quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

FLYING LAPS - NOVEMBRO DE 2014


            O ano de 2014 praticamente já está em contagem regressiva para 2015. Estamos em dezembro, e todo início de mês é hora de dar uma repassada em alguns acontecimentos que marcaram o mundo das corridas em novembro, em notas rápidas com alguns comentários, em mais uma sessão Flying Laps. Boa leitura para todos...

 

Marc Márquez fechou a temporada 2014 da MotoGP com mais uma vitória, na etapa de Valência, estabelecendo o novo recorde de 13 triunfos numa mesma temporada, batendo o recorde de 12 vitórias que pertencia a Michael Dohan. Valentino Rossi bem que tentou complicar as coisas para o mais novo bicampeão da categoria, mas acabou mesmo em 2° lugar na corrida. Dani Pedrosa fechou a temporada com o 3° lugar na última corrida do ano, numa temporada em que sucumbiu totalmente ao parceiro de time, obtendo apenas 1 vitória no ano. Quem não deu sorte em Valência foi Jorge Lorenzo, que disputava o vice-campeonato com Rossi, mas teve problemas em sua moto e acabou abandonando a corrida. O resultado deixou Lorenzo em 3° lugar na competição. Márquez fecha o ano com 362 pontos. Valentino Rossi finalizou com 295 pontos, seguido de Lorenzo, com 263; Pedrosa fechou com 246 pontos na 4ª colocação. Seguiram-se: 5°) Andrea Dovizioso: 187 pontos; 6°) Pol Espargaro: 136 pontos; 7°) Aleix Espargaro: 126 pontos; 8°) Bradley Smith: 121 pontos; 9°) Stefan Bradl: 117 pontos; e 10°) Andrea Ianonne: 102 pontos.

 

 

Marc Márquez teve mais motivos para comemorar a vitória em Valência: No mesmo dia, no mesmo circuito, na última etapa da categoria Moto3, seu irmão Alex Márquez faturou o título da competição, com o terceiro lugar na prova final. Foi a primeira vez na história que dois irmãos venceram campeonatos mundiais de motociclismo na mesma temporada. Um sinal que deve deixar o pessoal da MotoGP preocupado para daqui a algum tempo. Afinal, se aguentar apenas um Márquez está sendo quase impossível, imagine quando tiverem que lidar com dois...

 

 

A F-3 Brasil encerrou seu campeonato de estréia com a rodada dupla de Goiânia, disputada nos últimos dias 22 e 23 de novembro. E o campeão antecipado, Pedro Piquet, resolveu não deixar ninguém dividir a festa com ele: venceu as duas corridas, totalizando 11 vitórias em 16 provas no ano. Se é verdade que o mais novo Piquet das pistas teve um excelente equipamento à disposição, pela equipe Cesário Fórmula, é verdade que o garoto mostrou serviço, não deixando chances para a concorrência. Resta agora esperar que ele consiga manter este nível de sucesso quando for competir no exterior, a fim de evitar cair em furadas, como a que fez naufragar a carreira na F-1 de seu irmão Nélson Ângelo. Nélson Piquet, com lembranças disso na cabeça, certamente tratará de orientar melhor o seu novo rebento das pistas...

 

 

Depois de praticamente quase dois meses em coma, o piloto Jules Bianchi deixou o hospital de Mie, no Japão, onde estava internado desde o seu pavoroso acidente durante o Grande Prêmio do Japão de F-1. O estado do piloto ainda é crítico, mas atingiu uma certa estabilidade que permitiu que fosse levado para a Europa, onde ficará internado em um hospital da cidade francesa de Nice. As perspectivas de recuperação de Jules ainda permanecem uma incógnita, e sem boas perspectivas. O piloto saiu do coma induzido, mas permanece inconsciente. Sua luta para viver continua.
 

 

Quem também se encontra em situação que ainda inspira cuidados é Michael Schumacher. Segundo Phillipe Streiff, ex-piloto que ficou paraplégico em um acidente durante testes em Jacarepaguá em 1989 com a equipe AGS, e que é amigo da família do heptacampeão, Michael está em uma cadeira de rodas, sem conseguir falar, e aparentemente com problemas de memória. A família não confirmou as afirmações de Streiff, mas através de Sabine Kehm, acessora de Schumacher, o processo de recuperação de Michael é longo e incerto, não sendo possível fazer prognósticos mais exatos a respeito de quando ele irá se recuperar, ou se continuará como atualmente. Tudo só faz confirmar que a vida de Schumacher talvez nunca mais volte a ser normal. Ele está vivo, e melhorando muito lentamente, se bem que falar em "melhorar" é algo relativo. Pelas afirmações de Streiff, Schumacher deverá passar o resto de sua vida completamente inválido, ou perto disso, o que é triste de saber. E sua luta já se estende há quase um ano, uma vez que foi quase na véspera da passagem de ano de 2013 para 2014 que Schumacher se acidentou numa estação de esqui nos alpes franceses, ao bater a cabeça em uma pedra enquanto esquiava.
 

 

A Fórmula-E disputou no último dia 22 sua segunda corrida, em um circuito de rua montado na cidade de Putrajaya, na Malásia. Com um traçado de pista mais bem concebido do que o da etapa inaugural, em Pequim, e com equipes e pilotos mais experientes no trato com os bólidos movidos a energia elétrica, a corrida foi cheia de disputas e emoção, com bons pegas e alguns shows de pilotagem. E a vitória ficou com o inglês Sam Bird, da equipe Virgin. Lucas Di Grassi, da equipe Audi, vencedor da etapa de estréia, foi um dos destaques da corrida, largando nas últimas posições devido a problemas na classificação, e terminando na 2ª colocação, depois de uma performance combativa e determinada. O suíço Sebastien Buemi, da E.Dams, fechou o pódio em 3° lugar, logo à frente de seu parceiro de equipe Nicolas Prost. Nick Heidfeld, que em Pequim sofreu um forte acidente numa fechada de Prost, também não deu azar na etapa da Malásia, levando um toque de Mathew Brabham e abandonando a corrida pouco antes da metade do percurso após outro enrosco, este com Frank Montagny. Quem também não deu sorte em Putrajaya foram os demais brasileiros na categoria: Nelsinho Piquet vinha firme na luta pelos primeiros lugares quando tomou uma fechada de Jarno Trulli, danificando seu monoposto, e tende de dar adeus à corrida. Bruno Senna, que vinha fazendo uma ótima corrida, tendo largado lá de trás também, e estava com o pódio na mira, cometeu um erro e acabou batendo seu carro na entrada da curva do hairpin do circuito, justo na última volta, quando era o 4° colocado. E as duas integrantes do sexo feminino na categoria, Katherine Legge e Michela Cerruti, acabaram abandonando a prova em virtude de um toque entre as duas, provocado por Legge. Com o resultado, Lucas Di Grassi ainda lidera o campeonato, com 43 pontos. Sam Bird está logo atrás, com 40 pontos. Depois de ambos, os pilotos mais próximos encontram-se distantes na pontuação: nada menos do que 4 pilotos estão empatados com 18 pontos, sendo eles Frank Montagny, Nicolas Prost, Karun Chandhok, e Jérôme D´Ambrosio. Nelsinho Piquet é o 10° colocado, com 4 pontos, e Bruno Senna continua zerado no campeonato. A próxima etapa é no dia 13 de dezembro, em Punta Del Este, no Uruguai.
 

 

A equipe Caterham fez uma vaquinha virtual e conseguiu a grana necessária para participar da etapa final do campeonato da F-1 em Abu Dhabi. Contou também com uma ajudinha de Bernie Ecclestone, que pagou o transporte do time para os Emirados Árabes. Mas a escuderia já era mesmo: todos os funcionários da sede foram demitidos na semana anterior à corrida, e os poucos que foram para o Oriente estavam contratados como free-lancers. Os demitidos, segundo informações, teriam ainda os salários dos dois últimos meses ainda não pagos, o que só confirma ser este o fim da escuderia fundada em 2010 por Tony Fernandes. O empresário malaio, entusiasta da competição no seu início, rendeu-se à dura realidade e aos gastos exorbitantes da F-1, e resolveu parar com a brincadeira. E aqueles que compraram o time simplesmente também deram para trás ao se darem conta do tamanho do buraco onde se meteram. Se a intenção da participação em Abu Dhabi era tentar superar a Marussia no campeonato, não deu certo: Kobayashi abandonou a corrida, e Will Stevens, piloto que topou disputar a corrida, terminou em 17°. A escuderia terminou na última posição do campeonato. A Marussia ficou em 9°, com dois pontos, à frente até da Sauber, que não conseguiu pontuar no ano todo.

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