A Ferrari voltou a vencer na temporada 2022, e desta vez, conseguiu reverter o favoritismo da rival Red Bull correndo em sua casa, na pista de Zeltweg, sede do Grande Prêmio da Áustria, país onde a Red Bull tem a sede de seu império de latinhas de energéticos, que também é dona do circuito, que leva o nome atual de Red Bull Ring. O triunfo ferrarista só não foi completo porque Carlos Sainz Jr., que tinha todas as chances de fazer dobradinha com seu companheiro Charles LeClerc, o vencedor da corrida, ficou pelo caminho quando seu motor estourou, e o espanhol foi forçado a abandonar a prova. As imagens do carro de Carlos, parado na área de escape, foram destaque nas imagens da TV, quando o fogo começou a surgir, e a se espalhar perigosamente pelo restante do carro, obrigando o piloto a pular fora o quanto antes, situação um pouco complicada quando o monoposto recuou para trás pela declividade do terreno, enquanto um fiscal teve que tentar segurar o carro, o que atrasou um pouco o combate às chamas com os extintores, e só deixou a situação de Sainz mais delicada. Felizmente, nada aconteceu com o piloto, embora o carro tenha sofrido mais danos pela demora em debelar o fogo, sugerindo uma perda crucial da unidade de potência do bólido, que certamente precisará ser substituída para a próxima corrida.
A Ferrari de Carlos Sainz começou a pegar fogo, e os momentos de atraso dos ficais em chegar até o carro e combater as chamas foram cruciais para que estas se espalhassem pelo carro, deixando todo mundo preocupado com a segurança do piloto espanhol.
Estouros de motor são tem sido comuns nos últimos tempos na F-1, em virtude da regra que estabelece uma quantidade extremamente reduzida de unidades de propulsores para cada piloto por temporada – atualmente, apenas 3. Nos velhos tempos, quando não existia tal regra, as quebras eram mais comuns, mas geralmente, a maioria delas não era tão espetacular, com poucas ocasiões onde o fogo assustava ao se espalhar pelo carro. Os testes de resistência das unidades atuais são extremamente severos, para que os propulsores durem o máximo, evitando quebras, e com isso, tentando evitar que os pilotos tenham de pagar punições pelo uso de unidades além do limite permitido no regulamento. Mas, mesmo assim, quebras ainda ocorrem, e algumas acabam sendo espetaculares, com o fogo surgindo, e as labaredas, em certos momentos, se espalhando pelo corpo do carro, gerando apreensão no público, dependendo de seu alcance e extensão. Na maior parte das vezes, nada ocorre, mas em alguns momentos, podemos dizer que a chapa esquenta, e não é mera figura de linguagem, como poderemos ver em algumas das imagens selecionadas nesta matéria sobre o assunto, relatando situações similares ao longo do tempo na história da F-1. Nestas ocasiões, os pilotos ficaram mesmo com o fogo muito próximos, ou até mesmo em volta de si. Dizer que “a batata deles estava assando” deixa de ter sentido figurativo, justificando que eles não usam macacões antichamas a troco de nada, pois nestas ocasiões, onde o fogo chegou mesmo muito perto, e até alcançou os pilotos, foi graças a essa vestimenta que eles puderam sair desses acidentes pavorosos com muito menos ferimentos que teriam se estivessem trajando roupas mais convencionais. Afinal, seguro morreu de velho...
Então, vejam outros momentos onde o fogo deu as caras, para assombro e preocupação de fãs, torcedores, e profissionais do meio...
Onde tem fumaça tem fogo? Tem momentos que sim, mas tem momentos que não, como no estouro do motor da Williams de Robert Kubica no GP da Bélgica de 2019, onde a fumaceira, felizmente, foi só fumaça mesmo...
No GP do Bahrein deste ano, Pierre Gasly viu seu motor ir para as cucuias, e o carro começar a pegar fogo por causa disso, mas felizmente, nada de grave ocorreu.
Em 1997, Jarno Trulli, da Prost, teve uma grande quebra em seu carro por ocasião do GP da Itália, mas apesar da imensa labareda, foi só um susto, mesmo.
No segundo treino livre do GP de Abu Dhabi em 2020, a Alfa Romeo de Kimmi Raikkonen também teve um belo estouro de motor com direito a chamas se espalhando pelo carro, obrigando o “Homem de Gelo” a pular fora rápido para não derreter com o forte calor.
O GP da Inglaterra de 1986 não começou bem para o francês Jacques Laffite, que viu sua Ligier pegar fogo nos treinos. Infelizmente, o piloto teria problemas bem maiores no domingo da corrida, sofrendo um forte acidente logo na largada onde quebrou as duas pernas e encerrou sua carreira como piloto.
Em 2010, durante o GP de Singapura, a Lotus de Heikki Kovalainen teve um grande estouro de motor, e seu carro teve a traseira envolta pelas chamas, mas felizmente sem que o piloto tivesse sofrido algum ferimento.
Em 2011, outra Lotus, no caso, a de Nick Heidfeld, pegou fogo durante o GP da Hungria, devido a problemas no carro. O piloto precisou pular fora com rapidez, mas felizmente, nada sofreu.
E, claro, temos também as ocasiões em que o fogo não provém da quebra do propulsor, mas de problemas nos pit stops, quando tínhamos a prática dos reabastecimentos, que vigorou entre 1994 e 2009. Vejam agora alguns momentos onde isso ocorreu...
Uma das cenas mais fortes de 1994, durante o GP da Alemanha: uma falha no reabastecimento da Benetton de Jos Verstappen espalhou combustível pela carenagem do carro, que imediatamente pegou fogo assim que entrou em contato com os discos de freio aquecidos, desencadeando uma bola de fogo que atingiu mecânicos e o piloto dentro do carro. Apesar do susto, todo mundo, vestido com os macacões antichamas, sofreram poucos ferimentos.
Durante o GP da Argentina de 1996, o bocal do reabastecimento do carro da Ligier de Pedro Paulo Diniz não se fechou, e o combustível vazou, pegando fogo por quase todo o carro, e obrigando o brasileiro a abandonar a corrida, mas sem sofrer ferimentos, felizmente.
Em 2008, durante o GP da Espanha, um vazamento de combustível no carro de Felipe Massa também deu início a um princípio de incêndio, mas felizmente a quantidade foi pouca, e com o brasileiro acelerando fundo sua Ferrari, o fogo acabou se extinguindo, sem maiores problemas.
Também tivemos casos onde o fogo se espalhou devido a fortes acidentes sofridos pelos pilotos, dos quais cito alguns exemplos abaixo:
Uma cena forte, e que ainda está na memória de muitos fãs: a Haas de Romain Grosjean bateu forte no guard-rail durante o início do GP do Bahrein de 2020, e o carro se incendiou com o impacto. Grosjean conseguiu escapar com ferimentos leves, mas todo mundo ficou na expectativa até que o piloto conseguisse sair do carro em meio às chamas.
Em 1989, o austríaco Gerhard Berger bateu forte na curva Tamburello, durante o GP de San Marino, e sua Ferrari se incendiou, com o piloto ficando envolto pelas chamas até que os bombeiros chegassem e extinguissem as chamas. Berger não teve ferimentos graves, mas ficou de fora de alguns GPs naquela temporada devido ao forte acidente.
Um dos acidentes mais lembrados da história da F-1: a Ferrari de Niki Lauda bateu forte no guard-rail durante o GP da Alemanha de 1976, sendo atingido por outros dois competidores, e o carro pegou fogo com o austríaco dentro dele. Socorrido, Lauda chegou a receber a extrema-unção no hospital, mas incrivelmente, ele se recuperou, e menos de dois meses depois já estava de volta às pistas.
Menos sorte teve Roger Williamson, da March, que bateu forte durante a etapa da Holanda em Zandvoort em 1973, e morreu nas chamas que consumiram seu carro no acidente.
Felizmente, hoje em dia, a tecnologia de segurança empregada em um bólido de competição atua firmemente para prevenir que o piloto sofra algum mal, mas mesmo assim, podem ocorrer situações extremas, como vimos no caso do forte acidente de Grosjean, onde apesar de tudo, quase que o pior veio a acontecer. Nunca podemos esquecer que o automobilismo ainda é um esporte de risco, apesar de todas as precauções que são tomadas para tentar evitar acidentes e as consequências destes momentos. Carros pegando fogo não raros, mas felizmente, nos últimos tempos, nada de mais grave aconteceu a vários pilotos, na imensa maioria destes acontecimentos. E esperemos que continue assim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário