Já chegamos ao mês de Novembro, e praticamente estamos quase no final do ano de 2024 já, entrando na reta final de vários campeonatos do mundo da velocidade ocorrendo mundo afora, com ainda várias disputas entre os seus pilotos e times. E, todo início de mês é hora de mais uma edição da Flying Laps, recapitulando alguns dos acontecimentos ocorridos neste mês de outubro, com comentários rápidos a respeito dos tópicos, como é de costume neste espaço. Uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps, no início de dezembro, seguindo firme no último mês do ano, com um relato de alguns dos acontecimentos deste mês de novembro, com muita água ainda prometendo rolar por baixo da ponte em se tratando dos acontecimentos no mundo das corridas...
Demitido da F-1, o estadunidense Logan Sargeant vai realizar um teste na Indycar em novembro, pela equipe Meyer Shank, que deve ocorrer no circuito de Thermal Club, na Califórnia. O teste é visto como uma oportunidade para Sargeant buscar opções de competir em seu país no próximo ano, depois de perder sua vaga na equipe Williams. A Meyer Shank, contudo, fez questão de enfatizar que o teste é uma cortesia, já que a escuderia fechou sua dupla titular para 2025 na Indycar, contando com Felix Rosenqvist e Marcus Armstrong, além de Hélio Castro Neves na Indy500. Mike Shank fez questão de elogiar Logan, chamando-o de “piloto de elite”, e lembrando que embora o time da Indycar já esteja fechado, eles possuem um time no IMSA, e que poderia haver uma chance para a temporada de 2026, quem sabe. Nada contra Sargeant, mas chama-lo de piloto de “elite” ficou meio forçado, diante do que o piloto mostrou na F-1, ou melhor, deixou de mostrar, sendo que a Williams até teve boa paciência com o desempenho do piloto, procurando avalizar sua permanência no time como piloto de formação da escuderia. Mas Sargent se mostrou um piloto limitado, pelo menos na categoria máxima do automobilismo, e na Williams, raramente andou perto, ou à frente de Alexander Albon, que era a principal referência do time. Sargeant só não passou totalmente em branco em 2023 porque conseguiu marcar um ponto, justamente no GP dos Estados Unidos, em Austin, com uma 10ª posição, mas lembrando que isso só foi possível diante da desclassificação de Lewis Hamilton e Charles LeClerc diante de irregularidades na medição de suas pranchas dos assoalhos de seus carros, do contrário ele teria ficado sem marcar um único ponto. O time manteve sua aposta no estadunidense para 2024, esperando que ele evoluísse na competição, e pelo menos andasse melhor, o que não aconteceu, e depois de bater de novo com o carro, na etapa de Zandvoort, o time perdeu a paciência com ele, e nem o deixou terminar o ano, substituindo-o pelo argentino Franco Colapinto. Sargeant já estaria fora do time para 2025, com a contratação de Carlos Sainz Jr., de qualquer maneira. E Colapinto, infelizmente, apenas confirmou como Logan estava se mostrando um piloto de nível inferior, pois logo em suas primeiras corridas o argentino já deu canseira em Alexander Albon, e até já marcou seus primeiros pontos na competição no GP do Azerbaijão, com um 8º lugar, chegando bem atrás de Albon, que havia terminado o GP em 7º. Um grande alívio para a Williams, que luta peara melhorar sua posição no campeonato de construtores na F-1, ainda mais tendo outro carro pouco competitivo na temporada deste ano, exigindo muito mais esforço de seus pilotos para se obter bons resultados. Infelizmente, Logan Sargeant não se provou bom o suficiente para manter-se na F-1, apesar da chance que teve, mas pode ter melhor sorte em outra categoria, se pelo menos souber aproveitar a chance oferecida. Só vamos devagar com os adjetivos, porque chamar o piloto de “elite” de fato foi um pouco exagerado. Resta esperar que ele faça um bom teste, e não dê prejuízos à Meyer Shank se o pior ocorrer...
Quem ganhou um teste na Indycar foi o brasileiro Felipe Drugovich, que participou de um teste pela equipe Ganassi na pista de Barber, no Alabama, no dia 30 de setembro. O teste, sem um compromisso formal de vaga para 2025, diante da escuderia de Chip em tese já ter seu trio de carros fechados na Indycar com Álex Palou, Scott Dixon, e provavelmente Linus Lundqvist, foi a manutenção de uma promessa de dar a Felipe uma chance de testar com o time feita em 2023, mas que não pode ser realizada naquele ano diante dos compromissos do brasileiro e do time norte-americano. E, a exemplo do que fez na Formula-E quando testou pela Masearti, Drugovich impressionou a equipe, tendo feito 129 voltas no circuito de Birmingham sem enfrentar nenhum problema, e segundo medições não-oficiais, marcou um tempo cerca de 0s3 melhor do que o feito por Álex Palou em teste similar em outra oportunidade, um tempo muito relevante, se levarmos em consideração que Palou se tornou tricampeão da Indycar este ano. Felipe se manteve constante na pilotagem, diante das solicitações feitas pela escuderia durante o tempo do teste, e mereceu muitos elogios por parte de Chris Simmons, diretor de desempenho da Ganassi, que acompanhou o desempenho do brasileiro, afirmando que sempre é bom manter contato com vários pilotos, e o brasileiro certamente não podia ser ignorado, mesmo que em tese não haja vaga para ele no time na próxima temporada, insinuando que para 2026 algo poderia acontecer. Felipe, por sua vez, também aprovou o teste, tendo a oportunidade de guiar um bólido com um estilo de condução bem diferente da F-1, e sem recurso de direção hidráulica como os carros da categoria máxima do automobilismo. Felipe também elogiou as exigências da pista de Barber, um traçado misto que exige preparo dos pilotos para se obter bom desempenho ali. Resta saber agora se isso renderá de fato algo positivo concreto na carreira de Drugovich. No ano passado, ele foi cogitado pela correr na F-E, diante dos excelentes testes feitos com a Maserati, mas no final, acabou deixando passar a oportunidade, muito provavelmente por ainda insistir na F-1, onde é piloto reserva da Aston Martin. Mas as chances de competir pelo time de Silverstone diminuem progressivamente, ainda mais com os boatos de que Max Verstappen poderia competir pelo time a partir de 2026, na esteira da contratação de Adrian Newey pelo time.
E o Brasil tem mais um título no automobilismo internacional. Rafael Câmara conquistou, no último fim de semana de setembro, o título da temporada 2024 da FRECA (Formula Regional European Championship by Alpine). Com uma rodada restante para encerrar a temporada deste ano, o piloto brasileiro, que liderava a competição, conseguiu encerrar a disputa matematicamente com um 4º lugar na 2º prova da etapa de Barcelona. O brasileiro, que defende a equipe Prema Racing, já havia feito um 3º lugar na primeira prova do fim de semana, e tinha como principal adversário o finlandês Tuukka Taponen, da equipe R-Ace GP, que tinha terminado a prova em 2º lugar, e tentava descontar a diferença para Câmara, tentando levar a decisão do título para a etapa final, em Monza. Rafael precisava apenas de sete pontos a mais que Tuuka para fechar a conquista na segunda prova de Barcelona, deixando toda a pressão para o piloto finlandês, que precisava não apenas do melhor resultado possível, mas também torcer por um azar do brasileiro, a fim de melhorar suas chances. Mas quem deu azar foi justamente Taponen, que acabou se envolvendo em um acidente com outro piloto logo na primeira volta da segunda corrida da rodada na pista da Catalunha, o que o levou ao abandono, e praticamente ao fim de suas esperanças de título, confirmadas depois com o 4º lugar do brasileiro. Como desgraça pouca é bobagem, o finlandês ainda perdeu a vice-liderança na classificação para James Wharton, colega de Rafael na Prema, que teve um fim de semana impecável em Barcelona, vencendo as duas corridas, e agora passou à 2º colocação no campeonato, com 206 pontos, contra os 196 de Taponen. Rafael, com seus 266 pontos, não tem como ser alcançado, já que a rodada final em Monza, neste mês de outubro, terá 50 pontos em jogo, e mesmo que Wharton conquistasse tudo na rodada, a exemplo do que conseguiu em Barcelona, e Rafael ficasse zerado, ainda assim o brasileiro ainda ficaria 10 pontos à frente. A Prema tem tudo para terminar a temporada 2024 da FRECA fazendo 1-2 no campeonato, e com todos os méritos.
Rafael fez uma boa temporada na competição, com 6 vitórias em 18 corridas disputadas até aqui. Fora isso, ele ainda fez dois segundos lugares e mais dois terceiros, tendo feito uma temporada bem constante, e ficado sem marcar pontos apenas na rodada dupla da Áustria, na pista de Zeltweg. Seu pior lugar na zona de pontuação tinha sido na segunda corrida de Ímola, onde terminou em 9º lugar. Seu companheiro James Wharton demorou a reagir na temporada, tendo até o presente momento 3 vitórias e 4 pódios. Rafael manifestou sua alegria pelo título conquistado, exaltando a campanha constante da temporada, e a oportunidade de ter demonstrado o seu potencial e capacidade. O bom momento de Câmara tem tudo para seguir em 2025, uma vez que o brasileiro seguirá para a F-3, e já anunciou sua contratação pela equipe Trident, que venceu os últimos dois campeonatos da competição, e fechou seus pilotos titulares para o próximo ano, onde irá contar, além do brasileiro, com os pilotos Charlie Wurz e Noah Stromsted. E o fato de estar no time vencedor da F-3 traz não apenas expectativas, mas também pressão sobre o piloto, que sabe que terá uma forte disputa dentro do time e contra os rivais na competição. Mas Rafael não deixou de esconder sua felicidade por poder contar com um esquema vencedor na F-3, mesmo sabendo das dificuldades e cobranças que terá de gerir, entrando em uma competição e time completamente novos para ele.
Mais um título brasileiro foi conquistado neste mês de outubro. Felipe Nasr chegou ao tricampeonato no IMSA Wheatertech Sportscar, o campeonato de endurance dos Estados Unidos. Ao lado do parceiro Dane Cameron, o brasileiro fechou a conquista da taça durante a etapa final da temporada, na pista de Road Atlanta, na prova da Petit Le Mans, ao terminarem a corrida na 3ª colocação. Foi o primeiro título de Felipe com a Penske/Porsche, sendo que os outros títulos conquistados pelo piloto brasileiro, nas temporadas de 2018 e 2021, foram com a equipe Action Express, usando protótipos da Cadillac. Nasr, ao lado de Cameron, pilotaram o carro Nº 7 da equipe Penske/Porsche, utilizando um protótipo Porsche 963, modelo com o qual o brasileiro se orgulha de ter ajudado a conceber e desenvolver para a competição do campeonato de endurance dos Estados Unidos, sendo o primeiro título dele como piloto de fábrica da marca alemã, que participa do IMSA tendo a Penske como time oficial na competição. Nasr é mais um brasileiro que, dispensado de forma leviana da F-1, encontrou seu novo rumo de carreira nos Estados Unidos, no IMSA. O tricampeonato apenas atesta a qualidade e talento de Felipe, que na época da F-1 acabou preterido na equipe Sauber em favor do patrocínio endinheirado do sueco Marcus Ericsson, outro que, posteriormente, também acabou demitido do time suíço, e a exemplo do brasileiro, também se reencontrou nos Estados Unidos, mas disputando a Indycar. Além do tricampeonato no IMSA, Felipe ainda venceu as 24 Horas de Daytona este ano, coroando mais um grande triunfo à sua carreira de piloto nos Estados Unidos.
Felipe Nasr, aliás, também ganhou um teste na Indycar, como parte do reconhecimento pelo título conquistado no IMSA, e irá andar com um dos carros da Penske no circuito de Thermal Club. A Penske inicialmente não estaria presente nessa sessão de testes, mas resolveu dar uma chance ao brasileiro pela ótima campanha no certame de Endurance norte-americano. E claro, Tim Cindric garantiu que o time está fechado na Indycar para o próximo ano, e que Felipe seguirá firme no programa da Penske no IMSA. Mas claro que um bom resultado do piloto brasileiro o cadencia a ser uma das apostas da escuderia para um futuro próximo na Indycar, caso um dos atuais pilotos titulares acabe deixando o time, algo que, teoricamente, só poderia ocorrer em 2026, já que Josef Newgarden, Scott Mclaughlin e Will Power estão firmes no time para o próximo ano, ainda que tenham corrido certos rumores de que o australiano pudesse deixar o time de Roger Penske, o que não aconteceu.
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