quarta-feira, 6 de julho de 2022

FLYING LAPS – JUNHO DE 2022

            Pois é, já chegamos ao mês de julho, e estamos entrando no segundo semestre de 2022. Metade do ano já se foi, e os campeonatos do mundo do esporte a motor mundo afora seguem firmes em suas disputas, sendo que a MotoGP entra em seu período de férias de meio do ano, retornando apenas no mês de agosto. E é hora de mais uma edição da seção Flying Laps, relatando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade que tivemos neste último mês de maio, com destaque desta vez justamente para a classe rainha do motociclismo, além de alguns toques da Indycar, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada um deles. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês...

Fabio Quartararo venceu sua segunda corrida na atual temporada da MotoGP, ao triunfar em Barcelona, com uma performance impecável da primeira à última volta. De contrato renovado com a Yamaha até o fim da temporada de 2024, diante da falta de opções mais viáveis no mercado, o piloto francês parece ter renovado sua confiança no time dos três diapasões, apesar das dificuldades para conseguir liderar o campeonato, frente a rivais potencialmente mais competitivos. Na pista da Catalunha, Aleix Spargaró conquistou a segunda pole da Aprilia na temporada, enquanto Francesco Bagnaia colocava-se em 2º na largada, enquanto Quartararo, dando tudo de si, obtinha o 3º posto, mantendo-se na primeira fila, e com um tempo bem razoável. E, como dizem, quem tem sorte de campeão aproveita a chance, e Fabio fez uma excelente largada, conseguindo partir para cima de Aleix, e tomar a liderança do piloto da Aprilia ainda na primeira volta. E lá ele foi ficando, por toda a corrida, enquanto quem vinha atrás e poderia ameaçar sua liderança, estavam se engalfinhando pelas posições na pista. Isso garantiu ao piloto da Yamaha alguma tranquilidade, aumentando paulatinamente sua vantagem na pista, recebendo a bandeirada com pouco mais de 6s de vantagem para o rival mais próximo, e garantindo sua segunda vitória em 2022, e ampliando sua vantagem na classificação do campeonato. Só esse resultado já seria muito positivo para ampliar sua distância dos rivais na pontuação, mas eis que todos os principais concorrentes tiveram percalços e azares na pista da Catalunha. Começando por Francesco Bagnaia, que acabou tocado por Takaaki Nakagami na freada da primeira curva, fazendo-o cair e saindo da pista, dando adeus à corrida. O toque do japonês da LCR também tirou Álex Rins da prova, eliminando ali dois concorrentes potenciais para Quartararo. E como desgraça pouca é bobagem, os adversários ainda presentearam Fabio com mais dois reveses para si: Enea Bastianini caiu durante a corrida, ficando novamente sem pontuar, e Aleix Spargaró, depois de duelar com a dupla da Pramac durante toda a corrida, cometeu um erro bizarro no fim da corrida: achando que a prova tinha acabado, Aleix, em 2º lugar, desacelerou após a reta de chegada, acenando para o público, e ao se tocar da burrada, caiu para a 5ª colocação antes de voltar a acelerar e garantir esse resultado, o que fez com que o piloto da Aprilia perdesse pontos valiosos na luta pelo campeonato frente ao piloto da Yamaha. Melhor para Jorge Martin e Johaan Zarco, da Pramac, que fizeram 2º e 3º, fechando o pódio, e obtendo seus melhores resultados na temporada.

 

 

Se uma vitória é boa, que tal mais uma? Foi o que Fabio Quartararo conseguiu na etapa da Alemanha, na pista de Sachsenring, especialmente depois que Francesco Bagnaia, que havia marcado a pole-position, e perdeu a ponta para o piloto da Yamaha logo na primeira volta, caiu e deu adeus à competição, logo à 4ª volta da corrida, deixando o caminho livre para o atual campeão mundial vencer pela terceira vez no ano, e disparar ainda mais na dianteira do mundial. Mas não foi tão fácil quanto pareceu: Johaan Zarco, da Pramac, assumiu a segunda posição com a queda de Bagnaia, e Quartararo passou pouco mais de metade da corrida com o francês muito próximo de seu escapamento, até que conseguiu abrir um pouco mais de vantagem, e ficar um pouco mais tranquilo, que lhe garantiu poder administrar a liderança, e vencer sem maiores problemas. Aleix Spargaró vinha firme para tentar mais um pódio, mas acabou superado por Jack Miller nas voltas finais, o que garantiu um pódio para a Ducati oficial. Quem não teve o que comemorar em Sachsenring foi a Honda, que depois de anos vendo Marc Márquez vencendo no circuito alemão, passou literalmente em branco na corrida deste ano, amargando o abandono de todos os seus pilotos, com exceção de Stefan Bradl, que cruzou a linha de chegada em 16º e último colocado entre os que terminaram a corrida.

 

 

Para o atual campeão da MotoGP, as vitórias nas etapas da Catalunha e da Alemanha foram importantes para abrir vantagem na classificação, porque uma hora ou outra, as coisas poderiam dar errado, e acabaram dando, na etapa da Holanda, na tradicional pista de Assen. Quem deu as cartas na “Catedral” desta vez foi Francesco Bagnaia, que precisava mais do que nunca se redimir dos tombos das últimas corridas, e justificar sua presença a no time oficial da Ducati. E o italiano não deixou por menos: fez novamente a pole-position, mas desta vez, não cometeu erros, e liderou a corrida de ponta a ponta, sem dar chance para os rivais, que claro, não deram moleza, estando sempre próximos, e não permitindo que “Peco” pudesse baixar a guarda por um momento sequer. E Quartararo, que tinha boas chances de conseguir mais pontos e se manter ainda mais distante na liderança do campeonato, desta vez errou feito um principiante, ao tentar forçar ultrapassagem em cima de Aleix Spargaró no início da corrida, e cair, saindo da pista, e quase levando o piloto da Aprilia junto com ele. Aleix conseguiu evitar de cair, deu uma volta pela brita, e conseguiu retornar à corrida, de onde começou uma vigorosa prova de recuperação, tentando minimizar o prejuízo. Com a ajuda dos fiscais, Quartararo também conseguiu voltar para a pista, mas era nítido que sua moto havia ficado danificada. O piloto da Yamaha foi para os boxes, mas ao invés de abandonar, voltou à pista, para tentar continuar a prova, mas um problema na moto, decorrente da queda, o fez ser catapultado da mesma, e abandonar de vez. Felizmente para ele, a larga vantagem na classificação o fez manter a liderança do campeonato, mas a direção de prova, numa medida controversa, aplicou-lhe uma punição a ser cumprida na próxima corrida, o que pode comprometer o resultado da mesma, a depender das circunstâncias, devido a “excesso de ambição” em sua tentativa de superar Aleix Spargaró, o que deixou o piloto e o time da Yamaha revoltados com a medida. Marco Bezzecchi conseguiu o primeiro pódio da nova equipe V46 de Valentino Rossi, enquanto Maverick Viñalez fechou na 3ª posição, marcando seu primeiro pódio com a Aprilia. E Aleix, pilotando furiosamente, recuperou até o 4º lugar, conquistado praticamente na última curva da última volta, numa manobra espetacular superando Brad Binder, da KTM, e Jack Miller, da Ducati, ao mesmo tempo. Com o resultado, Quartararo viu sua vantagem na classificação diminuir para 21 sobre Aleix Spargaró, continuando com 172 pontos. Bagnaia subiu para a 4ª colocação, com 106 pontos, enquanto Johaan Zarco é o 3º, com 114 pontos.

 

 

Nada como um dia depois do outro, diz o ditado. Para alguns pilotos, contudo, nada como um ano depois do outro. Depois de dominar o GP de Detroit no ano passado pelo campeonato da Indycar, e ver a vitória ir por água abaixo quando seu carro se recusou a ligar na retomada da prova após uma bandeira vermelha, Will Power deu a volta por cima na edição da prova deste ano, saindo de uma modesta 16ª posição no grid para vencer pela primeira vez na temporada, e pular para a liderança da classificação do campeonato àquele momento. O piloto da Penske soube utilizar a estratégia de combinar o uso dos pneus duros e macios durante a corrida para escalar as posições, conseguir parar nos momentos certos, e ganhar vantagem para administrar a liderança na parte final da corrida, quando com pneus macios, teve de se aguentar na pista por mais de vinte voltas, enquanto os rivais dispunham de pneus duros bem mais resistentes. De fato, nas últimas três voltas da corrida, a vantagem de Power, que vinha caindo de forma lenta e gradual, despencou, e Alexander Rossi, da Andretti, vinha voando para tentar alcançar o piloto da Penske. Mesmo assim, com todo o esforço de Rossi, Will recebeu a bandeirada com 1s de vantagem, coroando o fim de um jejum para o piloto australiano, que vinha ficando à sombra dos companheiros na Penske nas últimas temporadas, mas vem forte na atual temporada da Indycar, lutando pelo título até o presente momento. Faltava voltar a vencer, algo que seus colegas de time, Josef Newgarden e Scott McLaughlin, já tinham feito esse ano. Power manteve um ritmo forte durante toda a corrida, superando os adversários na pista, uma vez que a corrida inteira decorreu sem bandeiras amarelas, com exceção da metade da última volta, quando o holandês Rinus Veekay, da Carpenter, acertou uma proteção de pneus. O 2º lugar, apesar da perda da vitória, também significou uma redenção para Rossi, que vinha em uma maré baixa nos últimos tempos, sem conseguir bons resultados. E Scott Dixon fechou o pódio com a 3ª posição, também voltando a ter um bom resultado, depois de ver suas chances de vitória irem para o brejo nas 500 Milhas de Indianápolis, devido a um problema no pit stop na parte final da corrida, onde esteve sempre nas primeiras colocações.

 

 

Alexander Rossi, aliás, prepara-se para se despedir do time de Michael Andretti. Sua nova casa na temporada de 2023 será a McLaren, que já renovou com Patrício O’Ward até 2025, e amplia seu esquema de competição para três carros em toda a temporada do próximo ano. Com isso, dois carros já tem seus titulares na escuderia. Fica a dúvida sobre quem vai ocupar o terceiro carro, já que o sueco Felix Rosenqvist ainda não está confirmado para o ano que vem. A temporada de Felix no ano passado não foi das mais entusiasmantes, tendo terminado o ano de 2021 apenas em 21º lugar na classificação, com 205 pontos, enquanto O’Ward foi o 3º colocado, com 487 pontos, e 2 vitórias. O desempenho de Felix está melhor este ano, mas mesmo assim, sua vaga não está assegurada para 2023, e até o fechamento deste texto, havia boatos até mesmo de que o atual campeão, Álex Palou, poderia se transferir para o time no próximo ano, hipótese prontamente desmentida pelo espanhol, que afirmou estar muito satisfeito em seu time atual, a Ganassi, onde conquistou o título da temporada de 2021. Mas, desmentidos por vezes não significam nada, e até uma confirmação oficial, mesmo as hipóteses menos prováveis não podem ser dadas como inverídicas. Se bem que, em termos de equipe, a Ganassi encontra-se em patamar superior à McLaren no presente momento, e com exceção de Jimmie Johnson, todos os seus pilotos ocupam lugares de destaque na classificação do campeonato deste ano.

 

 

Nada como uma vitória depois da outra, não? No caso, a Penske, que venceu o GP de Detroit com Will Power, repetiu a dose em Road America, mas desta vez com Josef Newgarden, que precisou manter pressão constante para subir ao degrau mais alto do pódio na pista de Elkhart Lake. Alexander Rossi, da Andretti, fazia sua melhor corrida em muito tempo, tendo largado na pole-position, e mantido Newgarden atrás de si na largada e primeira parte da corrida. Só que, na parada de box, a Penske foi um pouco melhor que a Andretti, e Rossi caiu para a terceira posição, sendo superado não apenas por Josef, mas também por Marcus Ericsson. Rossi foi tentar recuperar as posições perdidas, e conseguiu superar o sueco da Ganassi, mas não conseguiu partir para o ataque contra Newgarden, que manteve-se firme na liderança, para faturar sua 3ª vitória na temporada, e voltar a entrar na briga pelo título. Rossi teve que se contentar com o 2º lugar, na melhor corrida onde teve a chance de encerrar seu jejum de vitórias que já dura três anos. A Andretti, que vinha penando com resultados ruins na temporada, teve algo para se alegrar um pouco em Road America: além do 2º lugar de Rossi, Romain Grosjean foi o 4º colocado, seguido imediatamente por Colton Herta em 5º. Só Devlin DeFrancesco, como de costume, não esteve no ritmo dos companheiros de equipe, terminando em 18º, mas não sem chamar novamente a atenção por mais uma barbeiragem, ao acertar a traseira de Will Power na primeira metade da corrida, e complicar a corrida do australiano da Penske, que só conseguiu terminar a prova em 19º, perdendo uma boa chance de pontuar bem, e seguir firme entre os primeiros colocados na classificação do campeonato.

 

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