O circuito montado no Sambódromo e no Anhembi em São Paulo estão prontos para receber a primeira prova da F-E no Brasil.
Depois de algumas tentativas e muita espera, eis que a Formula-E finalmente desembarca no
Brasil, para a primeira prova do campeonato de carros monopostos 100% elétricos em nosso país. O palco é a cidade de São Paulo, em um circuito montado junto ao Sambódromo e o Complexo do
Anhembi, na zona norte da capital paulista, onde na década passada a Indycar já realizou algumas corridas no Brasil. O traçado da F-E, contudo, não utilizará o trecho da Marginal Tietê,
tendo seus trechos de reta montados na Avenida Olavo Fontoura. A pista paulistana terá uma extensão de 2,96 Km, com 11 curvas, e a corrida deverá ser disputada em 31 voltas, com largada prevista para as
14 horas deste sábado. Hoje, teremos o treino shakedown, e o primeiro treino livre a partir das 16:30 Hrs. Na manhã deste sábado, teremos o segundo treino livre sendo disputado a partir das 07:25 Hrs.
com a sessão de classificação iniciando-se às 09:40 Hrs. Tudo com transmissão pelos canais Bandsports e Bandeirantes. Além disso, o site Grande Prêmio também irá
transmitir pela internet as atividades da etapa brasileira, dos treinos à corrida.
Depois de 8 temporadas, a F-E brindará os fãs nacionais da velocidade com o seu novíssimo carro Gen3, que permite muito mais velocidade graças à nova potência das baterias e aos novos sistemas de regeneração de força. Os trechos de retas do circuito paulistano, dentro do Sambódromo e na Avenida Olavo de Fontoura devem permitir altas velocidades e boa disputa de posições.
Como não poderia deixar de ser, um dos atrativos da corrida para a torcida são os pilotos brasileiros na competição. Mas tanto Lucas Di Grassi quanto Sérgio Sette Câmara, apesar do entusiasmo por poderem competir em sua terra natal, vem tendo vários desafios na atual temporada do certame. Di Grassi, defendendo agora o time da Mahindra, até que surpreendeu ao anotar a pole, e terminar no pódio da primeira corrida, na Cidade do México, mas ele mesmo dizia que seu time estava atrasado no desenvolvimento do carro, e isso acabou se vendo nas demais etapas, onde o brasileiro nem conseguiu pontuar, por problemas variados, mas também pela falta de desempenho do equipamento. Na última prova, na Cidade do Cabo, na África do Sul, a Mahindra acabou se retirando da prova depois de constatar problemas na suspensão traseira, e verificar que poderia não ser seguro disputar a corrida, o que afetou também seu time parceiro, a ABT, que também ficou de fora da etapa. A expectativa de Lucas é ter um desempenho mais positivo perante seu público, e tentar ao menos reencontrar o rumo na temporada.
O traçado oficial da pista do ePrix de São Paulo.
Para Sérgio, que agora defende o time da NIO, é só uma questão
de aproveitar melhor as oportunidades, e fugir do azar, já que seu novo time tem mostrado potencial para pontuar regularmente, mas o brasileiro até agora só conseguiu acertar todos os detalhes em uma única
corrida, ficando a ver navios nas outras etapas, seja por problemas alheios a seu controle, ou um desempenho deficiente de si próprio, quando ele mesmo admite que precisa se adaptar melhor ao novo carro utilizado este
ano.
Tanto para Lucas quanto para Sérgio, a meta é conseguir marcar pontos. Chegar ao pódio já parece uma meta exagerada, uma vez que seus carros ainda estão aquém do necessário para oferecer a seus pilotos chances efetivas de um resultado desse porte, com os times rivais apresentando melhor performance no momento. Mas a F-E costuma ter surpresas em várias de suas corridas, e podem surgir circunstâncias especiais que acabem favorecendo nossos pilotos, dependendo do momento da corrida. É esperar para ver. Afinal, se Di Grassi partiu na pole na Cidade do México, e foi o 3º, quem sabe tenhamos sorte de ver algo similar por aqui em São Paulo?
A etapa brasileira também marca o retorno da Formula-E à América do Sul, que já sediou provas em outros três países do continente. Desde que a categoria foi lançada, em 2014, já existiam tratativas para se realizar uma corrida em nosso país. Porém, por problemas variados, só agora a coisa finalmente foi para a frente. Logo na primeira temporada da categoria, o Uruguai e a Argentina tiveram oportunidade de sediar corridas das mais nova categoria de competição automobilística. Punta Del Este, no Uruguai, foi palco de três edições da competição, em 2014 e 2015, e depois em 2018, sendo que esta, na verdade, veio em substituição à prometida corrida brasileira, que até chegou a ser anunciada na época, mas que acabou não sendo realizada, pois na época, os planos do governador de São Paulo de privatizar o Complexo do Anhembi engripou as negociações para viabilização da corrida, já que o complexo seria utilizado para sediar as instalações do circuito, como está sendo feito agora.
Já a Argentina também sediou por três vezes uma corrida, na capital Buenos Aires, nas temporadas de 2014, 2015, e 2016, último ano em que foi realizada, com a temporada de 2017 ficando sem nenhuma prova no continente sul-americano. Em 2018, a F-E retornaria à América do Sul, com a prova do Uruguai, substituindo a etapa brasileira cancelada, e estreando no Chile, em um circuito montado na capital Santiago junto ao Parque Florestal. A prova chilena teria mais duas edições, em 2019, e 2020, agora sediada em uma pista montada no Parque O’Higgins, tendo sido então a última corrida disputada pelos carros elétricos por estas redondezas. Nas temporadas de 2021 e 2022, a América do Sul ficou de fora do calendário da competição, até retornar este ano, com a tão aguardada etapa brasileira.
Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara (acima) são os pilotos brasileiros na competição e já conferiram a pista. Abaixo, a área do pit lane montado junto ao Sambódromo.
Durante esse tempo, houve muitas especulações, boatos, e promessas para a realização de uma corrida no Brasil dos carros elétricos. Além de São Paulo, outras cidades cotadas para realizar o ePrix foram o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e até Porto Alegre. Na capital carioca, especulou-se a possibilidade de a prova ser disputada junto à beira-mar, na Barra da Tijuca, ou no Aterro do Flamengo, aproveitando as belezas daquelas áreas da cidade. Em São Paulo, cogitou-se montar um circuito no Parque do Ibirapuera, inspirando-se nas pistas criadas em parques em outras cidades mundo afora. Pelos pilotos campeões que teve, e pelo repertório de geração energética sustentável em nosso país, como as hidrelétricas, e mais recentemente, as fontes eólica e solar, que crescem a olhos vistos, disputar uma corrida no Brasil sempre foi visto como um sonho óbvio. Mas só sonhar não bastava, e aqui e ali, os projetos veiculados nunca tinham conseguido acertar os detalhes para concretizar a realização da prova nacional, até agora.
Apesar de já estarmos na 9ª temporada da competição, muita gente ainda torce o nariz para a categoria, achando-a apenas uma brincadeira excêntrica, e não automobilismo de verdade, até pelo fato de seus carros serem “lentos” se comparados aos de outros certames. Mas o novo carro Gen3, que promete chegar aos 325 Km/h, tem tudo para superar esse precoceito. E, no caso dos brasileiros, ver a competição ao vivo aqui em nosso país, e se tivermos uma boa corrida, pode ajudar a mudar essa visão de muitos fãs do esporte a motor.
Jean-Éric Vergne e Antonio Felix da Costa travaram um duelo acirrado pela vitória na etapa da Cidade do Cabo, na África do Sul, prova anterior à do Brasil.
E boa corrida quer dizer muitas disputas. A pista de São Paulo é novidade para todo mundo, então, quem conseguir acertar-se melhor com o traçado pode
sair na frente na briga por melhores resultados. No campeonato, Pascal Wherlein, da Porsche, lidera com relativa folga sobre Jake Dennis, da Andretti, que por sua vez também tem uma boa dianteira sobre Jean-Éric
Vergne, da Penske. Estes foram os times que conseguiram vencer na temporada até aqui, com predomínio do time alemão, com três triunfos, contra apenas um da Andretti e outro da Penske. Mas Jaguar
e seu time cliente, a Envision, vem andando forte, e dando combate nas etapas, mostrando que chegar à vitória não é sonhar demais. Mas outros times tem intenção de roubar o protagonismo
dos favoritos até aqui, como a estreante McLaren, ou times já estabelecidos, como a Nissan. E, diferente da F-1, na F-E não há uma hegemonia que ameace a emoção da competição.
Mesmo a Porsche, o time mais favorito da temporada até aqui, não acha que será capaz de vencer todas as corridas restantes do campeonato. E isso ajuda a oferecer emoção a cada corrida, em
maior ou menor grau.
Então, vamos ver como a F-E se mostrará em sua estréia no Brasil. Que tenhamos boas brigas na pista, e que vença o melhor. Hora de ligar as tomadas dos carros e acelerar fundo nas ruas do circuito de São Paulo...
A Red Bull fez nova dobradinha na segunda prova da temporada 2023 da Fórmula 1, na pista de Jeddah, na Arábia Saudita. Mas desta vez, o triunfo foi do mexicano Sergio Pérez, que aproveitou o problema mecânico surgido no carro de Max Verstappen na classificação, que relegou o holandês e atual bicampeão do mundo a largar em 15º no grid, enquanto Perez conquistou a pole-position. Sergio acabou superado na largada por um arranque mais eficiente de Fernando Alonso, que voltou a impressionar com a Aston Martin, e liderou as voltas iniciais, até ser superado pelo piloto da Red Bull, que não mais perderia a liderança até a bandeirada de chegada, enquanto Verstappen veio lá de trás para chegar ao 2º lugar na prova, terminando nessa colocação, sem conseguir pressionar o colega de time na briga pela liderança, até porque a escuderia não fez uma troca de posições entre seus pilotos, para decepção do holandês, que esbravejou depois da corrida que era para ele ter vencido, não fosse o problema na classificação. Como conseguiu marcar a volta mais rápida, no último giro, Verstappen manteve a liderança do campeonato, por apenas 1 ponto, contra Perez, que havia sido o 2º colocado na primeira prova, no Bahrein. Novamente, o ritmo de prova dos carros da Red Bull inviabilizaram qualquer chance de disputa para os demais rivais. A Mercedes, por sua vez, terminou em 4º e 5º lugares, mais uma vez superados por Alonso e sua Aston Martin, que fecharam mais uma vez o pódio, com outro 3º lugar, que foi o 100º pódio do asturiano em sua longa carreira na F-1. Aliás, a FIA se complicou com Alonso, que havia sido punido em 5s por alinhar errado o carro na posição de largada, tendo pago essa punição em seu pit stop, onde um dos mecânicos encostou o macaco no carro do piloto, mas sem acioná-lo, o que motivou a FIA a punir novamente o piloto, com 10s em seu tempo de corrida, anunciando isso literalmente após a bandeirada de chegada, e fazendo-o perder o 3º lugar. Mas a Aston Martin recorreu, mostrou que o carro não foi mexido, como determinava a regra da entidade, que teve de recuar da punição e devolver a posição final do piloto na classificação da prova saudita, em mais uma lambança da FIA na aplicação de suas próprias regras. A entidade, aliás, já tinha feito besteira ao fazer uso do Safety Car, sem necessidade, quando Lance Stroll abandonou a prova, e até conseguiu estacionar o carro para retirada em um local seguro, ao que a FIA declarou não ter tido condições de ver onde o carro havia parado, mesmo tendo dezenas de câmeras diferentes à sua disposição para varrer a pista. Quem também prometia e não cumpriu na etapa saudita foi a Ferrari, que acabou batida pela Mercedes na corrida, com seus pilotos terminando em 6º e 7º lugares, superados até pela claudicante Mercedes. A Alpine veio com seus pilotos logo a seguir, em 8º e 9º lugares, e Kevin Magnussen, da Haas, fechando a zona de pontuação. Alpha Tauri e McLaren mais uma vez ficaram zerados, com o time de Woking novamente tendo um desempenho tenebroso e mostrando que essa vai ser uma temporada bem complicada para a escuderia inglesa.
Segunda corrida da temporada 2023 da F-1, e segundo pódio de Fernando Alonso. O espanhol pode ser uma das sensações do campeonato, confirmando a evolução da Aston Martin como segunda força do grid.
A MotoGP inicia hoje os treinos oficiais para a primeira etapa da temporada 2023, o Grande Prêmio de Portugal, no belo Circuito de Portimão, no Algarve. Com as reformas na pista de Losail, que tradicionalmente abria a temporada da motovelocidade, o circuito lusitano teve a chance de abrir o campeonato deste ano, que reserva a expectativa de quem conseguirá enfrentar uma provável hegemonia da Ducati, campeã do mundo na temporada passada, e que tem em seu principal piloto, Francesco Bagnaia, o homem a ser batido. Uma tarefa que começa logo com seu novo companheiro de equipe, Enea Bastianini, promovido ao time de fábrica depois da boa temporada realizada no ano passado com a Gresini, time satélite da marca de Borgo Panigale, e que vai querer mostrar o seu valor e justificar sua contratação. A concorrência tem suas maiores esperanças em Fabio Quartararo, da Yamaha, campeão da temporada de 2021, mas que já adiantou que vai ser difícil superar o poderio das Desmosédici, até porque o time dos três diapasões ainda não conseguiu resolver todos os problemas de falta de potência de seu motor, o que faz com a moto perca em velocidade de reta para os rivais. No ano passado, o francês conseguiu estender o duelo pelo título até a prova final, em Valência, mas a grande força exibida pela Ducati neutralizou as chances de Quartararo repetir o que havia feito no ano anterior, quando se valeu da maior constância para equilibrar o duelo. O problema é que a Yamaha melhorou, mas os rivais também, especialmente a Ducati, com Bagnaia a afirmar que a nova GP23 é bem mais dócil de acertar do que a velha GP22, indicando que o time italiano não deverá ter maiores percalços para atingir o pleno potencial do equipamento nesta temporada, ao contrário do ano passado, quando a escuderia e o piloto só foram se acertar quase na metade do campeonato.
Quem também quer manter a toada de 2022, mas em um nível mais alto, é a Aprilia. Aleix Spargaró conquistou as primeiras pole e vitória da marca na classe rainha do motociclismo, mas faltou um pouco de constância e fôlego para levar o duelo mais a fundo contra Yamaha e Ducati na reta final da temporada passada, erro que o time não quer repetir este ano, e continuar melhorando ainda mais, para confrontar os favoritos sem precisar de condições especiais para tanto. Já a Honda, por outro lado, fez inúmeros testes, com até 4 motos, tentando achar um caminho de desenvolvimento mais efetivo, aparentemente sem o sucesso esperado. Marc Márquez, pronto para dar novamente o melhor de si, depois dos percalços dos últimos anos devido ao braço fraturado em Jerez de La Fronteira em 2020, não pretende desanimar, mas já adiantou que não dá para esperar lutar sequer pelo pódio neste início da competição. A Honda chegou a encomendar a uma empresa de fora um novo projeto para seu protótipo, como forma de tentar encontrar um caminho para retomar seu desenvolvimento da moto, e dar a Márquez chances de tentar voltar às vitórias. O canal pago ESPN transmitirá a prova ao vivo neste domingo, a partir das 10 horas da manhã, pelo horário de Brasília, bem como a corrida Sprint, que passa a ser adotada em todas as etapas da competição este ano, neste sábado, a partir das 12 horas da manhã, e os treinos e provas tanto da MotoGp quanto de suas categorias de acesso, a Moto2 e a Moto3. O serviço de streaming Star+ também irá exibir as corridas ao vivo, pela internet.
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