E já estamos no mês de outubro, iniciando o último trimestre de 2021, sendo que alguns campeonatos do mundo da velocidade, como a F-E e a Indycar, já encerraram suas competições este ano, e agora preparam-se para 2022. Mas ainda tem muita coisa acontecendo no mundo da velocidade, seja dentro ou fora das pistas, e para relacionar alguns destes acontecimentos ocorridos no último mês de setembro, é hora de mais uma sessão Flying Laps, sempre com alguns comentários rápidos a respeito. Então, boa leitura a todos, e espero vocês por aqui na próxima sessão Flying Laps no mês que vem...
Lucas Di Grassi segue firme no grid da Formula-E na próxima temporada, em 2022. O piloto brasileiro, que está presente na competição desde a primeira corrida do certame de carros elétricos, sempre havia defendido o time da Audi ABT. Com a montadora alemã retirando-se da categoria, e com a escuderia encerrando suas atividades, havia a expectativa de Lucas ficar sem opções de correr na F-E em 2022, o que levou o piloto a declarar que, se não seguisse na competição, iria certamente pendurar o capacete, e procurar novo rumo na carreira. Bem, para os fãs do piloto, o momento da aposentadoria das pistas ainda não chegou, e Di Grassi firmou contrato para defender a equipe Venturi na próxima temporada, substituindo o piloto Norman Nato, e tendo como colega de time Edoardo Mortara. Utilizando o trem de força da Mercedes, a Venturi fez uma temporada bem satisfatória: Mortara foi vice-campeão, com 92 pontos, e com direito a uma vitória no ano. Nato, por outro lado, foi apenas o 18º colocado, com 54 pontos, e também vencendo uma corrida. A Venturi terminou o ano na 7ª colocação, mas exibindo potencial para ser mais competitiva, pelo menos no próximo ano, onde ainda usará o trem de força da Mercedes, que foi campeã da temporada com Nicky De Vries no campeonato de pilotos, e também foi campeã no campeonato de equipes, mas já anunciou que deixa a categoria no fim de 2022, o que certamente obrigará a Venturi a buscar um novo trem de força para seguir na competição. Mas, por enquanto, Lucas não está preocupado com isso, e tem participação garantida na categoria por mais um ano, sendo o único piloto, junto com o inglês Sam Bird, a disputar todas as corridas e temporadas da F-E. Lucas será o segundo brasileiro a defender o time, sediado em Mônaco. Felipe Massa, após deixar a F-1 em definitivo, correu por duas temporadas na F-E, com a escuderia monegasca, mas não deu muita sorte em sua adaptação aos carros elétricos, e com desempenho abaixo do esperado, resolveu sair. Já consagrado como um dos destaques da categoria de carros elétricos, inclusive tendo sido campeão da categoria, Di Grassi certamente deverá ter ares melhores do que seu compatriota. E chances de lutar novamente pelo título, algo que só saberemos de fato no próximo ano, quando começarem os treinos oficiais, para vermos se a Venturi continuará crescendo como pretende. Por enquanto, ao menos a presença de Lucas é garantia de o Brasil continuar presente no grid da competição.
Nissan e.dams e Mahindra terão novas duplas na temporada 2022 da Formula-E. No time francês, sai Oliver Rowland, entra Maximilian Gunther, que disputou as últimas temporadas pelo time da Andretti. Sébastien Buemi segue no time, onde está presente desde a primeira temporada, e passou alguns apertos com Rowland como parceiro, que em determinados momentos teve melhor performance que Buemi, como neste ano, onde o inglês foi o 14º no campeonato, com 77 pontos, enquanto Buemi foi apenas o 21º, com 20 pontos. O destino de Rowland é a Mahindra, onde irá ocupar o lugar que era de Alex Lynn. Alexander Sims está mantido no time indiano.
Além de Lucas Di Grassi, o Brasil deverá contar também com a presença de Sérgio Sette Câmara, que apesar das dificuldades enfrentadas este ano com a Dragon/Penske na F-E, está acertando os detalhes para a renovação com o time de Jay Penske para a próxima temporada, que ficou bem satisfeito com o trabalho realizado por Sérgio. E quem pode ser o novo companheiro do piloto brasileiro no time é o russo Danill Kvyat, que atualmente exerce a função de piloto reserva da Alpine, depois de ser demitido, mais uma vez, da Alpha Tauri na F-1, onde competiu em 2020, sendo substituído pelo japonês Yuki Tsunoda, que até o presente momento não empolgou a direção da Red Bull, mas já foi confirmado na Alpha Tauri para 2022. Kvyat estava tentando negociar com e.dams, mas a escuderia francesa já fechou sua dupla titular para o próximo ano na F-E com Sébastien Buemi e Maximilian Gunther. Mas nada está garantido, e o piloto russo pode acabar não conseguindo a vaga, se surgir outro piloto que possa ser mais interessante ao time. Mas, depois de ser mais uma vez defenestrado na F-1, é bom mesmo o russo seguir outros caminhos, e a categoria dos carros elétricos tem sido uma boa opção para vários pilotos “queimados” pela Red Bull na F-1, e os exemplos de participantes que rodaram por lá e foram achar seu lugar na F-E tem nomes como Sébastien Buemi, Jean-Éric Vergne, e Antonio Felix da Costa, que já tiveram até a oportunidade de se tornarem campeões na categoria. Uma sorte que dificilmente Kvyat terá na equipe Dragon/Penske, por ser uma das mais fracas do grid, mas quem sabe ele abre oportunidade para competir em outro time mais competitivo, se fizer uma boa apresentação com o time estadunidense? A conferir em 2022...
E Francesco Bagnaia finalmente desencantou na temporada 2021 da MotoGP. O piloto italiano, promovido ao time oficial da Ducati nesta temporada, já vinha meio incomodado por ter uma moto competitiva, ver o parceiro Jack Miller vencer duas corridas na temporada, e ele ainda não ter conseguido subir ao degrau mais alto do pódio na classe rainha do motociclismo. Bem, ele enfim venceu sua primeira corrida, ao faturar o GP de Aragón, na Espanha, depois de um duelo renhido com Marc Márquez, que cruzou a linha de chegada 0s6 atrás do piloto da desmosédici. E tomou gosto pelo feito, tanto que na etapa seguinte, em Misano, na Itália, em outra disputa ferrenha pela vitória, mas desta vez com Fabio Quartararo, que tentou bastante, mas não conseguiu levar o triunfo na etapa de San Marino. Os dois triunfos consecutivos elevaram a moral de Bagnaia com a vice-liderança do campeonato, e colocando o italiano como postulante ao título da temporada. Uma missão um pouco complicada, pois Quartararo deixou o circuito de Misano com uma bela folga na tabela de classificação, com cerca de 48 pontos de vantagem para Francesco, restando 4 provas para o encerramento da temporada 2021, e 100 pontos em jogo. E, pela desenvoltura do piloto da Yamaha este ano, é muito difícil que Bagnaia consiga de fato discutir o título com o francês, que não tem tido maiores problemas no ano, tem andado bastante com a cabeça, pontuando sempre, e evitando confusões. O piloto da Ducati precisaria vencer corridas e torcer por um abandono de Quartararo para conseguir diminuir rapidamente a desvantagem na pontuação, caso contrário, vai ter de se contentar com o vice-campeonato, a exemplo do que aconteceu com Andrea Dovizioso, seu antecessor na escuderia italiana, que ficou com o vice em três temporadas consecutivas, perdendo a disputa para Marc Márquez, que o fez ficar com fama de segundão, e ajudou a perder sua vaga no time italiano, sendo dispensado sem maiores cerimônias. Será que ele ao menos conseguirá deixar a disputa mais dura para Quartararo este ano? Afinal, a depender dos resultados do piloto da Yamaha na corrida em Austin, no Texas, ele ficaria com chances de encerrar a disputa na prova seguinte, no GP da Emilia-Romagna, faltando ainda duas provas para o término da competição, para se ver que a situação não é nada fácil. Mas Francesco vai tentar dar o seu melhor, e isso pode ao menos deixar este final de temporada um pouco mais embolado, e disputa é o que fã mais quer ver na pista...
Se Francesco Bagnaia acabou alçado à principal rival de Fabio Quartararo neste trecho final de campeonato da MotoGP, Joan Mir, da Suzuki, o atual campeão, não tem ilusões: ele já declarou que não tem como tentar o bicampeonato, em virtude da competitividade inferior de seu equipamento frente às motos da Yamaha e da Ducati. Mas terminar o ano em 3º lugar é bem possível, e por isso, ele vai tentar ao menos ser o “melhor do resto”, comprovando que só não está na disputa pelo bi por causa da moto, e que vai tentar melhor sorte em 2022. E, de fato, Mir tem ficado atrás nas disputas, embora ainda mantenha uma excelente regularidade, marcando pontos com frequência, aproveitando-se da falta de regularidade dos demais pilotos. Segundo ele, o novo protótipo da Suzuki para a próxima temporada é bem mais competitivo, e se tudo der certo, ele poderá lutar por seu segundo título. Em nome da competição, tomara que as previsões se confirmem, porque quanto mais gente brigando pelas vitórias e pelo título, melhor.
E Andrea Dovizioso está de volta à MotoGP. Com a promoção de Franco Morbidelli para o time oficial da Yamaha, após a dispensa de Maverick Viñales, que foi para a Aprilia, a vaga do ítalo-brasileiro na equipe SRT foi ocupada pelo ex-piloto da Ducati, que estava tendo um ano sabático fora da categoria. Andrea estreou na etapa de Misano, terminando a prova em 21º lugar, último entre os que terminaram a corrida. Dovizioso declarou que a moto da Yamaha exige um estilo particular de pilotagem, e que ele ainda precisa se entender mais com o equipamento, antes de pensar em melhores resultados. E ele terá tempo para isso, já que firmou contrato com o time satélite da Yamaha até o fim da temporada 2022, quando a escuderia mudará de nome e estrutura, encerrando a fase atual como Sepang Racing Team após a perda do patrocínio da Petronas. E Dovizioso irá contar com uma moto Yamaha oficial no novo time satélite, a exemplo do que ocorre com Valentino Rossi nesta temporada de despedida do “Doutor”, após os fracos resultados conquistados na temporada, onde a própria SRT decaiu de rendimento após lutar por vitórias e título no ano passado. Nesse caso, as etapas finais da temporada 2021 servirão para Andrea compreender melhor seu novo equipamento, com vistas ao próximo campeonato.
Nelsinho Piquet, que estava disputando o campeonato da Stock Car brasileira, resolveu desistir da competição este ano, deixando o próprio time, a MX Piquet Sports. O piloto ocupava apenas a 28ª colocação no campeonato, com somente 26 pontos. Com uma participação abaixo das expectativas, o piloto justificou a necessidade de trabalhar mais para conseguir melhores resultados, e que criar o novo time onde competiu não foi uma tarefa fácil, e que a partir de agora, vai se concentrar em retornar à competição na temporada 2022. Definitivamente, a carreira de Nelsinho não tem andado bem desde sua saída da Formula-E, quando acabou dispensado pela Jaguar no meio da temporada 2018/2019, após marcar apenas 1 ponto nas corridas que disputou. Situação inglória para quem foi o primeiro campeão da categoria de carros monopostos totalmente elétricos. Melhor sorte em seu retorno no próximo ano...
Depois de ter as etapas do Mundial de Fórmula 1 e da MotoGP canceladas devido à pandemia da Covid-19, agora foi a vez do Mundial de Rali também ter de cancelar a etapa do Japão que constava em seu calendário. A etapa estava prevista para novembro, e iria encerrar a temporada 2021 da modalidade. Infelizmente, com a escalada de casos do coronavírus na Terra do Sol Nascente, e à total incerteza sobre o controle da pandemia por parte das autoridades nipônicas, que sentiram já ter feito demais permitindo a realização dos Jogos Olímpicos em Tóquio, a organização da competição decidiu que seria melhor cancelar a etapa, de modo que o campeonato fica então com as etapas do Rali da Espanha, a ser disputado entre 14 e 17 de outubro, e o Rali de Monza, que será disputado entre os dias 19 e 21 de novembro, nos dias que estavam previstos anteriormente para a etapa japonesa da competição. Os organizadores agradeceram os esforços no sentido de ainda tentar viabilizar a prova este ano, o que não foi possível realizar, e esperam ansiosos pela oportunidade de voltar ao calendário na temporada de 2022. Na temporada deste ano, Sébastien Ogier lidera a competição, com seu companheiro de equipe Elfyn Evans na vice-liderança, tentando ainda impedir a conquista do francês de mais um título. Ogier tem uma vantagem de 24 pontos, com duas provas a serem disputadas, e o final tem tudo para ser emocionente.
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