A Ferrari esperava se aproximar mais da Mercedes em Barcelona, mas ocorreu o contrário... |
O Grande Prêmio da
Espanha, disputado domingo passado, frustrou a maioria das expectativas de quem
esperava por uma competição mais equilibrada e com possíveis mudanças na ordem de
força das escuderias da categoria. A corrida não foi exatamente um marasmo, mas
também esteve longe de encher os olhos, especialmente na luta pela vitória,
onde o pole simplesmente largou na frente, e lá praticamente ficou, vencendo a
prova sem maiores sustos. Panorama familiar? Sim, mas desta vez foi com Nico
Rosberg, e não Lewis Hamilton, que venceu com relativa tranquilidade na pista
catalã. Até porque Hamilton, pela primeira vez na temporada, não andou tudo o
que sabe, e perdeu pela primeira vez para o parceiro na atual temporada. Começou
com a derrota na luta pela pole-position, e terminou na corrida. Para Hamilton,
foi fatal ficar preso atrás de Sebastian Vettel na largada: sem conseguir
passar o piloto da Ferrari, e com a ajuda de uma parada de box complicada onde
perdeu preciosos segundos, foi preciso apelar para a mudança de estratégia para
conseguir o 2° lugar.
Aí vimos Hamilton
simplesmente voando baixo na pista, por ter feito um pit stop extra, e
precisando ganhar tempo para conseguir voltar à frente de Vettel após sua última
parada, e ele conseguiu, partindo em seguida para tentar descontar a diferença
para Rosberg. Ele até tentou, diminuindo cerca de 20s para 13s, mas sem tempo hábil
para alcançar o parceiro, preferiu se acomodar em 2°, pensando no campeonato. E
quem esperava ver a Ferrari tentando complicar a vida dos alemães, caiu do
cavalo: depois que se livrou de Vettel, Hamilton praticamente foi embora,
cruzando a linha de chegada quase 30s à frente de Sebastian, que teve de se contentar
com o 3° lugar, a 45s de desvantagem para o vencedor, Nico Rosberg. Kimmi
Raikkonem, que havia sido o 2° colocado no Bahrein, acabou ficando preso atrás
de Valtteri Bottas, e foi apenas 5° colocado, a praticamente 1 minuto de
desvantagem para Rosberg.
Como é de praxe, a prova
espanhola foi o palco para vários times trazerem várias inovações em seus
carros, após a primeira fase do campeonato, disputada longe da Europa. Mas, ao
que parece, as inovações tiveram um efeito praticamente nulo em tornar o
campeonato mais disputado, pelo menos na dianteira. A Mercedes, que também
trouxe inovações, praticamente não teve adversários na prova, vencendo pela
maior diferença do ano apresentada até aqui. A Ferrari, que trouxe várias
modificações no modelo SF15-T, ficou a ver navios já no treino de classificação,
quando Vettel ficou a quase 0s8 da pole de Rosberg, o que não dava indícios
muito animadores para a corrida. O novo pacote de modificações, aliás, não foi
unanimidade no time: Raikkonem preferiu correr sem as modificações, por não ter
encontrado o acerto ideal com o novo pacote. Não fosse ter ficado preso atrás
de seu compatriota da Williams, Kimmi muito provavelmente teria terminado logo
atrás, ou talvez à frente, de Vettel, já que a diferença entre ambos na
bandeirada foi de apenas 15s, o que denota que, considerando o problema de tráfego
onde não conseguiu passar a Williams, a performance dos carros da Ferrari, com
e sem as modificações, praticamente ficaram empatados.
Também se esperava uma
evolução da McLaren, que teria muitas modificações no MP4/30, e até se viu
alguma melhora, porém tímida ainda, impossibilitando o time de ter muitas
esperanças de bons resultados nesta temporada. Fernando Alonso e Jenson Button
passaram para o Q2 com alguma facilidade, mas estiveram impotentes para ir ao
Q3. Na corrida, Alonso até estava indo razoável, mas uma viseira que enroscou
num dos freios traseiros colocou a corrida do espanhol a pique, e ele precisou
abandonar, ainda que as chances de pontuar ainda fossem remotas. Jenson Button
teve uma prova difícil, onde classificou o carro de "um horror",
saindo de frente e de traseira, sem compreender o comportamento do bólido, e
terminando apenas em 16°. Nem a nova pintura cativou muito os fãs. Vai ser
mesmo um ano difícil para a esquadra de Woking...
Comparando a corrida
de 2015 com a do ano passado, dá para notar coisas interessantes. No circuito
mais conhecido pelos times, a pole de Rosberg foi 0s6 mais veloz que a pole de
Hamilton em 2014. Já com relação ao tempo de corrida, a prova do ano passado
foi mais rápida, durando 1h41min05s155, contra o tempo de 1h41min12s555 deste
ano. Correndo com grande vantagem na ponta, Rosberg não precisou andar tudo o
que poderia render seu carro, ao contrário do ano passado, quando Hamilton
venceu com o alemão colado em sua traseira, a menos de 0s7 de diferença. Rosberg
venceu com uma folga de 17s este ano. Não havia porque forçar mais.
No que tange à
diferença para os concorrentes mais próximos, houve pouca evolução de 2014 para
2015: Daniel Ricciardo, da Red Bull, foi o 3° colocado no ano passado, com 49s
de desvantagem para o vencedor, enquanto este ano, Vettel, da Ferrari, ficou
45s atrás. Uma amostra de como os times trocaram de posição do último
campeonato para cá: em 2014,
a melhor Ferrari, com Alonso, ficou em 6° lugar, a
1min27s7; em contrapartida, o melhor carro da Red Bull este ano, o mesmo
Ricciardo, foi 7°, com mais de uma volta de atraso. Realmente, a coisa anda difícil
para alguns, e muito mais difícil para outros...
A Williams, no
comparativo dos resultados de Valtteri Bottas, melhorou um pouco: em 2014, o
finlandês foi 5°, com 1min19s2 de atraso, e este ano, ele cruzou 59s2. Não é
muito, mas é alguma coisa, pois em 2014 o time ainda tentava reencontrar a
forma dos testes da pré-temporada, enquanto este ano tem sido mais constantes
desde o início do ano. Já com relação à McLaren, curiosamente, no ano passado,
ambas os carros da escuderia terminaram a prova espanhola sem conseguir pontuar:
Button foi 11°, e Kevin Magnussem, o 12°, com mais de uma volta de atraso. A média
de velocidade de Button em 2014 foi 178,5 Km/h, enquanto este ano foi de 176,6 Km/h, mostrando
que o time andou mesmo para trás. Só que não foi o único: a Force India, sem
ter novidades no carro este ano na prova de Barcelona, ficou com seu melhor
carro em 13°, com Sérgio Perez, enquanto no ano passado o mexicano foi o 9°
colocado. Em ambas as ocasiões terminando com uma volta de desvantagem, mas com
a média de velocidade deste ano quase 3 Km/h mais lenta que a de 2014.
Nesse comparativo, a
Sauber parece não ter saído do lugar em Barcelona, em termos de performance. O
time suíço, que por falta de recursos praticamente não trouxe melhorias na
etapa catalã, foi apenas 16° no ano passado com Esteban Gutiérrez, e 12° este
ano com Felipe Nasr, ambos com uma volta de desvantagem, mas com a média de
velocidade quase idêntica: 177,4 contra 177,0 deste ano, onde podemos dizer que
o time até regrediu, ainda que por míseros 0,4 Km/h de média de
velocidade.
A pista de Barcelona nunca
proporcionou corridas exatamente muito disputadas por ser o circuito mais conhecido
de todos os times, uma vez que a maioria dos testes de pré-temporada lá são realizados.
Isso não é por acaso: a variedade de curvas da pista da Catalunha são o palco
perfeito para os engenheiros conhecerem os carros a fundo. As características
do circuito permitem mostrar os pontos fortes e os pontos fracos de qualquer
carro, permitindo aos engenheiros conhecerem com mais exatidão onde estão os
pontos já desenvolvidos, e aqueles que precisam ser trabalhados no projeto dos
carros. Um carro que ande bem em Barcelona praticamente será competitivo em quase
todos os demais circuitos da temporada, a não ser que o time trabalhe duro para
mudar esse panorama. E é por isso que as expectativas de um campeonato mais
equilibrado ficaram frustradas pelo resultado da corrida: a Mercedes exibiu na prova
espanhola o seu poderio na pista, e só não andou ainda mais porque não precisava.
Não significa que o time alemão irá dominar com tal facilidade todos os GPs,
mas mostra que os demais concorrentes tendem a incomodá-los apenas
ocasionalmente, ou caso sofram algum problema inesperado, como uma quebra, ou
um acidente.
Depois da vitória em
Sepang, muitos acreditaram que a Ferrari viria para desafiar, ou pelo menos,
ficar logo atrás da Mercedes na disputa pela vitória em vários circuitos. Eles
podem até fazer isso, mas não com a frequência que todos gostariam. A própria
Ferrari foi a maior desiludida com o resultado em Barcelona, tanto que na
segunda-feira após a corrida, todo o staff principal do time rosso já tinha uma
reunião marcada em Maranello para tentar entender onde as coisas não deram os
resultados esperados. O que significa que vão ter de trabalhar ainda mais para
tentar alcançar as metas estipuladas. E isso vale para todos os times, que terão
muito trabalho para manterem seu nível de desenvolvimento, com maior ou menor êxito,
dependendo de suas capacidades, sejam técnicas, mas principalmente as
financeiras, que podem tolher boa parte dos esforços de evolução dos times. Não
é por acaso que Force India e Sauber, sem folga em seus orçamentos, praticamente
não conseguiram evoluir seus carros desde o início do campeonato, ou o fizeram
com resultados muito discretos.
E mesmo quem tem recursos
de sobra, como McLaren e Red Bull, mostram que os esforços despendidos nem
sempre correspondem ao que se espera. O jeito é voltar ao batente e continuar
dando duro, nunca esquecendo que a vida costuma ter mais expectativas
frustradas do que vitórias. Mas, se tudo fosse fácil, as vitórias nunca seriam
valorizadas e saboreadas como se deve. Então, bola para a frente, pois a competição
não pára. E que venha o próximo Grande Prêmio...
Depois da corrida em Jerez de La
Fronteira, onde vimos a vitória de Jorge Lorenzo, a MotoGP chegou a Le Mans para
a próxima etapa do campeonato de 2015, cujos treinos oficiais começam hoje,
numa parte do autódromo que sediará no mês que vem as famosas 24 Horas de Le
Mans. O traçado do circuito Le Mans Bugatti tem 4,2 Km de extensão, com 14
curvas, e a corrida será disputada em 28 voltas, totalizando 177,2 Km de percurso. Líder
do campeonato, o italiano Valentino Rossi vai em busca de mais uma vitória no
campeonato. No ano passado, o "Doutor" foi o 2° colocado na etapa
francesa em Le Mans, cuja vitória ficou com Marc Márquez, que venceu por uma
margem bem apertada, de cerca de 1s5. Este ano, com um equilíbrio maior entre
as motos das equipes oficiais da Honda e da Yamaha, a disputa deverá ser bem
acirrada, e a Ducati anda à espreita pronta para se meter na briga das rivais
nipônicas. O Grande Prêmio da França da MotoGP terá transmissão ao vivo nos
canais pagos do SporTV no fim de semana. A prova, domingo, começa às 9 da manhã,
pelo horário de Brasília.
O autódromo do Indianapolis Motor
Speedway está em alerta: dois violentos acidentes ocorreram esta semana, com os
carros decolando de forma assustadora, e apesar de seus pilotos não terem se
machucado, deixou o pessoal assustado pela maneira como ambos os carros
levantaram vôo com relativa facilidade após impactos em alta velocidade nos
muros do circuito oval. Primeiro foi o brasileiro Hélio Castro Neves, que na
quarta-feira voou baixo, literalmente, após escorregar numa curva, acertar o
muro, e ver o mundo de cabeça para baixo; já ontem foi a vez de Josef
Newgarden, que também decolou, e ainda viu seu carro se arrastar por dezenas de
metros de cabeça para baixo no asfalto. A direção da Indycar está analisando o
que pode ser feito para evitar que os carros decolem em caso de batidas contra
o muro, pois durante a corrida das 500 Milhas de Indianápolis, em meio às disputas
de posição, as chances de os pilotos se envolverem em um novo acidente não são
poucas, e em caso de uma nova decolagem, os riscos de o carro cair em cima de
outros competidores podem ter consequências muito sérias. Tanto Helinho quanto
Newgarden deram sorte de não sofrer praticamente nada, apesar do imenso susto. No
fim da tarde de quarta mesmo o brasileiro já havia voltado aos treinos com o
seu carro reserva, enquanto Newgarden ainda iria discutir com seu time as
causas da decolagem e o que fazer a respeito. Quem também teve sua cota de
acidentes em Indianápolis foram as duas mulheres inscritas para a prova da
Indy500: Pippa Man também derrapou e acertou a barreira de pneus na parte
interna da pista, colidindo depois com o muro da entrada dos boxes. Já Simona
De Silvestro viu seu carro pegar fogo após sofrer problemas mecânicos: a suíça
tentou levar o carro de volta aos boxes, mas o óleo vazado atingiu as partes
quentes da traseira e iniciou um incêndio, que foi debelado pelo pessoal de
segurança. As duas não sofreram ferimentos com os azares sofridos, felizmente.
Neste final de semana acontecem os treinos classificatórios para as 500 Milhas de Indianápolis,
que serão disputadas no próximo final de semana, dia 24 de maio.
O Rali dos Sertões, maior prova
off-road do Brasil, que terá a edição 2015 disputada entre os dias 1 a 8 de agosto, divulgou essa
semana o seu percurso e as cidades por onde passará. A largada será em Goiânia,
Goiás, no dia 1° de agosto. Após partir da capital goiana, os competidores
seguirão até Rio Verde, ainda em Goiás, de onde partirão em seguida para Itumbiara,
Goiás. Dali seguirão para São Simão, última parada em território goiano. A
parada seguinte será em Três Lagoas, já no Mato Grosso do Sul, de onde os
participantes seguirão para Euclides da Cunha Paulista, em São Paulo. A parada
seguinte será em Umuarama, no Paraná, penúltima parada da competição, que
terminará com a chegada, no dia 8 de agosto, em Foz do Iguaçu, Paraná. A
competição terá um total de 2.917
Km de percurso, com muita poeira pelo caminho e a grande
maioria de trechos inéditos na competição. Os fãs das competições off-road que
se preparem...
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