sexta-feira, 28 de agosto de 2020

SOB NOVA DIREÇÃO


Confirmada a venda da equipe Williams, encerrando de vez uma época saudosa da história da Fórmula 1.
            Um dos assuntos mais discutidos no meio automobilístico na semana passada foi a venda da equipe Williams de F-1, momento que “encerrou” de vez a era dos “garagistas” na categoria máxima do automobilismo. Depois de anunciar que o time estaria à venda há alguns meses, eis que foi concluída a expectativa de Frank Williams e sua família despedirem-se da escuderia de competição. O time foi adquirido por um grupo chamado Dorilton Capital, um destes grupos de investimentos que existem por aí, e que a partir de agora é o proprietário de uma das mais emblemáticas escuderias da história da Fórmula 1.
            Até o presente momento, a Dorilton não fez maiores declarações a respeito da aquisição da escuderia de F-1. Apenas afirmou que respeitará a história e o legado da equipe, e que não tem planos de fazer nada drástico, que o time continuará sediado em Grove, na Inglaterra, e que estão ansiosos para começarem a trabalhar com o time. Obviamente, em muitas discussões, os fãs mostraram suas opiniões a respeito, tanto positivas quanto negativas a respeito do acontecimento. Para muitos, é a chance da Williams continuar existindo no futuro próximo, enquanto para outros, é o fim de uma era na F-1 que nunca mais voltará, lembrando dos tempos em que pessoas apaixonadas pela competição colocavam seus sonhos na pista para competirem.
            De fato, a situação da Williams era complicada. O time, vindo de uma gestão técnica e comercial equivocadas nas últimas temporadas, acabou no fundo do pelotão, muitas vezes fazendo apenas figuração no grid. Os bons momentos surgidos no início da era híbrida, em 2014, acabaram não sendo devidamente aproveitados, e muitos culpam Claire Williams pela falta de competência em gerir o time como a principal causa da decadência da escuderia, algo que é preciso lembrar, já vinha ocorrendo desde a segunda metade da década passada, após romperem com a BMW, de quem era o time oficial na F-1.
Fundada oficialmente em 1977, a Williams chegou a seu primeiro título em 1980, com o australiano Alan Jones.
            Com o valor recebido, a família Williams deixará quitadas as dívidas pendentes da escuderia, e a partir de então, a Dorilton passa a se encarregar da administração do time. Não foi mencionado se Claire Williams ou Frank ainda terão algum cargo na administração do time, mas para muitos, é a chance do velho Frank se aposentar com alguma dignidade, dando por encerrada sua bela história no automobilismo, iniciada lá ainda no final dos anos 1960, que culminaria com a fundação da equipe Williams propriamente dita em 1977. Um sonho que sofreu um grande abalo com o acidente que Frank sofreu no início de 1986, quando acabou confinado a uma cadeira de rodas, e a muitos meses de tratamento hospitalar, para voltar a gerenciar seu time em parceria com Patrick Head algum tempo depois, e seguir em frente, algo que só terminou no início desta década, com a aposentadoria de Head, e o comando da equipe passando para sua filha Claire.
            De fato, Williams era o último representante de uma era “romântica” da F-1, onde pessoas que tinham as corridas como grande paixão e objetivo de vida iam à luta para transformar seus sonhos em realidade. Com a evolução comercial da F-1 a partir dos anos 1980, tal feito foi ficando cada vez mais difícil de ser concretizado, até ser eliminado praticamente por completo no início dos anos 2000, frente aos gastos enormes necessários para se poder disputar a F-1. Atualmente, a categoria máxima do automobilismo só tem mais um único time que pertence ao seu fundador, a Hass, de propriedade de Gene Hass, dos Estados Unidos. Mas, como a Hass chegou à F-1 recentemente, este time não fez parte do período citado da história da categoria máxima do automobilismo mencionado.
Nélson Piquet chegou ao tricampeonato no time de Frank Williams, em 1987.
            E o que podemos esperar agora em relação à Williams? A Dorilton é um grupo de investimentos, que costuma escolher operações e empreendimentos, investir neles, recuperá-los, e em muitos casos, passa-los adiante. O momento da compra é oportuno para o grupo, pois devido à pandemia da Covid-19, para cortar custos, a temporada de 2021 da F-1 será disputada com os carros atuais, com poucas mudanças. Isso significa que, até o final do próximo ano, não devemos esperar nenhum milagre de recuperação da Williams em termos de performance na pista. A Dorilton poderá se ocupar, nos próximos meses, em entender o time, analisar as possibilidades, e verificar o que poderá fazer para dar um novo rumo à escuderia, tanto na área técnica quando na gerencial, visando a temporada de 2022, quando teremos um novo regulamento técnico, além do teto orçamentário, que entra em vigor já no próximo ano. O ponto positivo é que isso deve garantir a presença da escuderia no grid, depois dos percalços sofridos nestas últimas duas temporadas, que podiam colocar a própria existência da equipe em risco, e com isso, diminuir o grid para menos de 20 carros. E, com uma nova gestão, a possibilidade de recuperação na competição, algo que será preciso ter paciência, mesmo que em tese possamos esperar boas melhoras já em 2022, pela adoção das novas regras técnicas, se o grupo de engenheiros, atual, ou reforçado pelo novo proprietário, fizer bem o seu trabalho.
            Para muitos, mesmo continuando a existir, a Williams não será mais a Williams, que na prática se torna um outro time na competição, apenas mantendo o mesmo nome. Isso não deixa de ser um fato, mas a mudança de proprietário também não significa um rompimento total da história apresentada por uma escuderia. Afinal, hoje em dia, se formos considerar por este lado, nenhum time mais é o mesmo de quando surgiu na categoria máxima do automobilismo. Nem mesmo a mítica Ferrari, único time remanescente dos primórdios da F-1, uma vez que seu fundador, Enzo Ferrari, faleceu no já distante ano de 1988, e lembrando que, apesar dele continuar à frente da escuderia, já haviam alguns anos que a FIAT era de fato a dona da marca e fábrica sediada em Maranello, na Itália, tendo assumido a gestão total com o falecimento do comendador.
Sob o comando de Ron Dennis, seu novo proprietário em 1981, a McLaren se tornou um dos times mais vitoriosos da história da F-1.
            Outro exemplo é a McLaren. Fundada por Bruce McLaren nos anos 1960, o time seguiu em frente após a morte de seu fundador pelas mãos de Teddy Meyer, até 1980, quando a escuderia foi comprada por Ron Dennis, iniciando uma nova era em sua existência. E podemos citar também a Brabham, time fundado por Jack Brabham, que nos anos 1970, acabou comprado por um certo Bernie Ecclestone, antes que esse se tornasse o grande nome da gerência e administração comercial da F-1.
            Um detalhe importante destas mudanças de propriedade é quando o novo dono respeita a história precedente da equipe. A FIAT sempre manteve intacto o legado do nome Ferrari desde que assumiu a direção integral da marca, de modo que o histórico criado por Enzo Ferrari está preservado até hoje nos anais da F-1, apesar dos altos e baixos que o time viveu desde então. Da mesma maneira, Ron Dennis, mesmo tendo efetuado uma verdadeira revolução na McLaren, criando uma estrutura que em nada remetia ao time, nunca renegou a história do time, muito pelo contrário, o ampliou significativamente, ao propiciar os períodos mais vitoriosos que a escuderia já vivenciou desde que foi fundada. E mesmo Bernie Ecclestone, quando no comando da Brabham, apesar de alguns tropeços, manteve vivo o legado criado por Jack Brabham com alguma competência.
            Em teoria, é o que pode acontecer a partir de agora, com a Williams sob propriedade da Dorilton Capital. Isso dependerá, contudo, de como o grupo de investimentos se posicionará a respeito do time. Sabendo que pode não ser o mais competente para gerir o time, desde que saiba escolher pessoas capacitadas para o trabalho, as chances de manterem o legado da Williams vivo são boas. A FIAT soube fazer isso, e tanto Ron Dennis quanto Bernie Ecclestone, por serem pessoas presentes no universo da F-1, também souberam conduzir os times sob seu tacão. A esperança dos fãs da escuderia é que isso aconteça com a Williams.
Em 1997, o último título da escuderia, com Jacques Villeneuve.
            Não é uma preocupação descabida. A F-1 já viu casos de times que, sob nova direção, acabaram completamente desvirtuados, com bons e maus resultados. Mas o pior que pode acontecer é a perda da memória da escuderia, que embora já tivesse deixado de existir, sofre uma segunda “morte” com a extinção deste legado, uma vez que sua história praticamente se encerra. O desejo de muitos, e meu também, é que a Williams permaneça viva não apenas na história da F-1, como na competição atual, disputando ainda muitas temporadas adiante.
            É a torcida pela manutenção e preservação de um nome que já fez história na F-1, e que merece ser respeitado. Algo que não ocorreu com o time fundado por Eddie Jordan, que estreou na F-1 em 1991, e até competiu de forma decente, chegando a vencer algumas corridas em sua existência de pouco mais de uma década. Mas, quando o time foi vendido por Jordan, ele passou por vários donos desde então, e a cada mudança, sua história na F-1 também foi sendo mudada, e sem respeitar o legado que a escuderia havia construído. O time passou a se chamar, Midland, Spyker, até se estabilizar como Force India, onde teve até boas temporadas na categoria máxima do automobilismo, mas já sem remeter à sua origem como Jordan. Desde o ano passado, já com um novo dono, passou a se chamar Racing Point, e em 2021, assumirá o nome de Aston Martin, um nome até respeitável na indústria automobilística, mas sem a ligação afetiva com o histórico do time criado em 1991.
            Que o legado de Frank Williams escape deste destino inglório. Vida longa à Williams na F-1, em sua nova fase, e que possa voltar a brilhar como nos velhos tempos...


A F-1 finalizou o seu calendário da temporada de 2020, com a definição das últimas corridas que serão realizadas este ano. Boato que já vinha se arrastando nas últimas semanas, a Turquia está de volta ao campeonato, no belo circuito de Istambul. A pista do Bahrein também foi oficializada, com a realização de uma rodada dupla, a exemplo do que foi feito em Zeltweg e Silverstone. Como de costume, a pista de Abu Dhabi se manteve no calendário, e fechará a temporada. A direção da Liberty Media havia garantido as corridas até a prova de Ímola, que terá o nome de Grande Prêmio da Emília-Romana, ao invés de Grande Prêmio de San Marino, para o dia 1º de novrmbro. Duas semanas depois, no dia 15 de novembro, a F-1 voltará a acelerar o belo autódromo de Istambul, que estava ausente da categoria desde 2012. O circuito turco sempre foi elogiado pelos pilotos, que poderão rever suas curvas desafiadoras. E, fechando a temporada, a F-1 vai para o Oriente Médio, com duas provas no Bahrein, nos dias 29 de novembro e 6 de dezembro, com os Grandes Prêmios do Bahrein e de Sakhir, respectivamente. E, no dia 13 de dezembro, o Grande Prêmio de Abu Dhabi, fechando o campeonato. Teremos, então, um total de 17 corridas na temporada, número bastante satisfatório, diante dos desafios ocasionados pela pandemia da Covid-19. Já se informou que a corrida em Yas Marina deverá ser a portões fechados, em público, como tem ocorrido nas etapas disputadas até agora na Europa. Com relação às corridas em Sakhir, as duas corridas utilizarão traçados diferentes do autódromo barenita, como forma de diferenciar ainda mais as duas provas, onde uma delas irá utilizar o traçado “externo” da pista, que deixará esta prova com um traçado parecido com um oval, mas com bons trechos de retas, que certamente irão exigir bastante dos motores dos carros.


Hoje a F-1 inicia os treinos para o Grande Prêmio da Bélgica, em Spa-Francorchamps, iniciando outro período de três semanas consecutivas de corridas. Na semana que vem, teremos o Grande Prêmio da Itália, em Monza, e daqui a duas semanas, uma corrida inédita, na pista de Mugello, ainda na Itália, no dia 13 de setembro. Outra maratona que será feita apenas no novo final da temporada, no Oriente Médio. No balanço geral, não ficou de todo ruim. Se é verdade que algumas pistas ainda poderiam ter feito parte da competição, de modo que talvez não fosse preciso realizar rodadas duplas em algumas pistas, por outro lado os fãs comemoram o retorno e estréia de alguns circuitos que faziam por merecer sua chance de sediarem corridas da F-1. O belo circuito da Turquia é lembrado pelos pilotos que tiveram chance de correr por lá, coisa rara nas pistas projetadas por Hermann Tilke. Mugello, na Itália, merecia sua chance de ter um GP, assim como Portimão, no Algarve. E é muito bom vermos Ímola e Nurburgring retornarem à competição, ainda que de forma excepcional. Com o panorama mundial ainda incerto para o ano que vem, a probabilidade destas pistas se manterem como sedes de GPs de F-1 vai depender de como a pandemia estará ou não controlada. Um retorno concreto à normalidade significará provavelmente o retorno das provas inicialmente programas no calendário de 2020. Já um horizonte ainda muito afetado pela Covid-19 certamente continuará demandando decisões diferentes, e quem sabe, até recorrendo mais uma vez aos circuitos utilizados neste ano. Quanto a isso, só podemos mesmo esperar para ver o que irá acontecer, mas sempre torcendo pelo melhor desfecho possível para esse momento complicado que o mundo atravessa atualmente...


Depois de realizar as 500 Milhas de Indianápolis no domingo passado, a Indycar retoma os trabalhos hoje no circuito oval de Gateway, em uma rodada dupla, com provas amanhã, sábado, e domingo. Para Tony Kanaan, é a “despedida”, pelo menos por enquanto, da categoria, pois não há mais corridas em pistas ovais programadas para a temporada deste ano. O piloto brasileiro, entretanto, já demonstra vontade de continuar competindo, pelo menos no ano que vem, e fazer uma despedida com público, já que o seu adeus programado neste ano infelizmente foi prejudicado pela pandemia da Covid-19, que afastou os torcedores das provas, inclusive em Indianápolis, que precisou realizar as 500 milhas com portões fechados, devido ao aumento do número de casos e mortes nos Estados Unidos. Kanaan, contudo, esclarece que, apesar da vontade de tentar uma nova despedida em 2021, precisará trabalhar nisso, já que, após a corrida de domingo, na prática ele estará sem time e sem patrocínio dali em diante. Será preciso encontrar um lugar para correr, bem como arrumar patrocinador para isso. Campeão em 2004, Tony ainda mostra muita disposição e velocidade, e tem todo o direito de fazer uma despedida mais digna da categoria onde correu por tantos anos. Mas precisa arrumar um time mais decente para fazer isso, porque a Foyt, convenhamos, só ajudou a “enterrar” sua carreira na competição, com carros pouco competitivos. As provas serão transmitidas ao vivo a partir das 16:45 tanto no sábado quanto no domingo, pelo canal pago Bandsports, e pelo serviço de streaming DAZN.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – AGOSTO DE 2020



           Estamos chegando ao final do mês de agosto, e o segundo semestre de 2020 avança, aos trancos e barrancos, com todos tentando levar a vida adiante, neste momento complicado da pandemia da Covid-19. E cá estamos com mais uma edição da Cotação Automobilística está de volta, com um balanço dos acontecimentos dos campeonatos de 2020 neste último mês, com comentários sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). A situação de alguns campeonatos parece mais resolvida do que outros, flutuando ao sabor dos acontecimentos difíceis que estamos passando no mundo inteiro, com muitos países estando em situação melhor do que outros, e mesmo assim sem poder baixar a guarda em relação à pandemia, que continua a complicar o andamento de muitas atividades e eventos do mundo do esporte a motor, que tenta se virar como pode. Então, aproveitem o texto, e tenham uma boa leitura. E, como já mencionei anteriormente, espero que na próxima Cotação Automobilística, no final do mês que vem, possamos ter um panorama mais animador e otimista para esse momento excepcional que estamos atravessando. Até lá...


EM ALTA:

Max Verstappen: O piloto holandês tem sido a salvação de um campeonato onde só se pode esperar pelo momento em que Lewis Hamilton sacramentará a conquista de mais um título. Fiel a seu ímpeto ousado, Max conseguiu aproveitar um momento de debilidade da Mercedes para conseguir uma vitória categórica na segunda corrida em Silverstone, e conseguiu novamente um bom resultado ao fechar a prova da Espanha em segundo lugar, impedindo uma nova dobradinha da Mercedes, e com isso assumindo a vice-liderança do campeonato, e dando um alento de que, com um pouco de sorte, pode até tentar encostar em Hamilton, e quem sabe dificultar um pouco sua escalada rumo ao título. O holandês tem andado a fundo, e tirado tudo o que pode de seu carro da Red Bull, e já tem até bronqueado com o time para melhorarem nas estratégias, a fim de ter melhores chances de desafiar o inglês, consciente de que o rival tem um equipamento superior. É positivo Max estar consciente da desvantagem de sua condição de competição, de modo que ele tem dado tudo de si para, ao menos, aproveitar as oportunidades que surgem. E sem cometer erros, e por isso mesmo, tem conseguido se colocar como o melhor piloto da competição depois de Lewis, conseguindo inclusive desbancar Valtteri Bottas. Se a Red Bull ao menos conseguir melhorar a performance de seu carro, Verstappen se encarrega de apresentar resultados. Resta saber até onde ele conseguirá incomodar Hamilton na disputa...

Primeiras vitórias da KTM na MotoGP: Com um belo currículo em provas de rali, entre eles o famoso Dakar, a KTM chegou de forma modesta à classe rainha do motociclismo, há algumas temporadas, prometendo trabalhar para se tornar uma das forças do campeonato. Apesar de alguns percalços ocorridos ao longo do caminho, a fábrica austríaca veio trabalhando firme para cumprir seus objetivos, e na temporada atual, conseguiu enfim ver o resultado de seus esforços, ao obter os primeiros triunfos na competição, além de andar em um ritmo bem mais forte e próximo dos ponteiros. Brad Binder conseguiu a primeira vitória da marca ao vencer a etapa da República Tcheca, e na segunda corrida em Zeltweg, justo em seu país natal, a marca obteve outro triunfo, com Miguel Oliveira, que venceu a prova com a equipe Tech3, satélite da KTM na competição. A KTM já ocupa a terceira colocação na classificação dos fabricantes, atrás apenas da Ducati e Yamaha, e bem à frente da Suzuki, e da antes poderosa Honda. Mas a equipe austríaca sabe que ainda há muito trabalho para firmar-se como uma marca vencedora na categoria, uma vez que o momento excepcional provocado pela pandemia da Covid-19 trouxe uma realidade um pouco diferente do que seria de se esperar. Mais do que comemorar a evolução, a KTM quer se mostrar como uma rival à altura das demais quando tudo estiver normalizado, e é melhor que os rivais comecem a se preocupar com eles daqui para a frente, porque a marca não costuma brincar em serviço, e o trabalho que eles vêm desenvolvendo começa a apresentar seus resultados. E quanto mais gente andando na frente, brigando pelas vitórias, melhor para o show da motovelocidade, que já costuma ser bem disputado...

Antonio Félix da Costa campeão na Formula-E: O piloto português chegou à equipe Techeetah e conseguiu aproveitar a oportunidade para chegar ao título da categoria de carros monopostos totalmente elétricos, desbancando o então bicampeão Jean-Éric Vergne logo de cara. Além de sorte, Antonio mostrou competência para vencer e disparar no campeonato enquanto os rivais em potencial se digladiavam entre si e sem conseguir manter uma constância de resultados na pista, ponto que foi crucial para o português na chegada a Berlim para a finalização do campeonato. Mesmo quando largava de trás, Da Costa procurou ficar longe de acidentes e confusões, e paulatinamente, avançava rumo às primeiras posições, ganhando pontos. Conseguiu três vitórias consecutivas no campeonato, o que não é um feito corriqueiro em um certame que geralmente tem se mostrado competitivo, sendo o piloto que mais venceu na temporada. Mantendo a Techeetah campeã pelo terceiro ano consecutivo, Antonio já é o homem a ser batido para a próxima temporada da competição em 2021, e tal qual seu companheiro de equipe, ele vai querer também chegar ao bicampeonato na F-E, e se sua escuderia manter o nível, ele tem tudo para ser um nome muito forte no ano que vem mais uma vez.

Ricardo Zonta: O piloto da equipe RCM venceu a Corrida do Milhão pela segunda vez, e com duas vitórias nas quatro provas disputadas até aqui do calendário 2020 da Stock Car, reassumiu a liderança do campeonato, com 82 pontos. O piloto também largou uma vez na pole-position no ano, mostrando que está veloz, e só não pode assumir o favoritismo na luta pelo título porque a categoria ainda não conseguiu definir com exatidão como a temporada seguirá em frente, diante das dificuldades ocasionadas pela pandemia do coronavírus. Zonta só sabe que a disputa deve ser difícil, e que ele não pode baixar a guarda, já que sua vantagem na classificação é mínima, com apenas 4 pontos a mais que Cesar Ramos, da equipe Ipiranga, com 78 pontos. Rubens Barrichello vem logo atrás, com 71 pontos, e o experiente piloto também não pode ser subestimado na luta pelo título. Tudo o que Ricardo pode fazer é esperar para ver onde serão as próximas corridas, e dar tudo para conseguir se manter na frente dos concorrentes. E ele quer manter o bom momento que está vivendo. Resta saber quanto tempo isso durará...

Takuma Sato: O piloto japonês já havia se notabilizado por ser o primeiro nipônico a vencer as 500 Milhas de Indianápolis em 2017. Vencer uma vez pode até ser algo normal, mas repetir a dose na corrida mais emblemática dos Estados Unidos já não é algo tão corriqueiro assim. E Takuma Sato conseguiu essa proeza novamente, na edição deste ano. Mais do que uma pilotagem precisa, que o levou à primeira fila do grid de largada da corrida, Sato manteve-se sempre no pelotão da frente, e nos momentos cruciais, atacou para assumir a dianteira da corrida, na qual revezou-se com Scott Dixon na parte final da prova, na luta firme pela vitória. Um triunfo que pode ter sido facilitado pelo acidente de Spencer Pigot, que fez com que a corrida terminasse suas últimas voltas em bandeira amarela, é verdade, mas ainda assim, Sato estava na frente porque mereceu estar lá, pilotando sempre de forma agressiva e determinada. E ele duelou com ninguém menos que Scott Dixon, outro piloto que andou muito forte e tinha carro para vencer a prova, o que demonstra que seu triunfo não foi mera sorte. Dizem que Indianápolis escolhe seus vencedores, mas para isso acontecer, o piloto precisa estar na posição certa para receber este privilégio, e Sato mais uma vez esteve lá para ser este escolhido, colocando seu nome entre aqueles que triunfaram mais de uma vez na Brickyard Line.



NA MESMA:

Fernando Alonso: O piloto espanhol retornou a Indianápolis com o objetivo de completar a “Tríplice Coroa” e igualar o feito de Graham Hill de vencer as três mais famosas corridas do automobilismo mundial, do qual só falta o triunfo na Indy500 para Alonso. No ano passado, o objetivo acabou naufragando já nos treinos, com o espanhol não conseguindo vaga no grid da corrida. Este ano, com apenas 33 carros inscritos, a tarefa de se classificar foi até mais fácil, mas as dificuldades não. Escorraçado pela Honda, que teria se negado a ter o espanhol como piloto em um de seus times na prova, restou a Fernando defender um time da Chevrolet, no caso, a McLaren/Schmidt-Peterson. Mas, infelizmente, além da Chevrolet ter sido sumariamente batida pela Honda na edição deste ano das 500 Milhas de Indianápolis, o desempenho do piloto esmoreceu um pouco após ele bater o carro durante os treinos livres para a corrida, de modo que Alonso largou lá atrás no grid, e terminou apenas em 21º lugar, uma volta atrás do vencedor da prova. De certa forma, foi um progresso, já que em sua primeira participação, Fernando ficou pelo caminho com uma quebra do motor (Honda, mais uma na época de frustração do espanhol), e ao menos agora, recebeu a bandeirada, no que achou uma boa experiência, apesar dos percalços vividos na corrida. Mesmo assim, Alonso acabou ofuscado pelos companheiros de equipe na corrida, que tiveram atuações mais destacadas que ele. Com suas atenções voltadas para a F-1 pelos próximos dois anos, tão já Alonso não voltará ao Indianapolis Motor Speedway, de modo que a Brickyard Line ainda permanece um sonho distante para o bicampeão da F-1...

Alexander Albon: O piloto tailandês continua distante de Max Verstappen em termos de resultados na pista na atual temporada da F-1. Enquanto o holandês segue firme nos pódios quando termina as provas, Albon tem sofrido nas classificações, e tem tido que batalhar com vários outros pilotos por posições na pista. A Red Bull diz que entende perfeitamente a situação de seu piloto, e diz que ele tem tido maiores dificuldades com o carro, e continua com apoio total do time para melhorar seu desempenho. Essa conversa também era falada quando Pierre Gasly vinha tento problemas em acompanhar o ritmo de Verstappen no ano passado, o que culminou com o “rebaixamento” do francês de volta para a Toro Rosso (atual Alpha Tauri), onde está atualmente. Além de um carro com um comportamento voltado mais para o estilo de pilotagem de Verstappen, a direção da Red Bull precisa se conscientizar de que o holandês é um fenômeno, e que será difícil ter outro piloto à sua altura no time, como quando tinham Daniel Ricciardo pilotando para eles. Se bater a tradicional impaciência em Helmut Marko e Christian Horner, Albon pode ser mais um piloto fritado pela equipe sem necessidade. Uma jogada arriscada, até porque as opções de outros pilotos são praticamente inexistentes, justamente por essa política de fritura dos pilotos que são eleitos para pilotar no time principal dos energéticos na F-1. Albon vem tentando se concentrar em seu trabalho, mas infelizmente até agora os resultados têm se mantido no mesmo patamar, com o tailandês às voltas com outros pilotos na classificação do campeonato, onde tem menos da metade dos pontos já conquistados por Verstappen.

Dificuldades da Yamaha na MotoGP: A temporada da classe rainha do motociclismo até que tem se mostrado interessante até aqui, em especial pela ausência de Marc Márquez, afastado para se recuperar da fratura sofrida no acidente na primeira corrida da temporada. E a Yamaha, que viu sua nova estrela Fabio Quartararo vencer com categoria as etapas disputadas na pista de Jerez de La Fronteira, viu sua carruagem virar abóbora nas etapas seguintes, com o mesmo Quartararo sofrendo para conseguir uma boa posição de largada, além de ver a dupla de seu time oficial padecer de falta de competitividade e sem conseguir até chegar ao pódio. Maverick Viñalez até conseguiu largar bem em alguns momentos, mas depois nas corridas foi caindo para trás, e na segunda prova em Zeltweg, ainda ficou sem freios, tendo que sair da moto em alta velocidade para evitar de se machucar feio numa batida contra a proteção da pista. Valentino Rossi tem conseguido os melhores resultados nas últimas provas, mas o “Doutor” tem padecido com a falta de potência e competitividade da moto, não tendo sido capaz de enfrentar os rivais na pista, que a cada corrida parecem bem mais fortes do que o time dos três diapasões e seu time satélite SRT. Quartararo ainda lidera o campeonato, mas já declarou que não sente mais a confiança de antes no equipamento, e vê os concorrentes chegarem perto bem rápido, como a Ducati, a Suzuki, e até a KTM. O sonho de disputar o título ainda permanece, mas vai se esvaindo rapidamente conforme a temporada avança, mas o que se vê é que a marca parece não conseguir se desvencilhar dos problemas de seu equipamento, já conhecidos de longa data, em especial da falta de potência no motor, algo que seus pilotos já ficam em dúvida quando será resolvido efetivamente. Desse jeito, vai ser difícil, mesmo sem a concorrência de Marc Márquez na pista...

Equipe Mercedes na F-1: Não dá para comemorar muito quando a Mercedes sofre uma derrota na categoria máxima do automobilismo. A escuderia mostra que não é a mais vitoriosa dos últimos anos a troco de nada, ela sabe como reagir quando sofre um revés, e por vezes, parece voltar até mais forte para dar o troco. Foi o que vimos nas últimas duas provas, onde após sofrer com o desgaste excessivo dos pneus na segunda corrida de Silverstone, e perder a vitória para a Red Bull de Max Verstappen, tratou de estudar o problema, e prevenir-se de não ser surpreendida novamente na corrida da Espanha, onde conseguiu neutralizar o problema, em que pese os compostos terem sido mais duros que os da corrida anterior. Mesmo assim, o time alemão conseguiu não apenas dominar os treinos e a corrida, e só não fez outra dobradinha porque Valtteri Bottas negou fogo no duelo com Verstappen, mas Lewis Hamilton comandou a corrida com incrível calma, poupando seu equipamento para evitar surpresas com seus pneus, acelerando firme apenas quando era preciso mostrar força. Em nenhum momento eles perderam a calma, assim como Hamilton, sabendo estudar o problema que surgiu, de forma a minimizá-lo. Enquanto os rivais não conseguirem abalar a fleuma germânica do time de Brackley, será difícil derrota-los na pista, e olhe que se a Ferrari até teve chances fortes em 2017 e 2018, não vai ser agora este ano que a Mercedes vai perder a calma com uma vitória ocasional dos adversários...

Nico Hulkenberg: O piloto alemão ficou sem carro para disputar esta temporada, e teve uma grande sorte quando foi escolhido para substituir Sérgio Perez na Racing Point nas duas corridas em Silverstone, quando o mexicano foi diagnosticado com Covid-19. Com um bom carro nas mãos, teria a melhor chance de enfim, conseguir um pódio numa corrida de F-1. Mas o destino continuou a ser cruel com Nico, que acabou nem largando na primeira prova em solo inglês, quando seu carro teve um problema pouco antes da largada. E, na segunda corrida, depois de uma excelente classificação, mostrando o piloto talentoso que é, infelizmente o carro não rendeu o que se esperava na corrida, e Hulkenberg ainda teve de fazer uma parada extra nos boxes bem quando estava à frente de Lance Stroll, filho do dono do time. Por mais que digam que seus pneus estavam comprometidos, vai ser duro apagar a sensação de que fizeram isso para o alemão não melindrar Stroll, que teria sido superado por um piloto que nem está disputando o campeonato, e foi chamado de última hora para substituir Perez. Nico continua batalhando para voltar à F-1 em tempo integral no ano que vem, mas as possibilidades andam escassas, ainda mais em se tratando de achar um carro competitivo.



EM BAIXA:

Felipe Massa: A aventura do piloto brasileiro na Formula-E durou apenas duas temporadas. Defendendo a equipe Venturi na categoria dos carros elétricos, Massa teve uma primeira temporada enfrentando dificuldades naturais de adaptação aos novos carros, mas esperava-se que fosse questão de tempo até que Felipe ficasse mais à vontade, e se sentisse apto a buscar resultados mais notáveis, afinal, havia conseguido um pódio justamente na etapa de Mônaco, onde a equipe tem sede, e onde o piloto reside. Mas a nova temporada, e isso antes do advento da pandemia da Covid-19, mostrou um retrocesso nas expectativas de bons resultados, não apenas diante de uma menor competitividade da própria equipe Venturi, mas de Massa, que não apenas continuou penando com os carros, como acabou sendo superado até com maior facilidade pelo companheiro de equipe Edoardo Mortara, que conseguiu pontuar de forma bem mais constante que o brasileiro. Antes mesmo da rodada sêxtupla disputada pela F-E em Berlim, o piloto já havia decidido que não renovaria com a equipe monegasca, o que acabou sendo anunciado durante a última corrida. Com boa parte das vagas em times melhores já negociadas para a próxima temporada, as chances de Felipe obter uma vaga em um time mais competitivo são extremamente reduzidas, o que sugere que o piloto brasileiro está fora da próxima temporada do campeonato de carros monopostos totalmente elétricos. Recebido até com pompa pela direção da F-E de quando anunciou sua participação na competição, Felipe Massa infelizmente não conseguiu empolgar na pista, e quando precisava mostrar melhores resultados, acabou ocorrendo o contrário, de modo que poucos sentirão sua falta na categoria, que a cada ano vai atraindo mais pilotos e a atenção de marcas importantes no meio. Massa sai sem ter deixado uma marca na F-E, ao contrário do que ocorreu com Nelsinho Piquet, que ao menos foi o primeiro campeão do certame, quando surgiu. Pelo currículo e fama que Felipe tinha, merecia melhor sorte, mas nem sempre o automobilismo é justo com seus praticantes...

Valtteri Bottas: O piloto finlandês conseguiu renovar por mais um ano com a Mercedes, e em tese, continuará sendo um dos protagonistas do Mundial de F-1, e candidato natural às vitórias, dispondo do melhor carro da competição ainda em 2021. Mas o prestígio do piloto levou um baque nas últimas duas provas, quando se viu não apenas facilmente superado por Lewis Hamilton, mas também por Max Verstappen, até com certa facilidade, o que o levou a ser superado pelo holandês na classificação do campeonato. Por mais que a Mercedes tenha privilegiado sua harmonia interna, visto que Bottas até agora não foi um oponente regular à altura de Hamilton no time alemão, é notório que ser superado por um piloto rival que guia um carro tecnicamente inferior acaba pegando mal, ainda mais depois de ter o contrato renovado. Ainda há tempo de se reverter essa situação, mas convém que Valtteri o faça logo, se não para disputar o título, ao menos para garantir-se como vice-campeão, algo que já falhou em pelo menos duas oportunidades desde que chegou ao time multicampeão em 2017. Até porque já tem gente de olho na vaga para 2022, George Russel, que a Mercedes vê estar fazendo um bom trabalho com o carro limitado da Williams. Bottas precisa mostrar serviço, até porque o time alemão não pode ficar na dependência apenas de Lewis Hamilton, caso o inglês tenha um momento ruim em algum GP. O finlandês construiu uma boa reputação quando defendia a Williams, mas esta reputação fica cada vez menos valorizada quando Bottas acaba mostrando-se incapaz de obter os mesmos resultados que Lewis, seja o inglês um fenômeno ou não. O dever de Valtteri é estar pronto para ao menos andar na frente dos rivais dos outros times, ainda mais quando seu carro tem performance superior...

Marc Márquez fora da luta pelo título da MotoGP: O que parecia um sonho acabou virando realidade. A “Formiga Atômica”, hexacampeão da classe rainha do motociclismo, não terá como lutar por seu sétimo título este ano. A Honda anunciou que o piloto deverá ficar pelo menos mais dois meses em recuperação, depois de ter que passar por nova operação, após a placa de titânio implantada na primeira cirurgia feita após seu acidente na prova de estréia da temporada 2020, acabar se rompendo. Com cinco provas já disputadas, e nenhum ponto na competição, a Honda se deu conta de que apressar o retorno de sua maior estrela poderia ser bem arriscado, uma vez que Márquez poderia andar ainda mais pressionado para recuperar a desvantagem na pontuação, e com isso, acabar sofrendo um novo acidente, que poderia complicar ainda mais sua situação. E quem conhece o ímpeto competitivo do piloto espanhol sabe que o risco seria tremendamente alto disso ocorrer. Vendo que a recuperação seria difícil, a escuderia japonesa preferiu forçar seu piloto a uma recuperação mais lenta e completa, de modo que quando retornar, provavelmente em novembro, já sem chances de lutar pelo título, Marc se contente apenas em competir sem forçar demais. Apesar de ter se tornado um piloto bem mais consciente e experiente, Márquez ainda poderia exagerar em sua performance, expondo-se a riscos maiores do que os que já corre em condições normais de competição. O piloto até tentou voltar para disputar a segunda corrida do campeonato, em Jerez, mas felizmente viu que não teria condições, e preferiu ficar de fora. Por mais que seja ruim ficar de fora da disputa, é preferível se recuperar devidamente, e retornar em forma total na competição para lutar pelo título no próximo ano. Os riscos de um acidente numa competição de motos são bem maiores do que nunca competição de carros, e um pouco de paciência e prudência nunca são demais. Que Márquez retorne para voltar a dar seus shows quando estiver plenamente recuperado, e não force a barra, podendo sofrer novos tombos que poderiam até comprometer sua carreira...

Equipe Williams muda de dono: E despediu-se o último dos “garagistas” da F-1. Sir Frank Williams e família venderam a equipe que era o último bastião da era dos apaixonados por corridas a resistir na categoria máxima do automobilismo. A escuderia de F-1, uma das mais vitoriosas da história, venceu pela última vez em 2012, e conquistou seu último título em 1997. Apesar de ter tido um retorno aos pódios em 2014, com a nova era híbrida da categoria, não demorou para a escuderia ficar novamente para trás, e ter tido no ano passado a pior temporada de sua história. Ostentando um desempenho pouca coisa melhor este ano, o time já havia sido posto à venda, como forma de garantir sua existência, uma vez que as condições de sua manutenção na F-1 já se tornavam mais complicadas. Adquirida por um fundo de investimentos dos Estados Unidos, a Williams deixa de pertencer à família Williams, mas deve manter o nome, e a sede em Grove na Inglaterra, mas continua existindo, ao menos no curto prazo. Por mais que o novo proprietário diga que irá manter e respeitar a história da equipe, esperemos ao menos que possa ajudar a lhe dar uma existência mais digna do que a dos últimos anos, que faça juz à história que a escuderia possui. Mas ao menos até a próxima temporada, a situação deve ser de resultados bem ruins, já que o time é o único a não ter pontuado ainda este ano, e demonstrando uma performance que até tem alguns lampejos, mas que precisa mais do azar dos adversários para conseguir pontuar do que por si mesma. Uma realidade bem triste para um time que já foi a referência na F-1, e que agora passa a ter apenas o nome de seu fundador. A família Williams deve sair de cena, mas esperamos que o time que construíram consiga continuar existindo, e consiga honrar a memória de seu fundador...

Equipe Ferrari: O time de Maranello vem tendo uma temporada ruim em 2020, e não é apenas por causa do carro pouco competitivo. Na estratégia de corrida e no trato com seus pilotos, o descaso com Sebastian Vettel já começa a ficar até escancarado, especialmente quando o piloto alemão acabou sendo prejudicado na estratégia de corrida e ainda por cima deixado sozinho na pista sem saber o que o time planejava para que ele chegasse ao final da corrida na Espanha. O time italiano parece se esquecer que é um time, e não uma equipe de um piloto só. Ainda que tenha mostrado esforço em trazer um chassi novo para Vettel usar na prova da Catalunha, o clima dentro da escuderia parece ir de mal a pior para com o piloto alemão, que ainda pode estar andando mais lento que Charles LeClerc, mas ainda merece um pouco de respeito pelo que já fez pela escuderia desde 2015. Está na hora do time parar de bater cabeça, e tentar se aprumar, dentro do possível, para encontrar um rumo na temporada, e para a próxima, quando ainda terá que suar o carro atual, e pode sofrer concorrência pesada de outros times, que parecem estar se certando cada vez mais na pista, como a Racing Point, McLaren, Renault, e até a Alpha Tauri. Se os italianos continuarem no ritmo que estão, perigam até cair para a segunda metade do grid, onde Hass, Williams e Alfa Romeu já batalham para ver quem é o menos pior. E é bom lembrar do ditado que diz que “nada está tão ruim que não possa piorar ainda mais...” Melhor as hostes italianas colocarem as barbas de molho se não quiserem ver o que está ruim desandar ainda mais...