O GP da Espanha,
disputado em Jerez de La Fronteira, primeira etapa da MotoGP 2015 em solo
europeu, assistiu à vitória do bicampeão Jorge Lorenzo, que venceu a corrida
praticamente de ponta a ponta, marcando uma reação do piloto espanhol da Yamaha
no campeonato deste ano. Atrás dele, veio o atual bicampeão mundial, seu
compatriota Marc Márquez, que ainda não conseguiu exibir esse ano o mesmo
domínio visto no ano passado. E, fechando o pódio, Valentino Rossi, que lidera
a competição da classe rainha do motociclismo. Mas mesmo tendo ficado no degrau
mais baixo do pódio, o "Doutor" tinha motivos para comemorar: ali, na
pista da Andaluzia, o piloto italiano, que está perto de completar nada menos
do que 20 anos de carreira nas motos, faturou seu 200° pódio, tornando-o o rei
absoluto nessa estatística na competição da motovelocidade.
É uma marca
emblemática, que certamente vai demorar muito para ser batida. A conta engloba
todos os pódios de Rossi, desde sua estréia em 1996, na categoria 125cc, hoje
chamada de Moto3. Foram 15 pódios na 125cc, durante os anos de 1996 e 1997. Em
1998 e 1999, competindo na 250cc, a atual Moto2, Rossi faturou 21 pódios,
totalizando 36 nas duas categorias, antes de chegar à classe principal, a
500cc, chamada atualmente de MotoGP. E, de sua estréia na classe rainha, até
domingo passado, foram mais 164 pódios. São números impressionantes, e não
deverão ser batidos tão cedo.
Entre os pilotos do
atual campeonato, quem está mais perto da marca de Rossi é o espanhol Dani
Pedrosa, com 135 pódios, mas o piloto da equipe Honda não vem tendo um bom
desempenho, e este ano ainda está ausente de várias corridas enquanto se
recupera de uma cirurgia realizada no início de abril, devendo retornar somente
na semana que vem, em Le Mans. Jorge Lorenzo contabiliza até domingo passado a
marca de 124 pódios, encontrando-se em 3° lugar nas estatísticas dos pilotos em
atividade com maior número de subidas ao pódio, e portanto, também vai demorar
um bom tempo até conseguir chegar à marca atingida pelo companheiro de equipe
na Yamaha. Márquez, sensação da categoria nas duas últimas temporadas, ainda
terá um longo caminho pela frente até alcançar Rossi: tem apenas 71 pódios,
marca expressiva, ainda mais levando-se em conta sua pouca idade, 22 anos,
contra os 36 de Valentino.
E Valentino segue
sendo a maior estrela da MotoGP atual. O italiano esbanja carisma, e tem nada
menos do que 9 títulos no motociclismo, sendo 1 na categoria 125cc, outro na
250cc, e os demais 7 títulos na categoria principal. É muito? É, mas no quesito
títulos, Valentino ainda está abaixo de Giácomo Agostini, tido até hoje como
maior piloto da motovelocidade em sua história, com nada menos do que 15
títulos no total. Mesmo que Rossi conquiste este ano seu 8° título na MotoGP,
terá 10 campeonatos no currículo, 5
a menos do que seu compatriota. Agostini, aliás, estava
presente em Jerez, no box da Yamaha, para ver Rossi atingir seu pódio de número
200, comemorado por toda a equipe, para não falar de seus fãs. E tanto Rossi
quanto Agostini possuem um grande respeito um pelo outro.
Rossi ainda perde para
Agostini em algumas outras estatísticas. No número de vitórias, contabilizadas
as 3 categorias, Giácomo tem 122 triunfos em sua carreira. Valentino está com
110 vitórias, e com a disposição que tem, e se tiver um equipamento
competitivo, podem apostar que ele não demorará para superar o número de
vitórias do ex-piloto, talvez em dois ou três anos. Em voltas mais rápidas em
corridas, o ex-piloto ainda lidera com folga, com 117 voltas mais rápidas,
contra 91 de Rossi. Quando o assunto é pole-positions, o panorama se inverte, e
é Valentino quem ostenta a melhor marca: 60 poles, contra apenas 9 de Agostini,
o que nunca impediu que o ex-piloto mostrasse sua capacidade nas corridas,
chegando quase sempre em primeiro lugar. Mas é preciso relativizar os feitos de
cada um dos pilotos: Rossi já disputou nada menos do que 316 provas em sua
carreira na motovelocidade, enquanto Giácomo competiu "apenas" em 186
provas, o que dá um aproveitamento muito superior ao ex-piloto.
Os números de
Valentino seriam ainda maiores se não fossem as duas temporadas em que defendeu
a Ducati em 2011 e 2012. A
moto italiana não era competitiva, e Valentino não conseguiu reproduzir na
Ducati o feito de 2004, quando se mudou da Honda para a Yamaha, e fez da nova
escuderia campeã logo em seu primeiro ano de competição pelo time. Nestas duas
temporadas, foram apenas 3 pódios. No retorno à Yamaha em 2013, Rossi teve uma
temporada razoável, tendo apenas 6 pódios, e viu que precisava se reinventar
para continuar andando entre os primeiros. Com uma nova mentalidade e
preparação, Rossi reagiu em 2014, abocanhando 13 pódios, marca superada apenas
pelo campeão da temporada, Marc Márquez, com 14 presenças no pódio. E este ano,
com 4 etapas disputadas, Valentino esteve sempre no pódio, com 2 vitórias e 2
terceiros lugares. Aliás, mesmo com altos e baixos na carreira, situação normal
na carreira de qualquer piloto, Rossi ostenta uma marca de nada menos do que 23
pódios consecutivos, obtidos entre o GP de Portugal de 2002 e o GP da África do
Sul de 2004, recorde absoluto na categoria, tendo subido ao pódio em praticamente
todas as 16 corridas da temporada de 2003, marca recorde até hoje também para pódios
em uma única temporada, tendo sido igualada por Jorge Lorenzo em 2010, quando o
espanhol foi campeão pela primeira vez, levando-se em consideração que essa
temporada já teve 18 corridas no total, e por Marc Márquez em 2013, quando
conquistou seu primeiro título também, cujo campeonato também contou com 18
etapas.
Sem motivos para se
aposentar no curto prazo, Valentino continua a acelerar fundo na MotoGP.
Poderia estar curtindo a vida, rico e famoso, mas sua paixão pela velocidade o
mantém em plena atividade, e mostrando que ainda tem muito a mostrar nas
competições. Já chegou a flertar com a F-1 algumas vezes no passado, chegando
até a fazer alguns testes com a Ferrari, que adoraria tê-lo como piloto, assim
como a F-1. Mas no final, tudo não passou de um sonho de uma noite de verão, e
o amor pelas duas rodas foi maior do que a atração pelas quatro rodas, para
sorte da motovelocidade e azar da F-1. E, pilotando o fino aos 36 anos, Rossi
mostra-se como aqueles bons vinhos que vão ganhando qualidade quando
envelhecem. Seus números certamente irão continuar evoluindo, tornando o seu
currículo no motociclismo maior a cada prova disputada.
A meta agora será
chegar a 250 pódios? Talvez, mas alguns dizem que Rossi tem planos um pouco
mais ousados: chegar aos 300 pódios na carreira. Mas estejam certos de que, se
ele chegar lá, certamente vai pensar em um nova marca, quem sabe 350, ou
400...enquanto não se aposentar das competições das duas rodas, não há limites
impossíveis de serem alcançados, ainda mais quando se trata de Valentino
Rossi...
A Fórmula E está em Mônaco para
disputar sua nova etapa do campeonato 2014/2015. A corrida será disputada neste
sábado, às 16 horas locais de Monte Carlo, como tem sido praxe nas demais
corridas disputadas até agora. O circuito de rua do charmoso principado,
contudo, não é o mesmo utilizado pela F-1, sendo bem mais curto, a exemplo do
que vimos na última etapa da competição, em Long Beach, na Califórnia, Estados
Unidos, que usou apenas uma parte do traçado normalmente utilizado pelas outras
categorias como a Indy. Em Mônaco, o traçado montado para a F-E tem apenas 1,76 Km de extensão, e a
corrida será disputada em 47 voltas. O trecho junto à Marina e reta dos boxes
permanecem os mesmos percorridos pelos F-1, mas após a curva Saint Devote, ao
invés de subirem para o Casino, os carros entrarão em uma rua paralela à via da
Marina, a Avenida J. F. Kennedy, fazendo uma curva de retorno onde é a saída do
túnel, contornando a chicane ali montada, e retomando o traçado conhecido por todos,
percorrendo a curva da Tabacaria, as curvas da piscina, e fazendo a Rascasse,
para então adentrarem a reta dos boxes. A menor extensão da pista só torna tão
ou mais difícil as ultrapassagens, e quem largar na frente, se conseguir
escapar dos tradicionais perigos que uma pista travada e estreita como Mônaco
oferece, e conseguir fazer um eficiente pit stop na hora de trocar de carro,
terá grandes chances de vencer a corrida. Portanto, os treinos livres serão
cruciais para se obter o melhor ajuste do carro, pois o treino de classificação
deverá ser extremamente importante, como já costuma acontecer nas provas de
outras categorias disputadas no Principado. Depois de vencer a corrida de Long
Beach, o brasileiro Nelsinho Piquet é a sensação do campeonato, pela ascenção
que vem demonstrando nas últimas etapas. Mas Lucas Di Grassi, o líder da
competição, também é um dos favoritos, e mesmo os demais pilotos que venceram
corridas não podem ser desconsiderados na luta pela vitória. Bruno Senna já
venceu corrida em Mônaco pela GP2, revivendo o feito do seu tio Ayrton que até
hoje é o recordista de vitórias em Monte Carlo na F-1, com 6 triunfos, mas na
F-E Bruno ainda não conseguiu encaixar um fim de semana sem enfrentar
problemas, tendo apenas dois 5° lugares como melhor resultado até aqui. Quem
sabe em Mônaco ele consiga dar uma reviravolta na situação? O canal pago Fox
Sports mostrará um VT completo da corrida monegasca às 19 horas, pelo horário
de Brasília, neste sábado. Já o canal Fox Sports 2 exibirá o treino de
classificação ao vivo às 7 horas da manhã, e a prova também ao vivo, a partir
das 10:30 Hrs., horários de Brasília. A disputa promete ser interessante,
especialmente no duelo entre os brasileiros Nelsinho Piquet e Lucas Di Grassi:
quem irá sair de Monte Carlo na frente da competição? Façam suas apostas e
preparem suas torcidas...
O traçado que a F-E usará em Mônaco: bem mais curto que o utilizado pelas outras categorias, mas o charme da competição continuará igual... |
Di Grassi, aliás, já é o primeiro
piloto com contrato assinado para a segunda temporada da F-E, que começa no
segundo semestre. O anúncio foi feito em Monte Carlo nesta quinta-feira, com
elogios de ambas as partes para justificar a renovação do acordo do piloto
brasileiro com a escuderia alemã. Segundo Hans-Jürgen Abt, chefe da equipe Audi
ABT, as boas performances de Lucas mostraram que ele é um dos nomes mais fortes
da categoria, e antes que ele fosse seduzido por outro time, nada mais natural
que garantir seu contrato para a nova temporada. Uma excelente notícia para
Lucas e para os fãs brasileiros, que terão bons motivos para continuar torcendo
por pelo menos mais uma temporada na F-E, com um de nossos representantes
lutando firme pelo título da competição, mostrando sua capacidade como piloto,
o que não foi possível em sua breve passagem pela F-1, em 2010, competindo pela
equipe Virgin, atual Manor/Marussia.
A Indy Racing League começou suas
atividades em Indianápolis, e hoje já acontece o treino de classificação para o
GP de Indianápolis, que será disputado neste sábado, no traçado misto montado
originalmente para receber a F-1 dentro do majestoso Indianapolis Motor Speedway.
A corrida no traçado misto de 2,4 milhas terá 82 voltas, e terá transmissão
ao vivo da TV Bandeirantes, a partir das 16:25 Hrs. No ano passado, na primeira
vez que esta corrida foi disputada, o francês Simon Pagenaud venceu a etapa,
tendo como companheiros no pódio o neozelandês Scott Dixon e o brasileiro Hélio
Castro Neves. Pagenaud defendia a equipe de Sam Schmidt, e hoje corre pela
poderosa Penske. A prova foi marcada pelo forte acidente entre o pole Sebastian
Saavedra, e os pilotos Mikhail Aleshin e Carlos Muñoz, que não conseguiram
desviar do carro de Saavedra, que não conseguiu arrancar da sua posição no
grid, obrigando todos que vinha atrás a desviar, o que nem todos conseguiram.
Após esta corrida, todos os times retomam sua preparação para a prova mais
importante do calendário da competição, as 500 Milhas de
Indianápolis, marcada para o dia 24 de maio. Com 136 pontos, o colombiano Juan
Pablo Montoya, da Penske, lidera o campeonato, seguido de perto por Hélio
Castro Neves, também da Penske, com 133 pontos.
A F-1 inicia hoje os treinos
oficiais para a primeira corrida européia do calendário, o GP da Espanha, em
Barcelona. São esperadas inúmeras novidades nos carros das escuderias, tentando
melhorar sua performance, e buscando maior competitividade. A Ferrari é o time
mais visado, após as boas apresentações deste início de temporada, estando bem
atrás da Mercedes e chegando a ameaçar a supremacia do time alemão, e que
concentra as esperanças de todos por uma competição mais disputada na luta pelo
título. Resta saber se a equipe campeã mundial de 2014 não vai surpreender
novamente com novidades em seus carros e deixar os concorrentes, especialmente
o time de Maranello, novamente comendo poeira. Outra dúvida é se a McLaren irá
conseguir finalmente pontuar e começar a mostrar melhor performance para sair
do fundo do grid com autoridade. Por enquanto, a maior novidade do time inglês
é sua nova pintura, toda cinza e com detalhes em vermelho, mas ainda sem contar
com novos patrocinadores, sinal de que a equipe ainda não conseguiu cativar
novos investidores até o presente momento.
A McLaren mostrou o novo visual do MP4/30: resta saber se a performance e a confiabilidade do carro vai melhorar... |
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