A concorrência chegou, e tem tentado dar um calor em Max Verstappen, mas o piloto holandês vem conseguindo dar um baile nos rivais e mantendo firme seu favoritismo ao título da temporada de 2024.
A temporada 2024 da
Fórmula 1, felizmente, não está se mostrando uma repetição do que vimos em
2023, apresentando mais alternativas e disputas na pista, mas mesmo assim, Max
Verstappen segue firme dominando o campeonato. Mas o piloto holandês está tendo
que batalhar para manter essa situação, ao contrário do que vimos no ano
passado, onde Max largava na frente e simplesmente desaparecia dos
concorrentes, que não conseguiam mais alcança-lo. Agora, eles até conseguem
persegui-lo, porém, superar, é outra conversa.
Definitivamente, a concorrência chegou na Red Bull, em especial a McLaren, cujas atualizações no carro, implantadas a partir da prova de Miami, tornaram o modelo MCL38 o melhor carro do momento na F-1, capaz de entregar resultados nos mais variados tipos de pista, como convém a um modelo bem desenvolvido e competitivo. E Lando Norris, desde sua vitória no circuito de Miami, é quem mais tem pontuado até aqui, à exceção do próprio Max Verstappen. Não por acaso, o jovem inglês assumiu a vice-liderança com os resultados das últimas duas corridas, mas poderia ter feito mais do que conseguiu nestes últimos GPs.
Por quê? Porque praticamente ele tinha tudo para conseguir vencer estas corridas. Além de um carro competitivo, Lando mostrou um ritmo fortíssimo, mas mesmo assim, acabou sendo superado pelo atual tricampeão da Red Bull, que segue conseguindo fazer a diferença. O modelo RB20 pode não ser mais o bólido quase imbatível do início da temporada, mas é um carro competitivo, e se ele não é o mais rápido, Verstappen trata de tirar a diferença com seu braço e seu talento, e claro, errando menos também na pista, algo que também tem a ajuda de seu time nos boxes, que tem conseguido fazer uma leitura melhor de corrida do que os concorrentes. Os detalhes estão fazendo a diferença, e ajudando Max a se manter no topo, quase do mesmo modo como nas corridas onde ele arrasava a concorrência.
Antigamente, havia a expressão “Fator Senna”, numa referência de quando o piloto brasileiro desequilibrava a competição, mesmo quando não estava com o melhor carro em uma corrida. Futuramente, Michael Schumacher teve reconhecimento similar, e podemos dizer que, na atualidade, é Max Verstappen o maior fator de desequilíbrio na competição. E quem quiser de fato derrubar o holandês de sua posição de favoritismo não pode cometer erros, ou pelo menos, garantir cometer menos erros que o piloto da Red Bull, algo que está sendo difícil, mas não exatamente impossível de ser realizado.
Nas provas do Canadá e na Espanha, onde a concorrência conseguiu largar na pole-position com voltas milimetricamente determinantes, com George Russell (Mercedes) e Lando Norris (McLaren), ainda assim, foi Verstappen quem riu por último. O que houve, afinal? Erros, dos adversários, e de seus times, que acabaram por entregar as vitórias ao atual líder do campeonato. Na Canadá, a chuva proporcionou um ambiente caótico, para os pilotos, e para seus times, que precisavam estar atentos para não caírem nas armadilhas das interpéries e as consequências que isso proporcionava na pista. Até Max Verstappen cometeu gafes naquele GP, mas mesmo assim, venceu. Isso porque, na soma total, ele, e seu time, a Red Bull, erraram menos que os rivais, em especial ali, Mercedes e McLaren, que além de erros cometidos por seus pilotos, as escuderias também não foram tão ágeis na estratégia de corrida, não conseguindo adaptar-se plenamente às circunstâncias do momento. Isso tudo, e um pouco de sorte também, culminaram na vitória de Verstappen no circuito canadense, apesar dos concorrentes andarem muito perto.
Na Espanha, Norris tinha tudo para vencer, dado o ritmo de prova que imprimiu na corrida. Mas o inglês errou feio na largada, ao se permitir ser superado por Russell, que fez uma largada relâmpago, e especialmente Verstappen. O holandês tratou de não perder tempo e superou logo o piloto da Mercedes, ficando com pista livre à sua frente para imprimir seu ritmo, mas Norris “empacou” atrás de Russell, demorando tempo crucial para superar o compatriota. E foi esse tempo perdido atrás do carro da Mercedes que proporcionou a Verstappen abrir a vantagem necessária que lhe permitiu administrar a vantagem na parte final da corrida, aliado a uma excelente visão da prova, e às paradas de box certeiras executadas pela Red Bull em sintonia com seu piloto. E aqui cabe outro detalhe relevante: a McLaren precisava ser mais afinada na estratégia de corrida. Se no Canadá o azar contribuiu em parte para o time fazer Norris parar em momento menos propício para trocar pneus, na Catalunha a equipe também escolheu momentos não tão ideais para efetuar os pit stops, de modo que Lando poderia ter tido melhores chances de desenvolver seu ritmo de corrida. E mesmo assim, o piloto da McLaren chegou bem perto de Verstappen na bandeirada. Não fossem esses pequenos percalços no momento correto de se efetuar as paradas de box, e no tempo que Norris perdeu atrás de George Russell, o inglês poderia ter vencido a prova espanhola, e o raciocínio também é valido, guardadas as proporções, para o que vimos em Montreal. E em ambas as corridas, Lando terminou em 2º lugar. Só aí foram 14 pontos potenciais perdidos, que fazem parte da diferença aberta pelo holandês no presente momento, que é de 79 pontos.
Tivesse conseguido converter estas duas últimas corridas em triunfos, Norris ainda estaria bem atrás de Verstappen, mas com uma diferença menor, ainda que 65 pontos seja uma dianteira considerável. Mas é um aviso de que, se não prestarem atenção aos detalhes, e tratarem de ser mais eficientes, mesmo o esforço apresentado terá sido inócuo na tentativa de desafiar o holandês da Red Bull na luta pelo campeonato, e até por mais vitórias. Já foram duas oportunidades perdidas para a McLaren nesta disputa. Se o time de Woking quer de fato voltar a ser protagonista na competição, precisa maximizar sua atuação. Não apenas o time precisa acertar melhor as estratégias de corrida, como seus pilotos também precisam ser mais perfeccionistas na pista. No Canadá, tanto piloto quanto time cometeram seus erros, com a diferença de que a Red Bull e Verstappen apenas cometeram menos erros que seus rivais. Já na Espanha, a Red Bull e Verstappen foram precisos, não dando margem para o azar, e executando suas ações com perfeição, enquanto Norris vacilou na largada, e depois foi a McLaren que não soube acertar o momento das paradas de forma tão ágil e calculada quando a Red Bull fez com seu piloto.
O aviso está mais do que dado. Ainda temos mais da metade da temporada de 2024 pela frente, e apesar da imensa vantagem de Verstappen na classificação, ela pode ser demolida. Mas tal tarefa vai exigir sintonia perfeita da McLaren e de Norris para executar tal objetivo. Eles simplesmente não poderão errar, terão de ser tão eficientes dentro e fora da pista. E, em algum momento, por mais perfeito que seja, até Verstappen pode cometer erros, e nada melhor para provocar isso do que colocar o holandês sobre pressão. Por mais que Max seja capaz de encarar este tipo de situação, em algum momento ele poderá fraquejar, e isso potencializaria os ganhos para os concorrentes, desde que eles estejam no lugar certo, na hora certa, para poderem aproveitar.
Neste ponto, a Ferrari perdeu força nas últimas etapas. O time italiano se colocava como a principal rival da Red Bull, e já conseguiu vencer duas corridas no ano. Mas já virou pouco. E, pior, no Canadá, a escuderia rossa estava irreconhecível, sem performance e sem rumo, ficando totalmente zerada na ocasião. O time voltou a um desempenho mais condizente em Barcelona, porém acabou superado pela Mercedes, que aos poucos parece ir encontrando a mão de seu carro, não para tentar disputar o título, mas para brigar pelas primeiras posições, ainda que vencer exija um pouco mais de capacidade e sorte, o que pode complicar os planos de Charles LeClerc e Carlos Sainz Jr., que almejavam ser os rivais mais diretos de Verstappen e da Red Bull. Na verdade, a performance oscilante dos rivais pode ser o maior trunfo da Red Bull neste momento, que sem ter mais um carro acima da concorrência, vem conseguindo se manter na frente graças a executar um trabalho competente nos boxes, seja nos pit stops, seja na estratégia de prova, e conseguindo executá-la à risca graças ao talento e determinação de Max Verstappen, enquanto os rivais vão tendo altos e baixos além do que seria recomendável para proporcionar uma ameaça mais efetiva.
E mesmo na McLaren, há um trunfo que precisa ser melhor explorado, que é Oscar Piastri. O australiano já andou muito perto, e até mesmo à frente de Lando Norris em vários momentos, mas tem ficado para trás nas últimas corridas. Ainda assim, o time laranja tem pontuado mais que a Red Bull, que concentra seus esforços todos em Verstappen, e deixa Sergio Perez aos leões, cobrando mais desempenho do piloto mexicano, o que não é a melhor ajuda no momento, em que pese os azares e maus desempenhos demonstrados por Perez nas últimas etapas, que tem impedido a Red Bull de manter maior sua vantagem no mundial de construtores. Aqui reside a maior ameaça à equipe dos energéticos, que pode, sim, perder o campeonato, diante dos times rivais conseguirem pontuar melhor que ela, contando com duplas de pilotos menos díspares. Mas, ainda é apenas possibilidade, já que este desempenho dos times também tem oscilado muito. Mas não é por isso que o perigo possa ser menosprezado pela Red Bull, e nem ser mais considerado pelos concorrentes.
Ferrari: antes a rival mais próxima da Red Bull, já perdeu o posto para a McLaren, e se não se cuidar, pode até ser deixada para trás pela Mercedes, como vimos na Espanha.
A mesma receita válida
para a McLaren se aplica à Ferrari. É preciso ter performance, mas ser perfeita
com seus pilotos e na condução das estratégias de corrida, e nos ajustes dos
carros. A McLaren já conseguiu performance, precisa caprichar mais com seus
pilotos, e principalmente fora da pista. A Ferrari precisa recuperar o
desempenho, e caprichar ainda mais em todo o resto. E a Mercedes, a esta
altura, só pode pensar mesmo em ter uma temporada decente e digna. Na Red Bull,
é manter o nível o mais próximo da perfeição possível, e desestimular as
reações dos rivais tanto quanto possível. A briga prometer ser boa, mas os
detalhes, e o “fator Verstappen” continuarão desequilibrando as jogadas.
Veremos quem consegue executar as manobras mais perfeitas neste final de semana,
na etapa da Áustria, que ainda conta com corrida sprint. O pessoal sabe o que
precisa ser feito, mas entre saber, e fazer, tem muita diferença. E querer nem
sempre é conseguir. Quem vai querer, e acima de tudo, conseguir? Vamos ver o
que todos realizarão na pista e fora dela na etapa deste fim de semana, e quem
conseguirá cumprir com o que é necessário nesta disputa...
Pierre Gasly anunciou sua renovação de contrato com a Alpine, mostrando que seguirá no time francês para os próximos dois anos, no mínimo. E outro que teve sua permanência confirmada onde já está foi Lance Stroll, no anúncio mais previsível de todos, já que seu pai é o dono da escuderia. Com isso, mais duas vagas foram fechadas para a temporada de 2025. Quem deve ficar a pé é Daniel Ricciardo, uma vez que Helmut Marko já deu indiretas de que irá colocar Liam Lawson na Visa RB em 2025, e com Yuki Tsunoda já renovado com o time “B” dos energéticos, é claro que será na vaga do australiano, que infelizmente não mostrou a que veio no time, perdendo talvez sua única chance de redenção na F-1, depois da dispensa que teve da McLaren por falta de resultados ao fim de 2022. Enquanto isso, a novela sobre o destino de Carlos Sainz Jr. continua, com o diferencial de que o espanhol passou a ser uma das opções da Alpine para o próximo ano, formando dupla com Gasly, o que deixaria ainda na geladeira o piloto Jack Dohan, que até algum tempo atrás, era considerado o favorito para ocupar a vaga de Esteban Ocón, que por sua vez, pode ir para a Haas, com Kevin Magnussen a deixar novamente a escuderia.
A Formula-E chegou a Portland, no Estado do Oregon, nos Estados Unidos, para a penúltima rodada dupla da temporada 2024, que entra em sua reta final, com apenas mais quatro provas restantes após para fechar a competição do atual campeonato. Após a etapa de Portland, restará apenas a rodada dupla de Londres, que fechará a atual temporada da categoria. No ano passado, vimos em Portland uma prova insana, com todos os pilotos andando praticamente juntos, em um único pelotão, numa disputa que rendeu mais de 400 trocas de posição, que foi uma das mais imprevisíveis da temporada de 2023, e a expectativa é que isso se repita na edição deste ano. Agora, Portland terá uma rodada dupla, com corrida neste sábado e no domingo, com largada prevista para as 18:00 Hrs., tanto no sábado quanto no domingo, com transmissão ao vivo pelo canal do You Tube do site Grande Prêmio. A pista de Portland é um circuito misto permanente de 3,19 Km de extensão, com 12 curvas, utilizando o mesmo traçado usado pela Indycar. A zona de ativação do Modo Ataque está na tangência externa da curva 7. A princípio, a direção da F-E pensou em colocar uma chicane logo na entrada da reta dos boxes, a fim de permitir aos pilotos ter mais uma opção para regenerar energia, e com isso, diminuir a economia de energia que os pilotos se acostumaram a fazer neste tipo de corrida, mas a idéia precisou ser abandonada por questões de segurança. Na luta pelo título, Nick Cassidy, da Jaguar, é o favorito, liderando o campeonato com 167 pontos, contra 142 de Pascal Wehrlein, da Porsche, que precisa tentar diminuir a todo custo a desvantagem na pontuação, se quiser de fato brigar pelo título, que já é considerável, a ponto de o neozelandês poder se dar ao luxo de administrar os resultados nesta fase final da competição. A esperança do piloto da Porsche é que, sendo uma corrida de pelotão, tudo pode acontecer na rodada dupla de Portland, e torcer para um resultado ruim do piloto da Jaguar, mas ao mesmo tempo, precisará partir para o ataque, e também não se envolver em confusões. E o campeonato ainda pode chegar totalmente aberto na rodada de Londres, onde só as vitórias ainda terão 50 pontos em jogo, em mais uma rodada dupla. E isso se, num possível azar de Cassidy, mais gente não chegar junto para embolar a disputa. Incertezas não faltarão, especialmente neste final de semana nos Estados Unidos...
Portland recebe a rodada dupla da F-E neste final de semana, com a expectativa de muita emoção e disputas a rodo entre os pilotos, a exemplo do ano passado.
A MotoGP também acelera fundo neste final de semana, com o GP da Holanda, na clássica pista de Assen, uma das provas mais icônicas da classe rainha do motociclismo. Jorge Martin entra na pista decidido a manter sua liderança do campeonato, enquanto o atual bicampeão, “Pecco” Bagnaia vem tentando reduzir sua desvantagem na vice-liderança. E o piloto da Ducati fechou os treinos desta sexta na liderança, enquanto o espanhol da Pramac encerrou o dia com o 5º tempo, precisando melhorar se não quiser ver o principal rival encostar mais na pontuação. Neste sábado teremos a corrida sprint, com largada para as 10:00 Hrs., enquanto a prova de domingo tem largada para as 09:00 Hrs., tudo com transmissão ao vivo do canal pago ESPN4, e do sistema de streaming Star+.
A pista de Assen mais uma vez é a sede do GP do Holanda da MotoGP, que terá lugar neste final de semana. |