quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

HAVOC SERIES - BALANÇO DAS CONFUSÕES NAS PISTAS EM 2015 - PARTE II



            Fechando as postagens de 2015, torno a repetir o balanço das confusões de pista do mundo do esporte a motor neste ano que está se encerrando, trazendo mais vídeos com novas encrencas ocorridas nas diversas competições, ainda que nem todos os acidentes visualizados tenham sido exatamente neste ano de 2015. Neste primeiro vídeo, o foco é nas disputas de dragsters, as famosas provas de arrancadas, onde carros "envenenados" fazem arranques alucinantes numa corrida de poucas centenas de metros. Quando tudo funciona bem, nenhum problema, mas controlar essas potências monstruosas não é tarefa das mais fáceis, e não é difícil perder o controle do veículo, e acabar sofrendo um acidente que pode ir às piores consequências. O vídeo foi postado no You Tube pelo usuário Cars Crashes:



O vídeo seguinte, postado no You Tube pelo usuário En On mostra as competições de bajas, jipes do tipo "gaiola", em pistas off-road. Como poderão ver, para baixo todo santo ajuda, mas para cima, infelizmente, as coisas não são tão fáceis, mas o pessoal não é de desistir tão fácil, e por isso mesmo, capotagens não faltam nestes momentos, quando o pessoal tenta vencer as ribanceiras mais íngremes que aparecem pela frente. Felizmente, o pessoal não se machuca muito, mas de vez em quanto, a parada fica mais séria. Confiram:



Para quem gostou desse último vídeo, aqui tem outro, relacionando alguns dos acidentes sofridos na competição de Formula Off-Road na Noruega este ano. Como podem ver, os paredões que estes caras desafiam são bem difíceis, mas isso não os intimida de seguirem sempre em frente e para o alto. Claro que vontade apenas não basta, e em vários momentos, tudo conspira para fazer pilotos e veículos voltarem à estaca zero, e geralmente com muitos consertos a fazerem em seus carros. Haja adrenalina para virar de cambalhota tantas vezes. O vídeo é do usuário Next Hero, no You Tube:



O vídeo seguinte é do usuário Regne Erhee, e ele postou no You Tube uma compilação de cerca de 20 minutos com acidentes das mais variadas categorias, passando por IRL, Nascar, WRC, GP2, entre outras competições. Tem rolos para todos os gostos, e em alguns casos, a pista parece estreita para tantos competidores, que não conseguem evitar de acertar uns aos outros, com alguns encontros involuntários, dos mais inofensivos aos mais sérios. É pancada para todo lado. Os mecânicos destes caras devem ter adorado tanta confusão, e os sucateiros, mais ainda. Vejam:



Como não poderia deixar de ser, o rali, por ser uma categoria off-road, é uma nas quais mais acontecem acidentes de percurso, com seus competidores mostrando toda sua perícia e destreza ao volante de seus bólidos. Mas, de vez em quando, por vezes até com certa frequência, nem isso os livra de sofrerem acidentes, alguns bem inusitados, e outros até bizarros, enquanto em outras vezes nem capotagens os fazem parar de acelerar fundo e seguirem firmes na competição, mesmo que o carro esteja começando a cair aos pedaços. Vejam este primeiro vídeo, do usuário Monster, no You Tube, com alguns dos acidentes deste ano de 2015 nas competições de rali:



Na mesma toada, segue este vídeo do usuário Luminy13luminy13, com mais alguns acidentes dos ralis disputados neste ano de 2015. E eles mandam ver nos aceleradores:



Finalizando a postagem, eis mais um vídeo compilando os momentos mais escabrosos das competições de rali em 2015, com algumas das maiores furadas, pancadas, e erros de pilotagem cometidos pelos competidores, cortesia do usuário MaxiPixelRallye. E lembre-se, se algum piloto lhe oferecer seu velho carro de competições para venda, é melhor dar uma boa checada para ver se o veículo não passou por algumas destas agruras. Alguns deles não teriam salvação depois de algumas peripécias vistas neste vídeo:


E assim, terminamos o ano de 2015. A gente se vê em 2016, e espero que seja um ano melhor para todos, e com disputas melhores nas diversas modalidades de competição do mundo do esporte a motor. Até lá...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ARQUIVO PISTA & BOX - JULHO DE 1997 - 11.07.1997



            Colocando hoje um de meus antigos textos, trago esta coluna datada de 11 de julho de 1997, onde o assunto discutido era o crescente cerco aos patrocínio de cigarro nas categorias automobilísticas, e minha opinião sobre empresas que fabricam uma droga prejudicial à saúde patrocinar esportes. Bem, o tempo passou, o patrocínio tabagista foi expurgado do mundo das corridas, e estas não acabaram por causa disso. É verdade que hoje em dia o automobilismo passa por uma crise de escassez de patrocinadores, mas é ridículo dizer que isso é culpa de as indústrias tabaqueiras não poderem mais expôr suas marcas nos carros de corrida. O mundo mudou, e para várias empresas que poderiam estar investindo na competição, deixou de ser vantajoso por uma série de outras razões, entre as quais regras bestas e frescuras políticas. Aproveitem o texto, e em breve tem mais...


FORA COM O CIGARRO

            O meio automobilístico vive momentos de certa apreensão nestes últimos dias. O motivo é o atual cerco às indústrias do cigarro, que são os principais patrocinadores de grande parte dos campeonatos do planeta. Não é exagero, pois desconheço categoria automobilística onde não haja sequer um patrocínio de alguma tabaqueira.
            Mas a situação está ficando feia para estas indústrias, pois diversos países estão estabelecendo regras muito rígidas em relação à publicidade do tabaco. Há países onde isso já vigora há muito tempo, como a Inglaterra e a Alemanha, onde é proibido qualquer publicidade de cigarro na TV. Mais recentemente, a França também adotou lei parecida. Agora é a vez da Itália banir a publicidade tabaqueira de sua TV. Até o fim do ano a lei deverá estar em vigor.
            Nos Estados Unidos, a situação não é menos rigorosa. A proibição total da publicidade do cigarro nas TVs americanas deverá vigorar em 1999. Como desgraça pouca é bobagem, o Canadá também estuda a sua lei anti-tabaco. A médio prazo, a situação das indústrias de cigarro tende a ficar crítica no quesito publicidade.
            E é justamente neste quesito que o meio automobilístico vive a ansiedade dos últimos dias. As indústrias tabaqueiras são os maiores patrocinadores de diversos campeonatos, times e pilotos. Na F-1, o investimento feito pelas tabaqueiras mundiais não é inferior a US$ 200 milhões por ano. Todos os times de ponta são bancados principalmente por indústrias do fumo: Williams (Rothmans), McLaren (West), Benetton (Mild Seven), Ferrari (Marlboro), Jordan (Benson & Hedges), e Ligier (Gauloises). Estes times sofrerão um duro golpe se não puderem mais ostentar os logotipos de seus patrocinadores. Só este ano, em 4 corridas as escuderias não poderão ter seus patrocínios de cigarro expostos: França (já realizada), Inglaterra (neste domingo), Alemanha, e o GP de Luxemburgo (a ser disputado em Nurburgring, na Alemanha). Com a entrada em vigor da lei anti-tabaco na Itália, serão 2 provas a mais em 1998 sem poder haver publicidade de cigarro, totalizando 6 corridas de possíveis 18. Isso sem contar o Canadá, o que pode elevar a conta para 7 etapas.
            Nos EUA, a situação pode complicar os campeonatos americanos e os que tem o maior número de suas etapas disputadas em solo estadunidense, como a F-CART e a Indy Lights. Outros campeonatos como a F-Atlantic e a Nascar também irão sofrer um duro golpe se não puderem mais contar com o patrocínio do tabaco.
            No caso da F-CART, diversas equipes tem patrocínios de cigarro, como a Penske (Marlboro), a Tasman (Marlboro), a Green (Kool), a PacWest (Hollywood), entre outras. No caso dos pilotos brasileiros, André Ribeiro, Maurício Gugelmim (F-CART), Hélio Castro Neves e Tony Kanaan (Indy Lights) precisarão correr atrás de novos patrocinadores.
            No meu entender, isso não deverá acarretar problemas insolúveis para as categorias. Basta arranjarem outros patrocinadores. Eu sempre detestei os patrocínios das indústrias do cigarro, pois isso é fazer propaganda de um produto que só faz mal à saúde. O cigarro nada mais é do que uma droga praticamente. A única coisa que a torna diferente das demais é que é uma droga “legalizada”. Do contrário, poderíamos ver até propagandas de cigarro disputando espaço com anúncios de outras drogas como maconha, heroína, crack, etc...
            Sempre achei imoral o patrocínio de eventos esportivos por um produto que faz exatamente o contrário de um dos ideais primários do esporte, que é a saúde física e mental. Demonstrada através da competição entre as pessoas. É fácil dizer que a indústria do cigarro dá empregos em diversos setores, mas prefiro pensar que isso é conseguido às custas da saúde de muita gente, que se envenena diariamente. Muitos têm plena consciência do que fazem, mas não estão nem aí para isso, pois a força do vício por vezes é avassaladora. Triste realidade.
            O automobilismo terá de procurar patrocínios em outras áreas. Bons exemplos de equipes que não dependem de patrocínios de cigarro podem ser encontrados facilmente. Na F-1, basta ver as equipes Sauber e Stewart. Na F-CART, vejam o caso da equipe Ganassi, Patrick, Newmann-Hass, Walker, entre outras. É só uma questão de se adaptar às novas regras.


A F-1 está em Silverstone, onde neste domingo disputa o Grande Prêmio da Inglaterra. Serão 61 voltas no circuito de 5,057 Km, totalizando 308,477 Km de percurso. Ano passado a Williams dominou a classificação com Damon Hill e a corrida com Jacques Villeneuve. Este ano, entretanto, o panorama na equipe Williams é bem diferente. A Ferrari é quem assume o papel de favorita, depois de vencer as últimas corridas, enquanto a Williams terá uma prova na base do vai ou racha: uma nova vitória de Michael Schumacher pode desencadear uma verdadeira crise na escuderia de Frank Williams...


A F-CART disputa no domingo o GP de Cleveland, realizado nas pistas do aeroporto do cidade, o Burke Lakefront Airport. O traçado, de 3,812 Km, tem até 50 metros de largura em vários pontos, facilitando eventuais ultrapassagens. A prova tem 343,128 Km de percurso, divididos em 90 voltas. Como a pista não tem zebras nem guard-rails, e não há praticamente nada além de grama em quase toda a extensão da pista, exceto próximo aos boxes, geralmente os pilotos tendem a ser mais ousados, e abusam um pouco do arrojo neste circuito. Ano passado a vitória foi de Gil de Ferran, que vem subindo de produção nas últimas corridas, terminando sempre no pódio.


Vai mal mesmo a situação da Lola, que já foi a maior fábrica de monopostos do mundo. O fracasso de seu projeto de F-1, adicionado às más performances de seus chassis na F-CART, deixaram um vasto rombo financeiro na companhia. A Lola já teve parte de seu controle acionário leiloado e a fábrica deve ser vendida até o fim do ano, possivelmente para a Reynbard. Eric Broadley, fundador da empresa, foi afastado da direção. Nem a equipe Lótus decaiu tão rápido...


Só para exemplificar o caso da Lola: alguém aí se lembra da March? Pois é...


A Ford estréia em Silverstone a nova especificação 7 do motor Zetec-S em corrida. Tanto Rubens Barrichello quanto Jan Magnussen só esperam conseguir verem a bandeirada de chegada na corrida...


Na tentativa de recuperar o seu GP, o governo de Portugal resolveu adquirir o autódromo do Estoril. O governo português também já se comprometeu a realizar as obras exigidas pela FIA, mas fica na dúvida a possibilidade de o GP ser disputado ainda este ano.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

PISTA & BOX - CRÔNICAS DO MUNDO DA VELOCIDADE - VOLUME 1



            Olá a todos! O ano de 2015 está acabando, e venho novamente lembrar a todos que curtem automobilismo que lancei meu primeiro livro compilando minhas primeiras colunas periódicas sobre automobilismo, cuja publicação começou em 1993, quando passei a atuar como colunista regular, com a coluna PISTA & BOX, que segue firme até hoje, mais de 20 anos depois, primeiro publicada em jornais, e atualmente, também na internet.
            Com o título de PISTA & BOX - CRÔNICAS DO MUNDO DA VELOCIDADE - Volume 1, este primeiro volume compila os textos produzidos por mim de 1993 até o fim de 1995, totalizando 44 colunas, inicialmente publicadas de forma mensal, e depois de forma semanal, já tendo atingido agora em 2015 mais de 1.000 colunas escritas regularmente estes anos todos.
            A edição tem 128 páginas, capa cartão colorida, tamanho A4, e miolo em preto e branco, ao preço de R$ 58,33, disponível para venda no site da Bookess, um sistema de autopublicação que facilita em muito a tarefa de lançar um livro, sem depender das burocracias impostas por muitas editoras do mercado. Infelizmente, os custos de impressão obrigaram a um reajuste no preço do livro, que era anteriormente vendido a R$ 50,00.
            Todas as colunas lançadas neste primeiro volume já foram reproduzidas neste meu blog, o PISTA & BOX (www.pista-e-box.blogspot.com.br), há tempos atrás, nas postagens da seção "Arquivo". O livro contém também textos de introdução para cada um dos anos abrangidos (1993, 1994, e 1995) e, após cada coluna, possui uma pequena sinopse dos acontecimentos mencionados no texto, de forma a colocar o leitor a par do momento em que cada texto foi escrito na época, de modo que quem não tem muita intimidade com o assunto possa se situar melhor sobre os fatos comentados.
            Com meus primeiros textos focados inicialmente mais na Fórmula 1, aos poucos fui diversificando os assuntos e categorias sobre as quais passei a dissertar, de modo que neste primeiro volume do PISTA & BOX, a grande maioria das colunas refere-se quase que exclusivamente sobre a F-1. Hoje, apesar de meu foco principal continuar sendo a categoria máxima do automobilismo, acompanho e escrevo também de outros campeonatos de competição, como a MotoGP, Endurance, Indy Racing League, entre outras competições.
            Para adquirir o meu livro, é só seguir o link abaixo, para ir direto ao site da Bookess. O preço de R$ 58,33, já inclui o frete pelo correio. Para efetuar a compra é preciso fazer cadastro no site, como em qualquer livraria virtual. O livro está disponível apenas no formato impresso, ainda não estando disponível no modo e-book, formato digital que ganha cada vez mais adeptos no mundo inteiro.

http://www.bookess.com/read/21091-pista-box-cronicas-do-mundo-da-velocidade-volume-1/

            A entrega da Bookess é um pouco demorada, portanto, não se espantem com eventuais atrasos. A impressão é de excelente qualidade, feita sob demanda. Basta efetuar a compra que o exemplar é impresso e encaminhado ao comprador. Infelizmente, isso faz com que o custo de cada exemplar seja um pouco mais alto do que o de um livro impresso por editoras, quando são produzidos grande número de exemplares, mas evita a manutenção de estoques desnecessários, cuja manutenção seria cara de ser feita.
            Várias pessoas já adquiriram meu livro, e a grande maioria até agora elogiou não apenas a qualidade de impressão gráfica da edição, mas também os textos presentes na obra, de fácil compreensão até para quem não está familiarizado com todos os pormenores do universo das corridas automobilísticas. Todos os exemplares que eu dispunha em mãos inicialmente foram vendidos rapidamente, surpreendendo a grande aceitação que minha obra teve. O meu livro continua disponível para compra pelo site da Bookess: basta efetuar cadastro no site para poder efetuar a compra do livro. E lembrem-se, o frete é grátis, não havendo custos adicionais na compra de cada exemplar.

            Então, não percam tempo: convido todos que ainda não conhecem minha obra, a conferirem este meu livro, e espero que possam aproveitar para desfrutar de meus primeiros textos, como já o fazem tanto em versão impressa em jornal quanto pelo meu blog. E, aproveitando a ocasião, desejo a todos os leitores um Feliz Natal e um próspero ano de 2016, que espero seja muito melhor do que 2015 em todos os aspectos.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

UM BALANÇO DA F-1 2015 - PARTE II



            Fechando as colunas regulares de automobilismo deste ano, a segunda parte do balanço do que aconteceu no campeonato da Fórmula 1 de 2015 no que tange aos pilotos, complementando o texto da semana passada, mais enfocado nas escuderias. Não há como negar que Lewis Hamilton foi o piloto do ano, com nada menos do que 10 vitórias, que o catapultaram para a liderança entre os pilotos em atividade com mais triunfos na categoria máxima do automobilismo, com 43 vitórias. Lewis só não é o mais vitorioso de fato porque temos um tetracampeão mundial em atividade, Sebastian Vettel, que apesar de ter 42 triunfos, uma a menos do que o inglês, este apenas conquistou o seu tricampeonato, mas é bom que ninguém duvide que, se a Mercedes mantiver o seu grau de domínio atual, Hamilton tem tudo para aumentar o seu currículo de vitórias e títulos, podendo igualar o tetracampeonato de Vettel e ficar ainda mais adiante no número de vitórias. Hamilton foi um piloto extremamente regular este ano, tendo abandonado apenas uma corrida, e cometeu poucos erros durante toda a temporada. Se é verdade que Lewis pareceu um piloto mais centrado e menos errático, é preciso esperar para conferir se ele manterá esse mesmo comportamento frio e decidido quando enfrentar competição mais cerrada. Pelo que se viu nas corridas finais, mesmo com o título já decidido a seu favor, o inglês voltou a dar mostras de se incomodar com o fato de ter sido superado por seu companheiro de equipe. Veremos se Hamilton finalmente evoluiu caso Rosberg lhe dê trabalho de forma decisivo sistematicamente desde o início da competição em 2016 e ele consiga manter o controle de si mesmo.
            Nico Rosberg, claro, terá novamente a tarefa de impedir esse pretenso domínio de Hamilton, e o piloto alemão já deu mostras de que pode fazê-lo, mas vai precisar mostrar em tempo integral a força exibida nas corridas finais deste campeonato, onde voltou a mostrar capacidade de vencer seu companheiro de equipe, o que só logrou fazer em poucas corridas neste ano, tendo ficado à sombra de Lewis na maior parte da competição. Uma terceira derrota consecutiva para Hamilton em 2016 pode sacramentar sua trajetória no time alemão, e ficar marcado como segundo piloto, além do estigma de não conseguir ser campeão com um carro dominador como é o da Mercedes atualmente.
Kimi Raikkonem (ao centro) acabou completamente ofuscado por Sebastian Vettel na temporada 2015 dentro da escuderia Ferrari.
            Sebastian Vettel começou sua vida na Ferrari com o pé direito acelerando fundo. É bem verdade que o alemão teve sorte com a reestruturação que o time italiano passou, depois de uma temporada horrível como foi a de 2014, de modo que muitos já esperavam uma nítida melhora neste ano, mas Vettel conseguiu se enturmar rápido ao time, e conquistar a todos. E uma boa maneira de demonstrar sua performance é a comparação com Kimi Raikkonen, que se não teve um ano exatamente desastroso como o do ano passado, por outro lado também não foi o do seu renascimento no time italiano, tendo feito várias provas abaixo da capacidade que normalmente possui, além de ter tido azar em algumas corridas, acumulando 5 corridas sem pontuar, enquanto Vettel ficou fora dos pontos apenas em uma prova. Kimi ainda teve sorte de a Ferrari lhe dar mais uma chance, renovando seu contrato para 2016, ano que deverá ser o seu último na categoria, pois a grosso modo, o finlandês levou de Vettel uma surra nas mesmas proporções da que tomou de Fernando Alonso em 2014, quando tinha pelo menos a desculpa plausível de não se dar bem com o modelo do ano passado, mais desenvolvido para o gosto do piloto espanhol, o que não foi o caso do monoposto deste ano, projetado por James Allison, o mesmo engenheiro que concebeu os bons carros da Lotus por onde Kimi competiu, e bem, nas temporadas de 2012 e 2013.
            Na Williams, Felipe Massa perdeu a disputa novamente para Valtteri Bottas, mas a diferença diminuiu bastante este ano, a ponto do piloto brasileiro conseguir até se manter à frente de seu companheiro de equipe finlandês em parte do campeonato. Tanto Bottas quanto Massa conseguiram o mesmo número de pódios durante o ano, mas em algumas corridas, Felipe Massa não fez valer o potencial do seu carro, perdendo chance de pontuar com melhor performance frente a outros rivais, chance que não foi desperdiçada por Bottas. Há que se considerar ainda que o finlandês ficou de fora da etapa inicial, na Austrália, e mesmo assim terminou a competição à frente de Massa, e mesmo que o brasileiro não tivesse sido desclassificado em Interlagos por problemas na medição de temperatura de um de seus pneus, ainda assim teria ficado atrás do seu companheiro de equipe. Se levarmos em conta que Bottas é considerado um dos mais talentosos pilotos da nova geração da F-1, e que Massa já não é considerado um piloto excepcional, o resultado obtido este ano não chega a ser exatamente ruim, mas Felipe tinha meios de conseguir resultados um pouco melhores em alguns momentos, e ter igualado a disputa até com Bottas.
            Na Red Bull, a disputa entre Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo terminou equilibrada nos pontos, com pequena vantagem para o russo, mas o piloto australiano foi vítima de maior número de quebras mecânicas durante o ano, boa parte delas relacionada com a problemática usina de potência da Renault, de modo que podemos afirmar que o australiano continuou a andar forte como sempre, conseguindo bons resultados tanto quanto seu carro lhe permitiu obter, conquistando dois pódios no ano, contra apenas um de Daniil, que teve uma cota de abandonos e problemas a serem considerados, onde parte deles se deu por culpa própria, como nos Estados Unidos, onde bateu de forma infantil quando a pista já estava bem mais estável e seca do que no início da competição. Kvyat só conseguiu melhorar seu cartel de resultados passada meia temporada, e com maior número de abandonos enfrentados por Ricciardo, conseguiu equilibrar a disputa na tabela de classificação, e terminar à sua frente. Mesmo assim, não se pode desconsiderar a evolução do piloto russo, que se no início da temporada deu dúvidas à escuderia se sua promoção havia sido prematura, terminou o ano mostrando que conseguiu mostrar-se merecedor de passar ao time principal.
            Na Force India, sua dupla de pilotos viveu altos e baixos durante a temporada, assim como o time, e foi Sérgio Pérez a conseguir os melhores resultados da escuderia durante o ano, tendo inclusive conquistado um pódio para o time, resultado que Nico Hulkenberg infelizmente continua a não ter em seu currículo na categoria. O piloto alemão, no início do ano, pareceu ter ficado na sobra do parceiro mexicano, acumulando abandonos e mais abandonos. Sua vitória em Le Mans, competindo pela Porsche, conferiu-lhe um momento de estrelato na categoria, e sua recuperada autoconfiança lhe proporcionou os melhores resultados do ano a meio da temporada, quando parecia suplantar Sérgio com facilidade. Mas, conforme a temporada chegava ao seu final, os resultados foram escasseando, ao passo que Pérez conseguiu retomar suas melhores performances, fechando o campeonato com uma diferença relativamente folgada sobre Hulkenberg (20 pontos), no que pode ser considerada o seu melhor campeonato na categoria até hoje, exibindo uma maturidade que lhe faltou em sua conturbada passagem pela McLaren há dois anos. Se a Force India lhe entregar um carro mais competitivo em 2016, veremos o que ele conseguirá produzir.
Sérgio Pérez (à frente) disputou sua melhor temporada na F-1, deixando o companheiro Nico Hulkenberg atrás na tabela de pontuação do campeonato.
            Na Lotus, não há muito o que dizer: Romain Grosjean deixou Pastor Maldonado a ver navios, conquistando quase o dobro de pontos do piloto venezuelano, e embora Pastor tenha mostrado sua habitual velocidade, infelizmente voltou a mostrar também sua propensão para acidentes e encrencas, e se nem toda a culpa por estes entreveros possa lhe ser atribuída, é bem verdade que em alguns momentos Maldonado esteve no lugar errado no momento errado, e um pouco mais de cuidado teria sido bem vindo. Com o time em crise financeira, o polpudo patrocínio da PDVSA tornou-se a maior segurança do piloto venezuelano de manter seu posto na categoria, onde deverá permanecer na renascente Renault em 2016, garantindo boa parte do orçamento da escuderia. Quanto a Grosjean, o piloto franco-suíço conseguiu suplantar parte das dificuldades e pontuar com boa regularidade tanto quanto lhe foi permitido, sendo o pódio conquistado pelo 3° lugar em Spa-Francorchamps o ponto alto de sua época em 2015, enquanto seu companheiro nunca foi além da 7ª colocação em 3 oportunidades. A Renault certamente sentirá saudades dele; não sei se poderão dizer o mesmo do venezuelano quando este deixar o time...
            Na Toro Rosso, a nova dupla de pilotos mostrou a que veio, em especial com o jovem Max Verstappen, que impressionou pela velocidade mostrada na pista, e seu ímpeto determinado e arrojado, às vezes até demais, que o levou a um forte acidente em Mônaco, mas que depois de um pouco mais de experiência, conseguiu dosar mais o pé direito no acelerador, deixando de se envolver em confusões, sem perder a velocidade, e mostrando muita personalidade para se tornar um dos grandes nomes da categoria no futuro próximo, se não se perder pelo meio do caminho, como aconteceu com seu pai, Jos Verstappen, há 20 anos atrás. O jovem holandês foi a sensação da temporada, e não fosse a Toro Rosso vítima dos percalços de performance da unidade de força da Renault, certamente teria terminado o ano até em melhor posição, superando Romain Grosjean e Nico Hulkemberg na classificação do campeonato. Com 49 pontos anotados em sua primeira temporada, Max deixou seu companheiro Carlos Sainz Jr. no escanteio do time, onde marcou apenas 18 pontos, menos da metade do jovem Verstappen. O jovem espanhol, contudo, sofreu mais azares mecânicos do que seu parceiro holandês, mas mesmo assim não teria muitas chances de terminar à frente dele. O arrojo e determinação do jovem Max eclipsaram completamente o filho do mito dos ralis Carlos Sainz, que se quiser se destacar em 2016, terá de dar muito duro para bater a sensação holandesa, que já está sendo cobiçado por outros times pelo que demonstrou nesta temporada. Na melhor das hipóteses da Red Bull, Verstappen poderá ser promovido ao time principal em 2017, o que significa que tanto Daniel Ricciardo quanto Daniil Kvyat poderão ficar com suas posições em risco se não justificarem seu salário em 2016. Alguém vai dançar nesta história, só não se sabe ainda quem será.
Max Verstappen surpreendeu pelo arrojo e determinação em sua temporada inicial na F-1.
            Na Sauber, o brasileiro Felipe Nasr fez uma temporada honesta e sólida dentro de suas possibilidades, alcançando bons resultados sempre que as circunstâncias negativas se abatiam sobre os concorrentes. O brasileiro, contudo, teve vários percalços durante todo o ano com problemas de freios que aparentemente se manifestaram apenas em seu carro, e o deixaram em posição menos confiante para conseguir resultados em algumas etapas, onde seu companheiro Marcus Ericsson mostrou grande evolução e desempenho, colocando a posição de Nasr em xeque durante meio do ano, ao conseguir pontuar com um pouco mais de regularidade do que o brasileiro. Mas Felipe Nasr conseguiu terminar a temporada melhor cotado que seu companheiro de equipe, marcou o triplo de pontos do sueco, cometeu poucos erros durante o campeonato, detalhe sempre visto com atenção pelos chefes de equipe e, se o carro da Sauber permitir, quem sabe brigue por melhores posições em 2016, que lhe sirvam de boas referências para buscar lugares mais competitivos em 2017. Mas Ericsson, visto apenas como um piloto mais pagante do que talentoso, mostrou em algumas provas         que possui também qualidades de piloto eficiente e combativo, e poderá engrossar a disputa com seu parceiro brasileiro, dependendo das possibilidades e circunstâncias no próximo ano.
            Na McLaren, Jenson Button conseguiu terminar o ano à frente de Fernando Alonso na classificação, mas o desempenho dos carros de Woking foi tão falho e inconstante que não dá para dizer abertamente que o espanhol foi menos eficiente que seu companheiro de time inglês. Alonso, é verdade, teve alguns chiliques durante o ano, com algumas críticas mais do que justificáveis ao desempenho deficiente do conjunto McLaren/Honda, que surpreendeu negativamente até o pior dos pessimistas, mas levando-se em consideração seu histórico de queixas, o espanhol até que ficou bem quieto durante todo o ano. Tanto Button quanto Alonso viram seus esforços em algumas provas ruírem completamente frente à falta de fiabilidade e performance do carro que conduziram, e Button, mesmo esforçando-se ao máximo no aproveitamento de circunstâncias adversas, não conseguiu capitalizar tudo o que se esperava. Alonso, aliás, ainda perdeu a prova inicial do campeonato, recuperando-se de um estranho e forte acidente na pré-temporada que até hoje está meio mal explicado, e vinha para marcar pontos importantes nos Estados Unidos quando seu carro mais uma vez o deixou na mão. A rigor pode-se dizer que ambos os pilotos da McLaren tiveram um ano perdido em 2015, e a esperança é de que a temporada de 2016 possa oferecer a  ambos a oportunidade de redenção e colocá-los de volta em evidência de forma positiva, e não de chacota e pena a que foram forçados a se submeter neste ano. Uma dupla de campeões mundiais merece melhor sorte.
Num ano de mais baixos de que há memória, Jenson Button conseguiu mais pontos do que Fernando Alonso, mas ambos tiveram um ano para esquecer completamente, esperando por melhores ares em 2016.
            Na Manor, o carro foi pouco competitivo o ano inteiro, de modo que seus pilotos praticamente terminavam sempre em último e penúltimo, raramente conseguindo passar para posições melhores sem que os outros competidores apresentassem problemas de monta. Will Stevens chegou na frente de seus companheiros de equipe na maioria das vezes, tendo essa posição sido revezada com Roberto Mehri e Alexander Rossi, sendo que este último conseguiu ficar mais à frente de Stevens do que Mehri. Mas não dá para avaliar de forma precisa porque o carro da escuderia não oferecia muito que os pilotos pudessem aproveitar, o que incluía confiabilidade, tendo abandonado várias etapas por problemas mecânicos também. Infelizmente, como o time continua precisando de dinheiro, agora mais do que nunca, suas vagas deverão continuar sendo ocupadas por pilotos que tragam dinheiro, quanto mais melhor, e se tiverem talento, isso é bem-vindo. Vejamos quem se mantém ou chega por lá em 2016.
            E assim, chegamos ao final de 2015. O ano teve alguns momentos positivos na F-1, mas foram poucos, frente ao domínio por vezes sonolento de Lewis Hamilton e da equipe Mercedes. Esperemos que 2016 nos mostre um panorama mais animador, e mais competitivo e emocionante. Nos vemos na próxima temporada. Até lá...


A Formula-E chegou a Punta Del Este, no Uruguai, para sua terceira etapa do campeonato 2015/2016, com boas e más notícias. A má notícia é que a equipe de Jarno Trulli, afogada em problemas técnicos e financeiros, pediu arrego e está fora do campeonato da categoria, após perder as etapas de Pequim e Putrajaya. Na primeira, a escuderia do ex-piloto italiano de F-1 se enrolou com problemas de transporte e alfândega chinesas, enquanto na Malásia o time não conseguiu passar pela vistoria técnica regular. Com isso, o campeonato fica com apenas 9 times e 18 pilotos, uma baixa indesejável na competição, ainda mais pelo fato de a F-E estar atraindo interesses de outros grupos e cidades dispostas a sediar etapas da categoria. E a boa notícia é justamente a entrada de mais um grupo na competição: A Jaguar, que competiu na F-1 como equipe oficial de fábrica da Ford no início da década passada, sem conseguir bons resultados, anunciou seu ingresso na categoria dos carros de competição elétricos para a terceira temporada do certame, com previsão de início para outubro do ano que vem. Mais do que recuperar o número de 20 carros regulares no grid, será mais uma montadora a ingressar na competição, que já tem nomes de peso como Renault, Citroen, e Audi. A nova equipe estreará com status de construtora, e terá parceria técnica da Williams, que produz as baterias elétricas dos carros da F-E. A Jaguar anunciou que tem projetos de desenvolvimento de carros elétricos de linha, e seu ingresso na F-E dará impulso ao desenvolvimento deste projeto, visto hoje como o futuro da indústria automobilística, que busca caminhos mais ecológicos e sustentáveis para o futuro.


Lucas Di Grassi defende a liderança do campeonato da F-E em Punta del Este, após sua vitória na etapa de Putrajaya, mas o brasileiro sabe que os carros da equipe e.dams ainda são os favoritos para a classificação e corrida, em razão do excelente desempenho exibido nas etapas iniciais. Lucas joga com a confiabilidade da equipe Audi ABT, e uma boa estratégia de corrida para conseguir equilibrar a disputa, além de tentar ficar longe de eventuais problemas e confusões que possam surgir durante a etapa do Uruguai, assim como fez na Malásia. A prova em Punta Del Este será às 16:30 Horas deste sábado, com transmissão ao vivo pelo canal pago Fox Sports 2. O circuito da cidade uruguaia tem 2,785 Km de extensão, com 20 curvas, e a corrida será disputada em 33 voltas, 2 a mais em relação à etapa do ano passado, que contou com 31 voltas. Além do gerenciamento de energia das baterias, mais potentes em relação ao ano passado, com a distância aumentada em 2 voltas, os pilotos terão também que tomar cuidado com a areia da praia rente à pista que pode deixar o piso escorregadio. No mais, apesar do traçado relativamente curto, a pista é larga o suficiente para permitir boas chances de ultrapassagem, o que deve fomentar boas disputas entre os competidores. Mas o favoritismo da e.dams preocupa os concorrentes: foi na pista de Punta Del Este que Sébastien Buemi venceu pela primeira vez na competição, e se o time do suíço e de Nicolas Prost não enfrentar problemas alheios a seu controle, pode dominar a corrida sem maiores dificuldades. Tudo vai se resumir a vermos se a concorrência conseguirá melhorar o acerto e desenvolvimento de seus carros perante a escuderia francesa. Saberemos a resposta amanhã.
Circuito de Punta Del Este, no Uruguai, que amanhã sediará a terceira etapa do campeonato 2015/2016 da F-E.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

HAVOC SERIES - BALANÇO DAS CONFUSÕES NAS PISTAS EM 2015



            De volta com a sessão de vídeos da Havoc Series, é hora de listar aqui alguns vídeos relacionando as confusões na pista ocorridas durante os campeonatos disputados neste ano. Na primeira compilação, o foco é a F-1, que tirando uma ou outra pancada mais séria, teve um ano até "comportado" em termos de acidentes, com os pilotos batendo seus carros de forma até leve ou mediana, dando um trabalho relativamente menos complicado às suas turmas de mecânicos. E felizmente o vídeo não lista as odiosas mensagens de "incidente entre carro X e Y está sendo investidado..." etc e tal, que tanto vem irritando os torcedores nos últimos tempos. Este primeiro vídeo é do usuário crambno'29 R, postado no You Tube. Deliciem-se principalmente com as rodadas dos pilotos da categoria máxima do automobilismo, em ordem cronológica do campeonato, que mostram que, apesar das críticas aos carros atuais, eles ainda continuam apresentando algumas surpresas na hora de serem domados:


O vídeo seguinte, também do usuário crambno'29 R, no You Tube, enfoca os acidentes ocorridos durante o campeonato da Indy Racing League 2015, a Indycar. Menos "comportada" do que a F-1, a categoria americana teve um ano mais repleto de confusões nas pistas, e esta bela compilação, em ordem cronológica do campeonato da categoria, mostra as diversas rodadas, toques, e demais confusões aprontadas pelos pilotos durante o ano. Um prato cheio para quem gosta de ver os competidores se pegando nas corridas:


E crambno'29 R seguiu em frente, apresentando outro vídeo de compilação das confusões de pista, desta vez enfocando o campeonato inaugural da Fórmula-E, a categoria de competição de monopostos totalmente elétricos, onde pudemos ver os pilotos partindo para o tudo ou nada em algumas provas, e alguns deles se enroscando feio em alguns momentos, exibindo um grau de disputa que estava ficando escasso em alguns outros campeonatos, em especial na F-1, com seu exagero de punições e excessos de "não pode isso, não pode aquilo". Logicamente que a segurança sempre é o objetivo de se evitar maiores acidentes, mas o automobilismo não pode virar também um certame de freiras, onde o menor encosto já significa observação dos comissários e fiscais. Deliciem-se agora com as confusões perpetradas pelos competidores do certame dos carros elétricos, direto do You Tube, em ordem cronológica das provas:


Saindo um pouco das categorias fórmula, vamos direto para a meca dos campeonatos automobilísticos onde acidentes estão sempre na ordem do dia, não voluntariamente, claro, mas pelo fato de ser os rallies uma categoria off-road, onde nunca se consegue ficar firme na pista o tempo todo. Este vídeo do You Tube, postado pelo usuário NE - Rallyvideos, mostra algumas das reviravoltas presenciadas pelos competidores de rally durante a temporada deste ano. Na verdade, este vídeo é apenas um resumo bem singelo das encrencas pelas quais os pilotos passaram durante a temporada das competições off-road, pois na verdade aconteceu tanta coisa, que nem mesmo uma sessão exclusiva dedicada ao rally daria conta de listar todas as confusões em que os pilotos se envolveram pelo caminho, o que penso em fazer em outro momento. Por enquanto, curtam aqui o vídeo, e vejam como estas feras do volante encaram suas estripulias na competição:


De volta aos vídeos postados pelo usuário crambno'29 R no You Tube, este aqui lista as confusões enfrentadas pelos pilotos da V8 Supercars, o campeonato de carros turismo da Austrália, onde os pilotos também não aliviam no acelerador nas disputas, e travam umas divididas bem renhidas na maioria das ocasiões. Enquanto alguns conseguem tirar umas finas incríveis, outros simplesmente vão ralando a lataria de seus carros sem a menor cerimônia, o que dá um trabalho danado para seus mecânicos repararem as bagaças e colarem de volta todos os adesivos dos patrocinadores. Alguns dizem que eles deveriam partir logo para os derbys de demolição, de tanto que batem ou roçam seus carros, mas isso seria um exagero, claro, pois nos derbys todo mundo bate em todo mundo. Fiquem agora com o vídeo das confusões, rodadas e raladas do pessoal da V8 Supercars:


E, com isso, encerro esta sessão do Havoc Series, com algumas das maiores confusões de pista da temporada 2015. Mas nada impede que eu faça um repeteco do tema na semana que vem, pois ainda teve muitas outras confusões na temporada deste ano que mereceriam uma boa olhada. Vejamos o que consigo reunir até lá. Uma boa semana a todos!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

UM BALANÇO DA F-1 2015


Lewis Hamilton chegou ao tricampeonato com o modelo W06 da Mercedes, que foi ainda mais eficiente do que o velho W05 de 2014.

            Findo o campeonato da Fórmula 1 de 2015, podemos concluir que foi um ano em que a Mercedes, mais ainda do que em 2014, dominou amplamente o campeonato. Quem esperava um ano com um pouco mais de disputa teve que tirar o cavalo da chuva logo na etapa inicial, na Austrália, onde os carros prateados fizeram sua primeira dobradinha na temporada. Todo mundo ficou empolgado quando Sebastian Vettel venceu a prova seguinte, na Malásia, dando a impressão de que a Ferrari, depois de um ano complicado em 2014, voltaria a pelo menos incomodar os carros alemães. Infelizmente, foi uma meia verdade: a Ferrari de fato se recuperou exemplarmente do péssimo campeonato do ano passado, mas sua evolução foi insuficiente para fazer frente à Mercedes, que evoluiu o que já era bom no campeonato de 2014 e tratou de corrigir eventuais pontos-fracos que o projeto de seu bólido pudesse ter, na concepção do modelo WO6.
            Assim, não foi surpresa o time germânico fechar o ano com mais um título de construtores, e marcar nada menos do que 703 pontos nesta temporada. Em 2014, foram 701 pontos, mas é preciso considerar que o time obteve pontuação dobrada em Abu Dhabi pela vitória de Lewis Hamilton, artifício que felizmente não foi mais adotado esse ano. Assim, podemos dizer que a Mercedes foi de fato bem mais eficiente nesta temporada. Apenas em uma corrida, Cingapura, seus carros enfrentaram problemas reais de competitividade, com o único abandono de Hamilton em todo o ano, e com Nico Rosberg terminando em 4° lugar. Em termos de vitórias, o panorama de 2015 foi idêntico ao de 2014: foram 16 vitórias da Mercedes, enquanto o restante foi obtido por apenas outro time. Se a Red Bull conseguiu surpreender no ano passado e angariar as vitórias restantes, esse mérito ficou com a Ferrari nesta temporada, com seu renovado modelo SF15T..
            O time de Maranello, aliás, conseguiu exibir uma faceta muito mais relaxada e aberta, ao contrário do clima tenso e sério que apresentava nos últimos anos. Foi uma mudança extremamente positiva para a escuderia, que encontrou o clima de paz e tranquilidade que precisava para reencontrar o seu rumo e foco na competição. E se Vettel conseguiu se aclimatar na escuderia italiana em tempo recorde e fazer todos esquecerem o espanhol Fernando Alonso, Kimi Raikkonem infelizmente não teve a temporada redentora que esperava, o que impediu que o time obtivesse todo o potencial de sua melhora. Ainda assim, o finlandês ganhou uma nova chance, e permanecerá no time em 2016, no que deve ser possivelmente sua última temporada na categoria. Seria muito triste que ele encerrasse sua participação com uma participação apenas mediana. A reorganização diretiva e estrutural do time italiano mostrou seus frutos, e é consenso geral de que só não foram mesmo melhores porque a Mercedes estava mesmo em ponto de bala, e com um Lewis Hamilton dominante como há muito não se via, seria mesmo difícil tirar o título da equipe de Brackley. Por isso, todo mundo encara a Ferrari como a campeã "moral" de 2015. Talvez em 2016 eles consigam de fato destronar a Mercedes, mas neste ano, conseguiram cumprir todos os objetivos propostos, e ir até um pouco além.
            Hamilton, aliás, estava tão relaxado e competitivo este ano que sua primeira derrota pra valer na pista foi na prova da Áustria. Até então, Nico Rosberg havia vencido na Espanha e em Mônaco, mas na pista catalã foi nítido ver que Hamilton procurou não arriscar numa disputa acirrada pela vitória, e contentou-se com o 2° lugar, enquanto em Mônaco, erros tanto do piloto quanto da escuderia jogaram o triunfo na pista monegasca no colo de Rosberg. O alemão estava numa temporada apagada, até que em Zeltweg finalmente venceu com méritos para se impôr frente ao companheiro de equipe como um adversário de fato, sem depender de erros alheios. Infelizmente, o vice-campeão de 2014 só voltaria a mostrar performance similar nas últimas corridas do campeonato, com o título já decidido a favor de Hamilton, que fechara a conquista nos Estados Unidos, na prova que foi considerada a melhor do ano, graças especialmente à chuva que mais uma vez bagunçou as estratégias de equipes e pilotos no piso molhado e seco. Restou a Nico Rosberg, batido por Hamilton pelo segundo ano consecutivo dentro do time alemão, terminar o ano com a moral em alta para tentar novamente a sorte em 2016.
A Williams esperava andar mais próxima da Mercedes, mas se viu atropela por uma renascida Ferrari com Sebastian Vettel ao volante.
            A Williams terminou 2015 com um misto de satisfação e decepção. Se, ao fim de 2014 a escuderia inglesa comemorava sua ressurreição na categoria, com a melhor classificação em mais de uma década, onde só faltou mesmo vencer uma corrida, todos apostavam que neste ano eles teriam mais condições de alcançar novamente esse feito, até porque o time só engrenou mesmo quase a meio do ano, tendo enfrentado vários percalços nas provas iniciais. A satisfação foi ver que a Williams continuou andando bem este ano, mas a decepção foi que não foi além disso, como todos esperavam. O time provou ser incapaz de andar mais próximo das imbatíveis Mercedes, como se planejava, mas esse não foi o problema, e sim ter sido atropelado pela melhora da Ferrari, que contra todas as expectativas, não apenas voltou a vencer corridas, mesmo que ocasionalmente, mas a se mostrar como a mais próxima adversária de Rosberg e Hamilton durante todo o campeonato.
            Pior foi ver a Red Bull, que teve um início de ano desastroso devido aos problemas das unidades de potência da Renault evoluir em performance de forma a colocar até mesmo em perigo a posição do time de Frank, se este já não tivesse garantido grande folga na pontuação do campeonato, o que demonstra que a escuderia não conseguiu resolver todos os problemas de performance do modelo FW37, que mostrou ser particularmente deficiente em pistas travadas e de baixa velocidade, o que denotou uma crucial falta de capacidade de geração de downforce do monoposto. Assim, não foi agradável ver o time sair praticamente zerado nas provas de Mônaco e Hungria. Mas foi também complicado ver o time conseguir render menos este ano em determinadas provas em pistas de alta velocidade, como a Bélgica, onde no ano passado subiram até o pódio. Para 2016, a ordem é renovar a base para o FW38, mostrando que o potencial do FW37 se esgotou antes do que todos imaginavam. Nesse ponto, a Williams ainda deu sorte da Red Bull ter caído de performance pelos problemas de motor enfrentados no ano. Do contrário, manter o 3° lugar na competição teria sido tarefa bem mais árdua.
            Como a Renault conseguiu produzir uma atualização de sua unidade de potência com desempenho inferior à de 2014, ninguém se espantou com a queda de performance da Red Bull, que havia sido a vice-campeã do ano passado. Mas, infelizmente para a competição, a escuderia gastou boa parte de suas energias no primeiro semestre malhando publicamente a parceria francesa, culpando-a por todos os desaires que estava sofrendo, no que virou um dos bate-bocas mais acalorados dos últimos tempos. Passada a saraivada de críticas, a escuderia de Milton Keynes esfriou um pouco os ânimos e começou a trabalhar melhor no desenvolvimento do modelo RB11, que ganhou uma melhoria de andamento notável em várias pistas, mesmo com a unidade deficiente de potência da Renault. Tivessem se concentrado mais em melhorar o seu carro a princípio, poderiam certamente ter fechado o ano com resultados melhores do que os apresentados, e quem sabe, talvez até ter desbancado a Williams da 3ª colocação. A escuderia austríaca também se atrapalhou toda nas negociações de motor para 2016, a ponto de ficar praticamente órfã de motor oficialmente. A truculência de Christian Horner, Helmut Marko, e de Dietrich Mateschitz provocaram o rompimento do contrato com a Renault, válido ainda para o próximo ano, e negativas de acordos por parte de Mercedes e Ferrari, além de verem fechadas portas com a Honda, e assistirem à implosão de um acordo plausível com a Volkswagen, em decorrência de um escândalo de manipulação de dados veiculares por parte da montadora alemã.
            Restou ao time austríaco um acordo em que continuará utilizando as unidades da Renault em 2016, mas arcando com um desenvolvimento autônomo que será coordenado pela Ilmor, com patrocínio da TAG-Heuer, ex-parceira da McLaren. Mas o rescaldo da luta por um motor já garantiu sequelas no desenvolvimento do novo RB12, que segundo algumas informações de bastidores, está bem atrasado, e vai exigir trabalho em tempo integral na fábrica para se recuperar o tempo perdido até o início da pré-temporada de 2016. E pensar que até alguns anos atrás a Red Bull era a escuderia mais arejada e descontraída de todo o grid... O sucesso sem dúvida fez mal ao time, que não soube mais sorrir e competir como fazia antes de começar a vencer na F-1.
            Apesar de estar em sua melhor classificação no mundial de construtores, com a 5ª posição, a Force India marcou menos pontos em 2015 do que em 2014. Foram 136 pontos nesta temporada, frente aos 155 conquistados no ano passado. Mas não se pode negar que, quando estreou finalmente o seu modelo 2015, o chassi VJM-08, somente a meio da temporada, é que a escuderia enfim engrenou na competição, marcando pontos regularmente deste a etapa da Bélgica, e conseguindo até um pódio. Um grande mérito para a escuderia, que praticamente iniciou os testes da pré-temporada com apenas um carro, e sem ser o modelo definitivo desta temporada, devido à falta de recursos, o que comprometeu a primeira metade da temporada. Não fosse este problema, a escuderia de Vijay Mallya certamente poderia ter conseguido melhores resultados. Mesmo assim, o time termina o ano sem folga financeira para 2016, e vai precisar continuar sabendo usar bem seus recursos para manter-se firme no pelotão intermediário.
            A Lotus teve um ano de altos e baixos, e se não foi mais longe, foi pelas indefinições e incertezas que rondaram o futuro do time a partir do meio da temporada para o seu final, quando se tornou público o rompimento da Renault com a Red Bull, e cresceram os rumores de que a fábrica francesa recompraria seu antigo time para voltar a atuar como escuderia oficial. Isso só veio a ser formalizado após o fim da temporada, e enquanto o acordo não saía, as finanças combalidas fizeram o time dar várias reviravoltas dentro e fora da pista, tendo seus integrantes até de comerem de favor no box de outros times, e precisando de alguns favores de Bernie Ecclestone para chegarem a alguns lugares para poderem disputar as corridas. E o time ainda conseguiu pontuar regularmente nas últimas corridas, ainda que de maneira fraca, mas o suficiente para se manterem à frente da Toro Rosso, que exibia desempenho muito melhor, mas também se viu tolhida em vários momentos pelos problemas oriundos do motor Renault. Assistiremos então em 2016 ao retorno da velha equipe Renault, e damos novamente adeus a uma Lotus que nuna foi a original, mas tal como a escuderia de Colin Chapman, desaparece tragada pelas dificuldades financeiras impostas pela realidade econômica da F-1.
            A Toro Rosso recebeu grandes investimentos da Red Bull, e disputou uma temporada que pode ser considerada excelente, e assim como seu time matriz, só não foi mais além pelas dificuldades de performance das unidades de potência da Renault, mas em várias provas conseguiu andar melhor até do que o time principal, mostrando que está pronto para vôos mais altos em 2016, onde manterá sua atual dupla de pilotos, e terá pelo menos as boas unidades de força da Ferrari deste ano, que certamente serão um belo incremento de performance.
            Pelo seu lado, a Sauber teve um ano apenas razoável em 2015, mas positivo se levarmos em conta que a escuderia precisou liquidar várias dívidas contraídas em 2014 pela péssima performance naquela temporada, onde praticamente não conseguiu marcar pontos. Isso comprometeu o desenvolvimento do carro desta temporada, que até começou razoavelmente competitivo, mas que foi perdendo rendimento a cada corrida, conforme a concorrência avançava. O orçamento do time suíço infelizmente continuará apertado no próximo ano, com uma folga apenas um pouco maior do que a deste ano. Mas os tempos vindouros certamente serão mais complicados, uma vez que outros concorrentes deverão passar à sua frente em 2016, com uma McLaren teoricamente mais competitiva, e uma estreante Hass que promete fazer bonito em sua estréia.
            Nem é preciso dizer que a grande decepção do ano é a McLaren, que na retomada de sua parceria com a Honda, teve o pior ano de que há memória desde que passou a ser administrada por Ron Dennis, no início dos anos 1980. Os japoneses superestimaram sua capacidade, e quando viram o tamanho da encrenca, já era tarde para corrigir o rumo, algo que só poderia ser feito para 2016. A unidade de potência nipônica falhou em praticamente todos os seus quesitos, não apresentando nem potência nem confiabilidade. O desempenho foi tão sofrível que nem mesmo foi possível avaliar adequadamente o chassi MP4/30 produzido por Peter Prodromou, mas deu para ver que não foram apenas os japoneses que tiveram expectativas por demais otimistas sobre seu trabalho. O grande mérito da escuderia foi conseguir pôr panos quentes na crise o suficiente para evitar uma tempestade logo em seu primeiro ano da renovada parceria, e garantir uma cooperação e fluxo de trabalho constante para tentar uma recuperação na próxima temporada. McLaren e Honda terão a chance de mostrar o que poderão fazer em 2016, mas se os resultados não aparecerem, a paciência de alguém será realmente colocada à prova, e aí a crise poderá se instalar definitivamente em Woking.
            Com relação à Manor, para um time que estava praticamente morto e enterrado, e que tinha até vendido sua sede, conseguir chegar ao final do ano, mesmo que sempre andando em último, e com um carro que já não era grande coisa, pode ser considerado um grande feito. Pelo menos sempre tentaram andar com dignidade, e sem atrapalhar os demais. Resta saber o que poderão conseguir fazer no próximo ano, além de andarem nas últimas posições.
            E assim foi o panorama das escuderias da F-1 em 2015. Na semana que vem, veremos um pouco mais sobre os pilotos, na última coluna deste ano. Até lá.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

ARQUIVO PISTA & BOX - JULHO DE 1997 - 04.07.1997



            De volta com um de meus antigos textos, este abriu o mês de julho de 1997, e o assunto era a ameaça da Ferrari ao campeonato até então dominado pela equipe Williams naquela temporada. Jacques Villeneuve era o favorito destacado, mas Michael Schumacher, em seu segundo ano de competição pela equipe de Maranello, já mostrava a que tinha vindo e colocava o time italiano de novo na briga pelo título. De quebra, notas rápidas sobre alguns acontecimentos do mundo da velocidade naquela semana. Uma boa leitura para todos...


A AMEAÇA VERMELHA

            A Williams que se cuide! A Ferrari vem aí! Favorita disparada ao título no início da temporada, a escuderia de Frank Williams, quem diria, encontra-se em posição duvidosa ao meio do atual campeonato de Fórmula 1. A ameaça vem muito bem sinalizada na Ferrari, cujos carros são todos vermelhos, cor que tradicionalmente significa perigo. E a ameaça é mais do que evidente, especialmente depois do que se viu em Magny-Cours, onde foi disputado no último domingo o Grande Prêmio da França: Michael Schumacher dominou completamente a corrida desde a classificação para o grid de largada, surpreendendo a Williams e principalmente Jacques Villeneuve, até então o favorito ao título da temporada.
            A Ferrari lançou em Magny-Cours uma revisão aerodinâmica de seu carro, melhorando significativamente o seu desempenho. Os resultados apareceram na corrida, onde Schumacher deu o seu show de sempre, e Eddie Irvinne fez uma competente corrida para chegar ao pódio em 3º lugar, andando a prova inteira praticamente nesta posição. Mais do que a nova configuração aerodinâmica, a Ferrari encontrou também um excelente acerto para o circuito francês. A Williams, por mais que tentasse, não conseguia encontrar o mesmo acerto para seus carros, mas bem que tentou, pois Heinz-Harald Frentzen reagiu no final do treino, alcançando a 2ª posição no grid de largada.
            Frentzen, por sinal, parece finalmente encontrar seu ritmo na Williams. O piloto alemão andou à frente de Villeneuve durante toda a classificação e mostrou raça na corrida, andando sempre atrás de Schumacher e subindo ao pódio. Não ameaçou seu conterrâneo da Ferrari, mas redimiu sua equipe do que prometia ser um fiasco na etapa francesa. Enquanto Frentzen parece acordar de sua hibernação, Jacques Villeneuve parece ter sentido o golpe da reação de Michael Schumacher, que já acumula 2 vitórias consecutivas nas últimas etapas. O piloto canadense cometeu um erro grosseiro pela segunda vez consecutiva: desta vez Jacques rodou na curva que dá acesso à reta dos boxes na última volta do GP francês, na ânsia de tentar ultrapassar Eddie Irvinne, na luta pela 3ª posição. O prejuízo só não foi maior porque o canadense conseguiu voltar à pista e cruzou a linha de chegada um mínimo à frente de Jean Alesi, que terminou na 5ª posição. Como desgraça pouca é bobagem, o filho de Gilles Villeneuve ainda amargou um abandono infantil na penúltima etapa, justamente em seu país, o Canadá, ao rodar e bater seu carro logo no fim da 2ª volta daquela prova, abandonando a corrida. E pensar que o canadense foi considerado muito melhor piloto do que Damon Hill...
            Michael Schumacher mostra sua garra e fibra, e começa a reverter as expectativas da corrida ao título. Tencionando, de início, correr por fora nesta disputa, Schumacher já é o protagonista principal do campeonato. Assim como Ayrton Senna conseguia desequilibrar suas pendengas com Alain Prost e Nigel Mansell. Só para citar exemplos clássicos, em 1974, a Ferrari, então com Niki Lauda e Clay Regazzoni, era a favorita disparada ao título. Mas quem venceu foi Émerson Fittipaldi, da McLaren, que não tinha um carro tão bom quando a Ferrari. Valeu mais a perícia do piloto brasileiro. Em 1983, Nélson Piquet aplicou lição parecida em Alain Prost, da Renault, e René Arnoux, da Ferrari. O brasileiro superou ambos no fim do campeonato e levou o título. O resultado obtido pelo brasileiro foi tão contundente que provocou a demissão de Prost pela direção da Renault.
            Agora a situação é muito similar, mas tem um agravante que o fato de a Ferrari finalmente estar evoluindo e mostrando ter um carro que está praticamente quase ao nível da Williams. Ainda é cedo para afirmar que o carro italiano seja superior ao inglês, mas a Ferrari, ainda com meio campeonato pela frente, parece ter a melhor chance de conquistar o título mundial desde o último campeonato conquistado em 1979 por Jody Schkter.


André Ribeiro deu um basta no chassi Lola que vinha usando no campeonato da F-CART. A equipes Tasman também decidiu mudar de carro e comprou o chassi Reynard usado em testes pela equipe Walker, por 300 mil dólares. Como só pôde comprar um chassi, André diz que terá de tomar muito cuidado para não bater com o carro, já que teria de voltar a usar o chassi Lola, que ficará como carro reserva. A próxima corrida do campeonato é em Cleveland, na semana que vem.


Na F-Indy (IRL), Tony Stewart, da equipe Menard, finalmente desencantou e venceu sua primeira prova na categoria, ao chegar em 1º lugar no GP do Colorado, disputado em Colorado Springs, no autódromo de Pikes Peak International Raceway, de 1 milha de extensão, após as 200 voltas da prova, que teve inúmeros acidentes. Marco Greco largou em 22º e terminou em 13º; Affonso Giaffone Neto largou em 10º e ficou em 9º na bandeirada. Scott Sharp, o pole-position, foi o primeiro a bater no muro, logo após ser dada a largada da corrida. A próxima prova é no dia 26 de julho, em Charlotte.


Na etapa da F-Ford 2000 norte-americana, que foi disputada como preliminar da F-Indy, em Colorado Springs, deu vitória do brasileiro Zaqueu Morioka, a 1ª dele na categoria. Zaqueu é vice-líder do campeonato, com 11 pontos. O líder é Budy Rice, que tem 34 pontos...


Ricardo Zonta venceu a 4ª etapa da F-3000 Internacional, em Nurburgring, na Alemanha. A prova foi interrompida após 4 voltas por causa da forte chuva. Max Wilson ficou em 5º lugar. Zonta ainda foi o pole da corrida e só não está melhor no campeonato porque sua vitória em Silverstone foi cassada devido a irregularidades em seu carro...


Nas 4 Horas de Nurburgring, disputada na semana passada, a equipe AMG acabou deixando Roberto Moreno a pé depois que um dos carros Mercedes da escuderia quebrou. Moreno havia feito a pole-position em conjunto com Bernd Schneider. Com um carro a menos, a AMG remanejou os pilotos, e Moreno ficou sem poder participar. A vitória acabou sendo da AMG, obtida por Schneider, em conjunto com Klaus Ludwig.


Tarso Marques não foi muito longe em seu primeiro GP pela Minardi em 1997. Largando em último, devido a falhas do motor Hart na classificação, Tarso abandonou o GP da França logo à 5ª volta, quando o mesmo motor estourou em seu carro. Os demais brasileiros também não foram longe: Rubens Barrichello abandonou na 36ª volta, enquanto Pedro Paulo Diniz deu adeus à corrida na volta 58...


Nova fofoca nos bastidores em Magny-Cours: Alain Prost, insatisfeito com Shinji Nakano, poderia ter Damon Hill como piloto já no GP da Inglaterra, daqui a 1 semana. Hill, por sua vez, insatisfeito com o desempenho da TWR-Arrows até aqui, seria cedido por Tom Walkinshaw como forma de agradar à Honda e conseguir o fornecimento de seus motores para 1998...