O
mês de maio já chegou, e logo, logo, já se terá passado metade de 2015. Nestas
horas, o tempo parece passar tão rápido quanto os carros na pista de
competição. Então é hora de mais uma sessão da Flying Laps, comentando alguns
acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridos neste mês de abril último,
que não puderam ser tratados nas colunas regulares. Uma boa leitura a todos, e
no mês que vem, tem mais...
Depois de
enfrentar uma corrida complicada na estréia do campeonato da MotoGP, em Losail,
no Catar, o bicampeão Marc Márquez voltou à velha forma e venceu o GP do
Circuito das Américas, em Austin, no Texas, Estados Unidos. Foi a 3ª vitória do
piloto da Honda no circuito, que desde que estreou na competição, não viu
nenhum outro piloto vencer que não o jovem prodígio da MotoGP. Com o bicampeão
fugindo dos rivais desde as primeiras voltas, coube a Andrea Dovizioso e
Valentino Rossi entreterem a torcida americana no seu duelo pelo segundo lugar,
que acabou vencido pelo piloto da Ducati, depois de algumas trocas de posição
entre ambos na pista, até que Andrea conseguiu abrir distância e ficar mais
seguro na posição. Jorge Lorenzo, companheiro de Rossi na Yamaha, também travou
uma boa briga com o outro piloto da Ducati, Andrea Iannone, e venceu a parada,
terminando a corrida em 4° lugar. O resultado da corrida manteve Valentino
Rossi na liderança do campeonato, com Dovizioso logo atrás. A Ducati, por
sinal, conseguiu seu segundo pódio consecutivo, e mostrou mesmo estar na sua
melhor forma em vários anos, a ponto de incomodar as poderosas Honda e Yamaha.
Uma vitória de um de seus pilotos pode não estar longe, mas é preciso combinar
com os concorrentes, que não vão dar moleza para os italianos.
Se tudo deu certo para Marc Márquez em Austin, na Argentina, etapa
seguinte da MotoGP, a situação foi bem diferente, em especial o resultado da
corrida. Pole-position, o bicampeão começou forte a etapa portenha, e dava a
entender que iria vencer sem contestação novamente. Faltou combinar com
Valentino Rossi, que largando em 8°, veio escalando o pelotão, e após superar
todos os demais concorrentes, iniciou uma perseguição implacável a Márquez.
Optando por um pneu traseiro mais duro, o italiano da Yamaha tinha o pneu em
melhores condições na parte final da corrida, enquanto Márquez, com seu pneu
mais gasto, tentava manter a distância na pista, que foi caindo volta a volta.
A poucas voltas do final, Rossi encostou no espanhol, e ambos começaram a
duelar pela liderança, inclusive com troca de posição entre eles. Mas Valentino
tomou a dianteira, e na ânsia de tentar dar o troco para reassumir a ponta,
Márquez acabou tocando na roda traseira do piloto da Yamaha, e acabou se dando
mal, caindo na pista e praticamente dando adeus à corrida e a um pódio
garantido a apenas duas voltas do final da prova. Rossi deu sorte de não ter
caído também, e comemorou a vitória no pódio vestindo a camisa 10 da seleção
argentina com o nome de Maradona. E Andrea Dovizioso garantiu o terceiro pódio
consecutivo para a Ducati, que só não comemorou totalmente porque na reta de
chegada seu outro piloto, Andrea Iannone, foi surpreendido por Carl Crutchlow,
que roubou-lhe o terceiro lugar por cerca de 0s05. Jorge Lorenzo, por sua vez,
ficou apenas em 5° lugar, sem conseguir incomodar os ponteiros. E com duas
vitórias em 3 corridas, Rossi dá pinta de que vai buscar o seu 8° título na
categoria rainha do motociclismo mundial, mas ainda é prematuro afirmar que o
italiano é o favorito destacado do campeonato. Muita água ainda vai rolar na
competição, podem apostar...
Na estréia do Mundial de Endurance 2015, a Porshe saiu na
frente nos treinos de classificação para as 6 Horas de Silverstone, mas ao
final da corrida, foi a Audi quem subiu ao degrau mais alto do pódio. A Porshe
havia feito os dois melhores tempos na classificação, com o trio Timo Bernhard/Mark
Webber/Brandon Hartley saindo na pole-position. Mas o carro N° 17 infelizmente
teve problemas, e acabou deixando a corrida, frustrando a escuderia alemã, que
então ficou apenas com o outro carro, o N° 18, conduzido pelo trio Romain Dumas/Neel
Jani/Marc Lieb para defender a honra da marca. Mas a Audi, que terminou o ano
de 2014 em baixa na competição, mostrou sua capacidade de recuperação, e
resolveu estragar a festa dos conterrâneos. Mas não foi uma vitória fácil,
muito pelo contrário: o bólido N° 7, pilotado por Marcel Fassler, André Lotterer,
e Benoît Tréluyer cruzou a linha de chegada com uma vantagem de apenas 4s6, um
tempo mínimo de vantagem, considerando-se que a corrida teve 6 horas de
duração. E a Toyota, atual campeã do mundo, que havia feito uma classificação
não muito empolgante, mostrou que pretende defender o seu título: seu carro N°
1, conduzido pelo trio Anthony Davidson/Kazuki Nakajima/Sébastien Buemi fechou
a corrida em 3° lugar, com uma desvantagem de 14s8, outra diferença bastante
apertada para as corridas de longa duração. A marca nipônica ainda fez o 4°
lugar, com seu outro carro, o de N° 2, com o trio Alexander Wurz/Stéphane Sarrazin/Mike
Conway, mas com uma volta de desvantagem para o carro vencedor. Lucas Di
Grassi, defendendo o carro N° 8 da Audi, em companhia de Loic Duval e Oliver Jarvis,
foi apenas o 5° colocado, com 4 voltas de atraso. Na categoria LMP2, o
brasileiro Pipo Derani ficou na 2ª colocação na classe, defendendo a equipe
G-Drive, no carro N° 28, ao lado de Gustavo Yacamán e Ricardo González,
fechando em 7° lugar na classificação geral. Já Fernando Rees, competindo pela
categoria GTEPro, com a Aston Martin, foi apenas 15° colocado. O panorama da
vitória apertada da Audi sobre as rivais Porshe e Toyota prenuncia um duelo
empolgante entre as 3 marcas pelo campeonato da Endurance, que a partir de Le
Mans ganhará a entrada da Nissan na categoria LMP1, e promete agitar ainda mais
o certame dos carros protótipos das provas de longa duração. E disputa é o que
público quer ver, e quanto mais gente disputando a ponta, melhor.
O campeonato da F-3 Européia deu sua largada nos dias 10 a 12 de abril, no circuito
de Silverstone, na Inglaterra. Com nada menos do que 35 pilotos, a competição é
formada de rodadas triplas nos fins de semana, e o campeonato passou a ser a
melhor opção para os pilotos que almejam chegar às categorias TOP,
especialmente depois do fim dos campeonatos inglês e alemão de F-3, sendo que a
versão britânica sempre foi passo obrigatório para se chegar à F-1. Na primeira
corrida do fim de semana, a vitória foi do sueco Felix Rosenqvist. da equipe
Prema. A escuderia, aliás, foi maioria no pódio, pois o britânico Jake Dennis
finalizou em 3° lugar, atrás do italiano Antonio Giovinazzi, da equipe Jagonya.
Pietro Fittipaldi, estreando na categoria, foi apenas o 11° colocado,
defendendo a equipe Fortec. Outro brasileiro, Sergio Sette Camara, competindo
pela equipe Motopark, foi apenas o 17°, resultado que não pode ser considerado
exatamente ruim, levando-se em conta que 35 pilotos largaram para a prova. Na
segunda corrida, a vitória foi do britânico George Russell, da equipe Carlin.
Completaram o pódio o monegasco Charles Leclerc, da equipe Van Amersfoort, em
2°; e o italiano Antonio Giovinazzi em 3°. Pietro Fittipaldi se saiu melhor do
que na primeira corrida, finalizando em 8° lugar. Já Sérgio Sette Camara infelizmente
ficou pelo meio do caminho, abandonando após problemas logo na largada. E a
terceira e última corrida do fim de semana viu um terceiro vencedor diferente: Charles
Leclerc. Na 2ª colocação, o italiano Antonio Giovinazzi, com mais um pódio; e
Jake Dennis, fechando em 3° lugar. Sérgio Sette Camara cruzou em 20° lugar, e
desta vez foi Pietro Fittipaldi quem ficou pelo meio do caminho, abandonando a
terceira corrida após 14 voltas. No computo geral do primeiro fim de semana do
campeonato, Antonio Giovinazzi lidera a competição com 106 pontos, seguido por Charles
Leclerc, com 101 pontos. A terceira colocação é de Felix Rosenqvist, com 92
pontos. Pietro Fittipaldi é o 15° colocado, com 4 pontos. Ao todo, o campeonato
terá 11 etapas, todas com rodadas triplas em seus fins de semana de competição,
totalizando 33 provas no ano. Já foram 3, faltam 30, e muita água e disputa
irão rolar até o fim do ano, com a última etapa sendo realizada no circuito de
Hockenhein, na Alemanha, nos dias 16
a 18 de outubro. Quem quiser acompanhar as provas tem de
ficar atento às programações dos canais pagos Bandsports e ESPN/ESPN Brasil,
que tem direitos de transmissão da categoria, o que não significa que será
fácil assistir às corridas, uma vez que ultimamente até os canais de esportes
andam de lado para o automobilismo em nosso país...
A etapa do Alabama viu a primeira vitória de mais um piloto no
campeonato da Indy Racing League. O americano Josef Newgarden, da equipe CFH,
fez uma grande corrida e cruzou a linha de chegada em primeiro. O pódio foi
completado por Graham Rahal, que também fez uma excelente prova, em 2° lugar, e
por Scott Dixon, na terceira colocação. Tony Kanaan foi apenas o 13°, e Hélio
Castro Neves, o 15°. Juan Pablo Montoya foi o 14°, e manteve a liderança do
campeonato, com 136 pontos. Helinho segue em 2° na classificação, com 133
pontos.
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