Olá
novamente a todos os leitores. Mais um mês está indo embora, e chegou a hora de
termos mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, com um balanço dos
acontecimentos vivenciados pelo mundo do esporte a motor neste mês de maio.
Então, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações:
EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa
na cor vermelho-claro). E a até a próxima edição da Cotação Automobilística,
que estará disponível aqui no final do próximo mês...
EM ALTA:
Juan
Pablo Montoya: Além de liderar o campeonato da Indy Racing League, o piloto
colombiano da equipe Penske venceu pela segunda vez as 500 Milhas de
Indianápolis, prova que já havia vencido em 2000, quando de sua única participação
naquela temporada de uma prova da IRL. O feito se torna ainda mais evidente se
levarmos em conta que ele foi o piloto do time de Roger Penske com a pior
posição de largada no grid da prova, 15°, e fez uma corrida agressiva,
escalando todo o pelotão, para não apenas chegar entre os primeiros, mas
superá-los, em uma disputa eletrizante nas voltas finais. Montoya também é o
primeiro piloto a repetir vitória na temporada, pois já tinha vencido a corrida
inaugural, em São Petesburgo. Campeão da Fórmula Indy em 1999 pela Ganassi, que
o contratou para substituir o então bicampeão Alessandro Zanardi, o colombiano
vai agora em busca de seu primeiro título na IRL. E ele mostra que vai ser um
páreo duro de ser vencido...
Jorge
Lorenzo: O bicampeão espanhol teve um início de campeonato meio claudicante
este ano na MotoGP, sendo amplamente superado por seu companheiro de equipe
Valentino Rossi, mas deu a volta por cima nas duas últimas etapas, em Jerez de
La Fronteira e Le Mans, conquistando duas vitórias firmes que o relançaram na
luta pelo campeonato, já chegando à vice-liderança da competição, que ainda tem
Rossi em primeiro lugar. E o espanhol tem tudo para ir à caça do
"Doutor" e protagonizar um duelo eletrizante pelo título, ainda mais
que o atual bicampeão, Marc Márquez, parece não estar se encontrando direito na
pista neste ano. Mas, com um equipamento mais competitivo, Lorenzo não pretende
deixar Rossi ser a estrela única na equipe Yamaha, e vai querer o
tricampeonato, podem apostar.
Lucas
Di Grassi: O piloto brasileiro da equipe Audi ABT fez duas excelentes corridas
nas últimas etapas da F-E, subindo ao pódio em ambas, inclusive vencendo a
etapa de Berlim, e mostrando que vai dar duro para conquistar o título do
primeiro campeonato da categoria. Uma pena que uma asa considerada irregular por
causa de um conserto arruinou seus esforços na etapa da capital alemã, levando
à sua desclassificação e deixando o piloto possesso, prometendo revanche na
pista. Piloto extremamente técnico e inteligente, Lucas obteve performances
sólidas nas últimas corridas, e vai precisar mostrar toda a sua capacidade para
impedir que o revés da última corrida não o tire da disputa, e com o equilíbrio
que a categoria tem exibido, ele vai precisar de atuações impecáveis como a vista
na pista de Berlim mais do que nunca, e com o carro em ordem, se quiser ser
campeão. Difícil mas não impossível. Capacidade ele tem, resta esperar que não
apareçam mais surpresas...e esta cotação leva em consideração o que o piloto
mostrou dentro da pista nas etapas de Mônaco e Berlim, não comecem a entender
errado...
Sebastian
Vettel: O tetracampeão mundial segue firme liderando a equipe Ferrari, e
fazendo junto com os pilotos da Mercedes o trio "fixo" de pilotos no
pódio em 2015, com exceção da prova do Bahrein, onde foi superado por Kimi
Raikkonem. E mostra estar sempre à espreita para aproveitar quaisquer problemas
que os pilotos do time alemão possam enfrentar, a exemplo do que aconteceu em
Mônaco, quando por uma bobeada, Lewis Hamilton perdeu a liderança da corrida
com um pit stop extra, e Vettel estava na posição certa para ser o 2° colocado,
e conseguir seu melhor resultado do ano depois da vitória da Malásia. O carro
da Ferrari pode não ter muitas chances de título, mas Sebastian tem tudo para ser
o vencedor moral do ano, sabendo que só vai perder mesmo para a dupla da
imbatível Mercedes. Se conseguir algo além disso, será a glória do piloto, que
voltou a sorrir como nos seus bons tempos de Red Bull...
Felipe
Nasr: O piloto brasileiro da Sauber continua fazendo um excelente campeonato,
levando-se em consideração as limitações de seu time, que desde a corrida da
Espanha, vem perdendo performance na pista por não dispor de maiores recursos
para evoluir o chassi C34. Em Monte Carlo, pista onde competiu pela primeira
vez na F-1, Nasr sabia que era a oportunidade de voltar a marcar pontos, desde
que conseguisse se manter longe das encrencas e estar no lugar certo para
capitalizar com os erros e azares alheios. E ele chegou lá, marcando um
excelente 9° lugar, e conseguindo mais 2 pontos para seu time, chegando a 16,
apenas 1 a
menos do que o russo Danill Kvyat, da Toro Rosso, e empatado com Romain
Grossjean, da Lotus, que dispõem de carros mais competitivos do que o
brasileiro, um feito que foi muito elogiado pela direção da escuderia. Mas
outro ponto que conta é a condução de Nasr tem tido nas corridas, andando
sempre forte e não cometendo erros, postura que é muito observada pelos chefes
de equipe, mesmo que o piloto esteja ao volante de um carro pouco competitivo.
E em Mônaco, onde é muito fácil errar e jogar a corrida no lixo, Nasr
manteve-se impecável na sua pilotagem, sempre estando com o adversário à frente
na alça de mira, esperando por quaisquer chances. Mas Felipe sabe que daqui em
diante as chances de pontuar serão muito mais escassas, com os demais
competidores evoluindo a passos mais largos do que a Sauber, que tende a ficar
cada vez mais para trás. Ao menos, o brasileiro está conseguindo suplantar seu
companheiro de equipe Marcus Ericsson com certa facilidade, o que é um bom
sinal de sua boa forma dentro das possibilidades da escuderia.
NA MESMA:
Competitividade
nas 500 Milhas
de Indianápolis: A corrida mais famosa dos Estados Unidos, a Indy500, teve
novamente disputas empolgantes e uma chegada acirrada entre seus ponteiros na
reta final. E, claro, também teve seus acidentes, felizmente nenhum tão
perigoso ou grave quanto os vistos durante os treinos, que deixaram pilotos,
times e dirigentes assustados com a possibilidade de isso acontecer durante a
corrida. Mas a corrida este ano teve apenas dois times a disputarem
efetivamente a vitória, Penske e Ganassi, justamente os maiores e mais
tradicionais da categoria, que praticamente não deram chance aos rivais, nem
mesmo à Andretti Autosports, que não conseguiu esse ano andar tão bem quanto em
2014, quando venceu a prova com Ryan Hunter-Reay. E a prova terá comemoração
mais do que especial em 2016, quando será disputada a 100ª edição da corrida,
confirmando sua posição como mais famosa corrida do continente americano, e uma
das mais importantes do mundo do esporte a motor, ao lado das 24 Horas de Le
Mans, do Grande Prêmio de Mônaco de F-1.
Mas, corrida por corrida, Indianápolis foi muito mais empolgante do que Mônaco,
e não é de hoje que isso acontece...
Brasileiros
na Indy500: Ainda não foi esse ano que vimos uma nova vitória verde-amarela na
Brickyard Line da famosa pista oval de Indiana. Tony Kanaan, que era nossa
melhor chance de vitória, andou sempre entre os primeiros e liderou várias
vezes, e tinha condições de partir para o ataque no momento decisivo. Mas
acabou rodando e acertando o muro, dando adeus às chances de repetir o feito de
2013. Pelo menos, saiu ileso do acidente, prometendo novo empenho em 2016. Já
Hélio Castro Neves, maior vencedor da corrida entre o grid atual, apesar de
andar entre os primeiros, nunca mostrou força para vencer a prova este ano, e
na reta final, ainda acabou caindo mais para trás, tentando uma recuperação
tardia que só lhe permitiu alcançar o 7° lugar. No resultado final, ambos os
brasileiros viram colegas de time chegarem em boas posições: Charlie Kimball
foi o 3° colocado, seguido por Scott Dixon em 4°, no time da Ganassi. Helinho
viu seus parceiros Juan Pablo Montoya e Will Power serem vencedor e 2° colocado,
respectivamente. Melhor sorte na prova do ano que vem...
Mundial
de Rali: A vitória do finlandês Jari-Matti Latvala em Portugal deu um pequeno
alento à disputa, mas a verdade é que Sebastien Ogier ainda continua disparado
na liderança da competição, com 105 pontos. O mais próximo competidor na
tabela, o norueguês Andreas Mikkelsen, tem "apenas" 63 pontos, e o
próprio Latvala está ainda mais atrás, com 46 pontos, já que só pontuou em duas
provas. Ogier só teve percalços mesmo no Rali da Argentina, e se Latvala venceu
em Portugal, o atual campeão ficou logo atrás, em 2° lugar. E como a
concorrência não consegue manter a regularidade necessária para ameaçar de fato
Sebastien, o francês por enquanto vai pintando como candidato único ao título
da categoria off-road...
Perigo
nos boxes da Dale Coyne: Um dos menores times da IRL, a equipe Dale Coyne já
teve o prazer de vencer algumas corridas nos últimos campeonatos, o que ajudou
o time a se manter na categoria, mas este ano, os boxes da escuderia têm sido
os mais inseguros do campeonato. Na prova de Nola, o seu piloto na ocasião,
Francesco Dracone, derrapou na hora de parar no box para seu pit stop e
reabastecimento, atropelando os mecânicos, que felizmente não se machucaram
seriamente. Em Indianápolis, para felicidade de todos, Dracone não estava na
prova, mas nem por isso a escuderia escapou de ver um acidente bizarro entre
seus próprios carros em uma das paradas de box: Pippa Man, que pilotou para o
time apenas na Indy500, foi liberada de seu pit e acabou encontrando pela
frente James Davison, colega de time, acabando por tocar no companheiro, o que
fez seu carro dar uma guinada em direção do pit, vejam só, de Tristan Vautier,
que estava fazendo também sua parada. O carro de Vautier e dois mecânicos que o
atendiam acabaram atingidos. Um dos mecânicos, Daniel Jang, precisou passar por
cirurgia nos dois pés por causa dos ferimentos da batida. Melhor os mecânicos
tomarem cuidados redobrados nas próximas corridas do campeonato, pois sabe-se
lá se o azar vai voltar a atacar novamente...
Clima
quente na Mercedes no GP de Mônaco de F-1: Pelo segundo ano consecutivo, o
clima esquentou na escuderia alemã durante o fim de semana da etapa mais
charmosa do calendário. No ano passado, foi no treino de classificação, este
ano foi pela furada estratégica que custou a vitória de Lewis Hamilton na
corrida que dominava com folga. E quem saiu ganhando foi o mesmo piloto: Nico
Rosberg. Decididamente, Hamilton precisa se benzer em Monte Carlo, e a
Mercedes, que já tinha sofrido um desgaste desnecessário com o chilique o
inglês em 2014, desta vez teve críticas muito mais justificadas por parte do
atual bicampeão do mundo para ouvir...
EM BAIXA:
Max
Verstappen: O mais jovem piloto da história da F-1 a disputar corridas na
categoria vem mostrando que é um piloto de talento e rápido, mas também vem
tendo alguns problemas em sua temporada de estréia, sendo considerado por
muitos ainda imaturo para competir na categoria máxima do automobilismo.
Verdade ou não, o jovem holandês acabou entrando bem em Mônaco, quando
disputava posição com Romain Grossjean, e acabou protagonizando um acidente
quase idêntico ao sofrido pelo pai, Jos Verstappen, no mesmo local, há 19 anos
atrás. Foi o suficiente para pilotos como Felipe Massa alertarem para a propensão
do jovem a se meter em confusões, o que é um pouco exagerado. Que novato não
comete erros em sua primeira temporada? Só que os abandonos de Max vão
permitindo ao seu companheiro de equipe Carlos Sainz Jr., se sobressair nos
resultados, e dos 15 pontos da escuderia Toro Rosso, 9 são do espanhol, e 6 do
holandês. Nesse ritmo, Verstappen tem de tomar cuidado para não virar apenas um
piloto showman, que agita a galera com suas estripulias na pista, mas conquista
poucos resultados justamente por causa do excesso de arrojo. Ele tem tudo para
evoluir e crescer na F-1. Resta saber se a categoria terá paciência com ele. No
momento, seu apreço pelos colegas do grid anda um pouco em baixa. Cabe a ele
reverter essa tendência.
Novas
regras da F-1 para 2017: O Grupo Estratégico da F-1 se reuniu e elaborou as
mudanças que deverão entrar em vigor no campeonato de 2017, para tentar fazer a
categoria máxima do automobilismo cair novamente no gosto do público, mas não
acertou nenhum ponto que realmente faça diferença e procure solucionar os
dilemas atuais que a categoria atravessa. Motores mais potentes? No ritmo de
desenvolvimento atual, eles chegarão lá sem precisar da nova regra.
Reabastecimento? Ridículo, com a limitação de gasto de 100 Kg/corrida. Pneus
maiores? Até aí, pode ser. Mas, como ficam as estúpidas regras de limitação de
motores, pneus, câmbios, e o excesso de punições pelos incidentes entre os
pilotos dentro da pista? E a péssima distribuição de lucros feita pela FOM? Os
gastos altíssimos para se competir na F-1? E a mania de Bernie Ecclestone de
cobrar suas taxas exorbitantes, ameaçando a toda hora tirar as corridas da
Europa (Monza seria a próxima "vítima"?) por quem queira pagar seus
preços? Eles querer mudar muita coisa para não mudar nada, na verdade. Todas as
mudanças ainda precisam ser sancionadas pela FIA, mas as discordâncias a
respeito das novas regras já indica que muita coisa não deverá ser implantada.
E a F-1 seguirá em sua crise...
Fernando
Alonso: o bicampeão espanhol continua seu calvário com a equipe da McLaren, e
abandonou as últimas corridas por problemas diferentes, sendo o pior deles em
Mônaco, onde tinha as melhores chances de pontuar no ano até agora, o que
acabou se confirmando com a bela corrida de Jenson Button. Mas, além de ver o parceiro
pontuar e ele não, pelos problemas que o carro apresentou, pior ainda é sua
atitude de desmerecer o trabalho alheio, quando afirma que a Ferrari não
melhorou, os outros (Red Bull e Williams) é que pioraram. Pode ser verdade, mas
se seu ex-time melhorou, isso é mérito deles também, e a equipe de Maranello
vem fazendo uma boa temporada, enquanto ele, Alonso, sabe-se lá quando terá
chance de sequer subir ao pódio novamente, quanto mais vencer. Tivesse sido
menos egocêntrico e paciente, poderia ter continuado em Maranello por esta
temporada, e mesmo que não tivesse chance de título, pelo menos estaria sendo o
que Sebastian Vettel é hoje: uma sombra permante nos pilotos da Mercedes, e não
um piloto que está sempre lutando na pista com os concorrentes, e até com o
próprio carro...
Brasil
na GP2 2015: A principal categoria de acesso à F-1 não tem uma presença forte
do Brasil nesta temporada. André Negrão é nosso único representante na
competição no atual campeonato, e até agora, ocupa apenas o 19° lugar, com
apenas 3 pontos marcados nas etapas disputadas no Bahrein, Barcelona, e Mônaco,
competindo pela equipe Arden. E o brasileiro não tem muitas perspectivas de
fazer um bom campeonato, devido à má fase de seu time. O belga Stoffel
Vandoorne, da equipe ART, lidera o campeonato, com 114 pontos, nada menos do
que 44 pontos de vantagem sobre o vice-líder, Alexander Rossi, da equipe
Racing.
Kimi
Raikkonem: O piloto finlandês da Ferrari anda perdendo a batalha contra o
alemão Sebastian Vettel dentro da escuderia, e sua renovação para 2016, a critério do time,
pende na balança, ao mesmo tempo em que se ventila a possibilidade de seu
compatriota Valtteri Bottas ser o escolhido para assumir seu lugar na próxima
temporada. Por sua vez, Maurizio Arrivabene afirma que não promete renovar com
Kimmi a fim de mantê-lo motivado a dar o seu melhor na pista, e não o fazer
perder o ímpeto. Se quer pressionar Raikkonem, Arrivabene vai ter de se mexer
mais, porque o "Homem de Gelo" não se agita à toa, e diz que não está
nem um pouco preocupado se vai ou não estar no time em 2016, ou se teme ser
substituído por Bottas. Mas seria ruim o finlandês sair novamente da categoria
por baixo, especialmente depois dos bons campeonatos que fez pela Lotus em 2012
e 2013, quando mostrou que ainda tinha muito a oferecer na categoria. E, dessa
vez, poderia sair mesmo de vez...
Nenhum comentário:
Postar um comentário