O mês de maio já se foi, e já estamos em junho, e logo chegaremos ao fim do primeiro semestre deste ano. Como já mencionei tantas vezes aqui, o tempo parece voar, tão ou até mais rápido do que os bólidos de competição. Cada dia que se vai parece ser pouco, mas quando olhamos para trás, é que notamos como o tempo vem passando, e rápido, e os dias que aguardamos parecem demorar a chegar. O mês de maio teve várias competições, e aqui vamos nós em mais uma edição da Flying Laps, com destaque para as corridas da Formula-E neste mês que se passou, mas também com uma menção à Stock Car Brasil, e como não poderia deixar de ser, às 500 Milhas de Indianápolis, a mais famosa corrida de todo o continente americano, que teve um final eletrizante naquela que foi sua 108ª edição. Curtam o texto, e até a próxima edição da Flying Laps, no início do mês de julho, já entrando no segundo semestre de 2024...
Nick Cassidy iniciou a rodada dupla do ePrix de Berlim da Formula-E com o pé direito. O piloto da Jaguar teve problemas nos treinos e nunca parecia se encontrar com o carro, chegando a fazer uma classificação apenas mediana para a primeira corrida do fim de semana na pista do antigo aeroporto de Tempelhof. Como desgraça pouca parecia bobagem, o neozelandês ainda teve um enrosco logo no início da prova, e chegou a cair para a 21ª colocação na corrida. Mas, a partir daí, Nick iniciou uma recuperação fenomenal, aproveitando as circunstâncias da prova, e economizando energia. E conseguiu ir para a liderança da corrida, que chegou a vencer com uma diferença de cerca de 4,65s para Jean-Éric Vergne, da DS Penske. Não menos impressionante foi o desempenho de Oliver Rowland, da Nissan, que largou em 15º, e terminou no pódio, em 3º lugar. Se Mith Evans teve que se contentar em ver o companheiro de equipe vencer sua segunda prova na temporada enquanto ele terminava em 4º lugar, a situação foi menos satisfatória para a Porsche, que viu Pascal Wehrlein ser apenas o 5º lugar, logo à frente de Antonio Felix da Costa, em 6º. Mas frustração mesmo deve ter sido a de Edoardo Mortara, que conseguiu uma milagrosa pole-position com a Mahindra, diante da falta de competitividade do trem de força do time indiano, que foi caindo pelas tabelas conforme a corrida avançada, mas ainda conseguiu um 8º lugar, e marcar os primeiros pontos dele e de seu time no ano. Stoffel Vandoorne deve ter sentido frustração similar, pois largou em 2º lugar, e terminou apenas em 7º, vendo seu companheiro Vergne largar logo atrás em 3º, mas terminar a prova na 2ª posição.
O bom momento de Nick Cassidy se repetiu na segunda corrida de Berlim, com o neozelandês terminando a prova em 2º lugar, mesma posição em que largou. Em contrapartida, foi a vez da Porsche tirar um pouco de satisfação, com uma brilhante atuação de Antonio Felix da Costa, que largou da 10ª posição para vencer de forma decisiva a corrida, e reabilitar-se na competição, depois de ter sido desclassificado da primeira prova de Misano por uma decisão complicada da direção da categoria. Pascal Wehrlein até tentou acompanhar o ritmo de Da Costa, mas foi apenas o 4º colocado, perdendo a chance de subir ao pódio diante de outra exibição de gala de Oliver Rowland, que mais uma vez largou lá de trás, para chegar lá na frente, e fechar o pódio com mais um 3º lugar para o piloto da Nissan.
A rodada dupla de Berlim foi mais uma vez infrutífera para os pilotos brasileiros. Sergio Sette Camara (ERT) ainda fez uma classificação primorosa, largando em 4º lugar na primeira prova do fim de semana, enquanto Lucas Di Grassi também conseguiu se destacar com a ABT, obtendo o 7º lugar no grid. Mas a corrida de ambos foi para o brejo quando Lucas acabou acertado por Dan Ticktum, da ERT, causando o abandono de Di Grassi, e indiretamente também prejudicando Sergio, que não conseguiu evitar de tocar nos carros de ambos, e acabou danificando seu carro também, tendo um pneu furado, e perdendo várias posições, terminando em um modesto 16º lugar. Já na segunda corrida a sorte não foi melhor: ambos até terminaram, mas fora das posições pontuáveis. Lucas Di Grassi largou em 12º, e terminou em 11º, enquanto Sergio Sette Camara largou em 15º, e finalizou apenas em 13º. Lucas ficou revoltado com o ocorrido, já que seu time vem trabalhando duro para conseguir superar a falta de competitividade do trem de força da Mahindra, e pela primeira vez no ano, tinha reais condições de marcar pontos, quando tudo foi para o espaço no toque dado por Ticktum. Um ano que certamente será para esquecer, e sem perspectivas de melhorar, infelizmente.
A Jaguar reafirmou sua posição de melhor time da temporada atual da Formula-E com mais um triunfo, desta vez com Mith Evans, que venceu a primeira corrida da rodada dupla da competição em Shanghai, no retorno à China, de onde estava ausente nos últimos anos devido às regras de isolamento da pandemia da Covid-19. Evans superou Pascal Wehrlein, da Porsche, na volta final, para vencer a corrida de forma emocionante. E ainda teve Nick Cassidy novamente no pódio, em 3º lugar. Na verdade, era para a Porsche ter tido um melhor resultado nesta primeira corrida, mas uma punição a Antonio Felix da Costa por um toque com Jean-Éric Vergne fez o português cair para a 18º posição. Oliver Rowland manteve a constância de bons resultados, ficando em 4º lugar, e quem diria, depois de Edoardo Mortara ter conseguido pontuar em Berlim, desta vez foi Nyck De Vries a conseguir pontuar com a Mahindra, e ajudar o time indiano a tentar escapar da lanterna do campeonato, com um 7º lugar. Com as punições da corrida, Lucas Di Grassi acabou subindo para a 10ª colocação, marcando seu segundo ponto na temporada. Já Sergio Sette Camara não teve o que comemorar, tendo largado em 17º, e terminado em 13º.
O clima na Porsche anda em altos e baixos. Na segunda prova da rodada dupla de Shanghai da F-E, enquanto Antonio Felix da Costa mais uma vez deu show, vencendo a corrida, Pascal Wehrlein não teve o que comemorar, com o alemão praticamente ficando zerado após ter se enroscado com Sam Bird, da McLaren, e ter tido um pneu furado que arruinou sua corrida, enquanto o inglês acabou por abandonar a prova. O restante do pódio da segunda corrida foi ocupado por dois pilotos que andavam muito em baixa na temporada: Jak Hughes marcou a pole, e terminou em 2º lugar com a McLaren; já Norman Nato marcou o 3º lugar com a Andretti, que viu Jake Dennis ficar zerado nesta corrida. O pódio de Nato, contudo, ainda não é garantia de manutenção de sua posição no time da Andretti para 2025, com a equipe ainda considerando se mantém o piloto ou não. E a Jaguar, apesar de não ter ido ao pódio nesta segunda prova, saiu mais do que no lucro: com o 4º lugar, Nick Cassidy se distanciou ainda mais na liderança do campeonato, diante dos percalços sofridos por Wehrlein. E Mith Evans, com o 5º posto, assumiu a 3ª posição na tabela, superando Oliver Rowland, que foi apenas o 10º colocado nesta prova.
No campeonato de equipes, a Jaguar segue disparada em 1º lugar, com 299 pontos, diante da Porsche, a vice-líder, com 226 pontos. A Nissan ocupa a 3ª colocação, com 157 pontos, acossada pela DS Penske, com 154 pontos na 4ª colocação. Na lanterna da classificação, ainda está a Mahindra, com apenas 13 pontos, em 11º lugar. A ABT vem em 10º, com 20 pontos; enquanto a ERT ocupa a antepenúltima posição, com 23 pontos. E a Envision, que foi campeã de equipes no ano passado, segue fazendo uma temporada incompreensível, estando apenas na 8ª posição, com apenas 49 pontos, sem conquistar nenhuma vitória, e tendo apenas dois pódios no ano até o presente momento. Já no campeonato de fabricantes dos trens de força, a Porsche está na liderança, com 337 pontos, com a Jaguar na segunda posição, com 328 pontos. A Nissan vem mais uma vez em 3º lugar, com 236 pontos. A Stellantis é a 4ª colocada, com 213 pontos. A Mahindra é a 5ª, com 33 pontos, e em último está a ERT, com apenas 23 pontos.
Na visita da Stock Car Brasil ao autódromo de Cascavel, no Paraná, tivemos vitória de Dudu Barrichello (Mobil Ale) na corrida Sprint do fim de semana. Ricardo Zonta (RCM Motorsport) largou na pole-position, com Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) ao seu lado, mas Dudu, largando logo atrás, veio para cima dos dois, e já na segunda volta, assumiu a liderança para mantê-la até a bandeirada de chegada, deixando Zonta terminar em 2º, e Maurício fechando o pódio na 3º posição. Lucas Foresti (A. Matheis Voggel) veio logo a seguir, em 4º lugar, à frente de Rafael Suzuki (TMG Racing), na 5º colocação. Gabriel Casagrande (A. Matheis Voggel) foi o 6º colocado. Já na corrida principal, o triunfo acabou com Bruno Baptista (RCM Motorsport), que aproveitou a quebra do carro de Daniel Serra (Eurofarma-RC), que largara na pole-position e vinha comandando a corrida, para faturar a vitória na pista paranaense. Enzo Elias (Crown Racing) foi o 2º colocado, com Rafael Suzuki (TMG Racing) fechando o pódio com o 3º lugar. Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) veio em 4º lugar, com Ricardo Zonta (RCM Motorsport) em 5º, e Felipe Massa (TMG Racing) em 6º lugar. Com o resultado desta rodada, Rafael Suzuki ocupa a liderança do campeonato, com 285 pontos, 30 de vantagem para Ricardo Zonta, o vice-líder, com 255. Júlio Campos, da Pole Motorsport, é o 3º colocado, com 240 pontos. Na 4ª colocação temos Felipe Baptista, com 238 pontos, enquanto o 5º colocado e atual campeão da Stock Car, Gabriel Casagrande, tem 229 pontos, apenas 1 a mais que Felipe Massa, com 228, ocupando a 6ª colocação na tabela. Bicampeão da categoria, Rubens Barrichello vem fazendo uma temporada abaixo das expectativas, ocupando apenas a 16ª posição, com 150 pontos, enquanto seu filho e companheiro de equipe, Dudu, vem apresentando uma performance até melhor, ocupando a 8ª posição, com 214 pontos.
E deu vitória da Penske na edição 2024 das 500 Milhas de Indianápolis. Depois de arrasar no treino classificatório, monopolizando a primeira fila do grid com seus três pilotos, a escuderia do “capitão” conquistou sua 20ª vitória na Brickyard, agora com Josef Newgarden, que largou em 3º lugar e repetiu a vitória obtida no ano passado, se tornando o primeiro piloto desde Hélio Castro Neves a vencer por duas vezes consecutivas a Indy500. A vitória de Newgarden, contudo, foi épica, pois o norte-americano havia sido superado por Patrício O’Ward, da McLaren, no início da volta final da prova, mas Newgarden conseguiu ir ao ataque e, no final da reta oposta, recuperar a liderança numa manobra arrojada, e partir para seu segundo triunfo em Indianápolis, deixando o piloto mexicano mais uma vez a ver navios no momento derradeiro da famosa corrida. Scott Dixon, da Ganassi, foi outro piloto que deu show, tendo largado em 21º lugar para terminar na 3ª colocação. Scott McLaughlin, que marcou a pole-position, andou na frente na corrida em boa parte da prova, mas acabou terminando em 6º lugar. Já Will Power, que havia partido em 2º, abandonou a corrida devido a um acidente. A corrida, aliás, teve oito interrupções por bandeiras amarelas decorrentes de acidentes entre os pilotos, felizmente, nada graves, e com prejuízos apenas pelos danos nos carros. E nem precisou de muita espera: logo na primeira volta, Tom Blonqvist, da Meyer Shank, roçou parte das rodas na grama interna da pista, perdendo o controle do carro, e atingindo Marcus Ericsson, da Andretti, com ambos indo parar no muro. O acidente também envolveu Pietro Fittipaldi, que ao se desviar, acabou tocado por outro piloto e foi parar no muro, acabando com a prova do brasileiro. Hélio Castro Neves, que tentava vencer a corrida pela 5ª vez, até andou forte, mas deu azar nas últimas paradas, e acabou terminando a corrida em 20º lugar, a mesma posição em que largou, tendo chegado a andar até em 3º lugar em determinado momento da prova. O sonho do penta na Indy500 ficou para 2025. Outros pilotos que ficaram pelo meio do caminho na Indy500 foram Marco Andretti, Ryan Hunter-Reay, Katherine Legge, Felix Rosenqvist, Linus Lundqvist, e Marcus Armstrong. Melhor sorte na prova do ano que vem para todos.
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