
firme para conseguir, junto com Sebastian Vettel uma dobradinha para seu time,
o carro enguiçou, tirando o piloto de combate. Já na Bélgica, pista onde Kimi
sempre andou bem, um câmbio pifado na classificação o obrigou a largar lá
atrás, e sem o modelo SF15 T exibir o mesmo desempenho visto na Hungria, teve
uma corrida apática e sem brilho, só pontuando devido aos azares dos rivais que
iam à sua frente, inclusive do próprio companheiro de equipe. Desse jeito, é
esperar que a Ferrari não se arrependa de ter renovado com o finlandês para a
próxima temporada.
Valtteri
Bottas: O piloto finlandês era o mais cotado para ser o companheiro de
Sebastian Vettel na Ferrari em 2016, na hipótese do time italiano não renovar o
contrato de Kimi Raikkonen. Tanto que o piloto já vinha dando algumas
declarações com críticas indiretas à Williams, dando a entender que o time já
deu tudo em termos de performance, e que sua única chance de evoluir seria ir
para uma escuderia mais competitiva, obviamente, a Ferrari. Como quebrou a
cara, agora só resta ficar onde está, o que não é exatamente ruim, pois a
escuderia inglesa ainda faz um bom campeonato, apesar de alguns momentos ruins.
E felizmente Bottas não desandou a falar mal do time como fez Pastor Maldonado
em fins de 2013, quando praticamente forçou sua saída da Williams depois do
péssimo campeonato daquele ano.
Performance
da Williams: O time de Frank Williams precisa resolver os problemas de seu
carro em relação a pistas travadas, onde mostraram um desempenho ruim este ano.
Só que, por incrível que pareça, o time não conseguiu se encontrar direito na
Bélgica, uma pista de alta velocidade onde em 2014 conquistou um pódio merecido
com uma performance consistente, algo que não demonstrou durante a corrida
deste ano. Para piorar, ainda viu equipes teoricamente menos competitivas se
saírem melhor, como Lotus, Red Bull, Force India, e até a Toro Rosso. Não
conseguir se entender com os pneus médios em um circuito favorável a seu carro
mostra que o time ainda tem muito o que melhorar, para não mencionar as táticas
conservadoras de corrida, e erros infantis no pit stop, como no carro de Bottas
sair com 3 pneus macios e um médio em sua primeira parada. Neste ritmo, se a
concorrência se acertar, pode ameaçar o 3° lugar da escuderia no campeonato.
Mundial
de Rali: Sébastien Ogier está com o tricampeonato praticamente garantido. O
piloto francês venceu o Rali da Alemanha, e já tem 93 pontos de vantagem para o
vice-líder, Jari-Matti Latvala. Com apenas 4 etapas para fechar o campeonato de
2015, caso não aconteça nenhum desastre completo na equipe oficial da
Volkswagen, Ogier deve comemorar o título na etapa da Austrália, programada
para o segundo fim de semana de setembro. Sobrará aos torcedores acompanharem a
briga pelo vice-campeonato, que pelo menos está até bem equilibrada. Assim como
acontecia nos tempos em que Sébastian Loeb competia, Ogier está destoando do
resto da turma, e deitando e rolando na competição, sem perspectiva de mudanças
no curto prazo.
Valentino
Rossi: O piloto italiano começou muito bem o campeonato 2015 da MotoGP, e veio
liderando a competição até a última corrida, na República Tcheca, onde a
vitória de seu companheiro Jorge Lorenzo o colocou como novo líder da disputa.
Rossi vem mantendo uma excelente constância na temporada, mas agora na segunda
faze, precisará de mais do que apenas regularidade para alcançar o título.
Lorenzo é a ameaça mais forte no momento, mas se o "Doutor" relaxar,
pode até ser alcançado pelo atual campeão Marc Márquez. Com 3 vitórias no ano,
é hora de partir para novas vitórias, para voltar a ditar as regras da
competição. Valentino sabe disso, e vai precisar caprichar para não deixar os
adversários tomarem a dianteira na disputa. O duelo promete ser bom até a etapa
final, em Valência, na Espanha, em novembro.
EM BAIXA:
McLaren
Honda: De nada adiantaram as declarações de Yasuhira Arai de que os motores da
Honda teriam uma nova versão com muito mais potência na Bélgica, pois os
resultados no fim de semana foram pífios, com os carros de Woking só não
andando mais lentos do que os da Marussia. E tendo de trocar novamente de
unidade de potência, tanto Jenson Button quanto Fernando Alonso tiveram
penalizações quilométricas, que nas piadas de alguns, os obrigariam a largar lá
da Dinamarca. E durante a corrida, Button sofreu com o enguiço do sistema do
ERS, enquanto Alonso, fazendo o que podia, mostrava que outro dia no ano como o
da Hungria, onde foi 5° colocado, não deve se repetir em 2015, a menos que aconteça
um milagre. Desnecessário dizer que a parceria anglo-nipônica está sendo
duramente testada, e a paciência de alguém vai chegar logo ao fim. Resta saber
quem será o primeiro a perder as estribeiras...
California
Speedway fora da do calendário da IRL: Não teve jeito. Após a prova com um
público pífio registrado este ano, o circuito de Fontana está fora do
calendário da Indy Racing League na próxima temporada. O oval californiano já
tinha tido um público ruim no ano passado, quando foi a feita a decisão do
campeonato, mas a prova de 2015 foi realizada quase que sem público nas
arquibancadas do autódromo, de modo que poucas pessoas viram a excelente
corrida disputada na pista. A promoção de algumas etapas continua sendo um
ponto negativo da categoria, que precisa melhorar sua divulgação a fim de não
ter este vexame. E o público gosta sim de corrida em pista oval, como provam as
etapas da Nascar, realizadas quase totalmente em pistas ovais, sempre com a
casa cheia.
Nova
morte na IRL: Depois do trágico acidente que vitimou o inglês Dan Wheldon há 4
anos, a Indy Racing League trocou seus monopostos por um modelo bem mais
seguro, e apesar das capotagens vistas em Indianápolis este ano nos treinos, o
carro vinha mostrando ser realmente bem seguro, tanto que protegeu de forma
eficiente o escocês Dario Franchiti em um violento acidente em uma corrida no final
do campeonato de 2013, ainda que Dario tenha se aposentado depois por causa da
pancada. Mas o automobilismo é um esporte perigoso, e as 500 Milhas de Pocono
deste ano infelizmente tiveram um momento trágico, com o piloto inglês Justin
Wilson a ser atingido de forma fortuita por um pedaço do bico do carro do
piloto Sage Karam, que rodou na parte final da prova, acertou o muro, e tivemos
o lamentável incidente com Wilson, que desmaiou com o impacto e ainda acertou o
muro logo em seguida. Mas este impacto não foi o que causou a morte do piloto,
e sim a violenta pancada em sua cabeça pelos restos do bico do bólido de Karan,
que causou ferimentos em sua cabeça, mesmo com o capacete não sofrendo danos
pela impacto. Justin foi levado de helicóptero para o hospital, mas faleceu no
dia seguinte, para tristeza de seus colegas, times, e da direção da Indycar.
Nissan
fora do Mundial de Endurance: Depois do vexame exibido nas 24 Horas de Le Mans,
quando seu novo modelo protótipo GT-R Nismo LM na categoria LMP1 exibiu vários
problemas e pouca competitividade, a fábrica japonesa decidiu se retirar da
competição e trabalhar em testes particulares para melhorar a performance do
modelo, prometendo voltar se o trabalho mostrar evolução do bólido, de forma
que possam não apenas competir, mas também serem competitivos. Não é para
menos: em Le Sarthe, o único exemplar do Nissan chegou com mais de 100 voltas
de desvantagem para o carro vencedor, e se levarmos em conta que a pista de Le
Mans tem quase 14 Km
de extensão, dá para ver a falta de performance exibida pelo protótipo japonês,
que nem recebeu classificação devido ao resultado tão pífio. O modelo despertou
muita atenção pela sua motorização dianteira, e prometia causar uma revolução
na divisão LMP1, mas os resultados frustraram a todos. Resta saber se
conseguirão voltar em breve tempo, ou se o trabalho para desenvolver o bólido
vai ser mais complicado do que se espera.
Acordos
enrolados na F-1: Depois da lambança perpetrada pela equipe Sauber no início do
ano, quando teve a intervenção da justiça da Austrália durante o GP no país por
um processo movido pelo piloto Giedo Van Der Garde por causa de um contrato
assinado no ano passado que o garantia como titular este ano, o que o levou a
acionar a escuderia na justiça para o cumprimento do acordo, agora na Bélgica
foi a vez da Lotus passar por enrosco semelhante: o piloto Charles Pic assinou
contrato de piloto reserva do time que prometeu que ele andaria em determinados
treinos livres aos fins de semana de GPs. Como o time não cumpriu o acordo, Pic
acionou a justiça belga, que literalmente "prendeu" os caminhões do
time no paddock de Spa-Francorchamps ao fim do GP. O time conseguiu a liberação
do seu equipamento, que voltou para sua base em Enstone, na Inglaterra, de onde
seguirão no próximo final de semana para Monza, palco do GP da Itália, mas a
briga na justiça ainda não está acabada, e podem surgir novas complicações para
a escuderia, que já anda mal das pernas financeiramente. Os times que façam
contratos mais corretos com seus pilotos, para prevenirem estes rolos.
Infelizmente, Pic, a exemplo de Van Der Garde, deve se tornar persona non grata
na F-1 depois disso, pois os chefões das equipes não gostam quando os pilotos
começam a cantar de galo muito alto...
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