quarta-feira, 8 de março de 2023

ESPECIAL INDYCAR 2023

            Começam os campeonatos mais importantes do mundo do automobilismo, e no último final de semana, a Fórmula 1 e a Indycar deram a largada de seus respectivos certames. Portanto, depois de falar com maior destaque sobre a categoria máxima do automobilismo semana passada, hoje é hora de uma pequena matéria a respeito da Indycar, que teve um início dos mais atribulados na prova de São Petesburgo, com vários acidentes, diversas disputas, e briga pela vitória até a última volta, bem diferente do que vimos na F-1. Uma boa leitura a todos...

INDYCAR 2023

 

Temporada teve início neste mês de março, e promete várias disputas pelo título, com o maior número de competidores dos últimos anos.

 

Adriano de Avance Moreno

São Petesburgo foi novamente o palco de início da temporada da Indycar, e não faltou emoção e confusão na pista.

 

              A Indycar deu a largada para sua temporada 2023 neste último domingo, nas ruas de São Petesburgo, na Flórida, Estados Unidos. Teremos 17 corridas no total deste ano na competição, que novamente promete muitas disputas e emoções. Se o calendário não apresentou mudanças, no grid, teremos mais gente disputando as chances de vencer. Teremos nada menos do que 27 carros, três a mais do que em 2022, competindo em tempo integral este ano, sendo que a grande maioria terá pilotos fixos para todas as provas da temporada, com poucos nomes competindo esporadicamente, como nas 500 Milhas de Indianápolis, e alguns outros que se revezarão no mesmo carro de algum time.

              Como não poderia deixar de ser, a Penske é nome fixo na luta pelo título, tendo vencido a competição no ano passado com Will Power, que conquistou seu segundo título quando muitos já não apostavam mais no australiano, que quer mostrar em 2023 que seu bicampeonato não é obra do acaso. Não se pode ignorar sua posição como atual campeão, indo agora em busca de um potencial tricampeonato. Mas a disputa promete ser dura, e dentro da própria Penske, pois outro de seus pilotos, Josef Newgarden, também está ávido para ir em busca de seu terceiro título, tendo sido derrotado nos últimos dois anos por Álex Palou (2021) e por Power (2022). O piloto foi quem mais venceu na temporada passada, mas faltou um pouco mais de constância no campeonato, ponto que foi decisivo para Power levar a taça da competição. Já Scott McLaughlin mostrou grande crescimento em 2022, mostrando que também pode batalhar pelo título da competição, mas que ainda demonstra precisar afinar o timing de oportunidade nas corridas para conseguir melhores resultados, para não mencionar prudência e bom senso em alguns momentos, como vimos domingo passado em São Petesburgo, onde após sair do box, tentou resistir de forma exagerada à tentativa de ultrapassagem de Romain Grosjean, que vinha com mais efetividade, e ambos pararam na barreira de pneus, arruinando suas corridas. O neozelandês admitiu o erro, o que é um bom sinal para tentar evitar novos deslizes no futuro, já que toda oportunidade perdida de pontuar pode ser crucial na luta pelo campeonato.

              E não podemos ignorar a Ganassi esta briga. O time do velho Chip conta com uma trinca de pilotos pronta para dar o maior trabalho aos adversários, e dar o bote quando menos se espera. Scott Dixon vai em busca de seu sétimo título, tentando igualar a marca do lendário A. J. Foyt em conquistas de campeonatos nas categorias Indy, e provar que ainda está no seu auge. Ignorar a capacidade do neozelandês é um erro crasso que os adversários não podem cometer, pois mesmo quando seu carro parece não estar rendendo direito, de repente ele surge em boas posições na corrida, podendo até chegar ao pódio e à vitória. Mas, diferente de alguns anos atrás, a aposta da Ganassi não é mais apenas nele. O espanhol Álex Palou vai para sua última temporada na escuderia, em tese, podendo seguir para a McLaren no próximo ano, após causar um imbróglio a meio do ano passado, quando tentou se transferir para o time de Woking sem consultar Chip, que não deixou barato e entrou nos tribunais para forçar o piloto a cumprir contrato com sua escuderia, que lhe dava inclusive direito de preferência de contratação para 2023. Isso tirou o foco de Palou em boa parte da temporada passada, o que o deixou incapaz de defender o título de 2021, mas agora, com a situação estabelecida, Álex tem tudo para ir em busca do bicampeonato, mas terá de medir forças com Dixon, em uma disputa que pode ser bem ferrenha dentro do time. Já Marcus Ericsson, considerado uma zebra, mesmo após ter vencido a Indy500 de 2022, já tem de ser mais observado nesta briga. O piloto sueco já tinha vencido duas corridas em 2021, mas só foi se confirmar mesmo após faturar as 500 Milhas de Indianápolis. E, pelo menos em 2023, Ericsson já começa na frente, tendo vencido em São Petesburgo, mostrando que vai dar trabalho. O time também aposta em um novo nome, Marcus Armstrong, que irá revezar o quarto carro do time com o japonês Takuma Sato, que disputará apenas algumas corridas da temporada, depois de ser titular na competição por muitos anos. Sato, bicampeão da Indy500, parece começar a se despedir da categoria, onde se firmou após deixar a F-1, e pode até surpreender em algum momento, embora não tenha conseguido bons desempenhos recentemente. Mas quando se defende a Ganassi, nunca se pode subestimar seus pilotos. Quem decidiu encerrar sua experiência na Indycar foi Jimmie Johnson, após dois anos competindo pela equipe de Chip Ganassi. O multicampeão da Nascar não conseguiu brilhar nos monopostos como gostaria, apesar de seu grande currículo nos stock cars dos Estados Unidos.

Scott Dixon, da Ganassi (acima) e Josef Newgarden, da Penske (abaixo) querem o título da temporada, mas falta combinar com os rivais na pista.


              E temos a McLaren, que vem crescendo na Indycar, desde que retornou a uma categoria Indy, tendo participado da F-Indy original nos anos 1970. A equipe de Woking se associou à equipe Schmidt/Peterson, mas agora assumiu totalmente o time, e passa a competir com três carros em toda a temporada. Patrício O’Ward é a grande estrela do time, que manteve Félix Rosenqvist, e reforçou seu staff com a vinda de Alexander Rossi. No ano passado, o time venceu duas corridas, e O’Ward só não disputou o título, como fizera em 2021, por não ter mantido a mesma constância, ficando sete corridas fora do Top-10, o que minou suas chances de chegar junto na briga pelos ponteiros. Rosenqvist até melhorou sua performance, mas continuou devendo para o companheiro de equipe, sendo que não fosse a equipe ter perdido a disputa com a Ganassi pelo passe de Palou para este ano, o sueco teria tido que procurar outro lugar para correr em 2023, sendo que, com a estréia da McLaren na Formula-E a partir deste ano, até se aventou a hipótese de Felix defender o time por lá, onde já competiu antes de migrar para a Indycar, hipótese que ele disse que recusaria caso ocorresse. Rossi, por sua vez, teve sua redenção no ano passado, voltando a vencer uma corrida depois de alguns anos de performances apagadas na Andretti, e espera retomar seu protagonismo na nova escuderia, e ele começou bem em São Petesburgo, terminando em 4º lugar, logo atrás de O’Ward, que foi o 2º colocado, e Scott Dixon, o 3º. A McLaren, aliás, por pouco não venceu a primeira corrida do campeonato, onde o mexicano liderava até a penúltima volta, quando o desligamento momentâneo de um dos módulos do motor o fez perder desempenho, permitindo que fosse superado por Marcus Ericsson, e perdendo as chances de vencer na Flórida. Pequenos problemas que a McLaren precisa garantir que não se repitam, se quiserem de fato lutar pelo título, conforme declarou O’Ward.

              E a Andretti? O time de Michael Andretti vem de algumas temporadas de baixa na Indycar, tendo conquistado seu último título há praticamente uma década, com Ryan Hunter-Reay, em 2012. De lá para cá, contudo, apesar de ter chegado perto algumas vezes, o time nunca mais conseguiu conquistar nada, vendo as rivais Penske e Ganassi praticamente monopolizarem as conquistas. A equipe tem potencial, e neste início de temporada, foi uma das estrelas da classificação na primeira corrida, em São Petesburgo, com Romain Grosjean a conquistar a pole-position, e com a Andretti a monopolizar a primeira fila do grid, com Colton Herta na segunda posição. Tudo indicava que a equipe poderia começar 2023 com o pé direito no acelerador. Kirkwood partia de uma promissora 6ª posição em sua estréia no time, enquanto DeFrancesco era apenas o 18º, nada diferente do demonstrado no ano passado. Pode-se dizer que a escuderia merece certo respeito, e não pode ser menosprezada. Contudo, é preciso tentar evitar os azares, mas também, maneirar na pista. Em São Petesburgo, Romain Grosjean e Colton Herta brilharam na classificação, e vinham fazendo bonito na corrida, até que ambos se envolveram em acidentes com os pilotos da Penske. Grosjean, que vinha lutando pela vitória, se enroscou com Scott McLaughlin, quando o neozelandês não aliviou numa tentativa de ultrapassagem do franco-suíço. Já Herta acabou dividindo uma mesma curva com o atual campeão, Will Power, e foi parar no muro. Herta, aliás, tem se caracterizado por apresentar incríveis performances em pistas de rua, mas se acidentando nos muros devido ao excesso de arrojo, seja em disputa de posição, ou mesmo sozinho.

Patrício O'Ward (acima) é o grande nome da McLaren para lutar pelo título mais uma vez, enquanto Will Power, da Penske (abaixo) é o atual campeão da categoria, que tentará o tricampeonato.


              No ano passado, o time conseguiu apenas duas vitórias, uma com Alexander Rossi, e outra com Herta. Mas a inconstância dos pilotos foi fatal para quaisquer maiores aspirações no campeonato, tanto que seu melhor piloto classificado por justamente Rossi, em 9º lugar, enquanto Herta foi o 10º. Grosjean, depois de fazer uma boa temporada de estréia com a Dale Coyne em 2021, não rendeu tanto em sua primeira temporada na escuderia, finalizando o ano em 13º lugar, tendo como melhor resultado apenas um único pódio, em 2º lugar. O time perdeu Rossi para a McLaren, mas reforçou sua posição com Kyle Kirkwood, que vem de boas atuações com o fraco carro da Foyt em 2022. Já o canadense Devlin DeFrancesco, por outro lado, além de maus resultados, também acumulou várias confusões na pista em sua temporada de estréia, precisando justificar sua posição na escuderia. E ele já começou mal 2023, tendo sido um dos primeiros a abandonar em São Petesburgo, ainda que não tenha tido culpa no acidente em que acabou colhido. E Kirkwood não teve melhor sorte, também entrando de mala e cuia em um acidente com Jack Harvey, passando por cima do piloto da Rahal e por pouco não se machucando feio, com o carro decolando por cima do outro. Depois do resultado da primeira corrida, a Andretti precisa de uma reza brava para expurgar essa maré de azar que se abateu sobre a escuderia no início da temporada 2023.

            Nos demais times, pouco a se dizer. A Foyt deu uma pequena melhorara no ano passado, mas segue sendo um dos times mais fracos da competição, de modo que não dá para se esperar muita coisa de seus pilotos, já que os carros não possuem bom desempenho. Já a Rahal luta para voltar ao pelotão da frente, mas parece não conseguir apresentar uma evolução mais constante no grid, necessária para lutar por melhores colocações. A Juncos ampliou sua participação, passando a competir com dois carros em tempo integral na temporada, mantendo seus pilotos da temporada passada. E a Dale Coyne por vezes parece uma verdadeira roleta russa, podendo tanto ir bem em algumas provas como fazer apenas figuração em outras. O time de Ed Carpenter já teve dias melhores na competição, e luta para voltar ao pelotão da frente. Rinnus Veekay é considerado um grande talento, mas andou desandando um pouco em 2022. Ed Carpenter continua correndo apenas as etapas em ovais, sendo que nestas provas o time alinhará novamente três carros, e não dois, com Carpenter substituindo um dos pilotos, como era feito há algum tempo trás.

            Por enquanto, apenas a Dreyer & Reinbold anunciou participação nas 500 Milhas de Indianápolis, este ano fazendo parceria com a Cusick Motorsports, alinhando um carro para Stefan Wilson. Entre os pilotos que participarão apenas da Indy500 temos Marco Andretti, pela Andretti, Katherine Legge, pela Rahal, e Tony Kanaan pela McLaren. Até o presente momento, não houve outros anúncios de pilotos que irão disputar a prova da Brickyard, de modo que temos 32 pilotos confirmados para as 33 vagas do grid.

           A temporada de 2023 traz algumas mudanças e novidades na competição. A primeira delas diz respeito aos pneus utilizados. Os compostos macios utilizados pelos pilotos em circuitos mistos e de rua passam a ter as laterais produzidas com borracha extraída do Guayule, um arbusto comum nos Estados Unidos, tornando os pneus mais ecológicos, passando a ter a cor verde, e não mais a vermelha para distingui-los dos compostos mais duros, que continuam com a tarja preta de costume. serão usados em todos os circuitos de rua – estrearam ano passado em Nashville. Além disso, a corrida no oval de Gateway também marcará a estreia de um segundo composto de pneu, também mais macio, com a mesma regra válida para mistos e pistas de rua, com obrigatoriedade de uso dos dois compostos ao longo da prova. O combustível utilizado na competição será o etanol brasileiro produzido pela Raízen em parceria com a Shell, menos poluente.

            Nas provas em circuitos mistos e de rua onde houver a possibilidade de chuva, os carros passarão a contar com dois pequenos defletores no bico, um novo recurso para ajudar a dissipar a água que é projetada na direção ao aeroscreen, o que estava prejudicando a visibilidade dos pilotos neste tipo de situação. Os cabos que prendem as rodas traseiras à estrutura principal do carro foram reforçadas, tornando mais difícil as rodas escaparem do monoposto em caso de acidente. Já o apoio de cabeça para o piloto no cockpit ficou mais alto nas laterais. A barra de direção também está mais resistente, assim como a estrutura traseira de proteção a impactos, aumentando a segurança do piloto.

Marcus Ericsson venceu a corrida de São Petesburgo e larga na frente na temporada de 2023 da Indycar.

            Outra mudança implantada para este ano traz ainda uma nova opção para os engenheiros das equipes: Nas pistas mistas, será possível usar um segundo bargeboard, aleta na lateral, à frente da entrada de ar dos sidepods, como já acontece nas etapas e,m circuitos ovais curtos. Já nas 500 Milhas de Indianápolis os times poderão instalar um pequeno flap acima da extremidade do difusor. Os pilares que sustentam a pequena asa traseira ganharam um novo desenho, que lhes proporcionará 3 graus a mais de ângulo de inclinação, recurso que lhes permitirá aumentar o downforce, e melhorar as condições de dirigibilidade dos carros em situações de tráfego, promovendo as disputas dos pilotos no meio do pelotão.

            Os novos motores 2,4 Litros biturbo V6 com sistemas de recuperação de energia que estavam previstos para serem introduzidos nesta temporada, depois de terem sua estréia em 2022 adiada, devido aos percalços ocasionados pela pandemia da Covid-19, tiveram um novo adiamento, feito em comum acordo com Chevrolet e Honda, que precisaram de mais tempo para desenvolver adequadamente o novo equipamento, que será introduzido apenas em 2024, também por uma questão de controle de custos. Assim, a categoria continua utilizando os tradicionais propulsores de 2,2 litros já vistos nos últimos anos. Alguns testes já foram feitos com os novos propulsores no ano passado, e mais alguns estão previstos para serem feitos durante este ano, visando a estréia dos motores na próxima temporada.

              Em termos de campeonato, não houve praticamente nenhuma mudança em relação ao ano passado. As provas em pistas ovais continuam em número reduzido na temporada, restritas a apenas 4 eventos, com destaque para as tradicionais 500 Milhas de Indianápolis, e depois as etapas do Texas e de Gateway, além da única rodada dupla de toda a temporada, em Iowa. Mais uma vez, a temporada termina no início de setembro, com início neste último dia 5 de março, comprimindo todo o campeonato em pouco mais de seis meses. O traçado misto de Indianápolis continuará sediando duas corridas, uma em maio, e a outra no mês de agosto. Mas teremos uma novidade dentre as provas, uma vez que a etapa de Detroit, que nas últimas décadas foi realizada em um traçado montado no Belle Isle Park, no Rio Detroit, passará a ser disputada novamente no centro da capital do automóvel dos Estados Unidos, em um novo traçado montado nas ruas da cidade, próximo ao antigo traçado que já foi utilizado tanto pela F-1 como pela antiga F-Indy, na década de 1980.

Romain Grosjean (acima) e Colton Herta (abaixo) são os nomes fortes da Andretti para tentar lutar pelo título.



              Uma mudança este ano é que a Indy500 voltará a ter a pontuação normal da competição, sendo que nos últimos anos, a prova mais famosa do automobilismo americano teve pontuação dobrada. A intenção da mudança é forçar os pilotos a dar mais duro durante todo o certame, e não se valer de uma performance mais destacada nas 500 Milhas para se impulsionar na classificação do campeonato. No ano passado, por exemplo, com a vitória na corrida do oval de Indianápolis, Marcus Ericsson chegou a entrar na luta pelo título, graças a essa pontuação em dobro que recebeu por seu triunfo na Indy500. A pontuação dobrada era aplicada na Indy500 desde 2014, e a regra valia também para a outra prova de 500 milhas do calendário neste período, disputada no trioval de Pocono, além de ser utilizada diversas vezes para a etapa de encerramento da temporada, como forma de esticar a disputa pelo título, mesmo sendo uma corrida comum.

            Como já vimos na primeira corrida, em São Petesburgo, as disputas na Indycar prometem fortes emoções na temporada. A Ganassi saiu na frente, colocando dois pilotos no pódio na corrida da Flórida, com Marcus Ericsson vencendo, e tendo Scott Dixon fechando o pódio em 3º lugar, em outra corrida eficiente, saindo mais atrás do grid. Mas Penske e Andretti, assim como a McLaren, poderiam ter vencido a prova, que foi mais tumultuada do que de costume, com um número expressivo de pilotos ficando pelo caminho devido aos acidentes ocorridos, que foram até mais numerosos do que o normal, por mais que provas em circuitos de rua sejam normalmente mais arriscadas devido à presença dos muros mais próximos, sempre um convite a incidentes e problemas. Felizmente, a próxima corrida será apenas no início do próximo mês, de modo que todos os times poderão recuperar e consertar seus carros danificados, assim como felizmente não houve nenhum piloto ferido em tantas batidas e confusões apresentadas. Quem vai levar o título da temporada? Difícil prever, pois apenas uma corrida só não fornece um panorama previsível para a Indycar, ao contrário do que vemos na Fórmula 1, onde a perspectiva da luta pelo título no presente momento é praticamente inexistente, diante das circunstâncias. Portanto, preparem-se para as disputas na categoria de monopostos dos Estados Unidos, que iniciou 2023 com tudo, e até mais um pouco. E não digam que não foram avisados...

 

TEMPORADA 2023

 

DATA

ETAPA

CIRCUITO

05.03

GP de São Petesburgo

Urbano

02.04

GP do Texas

Oval

16.04

GP de Long Beach

Urbano

30.04

GP do Alabama

Misto

13.05

GP de Indianápolis 1

Misto

28.05

500 Milhas de Indianápolis

Oval

04.06

GP de Detroit

Urbano

18.06

GP de Elkhart Lake

Misto

02.07

GP de Mid-Ohio

Misto

16.07

GP de Toronto

Urbano

22.07

GP de Iowa 1

Oval

23.07

GP de Iowa 2

Oval

06.08

GP de Nashville

Urbano

12.08

GP de Indianápolis 2

Misto

27.08

GP de Gateway

Oval

03.09

GP de Portland

Misto

10.09

GP de Laguna Seca

Misto

 

EQUIPES E PILOTOS

 

EQUIPE

MOTOR

PILOTOS (Nº)

Foyt Enterprises

Chevrolet

Santino Ferrucci (14)

Benjamin Pedersen (55)

Andretti Autosport

Honda

Colton Herta (26)

Kyle Kirkwood (27)

Romain Grosjean (28)

Devlin De Francesco (29)

Marco Andretti (98) **

McLaren

Chevrolet

Patricio O’Ward (5)

Felix Rosenqvist (6)

Alexander Rossi (7)

Tony Kanaan (66) **

Chip Ganassi Racing

Honda

Scott Dixon (9)

Álex Palou (10)

Marcus Ericsson (8)

Marcus Armstrong (11) *

Takuma Sato (11) *

Dale Coyne

Honda

David Malukas (18)

Sting Ray Robb (51)

Ed Carpenter Racing

Chevrolet

Conor Daly (20)

Rinnus Veekay (21)

Ed Carpenter (33) *

Juncos Hollinger Racing

Chevrolet

Callun Illot (77)

Agustin Canapino (78)

Meyer Shank Racing

Honda

Hélio Castro Neves (6)

Simon Pagenaud (60)

Rahal Letterman Lanigan Racing

Honda

Graham Rahal (15)

Jack Harvey (30)

Christian Lundgaard (45)

Katherine Legge (44) **

Penske Racing Team

Chevrolet

Josef Newgarden (2)

Scott McLaughlin (3)

Will Power (12)

Dreyer & Reinbold Racing / Cusick Motorsports

Chevrolet

Stefan Wilson (24) **

 

 

 

(*) = Disputarão apenas algumas corridas

(**) = Disputarão apenas as 500 Milhas de Indianápolis

 

TRANSMISSÃO NO BRASIL E BRASILEIROS NA TEMPORADA

 

              A Indycar manteve suas emissoras na transmissão da categoria no Brasil. Na TV aberta, a TV Cultura segue mostrando as corridas, tendo agora como novidade nas transmissões deste ano a presença da piloto Bia Figueiredo como comentarista em algumas provas, como ocorreu na etapa de abertura da competição, dividindo a bancada com Geferson Kern. Isso diminuiu a participação de Rodrigo Mattar, que atuava como comentarista na emissora nas transmissões.

              Na TV por assinatura, a ESPN continuará mostrando a categoria, que também poderá ser acompanhada pela internet no site de streaming Star+, onde poderão ser vistos também os treinos e classificações, além das corridas ao vivo.

              Já com relação aos pilotos brasileiros no grid, a participação fica praticamente restrita à presença de Hélio Castro Neves, que vai para sua segunda temporada completa na equipe Meyer Shank, tendo como companheiro seu ex-colega de Penske, Simon Pagenaud. Depois de vencer de maneira espetacular a Indy500 de 2021, esperava-se uma melhora nos resultados do time no ano passado, até porque a participação do brasileiro na escuderia era esporádica em 2021. Como o time competiria de forma completa com dois carros toda a temporada, não se esperava resultados vultosos na competição, até porque a Meyer Shank é um time médio na categoria. E foi o que se viu, mas com resultados até aquém do esperado, por vezes devido ao azar, estratégias de corrida equivocadas, além de um desempenho do próprio Hélio que deixou a desejar em alguns momentos.

              Para este ano, a expectativa é de alguma melhora, até porque a equipe tentou se reforçar um pouco, mas na primeira corrida, o azar bateu praticamente em cima do time: tanto Hélio quanto Pagenaud abandonaram logo na primeira volta, colhidos em uma batida coletiva causada por Santino Ferrucci, que acertou o brasileiro e deu início a uma carambola que atingiu também Simon Pagenaud. Espera-se melhor sorte no restante da temporada, até porque Hélio quer se manter na competição, mas agora terá de justificar sua permanência em um novo contrato na competição, seja com a própria Meyer Shank, ou com algum outro time que tenha interesse em seus serviços.

              A outra participação brasileira na Indycar este ano será de Tony Kanaan, que irá defender a McLaren, em um carro extra, nas 500 Milhas de Indianápolis, depois de ter participado nos últimos dois anos pela Chip Ganassi. E Tony já avisou que sua participação deste ano marca sua despedida definitiva da Indycar, depois de pouco mais de vinte anos de participação, tendo sido campeão do certame em 2004, e vencido a Indy500 em 2013. A meta é fazer bonito e lutar por um segundo triunfo na Brickyard Line, saindo por cima. No ano passado, Tony terminou a corrida em 3º lugar, e a McLaren é uma força em ascenção na categoria, o que indica que o baiano poderá ter um equipamento competitivo para brilhar pela última vez no Indianápolis Motor Speedway.

Hélio vai para sua segunda temporada completa na Meyer Shank.

 
Dois acidentes inclusive com quase capotagens marcaram a primeira corrida da temporada da Indycar, mas felizmente ninguém saiu machucado, mostrando a forte segurança dos carros da categoria.


Romain Grosjean e Scott McLaughlin dividiram uma freada na luta pela liderança da prova de São Petesburgo e foram parar ambos na barreira de pneus.

 

 

 

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