Com duas vitórias nas três primeiras etapas da temporada, Alain Prost assustava os concorrentes se mostrando um candidato potencial a mais um título.
E aqui estamos para a segunda postagem
trazendo toda a temporada de 1987. A terceira etapa do calendário era em
Spa-Francorchamps, na Bélgica. A Williams vinha com força, dominando a primeira
fila do grid, com Mansell na pole, e Nélson Piquet logo a seu lado, em 2º. O
brasileiro voltava à competição depois de ficar de fora da etapa de San Marino,
devido ao seu forte acidente na Curva Tamburello, e em um circuito de alta velocidade,
tudo apontava para um favoritismo claro das Williams. Ayrton Senna vinha logo a
seguir, na 3ª posição, com a Ferrari de Gerhard Berger ao seu lado. Na primeira
largada, Mansell pulou bem, e Senna saltou à frente de Piquet para assumir a
vice-liderança da corrida. Mas um forte acidente entre os carros da Tyrrel na
reta Kemmel paralisaram a prova, diante dos estragos nos carros de Jonathan
Palmer e Phillipe Streiff. Na segunda largada, Senna saiu feito um foguete,
passando a dupla da Williams, e liderando a prova. Mas Mansell resolveu ir para
cima do brasileiro, e na tentativa de assumir a liderança, em um ponto
desfavorável, tocou roda com a Lotus, e ambos foram para fora da pista. Fim de
corrida para Ayrton, e Mansell até tentou voltar, mas os danos da saída de
pista acabaram provocando seu abandono algumas voltas depois, com o inglês até
querendo satisfações de Senna indo ao box da Lotus.
Nélson Piquet, que não tinha nada com isso, assumiu a liderança, e tinha tudo para sair com a vitória, mas seu carro quebrou, e isso deixou o brasileiro sem pontuar pela segunda corrida seguida. As Ferraris até tinham sonhos de fazer bonito na Bélgica, mas tanto Berger quanto Michele Alboreto ficaram pelo meio do caminho, com problemas mecânicos. Quem se deu bem foi Alain Prost, que conseguia ali sua segunda vitória em três corridas até então disputadas na temporada, e dava pinta de que ele seria de fato um adversário forte na briga pelo título da F-1, talvez até mais do que em 1986, já que a Williams, até ali, tinha vencido apenas um GP, e que apesar do triunfo fácil de Mansell em San Marino, não se sabia se Prost e a McLaren poderiam ter complicado a situação do inglês, já que quando abandonou, o bicampeão francês vinha apertando a vantagem do inglês da Williams no Circuito Enzo e Dino Ferrari. E a festa da McLaren em Spa foi completa, pois Stefan Johansson fez a dobradinha com Prost, subindo ao pódio em 2º lugar, enquanto Andrea De Cesaris, com uma excelente atuação, fechava o pódio com o 3º lugar para a Brabham. Confiram esta corrida completa postada no You Tube pelo usuário MrViniciusF1 no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=MAvxX4TJcJg
A prova seguinte seria a mais charmosa do calendário, Mônaco, e a pista de Monte Carlo já demonstrava as dificuldades que os pilotos enfrentavam quando o assunto era ultrapassagens. Por isso mesmo, largar na frente era fundamental, e Nigel Mansell tratou de conquistar a pole-position, mais uma na temporada. Ayrton Senna, largando ao lado do inglês no Principado, prometia faíscas, depois do entrevero vivido pelos dois pilotos na corrida anterior, na Bélgica. Nélson Piquet, que nunca gostou a pista de Monte Carlo, largava logo atrás, em 3º, e ficava na expectativa do que poderia ocorrer com a dupla que saía à sua frente. Por sua vez, Prost, vencedor na Bélgica, estava logo ao lado de Nélson na segunda fila, e obviamente esperava também capitalizar com algum enrosco dos dois ocupantes da primeira fila.
Mas Mansell largou bem, e conseguiu manter Senna atrás. Piquet, por sua vez, também manteve posição, enquanto Prost dava azar e acabava superado por Michele Alboreto, da Ferrari, caindo para a 5ª posição. Tudo seguia tranquilo para Mansell vencer, até porque já tinha aberto cerca de 10s de vantagem para a Lotus de Senna, quando teve problemas no carro, e acabou tendo de abandonar a corrida. Ayrton assumiu a liderança, e de lá não saiu mais, vencendo a corrida, e se tornando o primeiro brasileiro a vencer o GP de Mônaco. Seria a primeira vitória de uma série, que se encerraria apenas em 1993, com seis triunfos, e assumindo o título de “Mister Mônaco”, o maior vencedor da prova do Principado, que até então pertencia ao inglês Graham Hill, com cinco triunfos. Piquet, depois de duas corridas zerado, e numa pista onde não se sentia à vontade, procurou apenas terminar a corrida, em 2º lugar, fazendo a primeira dobradinha brasileira no ano. E Alboreto fez a festa ferrarista fechando o pódio em 3º lugar, logo à frente de Gerhard Berger, o 4º colocado. Alain Prost abandonou a 3 voltas do final, com um resultado duvidoso na temporada: em 4 provas, duas vitórias, e 2 abandonos. Não estava ruim, mas também não estava bom para se pensar em disputa de título, pois estes abandonos pesariam mais à frente. Confiram o GP de Mônaco de 1987 completo postado no You Tube pelo usuário MrViniciusF1 no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Qn2-BrYazes
Com estas quatro provas, Alain Prost ainda seguia na liderança do campeonato, com 18 pontos, mas Ayrton Senna chegava muito perto, com a vice-liderança, e seus 15 pontos. Piquet ficava em 4, com 12 pontos, superado por Stefan Johansson, com 13 pontos. Mas para Nélson, o mais importante ainda era ficar à frente de Nigel Mansell, que até ali, com seus abandonos, era apenas o 5º colocado na competição, com apenas 10 pontos. Mas ainda tinha muita água pela frente, e várias corridas para confirmar se a temporada seguiria tão disputada e equilibrada como tínhamos visto nestas primeiras quatro provas. E é o que veremos nas próximas postagens desta série, que virão publicadas aqui muito em breve. Portanto, até breve, pessoal, e espero que estejam gostando e curtindo estas antigas corridas da F-1...
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| Mônaco marcou a primeira vitória de um carro com suspensão ativa, e o início do reinado de Ayrton Senna na corrida mais charmosa da F-1. |
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