Voltando com alguns de meus antigos textos, esta coluna foi publicada no dia 21 de abril de 2.000, e a exemplo da coluna anterior, ela relacionava os nomes dos times da então F-CART (a F-Indy original) a seus proprietários, mostrando a origem de seus nomes, a exemplo de alguns dos times da F-1. É uma prática comum, que se estende até hoje nas várias categorias do esporte a motor, especialmente com times que não são de fábricas, as quais ostentam, logicamente, os nomes de seus proprietários, as marcas de sua empresa ou conglomerado. Fiquem com o texto, mostrando um pouco desta curiosidade na época, e podem ver como a prática não mudou, mesmo mais de vinte anos depois, usando a atual Indycar de exemplo...
NOMES E CURIOSIDADES – F-CART
Na semana passada, relacionei aqui na coluna os nomes dos times da F-1 e suas correspondências com os nomes de seus fundadores e/ou proprietários. Hoje eu faço um apanhado similar dos times que competem na F-CART, a F-Indy original. E por lá também têm vários times cujos nomes são os de seus donos. Vejam a listagem das escuderias desta temporada...
Começando logicamente pelo time mais poderoso da categoria, a Penske, que tem como fundador ninguém menos do que Roger Penske, um dos homens mais ricos do mundo do automobilismo americano. Roger é proprietário de várias empresas e possui um império empresarial de dar inveja à maioria de seus concorrentes. Seu time já competiu até mesmo na F-1, em meados dos anos 1970, mas sem resultados, preferiu concentrar-se nos Estados Unidos. Na F-CART, obteve sua primeira vitória em 1971, na pista de Pocono, e de lá para cá, sua escuderia já conseguiu 99 vitórias na categoria. Roger também compete na Nascar, onde também possui uma escuderia. Na F-CART, durante mais de uma década, seu time era o único que fabricava seus próprios chassis de competição, enquanto a grande maioria dos outros times comprava chassis prontos de fabricantes como Lola, March, Reynard e Swift. E neste ano, com a competitividade recuperada, a 100ª vitória de seu time pode chegar a qualquer momento, e será pelas mãos de um piloto brasileiro, já que a atual dupla de pilotos da Penske é formada por Gil de Ferran e Hélio Castro Neves.
Um dos times mais poderosos da categoria atualmente, a Ganassi deve seu nome a seu proprietário, Floyd “Chip” Ganassi, que iniciou sua carreira no automobilismo como piloto, mas sofreu um forte acidente em 1984 e resolveu ficar do lado de dentro dos boxes a partir de então. Em 1990, criou a Chip Ganassi Racing, e desde 1996, seu time vem vencendo todos os campeonatos. E este ano, ainda está na briga, embora com menos força do que nos últimos tempos, devido à troca de seu equipamento técnico, pois mudou de chassi e motor.
Outra potência da categoria é a Newmann-Hass, time formado pela parceria entre o ator Paul Newmann, um apaixonado pelo automobilismo, e Carl Hass, que durante muito tempo foi representante oficial da fábrica de chassis Lola nos Estados Unidos. A escuderia vive uma escassez de títulos nos últimos anos, mas está sempre ali na frente disputando as vitórias, e mostrando que é um dos principais times da F-CART.
A Forsythe é outro time muito bem estruturado, cortesia de Gerald Forsythe, outro entusiasta das corridas, que assim como Roger Penske, também possui muitos outros negócios para tocar no dia-a-dia fora das corridas. Há alguns anos atrás, Gerald Forsythe era associado a Barry Green. Contudo, a união se desfez, e cada um seguiu com times independentes., e hoje Barry Green é o proprietário da Team Green Racing, que tem como pilotos nesta temporada o escocês Dario Franchiti e o canadense Paul Tracy.
Um dos times do pelotão intermediário mais bem-estruturados, a Walker é comandada por seu fundador, Derrick Walker, que compete na categoria americana desde 1991, e teve seus melhores momentos com o brasileiro Gil de Ferran como piloto em tempos recentes.
A Patrick Racing é um dos mais antigos e tradicionais times da categoria. Fundada por Pat Patrick nos anos 1970, a escuderia foi campeã em 1989 com o brasileiro Émerson Fittipaldi, no que foi o último ano de importância relevante em termos de resultados para o time. De lá para cá, a Patrick ficou no meio do pelotão, conseguindo uma vitória aqui e ali, mas sem conseguir brilhar em tempo integral e disputar o título.
Quem também tenta reviver seus melhores dias é a Rahal Racing, equipe fundada em 1992 por Bobby Rahal. À época, Rahal já era bicampeão da F-CART, e na sua temporada de estréia como dono de equipe, acabou sendo tricampeão, exibindo uma temporada irrepreensível e dando a entender que teria bons tempos de glória na direção de sua escuderia. Porém, associações equivocadas e escolhas de equipamentos inadequados deixou o time relegado ao pelotão intermediário, praticamente sem conseguir mais vencer como havia feito em seu ano de estréia, e muito menos disputar o título até. Rahal se aposentou como piloto e hoje apenas comanda seu time.
A categoria ainda tem vários times pequenos que ostentam com orgulho o nome de seus proprietários. Mesmo com a paridade de equipamento que é marca da categoria, estes times geralmente possuem resultados modestos, obtendo aqui e ali um resultado mais distinto geralmente em corridas que oferecem mais surpresas. Ocasionalmente chegam até a vencer alguma corrida, mas dificilmente conseguem manter o brilho o tempo inteiro, o que não significa que não possam correr com dignidade. Neste caso estão times como a Bettenhausen, comandada por Gary Bettenhausen. A Della Penna Motorsports é guiada pelo argentino John Della Penna, e costuma penar sempre com maus resultados nas corridas.
Um pouco mais de sorte tem a Mo Numm Racing, time formado recentemente pelo engenheiro inglês Morris Numm, que se notabilizou na última década comandando o corpo técnico da Chip Ganassi. Com sua alta competência, Morris resolveu tentar a sorte como chefe de equipe, e este ano tem o brasileiro Tony Kanaan e o americano Brian Herta como pilotos de seu time. Infelizmente, apesar de não ter problemas financeiros, Morris Numm está aprendendo que gerenciar um time não é tão fácil quanto imaginava. Mas quem conhece o inglês sabe que mais cedo ou mais tarde ele vai começar a acertar suas jogadas, e é com isso que seus pilotos contam.
Outro time de poucas pretensões é a Arciero, time de Frank Arciero, que sempre anda lá pelo fundo dos pelotões. Da mesma maneira, a Dale Coyne é outra escuderia de poucos recursos, mas nem por isso seu proprietário, Dale Coyne, perde as esperanças de uma hora ou outra, encaixar um bom resultado na competição.
Vale lembrar que, até pouco tempo atrás, haviam ainda outros dois times que levavam os nomes de seus fundadores: a Hogan foi uma empreitada do empresário americano Carl G. Hogan, que administra uma das maiores empresas de transportes dos Estados Unidos, a Hogan Trucking. E tínhamos também a Hall Racing, equipe fundada por Jim Hall, e que teve em meados da década o brasileiro Gil de Ferran. Jim Hall resolveu se aposentar, após muitos anos dedicados ao automobilismo. Já Carl Hogan fechou seu time por simplesmente não conseguir patrocínios. Mesmo possuindo um império no ramo de transportes, o time de corridas precisava se manter por si, razão pela qual a escuderia foi fechada por Hogan. Não é apenas na F-1 que times de corridas fecham por falta de recursos. Mesmo na F-CART, apesar de seus custos serem bem mais acessíveis e com equipamentos mais iguais para todos, também existem times que sofrem com falta de patrocínio.
E com isso já dá para termos um visual dos nomes que vários proprietários emprestam a seus times de competição. As demais escuderias presentes na categoria adotam nomes de fantasia, como a PacWest, de propriedade do milionário Bruce McCaw, entre outros exemplos, que também é algo muito comum no automobilismo em geral.
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