sexta-feira, 29 de abril de 2022

UM DIA É DA CAÇA, O OUTRO...

 

Max Verstappen e a Red Bull (acima) venceram em dobradinha a corrida em Ímola, enquanto a Ferrari viveu um quase completo desaire, com um erro de Charles LeClerc na parte final da prova, enquanto Carlos Sainz abandonou logo no início, com um toque provocado por Daniel Ricciardo (abaixo).



           Findo o Grande Prêmio da Emilia-Romagna de F-1 de 2022, um dos assuntos mais debatidos mundo afora entre fãs, e entre a imprensa, além do triunfo da Red Bull em dobradinha no circuito Enzo e Dino Ferrari, e do quase desastre ferrarista, foi a atuação do heptacampeão mundial Lewis Hamilton, que chegou em uma discreta 13ª colocação, tendo ficado pela primeira vez sem marcar pontos na atual temporada, e tido o desprazer de tomar uma volta do vencedor da corrida, Max Verstappen. E, em cima disso, não faltaram comentários nada elogiosos, e até debochados sobre a atuação do piloto inglês, que vem sofrendo com o rendimento pouco competitivo do modelo W13 da Mercedes nesta temporada.

            Certo, o fato de George Russell, seu companheiro de equipe, ter terminado em um até honroso 4º lugar na mesma corrida, torna impossível desmentir que Hamilton teve um desempenho mesmo abaixo da crítica, mas é preciso relativizar certos detalhes, algo que é completamente ignorado por muitos daqueles que agora classificam como o “desmascaramento” da maior “farsa” da história da F-1, como se Lewis fosse um verdadeiro engodo no seu sucesso como campeão mundial da categoria máxima do automobilismo. Muitos haters e desafetos não perderam a chance de crucificar o piloto, com os argumentos mais ridículos e pueris, enfatizando que agora “todo mundo vê que ele é um piloto comum, e nada mais do que isso”, entre outras conclusões que só desmerecem Hamilton. Algo muito longe da realidade, diga-se de passagem.

            O que é real é que, de fato, a performance de Hamilton foi muito abaixo da de seu companheiro de equipe nesta corrida. Mas, mesmo tendo ficado aquém do que poderia render, não há como negar que houve alguns motivos. O primeiro deles, claro, é a falta de velocidade em reta do carro da Mercedes, que em Ímola acabou afetada sobretudo pela chuva e o piso molhado, além do fato do piloto ter ficado “preso” atrás de carros menos competitivos. Russell, por outro lado, teve mais sorte em não ficar preso em disputas com outros pilotos, e pode correr solto a maior parte da corrida, o que não desmerece seu mérito em ter conseguido se livrar de Kevin Magnussen rapidamente, e seguir em frente. E mantido um ritmo até consistente com o que mesmo o carro limitado do time alemão pode oferecer. Lewis, por outro lado, não conseguiu superar quem ia à sua frente, e em muitos momentos, realmente ficou apático atrás de Pierre Gasly, que diga-se de passagem, também ficou preso atrás de outro carro menos competitivo que o seu, no caso, a Williams de Alexander Albon, o que pouca gente mencionou, já que as críticas a Hamilton também poderiam ser aplicadas ao francês, que acabou ofuscado também por seu companheiro de equipe, o japonês Yuki Tsunoda, cuja fama como piloto nem chega perto da de Pierre, mas que, curiosamente, ninguém fala que Gasly é um farsante como piloto, depois de ter literalmente massacrado o oriental na temporada do ano passado. “Torcedores” de corridas são casos sérios de falta de coerência...

            Até parece que Hamilton tem de ser infalível, mas apesar de todo o endeusamento que já fizeram dele como piloto, às vezes com muitos exageros, ele é humano como todo mundo, e, assim como outros grandes campeões, está vivendo seu momento de inferno astral na carreira, devido ao carro pouco competitivo que dispõe no momento, e sendo superado pelo próprio companheiro de equipe, que mostra ser um bom piloto mesmo. Mas daí a dizer que Hamilton é uma fraude, vai longe a realidade... Mas o fato é que Lewis Hamilton incomoda muita gente, e há vários motivos para isso, em especial seu engajamento em várias causas, e poderíamos citar o fato também de ser negro, o único da F-1, e já ocupar um lugar de destaque na história do automobilismo mundial. Para não mencionar que o mundo atual vive uma polarização de opiniões onde sensatez e moderação andam em falta, e isso não se vê apenas no automobilismo, mas em muitos outros lugares.

            Não há como negar que Hamilton atingiu seus impressionantes números na carreira graças ao período de hegemonia da Mercedes. Mas, tivemos o caso de outros pilotos que também foram campeões graças a carros dominantes em suas épocas, e se formos classificar Lewis como “farsa”, vários outros pilotos teriam de receber tal adjetivo também, se formos manter a coerência, ou falta dela, nestas críticas que vem sendo feitas ao piloto inglês. Ou alguém já esqueceu dos cinco títulos consecutivos de Michael Schumacher entre 2000 e 2004, no momento mais vitorioso da Ferrari em sua longa história no automobilismo, onde o time vermelho sobrava e deitava? Alain Prost conquistou 3 de seus 4 títulos com o melhor carro da competição. E não vamos deixar de mencionar que até mesmo Ayrton Senna foi tricampeão também com o melhor carro nas respectivas temporadas. Juan Manuel Fangio, primeiro piloto a chegar à marca de cinco títulos na F-1, guiou pelos melhores times de sua época, assim como Jim Clark teve uma excelente Lotus à sua disposição nos anos em que foi campeão. E assim por diante...

Dois momentos contrastantes: George Russel (acima) fez uma boa corrida, terminando em um honroso 4º lugar, enquanto Lewis Hamilton (abaixo) ficou apenas em 13º lugar, sem ter conseguido superar Pierre Gasly na pista e avançar à frente.


            Em tempos mais idos, dada a falta de confiabilidade dos equipamentos, e um desenvolvimento tecnológico mais precário, não era impossível um piloto ser campeão com um carro inferior na F-1. Mas, por inferior, deve-se esclarecer: um carro capaz de vencer corridas, e não um carro ruim. Apenas um carro que não foi o melhor daquele ano, mas dava condições ao seu piloto de competir. Ninguém na história da categoria máxima do automobilismo foi campeão com um carro ruim. E muitos teimam, ou se negam a reconhecer, que carro ruim não quer dizer que o carro não é bom. E mesmo carros por vezes pouco competitivos também não significam carros ruins, mas apenas carros com menor performance. Há uma diferença nos significados.

            E o carro da Mercedes é um carro limitado, e ruim. Certo, ele até consegue andar entre os primeiros, mas depende das circunstâncias, e seu comportamento, convenhamos, está longe de ser bom. O porpoising, que parece afetar sobremaneira o chassi W13, é um problema que afeta praticamente todos os carros do grid, mas nem todos sofrem perda de performance por causa disso. Um exemplo é o modelo SF-75, talvez o melhor carro do grid na atual temporada, mas que também tem demonstrado uma quicagem por vezes absurda, como revelam as imagens onboard da condução de Charles LeClerc e Carlos Sainz Jr. Mas mesmo assim, é um dos carros mais velozes da temporada, e com boas chances de chegar ao título de 2022 com LeClerc. Daí a dizer também que Hamilton é uma farsa como piloto bom de chuva, porque mesmo com ela, andou lá atrás, também é desmerecer os feitos do inglês. Não que ele não mereça críticas pela performance que ficou devendo, mas todos os críticos haters esquecem-se de forma até conveniente que o comportamento do carro da Mercedes piorou com o piso molhado. E isso só complica as coisas.

            Vale lembrar que, até Ayrton Senna, o eterno “rei da chuva” da F-1, já teve performances patéticas em corridas em piso molhado. No GP da Espanha de 1992, o piloto brasileiro desapareceu debaixo do aguaceiro que desabou cobre o circuito da Catalunha naquele ano, sem conseguir utilizar sua famosa habilidade de guiar no molhado para tentar fazer frente à então imbatível Williams de Nigel Mansell, que sumiu na dianteira, sem fazer esforço até. Senna foi superado por outros pilotos que, normalmente, só veria como retardatários na maioria das corridas de então. E isso porque o seu carro era ruim na chuva, e mesmo assim, a tão propalada habilidade de Ayrton no piso molhado não foi capaz de superar as deficiências do carro. E é preciso lembrar também de outro detalhe interessante: em 1984, no seu sempre lembrado show no GP de Mônaco, onde esteve perto de vencer a corrida, antes dela ser interrompida antes da metade, a Toleman era reconhecida como um carro de excelente chassi, ou seja, não era um carro ruim, apenas não tão competitivo quanto alguns outros, o que ajudava ao brasileiro promover o seu show nas ruas do principado, sem desmerecer o seu talento, claro.

            O binômio carro/piloto sempre foi a combinação da F-1, e a sinergia entre o componente humano, e a máquina, é vital para se extrair a máxima performance de ambos. Mas, há momentos onde essa sinergia não ocorre de forma tão natural, ou apresenta problemas. E há outros detalhes que podem interferir nessa relação. Não há como negar que Lewis Hamilton, mais do que um grande talento, é um piloto privilegiado: desde que estreou na F-1, sempre teve carros competitivos, ou pelo menos, capazes de fazê-lo vencer um GP em todas as temporadas desde que estreou na categoria máxima do automobilismo em 2007. Isso é para poucos, uma vez que ele já estreou em um time de ponta, a McLaren, disputando o título, e quase levando logo em sua primeira temporada, algo que poucos pilotos tiveram a chance de fazer. E isso, com o tempo, pode levar o piloto, por mais talentoso que seja, a se acomodar um pouco com a excelência dos carros que sempre teve à mão. Agora vejamos o caso de George Russell: desde que estreou na F-1, em 2019, ele defendeu a Williams, que foi o pior carro do grid, senão um dos menos competitivo. Guiar um carro de poucas possibilidades em termos de resultados costuma fazer com que um piloto se desenvolva mais, tentando tirar do carro mais do que ele pode oferecer. Se o piloto tiver talento acima da média, isso pode se tornar um grande trunfo, por se mostrar mais versátil, e saber reagir melhor às adversidades dos equipamentos que disporá. E, por isso mesmo, neste momento, este é um trunfo que Russell está aproveitando para se destacar sobre Hamilton.

            Afinal, mesmo sendo um carro limitado, se comparado às máquinas com as quais a Mercedes foi campeã nos últimos anos, ainda se trata de um carro bem mais competitivo do que as Williams que George teve à sua disposição nos últimos três anos, e para ele, isso é um tremendo avanço. Claro que o piloto imaginava estar podendo disputar vitórias, e quem sabe, entrar na luta pelo título, mas ele está de fato conseguindo mostrar boas performances com o modelo W13 até agora, contando também com um pouco de sorte, o que não significa que ele não esteja se destacando na pilotagem do carro frente ao companheiro de equipe muito mais famoso. Mas o fato de ele estar conseguindo fazer isso não o torna um piloto mais capacitado do que Lewis Hamilton, ou mais talentoso. Isso ainda será preciso ver com o tempo, mas no mínimo, significa que ele tem tudo para ser, assim como Lewis, um piloto diferenciado, acima da média na categoria. Se vai conseguir, ainda não sabemos. Alain Prost era um piloto que claramente não era tão bom em andar na chuva, mas isso não o tornava menos talentoso ao volante do que Ayrton Senna, ou exatamente inferior ao brasileiro como grande piloto da história da F-1.

            Talvez uma comparação melhor seja com a situação de Sebastian Vettel, que desde a temporada de 2018, vem rendendo abaixo do que costumava se apresentar. Não apenas a situação de ter de lidar com um carro menos competitivo, mas o próprio piloto apresentando performances que distoam do seu passado glorioso de tetracampeão mundial, quando também foi dito que só foi campeão graças ao excelente carro da Red Bull entre 2010 e 2013. Vettel até apresentou algumas boas performances desde então, mas apenas esporádicas, de modo que, no seu caso, é mais coerente afirmar que está lutando para provar que ainda tem o que oferecer à F-1. Se este será o mesmo destino de Lewis Hamilton, só o futuro dirá. Ele pode recuperar todo o seu brio de pilotagem, e se adaptar para tirar do carro mais do que ele pode oferecer, como Russell parece ter mais facilidade de fazer no momento, como outros pilotos campeões também tiveram que se desenvolver quando se viram ao volante de carros mais complicados e menos competitivos. A imensa maioria das críticas que recebe no momento são inadequadas, vindas apenas de oportunistas que adoram se aproveitar do momento menos emblemático do piloto para descarregarem nele sentimentos negativos e vergonhosos. As críticas sensatas, e justas, estas são minorias. Mas, sendo o automobilismo um esporte de paixão, talvez seja injusto cobrar uma opinião mais racionar de muitos torcedores, que assim como no futebol, explodem em alegria nas conquistas, mas enchem-se de raiva e frustração quando os resultados não surgem.

            Em suma, um dia é da caça, e outro, do caçador. Jos verstappen tripudiou de Hamilton, ao dizer que foi bom seu filho ter dado uma volta no piloto inglês, depois de todo o duelo que tiveram em 2021, e Helmut Marko, chegando a afirmar que o heptacampeão deveria ter se aposentado. Opiniões ridículas, pois Max Verstappen já foi dobrado por Lewis em outras ocasiões, e o mundo não caiu em cima dele por causa disso. E Marko, sempre falando a seu favor, certamente poderia acusar o piloto inglês de fugir da raia por ter sido derrotado por Verstappen no ano passado, se abandonasse as pistas. Se Lewis se recuperar, e voltar a ter um carro competitivo que lhe permita enfrentar e bater o holandês novamente, o que Helmut falará? Acusará que o rival tem um carro melhor, simplesmente, como fazem os críticos do piloto, ou reconhecerá que todo mundo tem seus altos e baixos? Saberemos no momento oportuno.

            George Russell é o primeiro a defender que Hamilton voltará à velha forma. Acredito que isso é um reconhecimento à capacidade do piloto inglês, que não desaprendeu a pilotar, apenas enfrenta um momento difícil que só teve de encarar em momentos raros de sua carreira, e não um elogio gratuito apenas por ser companheiro de equipe, e um compatriota. Depende apenas de Lewis mostrar que tem brios para pilotar o que pode, mesmo com um carro complicado. Aguardemos o que o futuro irá nos mostrar, e que ele possa voltar a mostrar sua outra face, embatendo-se novamente na disputa pelo protagonismo da F-1, e provando sua capacidade como grande campeão, para desagravo daqueles que o criticam levianamente.

 

 

A F-E disputa neste sábado o ePrix de Mônaco, utilizando novamente o traçado integral do Principado, como no ano passado. E um dos destaques do fim de semana foi a apresentação do modelo Gen3, que passará a ser utilizado na categoria de carros monopostos elétricos a partir da próxima temporada. Um carro que se mostra mais compacto, e carregando tecnologias mais sustentáveis, que é o grande mote do desenvolvimento da indústria automotiva mundial para os próximos anos. Ainda há muitos desafios neste caminho, e as marcas que ainda permanecem na F-E entendem que a categoria é um meio importante para superar os percalços que a eletrificação dos veículos ainda apresentam à sua implementação. O novo bólido, além de um novo trem de força com capacidade de 350 Kw de potência, vai contar também com um novo sistema de regeneração de freadas no eixo dianteiro, que será capaz de produzir mais 250 Kw de força, oferecendo um total de 600 Kw, que permitirá aos novos carros chegar quase aos 325 Km/h. Os carros devem voltar a efetuar pit stops, com um sistema de carregamento rápido das baterias que poderão influenciar na estratégia das corridas, que deverão voltar a ser realizadas por número de voltas, e não de tempo como é hoje. Muitas coisas ainda estão sendo definidas pela direção da categoria, que devem ser anunciadas em breve. Enquanto isso, vamos acompanhar as emoções da corrida em Monte Carlo, com transmissão ao vivo a partir das 9:45 Hrs. deste sábado, na TV Cultura, e no canal por assinatura SporTV3.

Os monopostos elétricos da F-E aceleram novamente no circuito de Monte Carlo neste final de semana.

 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – ABRIL DE 2022


            Chegamos ao fim de abril, e os principais campeonatos de automobilismo seguem firmes, e com muitas disputas e duelos na pista nas mais variadas categorias de competição do mundo do esporte a motor. Portanto, como é de praxe ao fim de cada mês, é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos acontecimentos e personagens do mundo da velocidade neste último mês, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no mês de maio.

 

EM ALTA:

 

Disputa na MotoGP: A classe rainha do motociclismo está tendo uma disputa equilibradíssima em 2022. Com cinco provas disputadas, temos os quatro primeiros colocados no campeonato separados por apenas 8 pontos, e sem que nenhum deles tenha um favoritismo claro na temporada. Até mesmo Enea Bastianini, que foi o único a vencer mais de uma vez, não conseguiu desgarrar na dianteira, depois de cair em Portimão e dar adeus, por agora, à liderança do campeonato. E mesmo o novo líder, o atual campeão Fabio Quartararo, apesar da vitória em Portugal, está tendo uma temporada complicada onde a Yamaha tem tido problemas para acompanhar os concorrentes, entre eles uma surpreendente Aprilia, que conquistou sua primeira vitória na MotoGP com Aleix Spargaró na Argentina. E a Suzuki, depois de um ano apático em 2021, mostra vir bem mais forte em 2022, mas sem poder baixar a guarda frente aos rivais. E ainda temos pelo menos outras duas marcas que tem mostrado desempenho, mas não tem tido a sorte necessária para converter isso em resultados mais concretos, como Honda e Ducati, mas que podem a qualquer momento conseguir isso, e embolar a disputa, já que ninguém conseguiu abrir vantagem significativa até agora. E com 16 corridas até o encerramento do campeonato, deveremos ter bons pegas e duelos pelo título da temporada, já que no momento, não se pode apontar nenhum favorito destacado na briga, cenário mais que bem-vindo para os fãs do esporte que querem mesmo é ver mais gente entrar no duelo por vitórias e pelo título da competição. E a MotoGP não está negando fogo neste quesito, para delírio dos torcedores do mundo da velocidade.

 

Formula 1 em alta nos Estados Unidos: O maior mercado consumidor do mundo sempre despertou a cobiça da F-1 em sediar GPs por lá, mas o público estadunidense já tinha suas próprias preferências, como a Nascar e as categorias Indy. Mas, água mole em pedra dura tanto bate até que fura, e depois de tanto tentar, uma conjunção de fatores permitiu a Liberty Media, atual proprietária da categoria máxima do automobilismo, avançar com seus planos de popularizar ainda mais a F-1 em terras do Tio Sam. Além do já excelente palco do Circuito das Américas, o melhor autódromo já visto pela F-1 nos EUA, que ajudou a levantar novamente o gosto pela F-1 nos torcedores do país, a categoria finalmente está emplacando sua segunda corrida em terras ianques, nas ruas de Miami, capital do Estado da Flórida, e se prepara para conquistar Las Vegas em 2023, com uma nova pista montada nas ruas da famosa capital do jogo no Estado de Nevada, fazendo com que os Estados Unidos voltem a sediar três corridas da F-1 por temporada, cenário que já havia ocorrido em alguns momentos no início dos anos 1980, mas que não deram muito certo devido aos péssimos circuitos de rua montados na época, que desagradaram a equipes e pilotos. Agora, com um planejamento mais meticuloso, a Liberty Media tenciona fazer com que cada prova em solo norte-americano seja um show tanto dentro quanto fora da pista, e tem tudo para conseguir enfim ter sucesso na empreitada de conquistar de vez o fã de corridas. Além do excelente público que já vem comparecendo ao circuito de Austin, no Texas, a expectativa é alta para a corrida de estréia em Miami, e também para a corrida de Las Vegas, que será disputada no sábado à noite, em um horário diferente de todos os outros GPs do calendário.

 

Josef Newgarden: o bicampeão da equipe Penske começou 2022 muito melhor do que no ano passado. Não só a Penske melhorou, vencendo todas as corridas da temporada da Indycar até o presente momento, mas o próprio Josef, depois de uma apresentação abaixo da média na primeira corrida do ano, colocou a casa em ordem, e partiu para duas vitórias consecutivas que já o colocam na liderança do campeonato 2022 da Indycar, superando o companheiro Scott McLaughlin, que venceu a primeira corrida, e perdeu a segunda para Newgarden nos metros finais da última volta. Mas a disputa na categoria de monopostos norte-americana costuma ser equilibrada, e a vantagem de Newgarden no momento é mínima, e tudo pode mudar na próxima corrida, dependendo dos resultados. Depois de começar mal o ano passado, e fazer uma recuperação espetacular na segunda metade do campeonato, terminando com o vice-campeonato, é preocupante, para os rivais, que Josef tenha iniciado 2022 tão bem, pois se ele disparar na liderança, vai ser bem complicado tirá-lo de lá, mesmo em um certame que costuma ser bem competitivo, e cheio de opções. Sem mencionar que a Penske, depois do ocorrido no ano passado, está muito mais focada e preparada este ano, de forma a não dar brecha para os concorrentes aproveitarem. E Newgarden quer o tricampeonato, sendo no momento, apesar de seus dois títulos, o piloto mais vencedor na pista, perdendo apenas para Scott Dixon, com seus seis títulos, uma diferença que Newgarden está mais do que disposto a reduzir, de preferência já nesta temporada...

 

Mith Evans: O piloto da equipe Jaguar teve um fim de semana perfeito no ePrix de Roma, faturando a vitória nas duas corridas realizadas pela Formula-E na capital italiana. O resultado alavancou a posição do neozelandês no atual campeonato da categoria, onde vinha de duas provas sem marcar pontos, para subir à 4ª posição no campeonato da categoria, com 51 pontos, apenas 9 atrás do atual líder, o bicampeão Jean-Éric Vergne. Só não dá para cravar Evans como favorito ao título porque o certame dos carros elétricos é mais imprevisível do que muitos imaginam, com os resultados variando dependendo dos resultados das corridas, mas não se pode ignorar a excelente performance do piloto nas ruas de Roma, onde largou em 9º lugar na primeira corrida para vencer de forma convincente, e largando em 4º para repetir o resultado na segunda corrida. E deixando seu companheiro de equipe na sobra, onde Sam Bird foi 5º colocado na primeira prova, e abandonou na segunda corrida, com o britânico anotando apenas 22 pontos, e ocupando a 11ª posição na competição. Mas que ninguém se engane: a posição atual de Mith o credencia a voar mais alto, e a meta do título não é algo distante, e muito menos impossível, se o neozelandês conseguir emplacar mais resultados como esse, onde dominou as duas corridas, batalhando pelas posições, e saindo com uma excelente pontuação no fim de semana.

 

Disputa na F-1 2022: A emoção parece estar garantida na luta pelo título de 2022 na categoria máxima do automobilismo. Charles LeClerc e Max Verstappen já mostraram que devem duelar a fundo por toda a temporada, com cada um deles tendo duas vitórias até o presente momento. LeClerc pode ter cometido seu primeiro erro na etapa de Ímola, e perdido alguns pontos de sua vantagem para Verstappen, mas tem plenas condições de aprender com o erro, e retomar as rédeas da competição, se a Ferrari não vacilar no ajuste e desenvolvimento do seu carro. Da mesma forma, se a Red Bull conseguiu resolver os problemas de fiabilidade de seu bólido, o atual campeão do mundo está louco para provar que não conseguiu o título do ano passado só por conta das baianadas de Michael Masi na corrida de Abu Dhabi. E vimos até agora bons pegas entre os dois pilotos, ainda que a intensidade de duelos roda a roda não tenha sido tão frequente quanto se pode imaginar. Mas, assim como foi o confronto Verstappen X Hamilton em 2021, o embate LeClerc X Verstappen tem tudo para também pegar fogo durante a longa temporada deste ano, que ainda só está esquentando os motores no que tange à disputa pelo título, ainda que já tenha seus protagonistas destacados. A Red Bull quer manter seu título de pilotos, e a Ferrari quer sair da fila onde está desde 2007, especialmente depois de ter falhado em 2017 e 2018, quando chegou com chances mais próximas de tentar derrubar a hegemonia da Mercedes. Com o time alemão fora de combate, o antagonismo agora é com o time dos energéticos, e tanto um quanto o outro irão dar novamente tudo o que podem neste novo duelo, para felicidade dos amantes da velocidade. E que vença o melhor, e de preferência, sem polêmicas extra ou intra-pista...

 

 

 

NA MESMA:

 

Equipe Mercedes: O time octacampeão mundial, vencedor do Mundial de Construtores dos últimos oito anos, arrumou um carro problemático para 2022, e para complicar a situação, por mais que virem e remexam o bólido, a situação parece não melhorar. Apesar de alguns brilhos aqui e ali, como os pódios conquistados por Lewis Hamilton e George Russell, a verdade é que nem a confiabilidade é um ponto positivo para o time alemão nesta temporada. Os ajustes feitos no carro para tentar solucionar o problema do porpoising não dão resultado, os pneus não aquecem direito, e quando o carro consegue apresentar alguma performance, é preciso sorte para nada dar errado. Mas as coisas tem dado, mais para o lado de Hamilton do que para Russell. A classificação em Ímola foi a primeira vez em uma década que a Mercedes ficou com seus dois carros fora do TOP-10 no grid, e tentando um acerto mais no escuro, já teve até Hamilton caindo no Q1 da classificação. Antes de tentar evoluir o carro, a Mercedes diz que precisa entende-lo melhor, sob o risco de se complicar ainda mais, o que até faz sentido, só que no presente momento, o time parece completamente perdido quanto a isso, já que por mais que mexa no modelo W13, ele não mostra evolução, a tal ponto que, em performance bruta, o time esteja atrás de outras escuderias como Alfa Romeo e Alpine, e só não ficando de fato atrás delas pelos azares das mesmas e circunstâncias de corrida. Como o título já era, melhor focar mesmo em pelo menos terminar o ano de forma decente, como Hamilton já afirmou. Depois de tanto tempo no topo, uma hora a Mercedes iria errar, e acabou acontecendo agora, mas faz parte da competição. Agora é trabalhar duro para sair do buraco e aprender de forma positiva como tentar evitar cometer os mesmos erros em 2023, e adiante...

 

Daniel Ricciardo: O piloto australiano continua atrás de Lando Norris na McLaren, mas desta vez, está dando mais azar do que no ano passado, pois em termos de ritmo de corrida, ele está bem próximo do inglês. Em Ímola, por exemplo, um toque do australiano em Carlos Sainz Jr., da Ferrari, arruinou as corridas de ambos, com o espanhol abandonando a corrida ali mesmo, e Ricciardo caindo para o último lugar, e lá ficando até a bandeirada final, mesmo tendo arriscado na estratégia de pneus, que acabou não dando em nada para o piloto, enquanto Norris subia ao pódio com um até então improvável 3º lugar. O fato da McLaren ter iniciado o ano perdida nos problemas do carro, que aos poucos vão sendo solucionados, ajudou a embaralhar as possibilidades de seus pilotos. Mas Norris já vem conseguindo se aprumar, enquanto Daniel ainda está com problemas para apresentar os mesmos resultados. O ponto positivo é que desta vez os problemas são muito mais externos do que a falta de adaptação do australiano ao comportamento do carro que pilota. É esperar que a má fase passe, e Ricciardo possa voltar a mostrar o que sabe fazer na pista. Depois do ano decepcionante de 2021, é hora de dar a volta por cima em 2022, caso contrário, a McLaren pode começar a pensar em uma nova dupla de pilotos para o próximo ano, e já tem gente de olho gordo nessa possível vaga que poderia se abrir no time de Woking...

 

Colton Herta: O piloto da equipe Andretti foi a sensação nos treinos da prova de Long Beach da Indycar, e comandou a corrida com autoridade na sua primeira metade, tentando apagar os resultados medianos das etapas iniciais. Mas bastou perder a liderança nos pit stops para o filho de Brian Herta começar a exagerar na pilotagem, tentando recuperar a dianteira na corrida, custasse o que custasse. E não deu outra: acabou batendo no muro, e dando adeus à corrida, num cenário bem similar ao ocorrido com o piloto na etapa de Nashville no ano passado, quando dominava a corrida, e na ânsia de retomar a ponta, também acabou batendo com o carro no muro, jogando um bom lugar potencial no lixo, e frustrando seu time. A pressão para mostrar resultados parece começar a atormentar um pouco o piloto, que já foi definido por Michael Andretti como seu favorito para pilotar para seu futuro time na F-1, se ele conseguir estrear na categoria máxima do automobilismo. E o fato de ter sido escolhido como piloto de desenvolvimento da McLaren na F-1 pode ter deixado Colton ansioso para mostrar resultados, em um momento onde, mais importante do que resultados, é preciso manter a cabeça no lugar, e não perder o foco. As batidas em Nashville e Long Beach fizeram Herta jogar fora dois resultados que seriam muito bons, e mesmo que não vencesse, certamente estaria no pódio, o que não é pouca coisa na Indycar. Colton já conseguiu mais brilho do que seu pai como piloto, agora é tomar cuidado para não se perder e jogar tudo no lixo. Por enquanto, foi apenas um resultado ruim em uma corrida, basta tomar cuidado para não repetir a dose nas próximas corridas, tornando isso um hábito incômodo...

 

Equipe Williams: Pelo andar da carruagem até agora, o time fundado por Frank Williams vai novamente amargar o fim do grid na temporada de F-1. Enquanto Haas e Alfa Romeo deram passos firmes e já colhem frutos de seus novos carros, a equipe de Grove só não está zerada em pontos graças a uma performance heroica de Alexander Albon na Austrália, quando conseguiu 1 ponto graças a uma corrida com troca de pneus só nas últimas voltas da corrida. Enquanto Nicholas Latifi já mostra suas limitações frente ao novo companheiro de equipe, novato no time, o carro que havia até criado certa expectativa de melhora para a escuderia na primeira sessão de testes, em Barcelona, virou definitivamente abóbora depois da segunda sessão, com uma performance que pode até mostrar algum resultado no treino de classificação, mas que na corrida depende mais do azar alheio do que do mérito próprio para conseguir resultados. E já se comenta até que poderia haver uma troca de pilotos no time, ainda que o aporte financeiro de Latifi seja considerável e necessário para a estabilidade financeira do time. Vamos ver no que vai dar a temporada...

 

Equipe Dragon/Penske na F-E: O time de Jay Penske, mais uma vez, promete melhorar o desempenho no certame dos carros elétricos, e mais uma vez, parece ficar o dito pelo não dito, com o time mostrando uma performance deficiente, por mais que seus pilotos deem duro na pista. Por vezes, Sergio Sette Câmara já conseguiu até uma posição razoável de largada, mas a falta de ritmo do carro o faz cair para trás durante a prova, sendo superado por pilotos com carros de melhor rendimento, mesmo que tenham se classificado mal para a corrida. E, para Antonio Giovinazzi, novato na competição, a situação parece muito pior, por ter de dar duro, e ainda por cima aprender os macetes de competição de sua nova categoria. A mais nova promessa de melhora é na parceria com a DS para a temporada do ano que vem, com o abandono do próprio trem de força desenvolvido pela Penske Automotive, que até aqui não vem dando os resultados esperados, e se convertendo em um raro ponto de fracasso nos empreendimentos automobilísticos da Penske em sua longa história de competições. Ou que Jay Penske não tenha a mesma capacidade gerencial de seu pai, Roger, o “Capitão”, que já colheu frutos nas mais diversas categorias de competição mundo afora, com exceção da F-1, quando lá esteve...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Lewis Hamilton: O heptacampeão inglês continua comendo o pão que o diabo amassou na Mercedes. Além do carro não responder de forma positiva, Lewis tem penado para disputar posições no pelotão intermediário, uma vez que acabou sendo obrigado a largar de posições muito atrás no grid. Uma tremenda mudança para quem estava acostumado a disputar poles, vitórias, e o título. Tanto que Hamilton já disse adeus a qualquer possibilidade de lutar pelo título da temporada de 2022, dada a performance deficiente do carro, se comparada às de Ferrari e Red Bull. E talvez seja pior ainda estar perdendo o duelo interno com o novo companheiro George Russell, que parece sofrer menos com o carro por estar acostumado a sofrer reveses nos anos em que defendeu a Williams, o que está dando trela para todo tipo de crítico “de sofá” rotular o inglês como a maior “farsa” da história da F-1, alegando que seus feitos foram única e exclusivamente consequência dos bons carros que pilotou, em especial o da dominante Mercedes durante oito anos. Costumo dizer que todo piloto campeão precisa se provar ao volante de um carro limitado em algum momento, para mostrar do que é capaz, e aprender com adversidades que geralmente não se duela quando se tem um bom equipamento e um time campeão. Alguns destes pilotos se mostram maiores do que eram nestes momentos difíceis, mas alguns outros desmoronam junto com os carros ruins que acabam tendo. Lewis Hamilton está tendo no momento o pior carro de sua carreira na F-1, e é hora de ver se ele tem a fibra para dar a volta por cima, guardadas suas limitações, ou se acabará entregando os pontos diante das dificuldades...

 

Fernando Alonso: O bicampeão espanhol vem tendo uma temporada para lá de azarada em 2022. Depois de um ano de transição em 2021, a Alpine mostra ter potencial para liderar o pelotão “B” da F-1 este ano, mas as circunstâncias estão jogando contra o time, e em especial o asturiano, que chegou a dar show nos treinos na Austrália, com potencial para disputar até a pole-position, quando o carro quebrou e o fez sofrer um acidente. Na corrida, em uma posição adversa de largada, a estratégia não ajudou, e na etapa seguinte, em Ímola, levou um toque de Mick Schumacher que danificou a lateral de seu carro, obrigando-o a mais um abandono, quando podia lutar por pontos, a exemplo do que ocorreu na Arábia Saudita, quando também ficou pelo caminho devido a problemas do carro, desta vez, internos. Fernando tem mostrado capacidade e disposição para permanecer na F-1, e até brigar novamente por posições na frente, se o carro se mostrar competitivo, o que parece ter potencial para tanto. Tanto que o asturiano se diz motivado para continuar no time, e sentindo-se melhor que muitos outros pilotos no grid, vendo que a Alpine tem potencial para crescer efetivamente. Mas, é preciso que todas as peças se encaixem no lugar certo, no tempo certo, e até o presente momento, isso infelizmente não vem ocorrendo nesta temporada...

 

GP de Vancouver da Formula-E: Não será nesta temporada que a F-E voltará ao Canadá. A corrida programada para ocorrer na cidade de Vancouver, na costa oeste do país norte-americano, acabou cancelada este ano, por motivos burocráticos, mas pretende fazer sua estréia no calendário do certame de carros monopostos elétricos em 2023. A F-E usaria um traçado montado parcialmente no mesmo local onde muitos anos atrás a antiga F-Indy disputava corridas na cidade, mas desta vez os organizadores do evento acabaram se enrolando na obtenção das licenças necessárias para se realizar a corrida na cidade, e sem ter como resolver a situação em tempo hábil para a corrida deste ano, que deveria acontecer no dia 2 de julho, a solução foi cancelar a prova, e contar com sua inclusão, já devidamente regularizada, no campeonato do ano que vem. Que façam a lição de casa para 2023 para não passarem por tal situação.

 

Ducati na MotoGP 2022: Ainda é cedo para tal avaliação, é verdade, mas a marca italiana vinha com boas expectativas para o campeonato deste ano, e até agora, apesar de terem sido disputadas apenas cinco das 21 provas da temporada, não chegou nem perto de mostrar os resultados que esperava. O melhor resultado foi um pódio solitário de Jack Miller nos Estados Unidos, de um 3º lugar, e só. Miller e seu companheiro Francesco Bagnaia estão empatados no campeonato, em 9º e 10º lugares, com 31 pontos cada um. A sorte da Ducati é que o campeonato está equilibrado, a ponto de Fabio Quartararo e Aléx Rins, que dividem a liderança do mundial, terem 69 pontos cada um. Mas fica feio para o time de Borgo Panigale ver seus times satélites darem um banho na escuderia oficial, a ponto de os únicos triunfos da marca até o presente momento terem sido obtidos pela Gresini, com Enea Bastianini, que ocupa a 4ª posição no campeonato, com 51 pontos, empatado com Johaan Zarco, que defende outro time satélite, a Pramac, que já subiu duas vezes ao pódio no ano, sendo que a Pramac ainda tem outro pódio com Jorge Martin. Com a Aprilia obtendo sua primeira vitória, e até mesmo a KTM, ainda buscando seu rumo, tendo já vencido também no ano, o percalço da Ducati só não é pior que o da Honda, que até o presente momento também não conseguiu vencer no ano. A esperança é que em 2021 a Ducati também começou com percalços, mas conseguiu se achar e chegar a lutar pelo título, ainda que atrasada, e com chances menores, mas precisa começar a tentar uma reação antes que acabe ficando ainda mais para trás na competição, e aí, não tem equilíbrio que ajude o necessário para dar a volta por cima.

 

Indy500 com grid incompleto: Por incrível que possa parecer, a corrida mais famosa e importante das Américas corre o risco de não ter um grid completo na edição de 2022. Até o presente momento, temos 32 pilotos inscritos para a corrida no Indianapolis Motor Speedway, em um grid que tem 33 vagas disponíveis. Já não é de hoje que a prova no famoso circuito oval da capital do Estado de Indiana parece não ter mais o fascínio e a atratividade de antes, quando chegava a ter mais de 50 pilotos disputando vaga para largar na prova. Em anos recentes, na maioria das vezes, só conseguiu fechar as 33 vagas para a largada, e em casos esporádicos, eliminar um ou dois pilotos no “Bump day”, treino que nem deve ocorrer este ano, se não surgir pelo menos dois novos pretendentes à disputa nas 500 Milhas. As provas em pistas ovais parecem ter entrado em declínio nestes últimos anos na Indycar, que tem sofrido para manter este tipo de pista no calendário, haja visto o público pífio que teve na etapa do Texas, em Forth Worth. E, apesar de público não ser nenhum problema para a Indy500, o fato de faltarem candidatos para encher o grid já dá um sinal de alerta de que até mesmo equipes que só disputavam esta corrida atualmente passam a ter outras prioridades, preferindo até disputar algumas provas esporádicas do campeonato a fazer número na mais badalada corrida de toda a temporada. Pode ser exagero, mas é preciso ficar atento para que isso não vire exatamente rotina, a ponto de comprometer o prestígio das 500 Milhas de Indianápolis futuramente...