sexta-feira, 15 de maio de 2015

EXPECTATIVAS FRUSTRADAS


A Ferrari esperava se aproximar mais da Mercedes em Barcelona, mas ocorreu o contrário...

            O Grande Prêmio da Espanha, disputado domingo passado, frustrou a maioria das expectativas de quem esperava por uma competição mais equilibrada e com possíveis mudanças na ordem de força das escuderias da categoria. A corrida não foi exatamente um marasmo, mas também esteve longe de encher os olhos, especialmente na luta pela vitória, onde o pole simplesmente largou na frente, e lá praticamente ficou, vencendo a prova sem maiores sustos. Panorama familiar? Sim, mas desta vez foi com Nico Rosberg, e não Lewis Hamilton, que venceu com relativa tranquilidade na pista catalã. Até porque Hamilton, pela primeira vez na temporada, não andou tudo o que sabe, e perdeu pela primeira vez para o parceiro na atual temporada. Começou com a derrota na luta pela pole-position, e terminou na corrida. Para Hamilton, foi fatal ficar preso atrás de Sebastian Vettel na largada: sem conseguir passar o piloto da Ferrari, e com a ajuda de uma parada de box complicada onde perdeu preciosos segundos, foi preciso apelar para a mudança de estratégia para conseguir o 2° lugar.
            Aí vimos Hamilton simplesmente voando baixo na pista, por ter feito um pit stop extra, e precisando ganhar tempo para conseguir voltar à frente de Vettel após sua última parada, e ele conseguiu, partindo em seguida para tentar descontar a diferença para Rosberg. Ele até tentou, diminuindo cerca de 20s para 13s, mas sem tempo hábil para alcançar o parceiro, preferiu se acomodar em 2°, pensando no campeonato. E quem esperava ver a Ferrari tentando complicar a vida dos alemães, caiu do cavalo: depois que se livrou de Vettel, Hamilton praticamente foi embora, cruzando a linha de chegada quase 30s à frente de Sebastian, que teve de se contentar com o 3° lugar, a 45s de desvantagem para o vencedor, Nico Rosberg. Kimmi Raikkonem, que havia sido o 2° colocado no Bahrein, acabou ficando preso atrás de Valtteri Bottas, e foi apenas 5° colocado, a praticamente 1 minuto de desvantagem para Rosberg.
            Como é de praxe, a prova espanhola foi o palco para vários times trazerem várias inovações em seus carros, após a primeira fase do campeonato, disputada longe da Europa. Mas, ao que parece, as inovações tiveram um efeito praticamente nulo em tornar o campeonato mais disputado, pelo menos na dianteira. A Mercedes, que também trouxe inovações, praticamente não teve adversários na prova, vencendo pela maior diferença do ano apresentada até aqui. A Ferrari, que trouxe várias modificações no modelo SF15-T, ficou a ver navios já no treino de classificação, quando Vettel ficou a quase 0s8 da pole de Rosberg, o que não dava indícios muito animadores para a corrida. O novo pacote de modificações, aliás, não foi unanimidade no time: Raikkonem preferiu correr sem as modificações, por não ter encontrado o acerto ideal com o novo pacote. Não fosse ter ficado preso atrás de seu compatriota da Williams, Kimmi muito provavelmente teria terminado logo atrás, ou talvez à frente, de Vettel, já que a diferença entre ambos na bandeirada foi de apenas 15s, o que denota que, considerando o problema de tráfego onde não conseguiu passar a Williams, a performance dos carros da Ferrari, com e sem as modificações, praticamente ficaram empatados.
            Também se esperava uma evolução da McLaren, que teria muitas modificações no MP4/30, e até se viu alguma melhora, porém tímida ainda, impossibilitando o time de ter muitas esperanças de bons resultados nesta temporada. Fernando Alonso e Jenson Button passaram para o Q2 com alguma facilidade, mas estiveram impotentes para ir ao Q3. Na corrida, Alonso até estava indo razoável, mas uma viseira que enroscou num dos freios traseiros colocou a corrida do espanhol a pique, e ele precisou abandonar, ainda que as chances de pontuar ainda fossem remotas. Jenson Button teve uma prova difícil, onde classificou o carro de "um horror", saindo de frente e de traseira, sem compreender o comportamento do bólido, e terminando apenas em 16°. Nem a nova pintura cativou muito os fãs. Vai ser mesmo um ano difícil para a esquadra de Woking...
            Comparando a corrida de 2015 com a do ano passado, dá para notar coisas interessantes. No circuito mais conhecido pelos times, a pole de Rosberg foi 0s6 mais veloz que a pole de Hamilton em 2014. Já com relação ao tempo de corrida, a prova do ano passado foi mais rápida, durando 1h41min05s155, contra o tempo de 1h41min12s555 deste ano. Correndo com grande vantagem na ponta, Rosberg não precisou andar tudo o que poderia render seu carro, ao contrário do ano passado, quando Hamilton venceu com o alemão colado em sua traseira, a menos de 0s7 de diferença. Rosberg venceu com uma folga de 17s este ano. Não havia porque forçar mais.
            No que tange à diferença para os concorrentes mais próximos, houve pouca evolução de 2014 para 2015: Daniel Ricciardo, da Red Bull, foi o 3° colocado no ano passado, com 49s de desvantagem para o vencedor, enquanto este ano, Vettel, da Ferrari, ficou 45s atrás. Uma amostra de como os times trocaram de posição do último campeonato para cá: em 2014, a melhor Ferrari, com Alonso, ficou em 6° lugar, a 1min27s7; em contrapartida, o melhor carro da Red Bull este ano, o mesmo Ricciardo, foi 7°, com mais de uma volta de atraso. Realmente, a coisa anda difícil para alguns, e muito mais difícil para outros...
            A Williams, no comparativo dos resultados de Valtteri Bottas, melhorou um pouco: em 2014, o finlandês foi 5°, com 1min19s2 de atraso, e este ano, ele cruzou 59s2. Não é muito, mas é alguma coisa, pois em 2014 o time ainda tentava reencontrar a forma dos testes da pré-temporada, enquanto este ano tem sido mais constantes desde o início do ano. Já com relação à McLaren, curiosamente, no ano passado, ambas os carros da escuderia terminaram a prova espanhola sem conseguir pontuar: Button foi 11°, e Kevin Magnussem, o 12°, com mais de uma volta de atraso. A média de velocidade de Button em 2014 foi 178,5 Km/h, enquanto este ano foi de 176,6 Km/h, mostrando que o time andou mesmo para trás. Só que não foi o único: a Force India, sem ter novidades no carro este ano na prova de Barcelona, ficou com seu melhor carro em 13°, com Sérgio Perez, enquanto no ano passado o mexicano foi o 9° colocado. Em ambas as ocasiões terminando com uma volta de desvantagem, mas com a média de velocidade deste ano quase 3 Km/h mais lenta que a de 2014.
            Nesse comparativo, a Sauber parece não ter saído do lugar em Barcelona, em termos de performance. O time suíço, que por falta de recursos praticamente não trouxe melhorias na etapa catalã, foi apenas 16° no ano passado com Esteban Gutiérrez, e 12° este ano com Felipe Nasr, ambos com uma volta de desvantagem, mas com a média de velocidade quase idêntica: 177,4 contra 177,0 deste ano, onde podemos dizer que o time até regrediu, ainda que por míseros 0,4 Km/h de média de velocidade.
            A pista de Barcelona nunca proporcionou corridas exatamente muito disputadas por ser o circuito mais conhecido de todos os times, uma vez que a maioria dos testes de pré-temporada lá são realizados. Isso não é por acaso: a variedade de curvas da pista da Catalunha são o palco perfeito para os engenheiros conhecerem os carros a fundo. As características do circuito permitem mostrar os pontos fortes e os pontos fracos de qualquer carro, permitindo aos engenheiros conhecerem com mais exatidão onde estão os pontos já desenvolvidos, e aqueles que precisam ser trabalhados no projeto dos carros. Um carro que ande bem em Barcelona praticamente será competitivo em quase todos os demais circuitos da temporada, a não ser que o time trabalhe duro para mudar esse panorama. E é por isso que as expectativas de um campeonato mais equilibrado ficaram frustradas pelo resultado da corrida: a Mercedes exibiu na prova espanhola o seu poderio na pista, e só não andou ainda mais porque não precisava. Não significa que o time alemão irá dominar com tal facilidade todos os GPs, mas mostra que os demais concorrentes tendem a incomodá-los apenas ocasionalmente, ou caso sofram algum problema inesperado, como uma quebra, ou um acidente.
            Depois da vitória em Sepang, muitos acreditaram que a Ferrari viria para desafiar, ou pelo menos, ficar logo atrás da Mercedes na disputa pela vitória em vários circuitos. Eles podem até fazer isso, mas não com a frequência que todos gostariam. A própria Ferrari foi a maior desiludida com o resultado em Barcelona, tanto que na segunda-feira após a corrida, todo o staff principal do time rosso já tinha uma reunião marcada em Maranello para tentar entender onde as coisas não deram os resultados esperados. O que significa que vão ter de trabalhar ainda mais para tentar alcançar as metas estipuladas. E isso vale para todos os times, que terão muito trabalho para manterem seu nível de desenvolvimento, com maior ou menor êxito, dependendo de suas capacidades, sejam técnicas, mas principalmente as financeiras, que podem tolher boa parte dos esforços de evolução dos times. Não é por acaso que Force India e Sauber, sem folga em seus orçamentos, praticamente não conseguiram evoluir seus carros desde o início do campeonato, ou o fizeram com resultados muito discretos.
            E mesmo quem tem recursos de sobra, como McLaren e Red Bull, mostram que os esforços despendidos nem sempre correspondem ao que se espera. O jeito é voltar ao batente e continuar dando duro, nunca esquecendo que a vida costuma ter mais expectativas frustradas do que vitórias. Mas, se tudo fosse fácil, as vitórias nunca seriam valorizadas e saboreadas como se deve. Então, bola para a frente, pois a competição não pára. E que venha o próximo Grande Prêmio...


Depois da corrida em Jerez de La Fronteira, onde vimos a vitória de Jorge Lorenzo, a MotoGP chegou a Le Mans para a próxima etapa do campeonato de 2015, cujos treinos oficiais começam hoje, numa parte do autódromo que sediará no mês que vem as famosas 24 Horas de Le Mans. O traçado do circuito Le Mans Bugatti tem 4,2 Km de extensão, com 14 curvas, e a corrida será disputada em 28 voltas, totalizando 177,2 Km de percurso. Líder do campeonato, o italiano Valentino Rossi vai em busca de mais uma vitória no campeonato. No ano passado, o "Doutor" foi o 2° colocado na etapa francesa em Le Mans, cuja vitória ficou com Marc Márquez, que venceu por uma margem bem apertada, de cerca de 1s5. Este ano, com um equilíbrio maior entre as motos das equipes oficiais da Honda e da Yamaha, a disputa deverá ser bem acirrada, e a Ducati anda à espreita pronta para se meter na briga das rivais nipônicas. O Grande Prêmio da França da MotoGP terá transmissão ao vivo nos canais pagos do SporTV no fim de semana. A prova, domingo, começa às 9 da manhã, pelo horário de Brasília.


Hélio Castro Neves capotou com seu carro nos treinos para as 500 Milhas em Indianápolis, mas felizmente saiu ileso do acidente, assim como Josef Newgarden, que sofreu também uma capotagem com seu carro.
O autódromo do Indianapolis Motor Speedway está em alerta: dois violentos acidentes ocorreram esta semana, com os carros decolando de forma assustadora, e apesar de seus pilotos não terem se machucado, deixou o pessoal assustado pela maneira como ambos os carros levantaram vôo com relativa facilidade após impactos em alta velocidade nos muros do circuito oval. Primeiro foi o brasileiro Hélio Castro Neves, que na quarta-feira voou baixo, literalmente, após escorregar numa curva, acertar o muro, e ver o mundo de cabeça para baixo; já ontem foi a vez de Josef Newgarden, que também decolou, e ainda viu seu carro se arrastar por dezenas de metros de cabeça para baixo no asfalto. A direção da Indycar está analisando o que pode ser feito para evitar que os carros decolem em caso de batidas contra o muro, pois durante a corrida das 500 Milhas de Indianápolis, em meio às disputas de posição, as chances de os pilotos se envolverem em um novo acidente não são poucas, e em caso de uma nova decolagem, os riscos de o carro cair em cima de outros competidores podem ter consequências muito sérias. Tanto Helinho quanto Newgarden deram sorte de não sofrer praticamente nada, apesar do imenso susto. No fim da tarde de quarta mesmo o brasileiro já havia voltado aos treinos com o seu carro reserva, enquanto Newgarden ainda iria discutir com seu time as causas da decolagem e o que fazer a respeito. Quem também teve sua cota de acidentes em Indianápolis foram as duas mulheres inscritas para a prova da Indy500: Pippa Man também derrapou e acertou a barreira de pneus na parte interna da pista, colidindo depois com o muro da entrada dos boxes. Já Simona De Silvestro viu seu carro pegar fogo após sofrer problemas mecânicos: a suíça tentou levar o carro de volta aos boxes, mas o óleo vazado atingiu as partes quentes da traseira e iniciou um incêndio, que foi debelado pelo pessoal de segurança. As duas não sofreram ferimentos com os azares sofridos, felizmente. Neste final de semana acontecem os treinos classificatórios para as 500 Milhas de Indianápolis, que serão disputadas no próximo final de semana, dia 24 de maio.


O Rali dos Sertões, maior prova off-road do Brasil, que terá a edição 2015 disputada entre os dias 1 a 8 de agosto, divulgou essa semana o seu percurso e as cidades por onde passará. A largada será em Goiânia, Goiás, no dia 1° de agosto. Após partir da capital goiana, os competidores seguirão até Rio Verde, ainda em Goiás, de onde partirão em seguida para Itumbiara, Goiás. Dali seguirão para São Simão, última parada em território goiano. A parada seguinte será em Três Lagoas, já no Mato Grosso do Sul, de onde os participantes seguirão para Euclides da Cunha Paulista, em São Paulo. A parada seguinte será em Umuarama, no Paraná, penúltima parada da competição, que terminará com a chegada, no dia 8 de agosto, em Foz do Iguaçu, Paraná. A competição terá um total de 2.917 Km de percurso, com muita poeira pelo caminho e a grande maioria de trechos inéditos na competição. Os fãs das competições off-road que se preparem...

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