quarta-feira, 4 de junho de 2025

FLYING LAPS – MAIO DE 2025

            Chegamos ao mês de junho, e com ele, atingimos quase a metade do ano de 2025, mostrando como o ano segue avançando, com velocidade similar à dos bólidos de competição nos campeonatos mundo afora. E então, aqui vamos nós para mais uma sessão da Flying Laps, com alguns acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos neste último mês de maio, com destaque para os acontecimentos da Formula-E e da Indycar, que disputaram várias provas em seus certames, e aqui faço menção ao que ocorreu nelas, com comentários rápidos sobre estes campeonatos. Uma boa leitura a todos, e até o início do próximo mês, com mais uma edição da Flying Laps, comentando acontecimentos deste mês de junho no mundo do esporte a motor...

Oliver Rowland continua deitando e rolando na temporada da Formula-E. O piloto inglês da equipe Nissan venceu uma das corridas da rodada dupla de Mônaco, e foi segundo colocado na segunda prova, aumentando ainda mais sua distância na tabela de classificação, uma vez que os rivais não conseguem apresentar uma constância de resultados necessária para tentar brecar a escalada de Oliver rumo ao título da temporada. Mas, diferente da etapa da Fórmula 1, as corridas da F-E no Principado, usando o mesmo circuito utilizado pela categoria máxima do automobilismo, estão longe de serem monótonas, e se parecerem procissões em alta velocidade, muito pelo contrário. As duas provas do fim de semana em território monegasco contabilizaram cerca de 364 ultrapassagens/mudanças de posição, em todo o pelotão. Chegamos a ver três carros fazendo a curva Lowes lado a lado, disputando posição, e os pilotos ultrapassados voltavam à carga, procurando recuperar posições perdidas. O pódio da primeira corrida foi completado por Nyck De Vries, da Mahindra, confirmando a recuperação da competitividade da equipe e do trem de força indiano, depois de duas temporadas onde foi um dos piores equipamentos do grid. E Jake Dennis, da Andretti, fez uma grande prova para terminar fechando o pódio em 3º lugar. Um exemplo da mobilidade de posições em Mônaco foi o resultado de Nico Muller, da Andretti, que largou em 14º para terminar na 5ª posição. Por outro lado, Taylor Barnard, da McLaren, que largou na pole na primeira prova, deu azar na corrida e foi apenas o 15º, tendo tido enroscos durante a corrida. Na segunda corrida, o destaque foi de Nick Cassidy, que largou em 14º para fechar o pódio em 3º, atrás de Rowland e Buemi, o vencedor, dando um pouco de alento a uma temporada que vem sendo complicada com a Jaguar.

 

 

A vitória na segunda prova da F-E em Mônaco ficou com Sébastien Buemi, encerrando um jejum dos mais incômodos, uma vez que a última vitória do piloto suíço havia sido em 2019, mais precisamente no dia 13 de julho, na primeira corrida da rodada dupla do ePrix de Nova Iorque, quando ele defendia a antiga equipe e.Dams, atual Nissan. Naquela temporada, Buemi foi vice-campeão, perdendo a disputa pelo título para Jean-Éric Vergne, da equipe Techeetah. De lá para cá, contudo, o desempenho do piloto passou por muitos altos, e principalmente, muitos baixos, ainda mais por ter tido carros razoavelmente competitivos neste período, capazes de vencer corridas, em maior ou menor frequência. O resultado consolida a posição de Buemi como o piloto com mais vitórias na história da categoria de carros monopostos 100% elétricos, com 14 triunfos. Mas o desempenho do piloto, e de seu atual time, a Envision, segue oscilando na atual temporada. Mas o retorno ao degrau mais alto do pódio mostra que Buemi ainda tem o que mostrar à competição, onde foi campeão da segunda temporada do certame, em 2015/2016. Resta ver se ele conseguirá se manter na F-E na próxima temporada, enquanto segue firme no time da Toyota no Mundial de Endurance (WEC), onde já foi campeão com o time japonês, e também venceu as 24 Horas de Le Mans.

 

 

Outra prova da F-E que virou rodada dupla na temporada deste ano foi Tóquio, e desta vez, para felicidade dos torcedores japoneses, a Nissan pode fazer a festa, vencendo uma das provas do fim de semana no palco montado para a categoria em Oriake, Odaiba, na zona sul da capital nipônica, com Oliver Rowland vencendo mais uma corrida e disparando ainda mais na liderança do campeonato. A exemplo do que aconteceu em Mônaco, o inglês também subiu ao pódio na primeira prova, em 2º lugar, cedendo a vitória a Stoffell Vndoorne, da Maserati, que deu sorte no momento de uso do pit boost, assumindo a liderança para não mais perdê-la, num misto de sorte, oportunismo e competência, ainda mais pelo belga ter largado apenas em 14º no grid. Taylor Barnard fechou o pódio com mais uma boa performance, terminando em 3º. Na segunda prova, Pascal Wehrlein conseguiu espantar um pouco o azar da temporada atual, obtendo um bom 2º lugar, em uma disputa que foi até acirrada com Dan Ticktum, que conseguiu o primeiro pódio da nova Cupra Kiro (ex-ERT, ex-China Racing, ex-etc.), que compete com o trem de força antigo da Porsche. Contabilizando também os pontos da pole-position, e com o fato de os mais próximos adversários na classificação não terem tido resultados constantes, Rowland ficou ainda mais distante na classificação, o que já fez surgir a possibilidade da temporada ver sua disputa pelo título acabar com uma antecedência inédita na história da competição.

 

 

Lucas Di Grassi continua tentando arrancar os melhores resultados possíveis em uma temporada de estréia da nova equipe Lola/Yamaha ABT, com um trem de força ainda novato na competição, e em Tóquio, conseguiu apresentar sua melhor corrida na temporada, obtendo um 5º lugar firme na segunda corrida na capital nipônica, o que de certa forma também foi comemorada pela torcida, diante da participação da Yamaha no novo time. Foi uma performance até melhor do que a apresentada por Di Grassi em Miami, onde o brasileiro foi 2º, é verdade, mas decorrente da punição de alguns pilotos, enquanto o 5º lugar na segunda prova do ePrix de Tóquio foi um resultado ruim, obtido na pista, com uma performance sólida. Agora é ver se o desempenho conseguirá melhorando a ponto de este tipo de resultado se tornar mais comum e possível, e não algo esporádico…

 

 

Álex Palou segue imparável na Indycar, e o piloto espanhol da equipe Chip Ganassi teve um mês de maio praticamente irrepreensível na com petição, vencendo todas as corridas do mês, e deixando a concorrência literalmente comendo poeira, incapaz de deter o avanço de Álex rumo a mais um título no campeonato de monopostos dos Estados Unidos. Além de um bom carro, a equipe de Chip Ganassi tem sido eficiente nos boxes, e Palou complementa com uma pilotagem precisa, determinada, e tática: mesmo quando o piloto não larga tão bem, ele consegue avançar durante a prova, para chegar à liderança, enquanto os rivais não conseguem desenvolver a mesma toada e igualar os resultados obtidos. E pior, não há um piloto que esteja mantendo uma consistência capaz de se lançar como principal oponente na competição. Kyle Kirkwood foi o único que interrompeu o ciclo de triunfos de Palou até o fim do mês de maio nas corridas da temporada, porém o piloto d equipe Andretti não tem se mantido dentro do TOP-5 na maioria das corridas, o que mostra que não bastam vitórias isoladas para se mostrar como rival de destaque. Se antes a principal preocupação dos oponentes da Ganassi era Scott Dixon, agora o pesadelo é Palou, que tem conseguido deixar até o neozelandês na sobra dentro da escuderia.

 

 

O massacre de Palou no mês de maio começou na etapa de Barber, no Alabama. Depois do primeiro “percalço” do ano, onde não venceu, em Long Beach, tendo ficado “apenas” em 2º lugar, o espanhol voltou à carga no circuito do Alabama, onde largou na pole-position, e lá ficou a prova toda, com exceção dos momentos de parada nos boxes para reabastecimento e troca de pneus. Christian Lundgaard, da McLaren, foi o 2º colocado, mas sem ter conseguido colocar pressão no piloto da Ganassi, que recebeu a bandeirada mais de 15s à frente de Lundgaard. Scott McLaughlin, que até prometia dar combate, acabou fechando o pódio, em 3º, mas com cerca de 23s de atraso. A vitória em Barber foi a 3ª em 4 etapas disputadas até então na temporada, confirmando o domínio do piloto na competição.

 

 

No GP de Indianápolis, que abriu as atividades do mês de maio no Indianapolis Motor Speedway, Palou manteve o ritmo dominante. Mais uma vez, largou na pole, e apesar de aqui ter tido mais entreveros com os adversários, mais uma vez saiu com o triunfo nas mãos, mostrando que os rivais precisarão caprichar ainda mais se quiserem destroná-lo da liderança do campeonato. Patricio O’Ward, da McLaren, foi o 2º colocado, enquanto Will Power deu alento à equipe Penske ao terminar em 3º lugar, fechando o pódio, à frente de Scott McLaughlin, que foi o 4º colocado. Graham Rahal dominou a primeira metade da corrida, e parecia finalmente pronto para encerrar um jejum de oito anos sem vitória na Indycar, mas a parte final da corrida não sorriu ao piloto, que acabou tendo problemas com suas paradas de box e ritmo, e foi sendo superado pelos outros pilotos, a ponto de terminar apenas em 6º lugar, a quase 20s do vencedor Palou.

 

 

E, claro, a cereja do bolo, foram as 500 Milhas de Indianápolis, a prova mais famosa e importante do calendário, onde muitas vezes o  favoritismo de um piloto não se confirma, e surpresas sempre podem acontecer. E, de fato, até aconteceram, mas desta vez, Palou não se deixou abalar, e ainda conseguiu passar longe dos problemas e armadilhas que surgiram durante a prova, que tirou outros competidores do páreo, para obter seu primeiro triunfo na Brickyard, e comemorar efusivamente, mostrando que, se for de fato o campeão da temporada 2025, terá feito um trabalho completo, não apenas vencendo o campeonato, mas também levando a vitória na Indy500. Álex Palou já tinha batido na trave nas 500 Milhas em 2021, no duelo épico em que Hélio Castro Neves conquistou sua 4ª e última vitória na prova, e desde então, apesar de figurar sempre entre os favoritos, alguma coisa sempre acontecia para complicar as chances de vitória na prova do oval mais famoso do mundo. Mas desta vez não teve chance para o azar, e o espanhol foi o grande vencedor, e como consequência, disparando na classificação do campeonato, deixando os adversários com a pulga atrás da orelha, pensando em como não ficaram com a imagem ainda mais feia perante o baile que estão tomando do carro 10 da equipe de Chip Ganassi, que tem tudo para colecionar mais um troféu na estante, e muito, muito, merecido...

 

 

Em compensação ao triunfo magistral de Álex Palou, a equipe Penske, a maior vencedora da história da Indy500, teve um ano para esquecer em Indianápolis. Começou na classificação, quando se descobriu uma peça com modificações que desrespeitavam o regulamento, o que impediu Josef Newgarden e Will Power de disputarem a pole-position, e os obrigou a largar das últimas posições do grid. Mas, como desgraça pouca é bobagem, Scott McLaughlin, o único que saiu ileso desta história, acabou batendo numa das voltas de apresentação, e nem sequer disputou a corrida, lembrando o vexame protagonizado por Roberto Guerrero na prova em 1992, quando o piloto, que largava na pole-position, perdeu o controle do carro atrás do Pace Car durante uma das voltas de apresentação e também bateu, dando adeus à prova antes mesmo de seu início. Josef Newgarden até fez uma boa recuperação na prova, mas problemas mecânicos levaram ao seu abandono, enquanto Will Power, o único que recebeu a bandeirada, foi terminar apenas em um melancólico 19º lugar. Decididamente, um ano em que o time de Roger Penske passou vergonha em Indianápolis, e pelos motivos errados

 

 

Nenhum comentário: