sexta-feira, 27 de outubro de 2023

PISTA & BOX: 30 ANOS

         Muitas vezes costumamos dizer que o tempo voa, e em vários momentos, já citei em meus textos regulares que as semanas, meses, e até anos, parecem passar muito mais rápido do que gostaríamos. Quando menos nos damos conta, ele já passou, e nem parece ter demorado tanto. Costumo dizer que ele às vezes voa mais rápido que a velocidade dos carros do mundo do esporte a motor, e quando nos damos conta, eis que um tempo considerável já ficou para trás. Muitas vezes ansiamos por chegar logo a um momento, e quando vemos, ele não apenas chegou como já ficou para trás. Conseguimos fazer o que queríamos? Pudemos aproveitar o tempo adequadamente? Sentimos que perdemos tempo? Nem sempre as respostas são positivas, mas nem sempre conseguimos também fazer bom uso do tempo, mesmo sabendo de tudo o que já passamos, e da experiência que tivemos para tentar não repetir certas situações, e esperar tomar rumos melhores.

         E, nesta última semana deste mês de outubro de 2023, eis que esta série de colunas de automobilismo está comemorando nada menos do que 30 anos de existência. Exatamente: TRÊS DÉCADAS! Desde a primeira coluna, lançada na última semana de outubro de 1993, até os dias de hoje, realmente, quem diria, já se passaram 30 anos, e que hoje chegamos à 1.434ª coluna regular da PISTA & BOX, publicada ininterruptamente durante todo esse tempo, um marco, eu diria, e que talvez me coloque entre os colunistas de automobilismo mais longevos do país, apesar da falta de reconhecimento ou divulgação, algo que nos últimos tempos tem ficado cada vez mais complicado no seu formato tradicional de divulgação e jornalismo como era antigamente.

         No início dos anos 1990, a cobertura jornalística do automobilismo nos periódicos nacionais era grande, se bem que o maior foco era na Fórmula 1, quando chegávamos a ter, nos maiores jornais, coberturas de duas a três páginas do resultado das corridas. E um dos atrativos em voga naqueles tempos eram as colunas assinadas por jornalistas especializados no assunto, que antes eram publicadas por revistas como a Quatro Rodas, ou a Autoesporte. Mas os jornais também embarcaram nessa, trazendo vários deles colunas semanais regulares que eram acompanhadas com atenção pelos fãs do automobilismo nacionais. Eu, que já escrevia alguns textos sobre automobilismo desde 1991 com alguma regularidade, também acabei embarcando nessa, e assim, ao fim de outubro de 1993, saia a primeira edição da minha coluna, a qual dei o nome de Pista & Box, tentando trazer minhas impressões não apenas do que ocorria dentro da pista, mas também fora dela. Eu era apenas mais um naquele meio que já havia proliferado em várias publicações sobre o assunto, da autoria de vários nomes conhecidos no assunto, como Reginaldo Leme, Flavio Gomes, Celso Itiberê, entre outros.

         Naquele ano, a coluna se resumiu a apenas três edições, nos meses de outubro, novembro, e dezembro, com foco exclusivo na F-1. Os anos de 1994 e 1995 foram de publicações mensais em alguns meses, quinzenais em outras. De se destacar que 1994 foi um ano onde o meio automobilístico nacional, e os trabalhos jornalísticos ligados a ele, tiveram um grande impacto com a morte trágica de Ayrton Senna em Ímola, o que impactou o interesse dos torcedores pela F-1, quando perdemos nosso grande campeão, e ficamos relegados a papel secundário na categoria máxima do automobilismo nos anos seguintes. As coberturas diminuíram, mas seguiram firmes, e as colunas de automobilismo também permaneceram. No meu caso, comecei a diversificar um pouco, escrevendo não apenas minhas impressões sobre os acontecimentos da F-1, mas também da então F-Indy, que havia virado o principal foco dos pilotos brasileiros em busca de melhores oportunidades de competição, um cenário desbravado por Émerson Fittipaldi, que fora campeão do certame dos Estados Unidos em 1989, abrindo caminho para outros pilotos nacionais, a exemplo do que fizera no início dos anos 1970 na F-1 para seus compatriotas.

         A partir de 1996, a coluna assumiu sua periodicidade definitiva, semanal, com apenas uma folga no fim do ano e início do ano novo, totalizando uma publicação regular de 50 edições por ano, todas as sextas-feiras, com algumas exceções, quando saia às quintas-feiras. O assunto principal das colunas geralmente sempre era algum acontecimento do momento nos dias anteriores, com alguns tópicos rápidos ao fim de cada texto, dependendo do que havia para ser noticiado ou comentado. E passei a me dividir no acompanhamento tanto da F-1 quando da F-Indy. De lá para cá, testemunhei muita coisa. Houve coisas que mudaram para melhor, mas no geral, a sensação é de que antes havia mais liberdade de competição e menos frescuras e politicagens do que atualmente, em especial na F-1, onde o ambiente parece mais tóxico do que nunca em relação a certos aspectos.

         Na cobertura de assuntos abordados pela coluna, me diversifiquei mais. Além da atenção permanente na F-1, passei a acompanhar também a Indy Racing League, uma vez que a F-Indy havia encerrado seu campeonato. E passei a ver também com mais atenção a MotoGP, e posteriormente, a nova Formula-E, tentando sempre oferecer as melhores análises de cada categoria em seus principais momentos. Nem sempre deu para comentar tudo o que havia para ser dito. O espaço da coluna sempre foi meio limitado, e não foram poucas as vezes em que até recebi algumas críticas pelo texto das colunas começar a ficar meio grande, quando era preciso falar com mais propriedade sobre certos assuntos.

         Por fim, chegou o momento em que os jornais perderam o interesse em publicar minhas colunas. Não fui o único a perder meu espaço na mídia impressa, pois vários outros jornais preferiram encerrar suas publicações do gênero, ao mesmo tempo em que foram diminuindo seus espaços voltados à cobertura do automobilismo, fosse ele internacional, ou mesmo nacional. Uma situação que, de certa forma, se complicou quando ficamos sem um piloto brasileiro na F-1, com a aposentadoria de Felipe Massa, há alguns anos. E embora tivéssemos ainda representantes na Indycar (ex-IRL) e na nova Formula-E, estes campeonatos nunca desfrutaram de grande popularidade entre os fãs nacionais para merecerem uma cobertura decente da mídia impressa, que hoje se resume a pequenas notas nas páginas de esporte, com raras exceções.

         Desse modo, a migração para a internet foi inevitável, e onde eu já colocava uma versão on-line, acabou sendo a versão definitiva, com o blog PISTA & BOX, mesmo nome da coluna, sendo a continuação das colunas que antes eram regularmente publicadas em jornais, e que segue firme até hoje. Felizmente, ainda há alguns jornais que publicam colunas de automobilismo pelo país afora. São poucas, em comparação com o que já tivemos no passado, mas ainda existem, para alegria dos fãs que gostam de ler sobre o mundo do esporte a motor. O público leitor diminuiu, é verdade, mas atualmente é mais seleto, abrangendo aquele fã que gosta mesmo da competição, e que não apenas acompanhava as corridas porque tinha brasileiro vencendo na F-1.

         Já vi muita coisa nestes 30 anos de publicação da coluna. Assuntos tristes, como a morte de pilotos, fosse na F-1, ou em outras categorias. Na F-1, vi a era de domínio de Michael Schumacher, depois a de Sebastian Vettel, a de Lewis Hamilton, e a atual, de Max Verstappen. Os carros passarem pela regra do reabastecimento, as guerras dos pneus, mudanças na pontuação, e o encerramento da era dos motores aspirados, substituídos pelos atuais propulsores híbridos utilizados na competição. O fim da presença de pilotos brasileiros na categoria máxima do automobilismo, a era dos “tilkódromos”, e mais recentemente, o inchaço do calendário, com cada vez mais corridas. O fim dos testes coletivos e das pré-temporadas que de fato mereciam ter tal nome, substituídos por sessões mixurucas de testes onde os pilotos mal andam como podiam andar antigamente. Realmente, foi muita coisa. Algumas até parecem ter acontecido um dia destes, e não décadas atrás, mostrando como nossa noção do tempo que se passou varia, assim como nossa percepção do tempo que está por vir.

         Vi categorias morrerem, como a F-Indy, com quase um século de existência no mundo do desporto automotivo, diante da estúpida briga promovida por um de seus próprios participantes, que resolveu criar seu próprio certame onde ele era o manda-chuva de tudo, numa briga de pirro onde ninguém saiu vencedor. Vi tentativas de categorias de competição serem criadas, mas que não se sustentaram, como a GP Masters, a F-Superleague, entre outras. No Brasil, vários certames desapareceram, vítimas da falta de apoio de fabricantes, mídia, e até dos torcedores, restando poucas categorias que conseguiram resistir às adversidades, e que seguem firmes até hoje, como a Stock Car, com mais de 40 anos de existência, e que se tornou a principal categoria de competição de nosso país. Brigas políticas que nada de positivo trouxeram para o esporte, além de falta de credibilidade e falta de caráter por parte de seus integrantes em muitos aspectos. E também vi o surgimento de novas categorias, como a Formula-E, que apesar de ser discriminada por muitos “fãs” alegando que aquilo não é competição automobilística, segue firme e pronta para completar uma década de existência, possuindo no momento a participação de mais montadoras do que a própria F-1, além de mais carros no grid também.

         Na motovelocidade, vi a era de dois gigantes das competições em duas rodas: Valentino Rossi, que transformou a classe rainha do motociclismo, atraindo inúmeros fãs que nunca se interessaram pelas disputas da categoria; e Marc Márquez, onde ambos acumularam 13 títulos. Márquez vive um momento de baixa atualmente, mas busca se reerguer com um equipamento mais competitivo no próximo ano, tentando provar que ainda é o grande nome do grid. Vi a época de domínio das motos japonesas na competição, Yamaha e Honda, suplantadas agora pelo domínio da Ducati. E olhe que ainda aconteceu muito mais coisas, mas que não tive como acompanhar devidamente.

         O mundo do esporte a motor é vasto. Impossível acompanhar a tudo com a atenção necessária para se emitir avaliações e transmitir informações com a acuridade necessária a um trabalho sério e responsável. E tento sempre me mostrar equilibrado, sem radicalismos ou propagar boatos infundados. É verdade que nem sempre minhas opiniões agradaram, e muitos já chegaram a me criticar de forma até mal-educada e de maneira hipócrita, mostrando não aceitaram opiniões contrárias a seus gostos. Azar o deles. Não sou dono da verdade, mas eles muito menos o são. É da diversidade de opiniões que podemos chegar a consensos, nos concentrando nos pontos positivos de cada vertente. A unanimidade é burra, já ouvi várias vezes. Não há problemas em aceitar outros pontos de vista, desde que apresentados com objetividade e educação. Infelizmente, isso vem se tornando cada vez mais raro, com as vozes discordantes ficando cada vez mais radicais na defesa de seus pontos de vista, muitas vezes desqualificando totalmente quem não comunga das mesmas idéias. Muito triste, e até preocupante. Não precisa ser assim.

         Trinta anos foram completados por esta coluna nesta semana. Se vou ter mais trinta anos pela frente escrevendo meus testos, só o futuro dirá. Espero estar ainda por aqui para continuar acompanhando o mundo das competições do esporte a motor, e continuar a transmitir minhas impressões e avaliações destes acontecimentos para quem ainda se dispuser a acompanha-las. Obrigado a todos os leitores que já tive nestes trinta anos, e espero poder contar com todos pelos próximos trinta anos, como for possível. A todos vocês, obrigado.

 

 

A Fórmula 1 chegou à Cidade do México para a segunda corrida consecutiva de uma trinca em três finais de semana consecutivos. E o palco é o conhecido Autódromo Hermanos Rodriguez, na capital mexicana, que contará com uma forte torcida para Sergio Perez, que continua fortemente pressionado pela Red Bull por melhores resultados, e para garantir o vice-campeonato. O mexicano teve um bom respiro com a desclassificação de Lewis Hamilton na etapa dos Estados Unidos domingo passado em Austin, pois com o 2º lugar o heptacampeão colocaria o mexicano na alça de mira, estando apenas 19 pontos atrás, e não a 39 pontos, como se encontra agora. Mas a torcida mexicana não deve dar mole para a Red Bull, especialmente contra Max Verstappen, e principalmente contra Helmut Marko, que justificou a falta de capacidade de Perez como piloto por ser mexicano, o que pegou muito mal, tendo o dirigente até ter tido que se desculpar publicamente pela fala que foi considerada extremamente discriminatória. Max foi fortemente vaiado em Austin, onde havia muitos torcedores mexicanos, a ponto de o holandês estar circulando até com escolta no México, o que não é algo muito positivo. Mas vamos lembrar que, ao invés de declarar apoio explícito ao mexicano para ajuda-lo a chegar ao vice-campeonato, só vimos cobranças e críticas por parte da direção da escuderia austríaca, principalmente de Marko em relação ao piloto, o que não é a postura mais elogiada que poderiam adotar. Ao menos o fim de semana volta ao seu formato tradicional, depois de duas etapas onde as corridas Sprint em nada agregaram de positivo ao fim de semana de GP. A prova terá largada neste domingo às 17:00 Hrs., com transmissão ao vivo pela TV Bandeirantes.

 

 

Assim como a F-1, a MotoGP também está numa correria de fins de semana consecutivos, depois das provas da Indonésia e da Austrália nos últimos finais de semana, e agora vamos para a Tailândia, onde teremos a corrida Sprint neste sábado a partir das 05:00 Hrs. da manhã, mesmo horário em que teremos a corrida principal no domingo, com transmissão ao vivo pelo Star + e pela ESPN4. E provavelmente teremos mais um round na briga pelo título entre Jorge Martin, da Pramac, e Francesco Bagnaia, da Ducati. O espanhol veio num rompante incrível nas últimas corridas, mas na Indonésia, foi com sede demais ao pote e acabou caindo sozinho quando liderava a corrida, que acabou vencida por Bagnaia, recuperando a liderança do campeonato. E na Austrália, uma estratégia arriscada de pneus causou a derrota do piloto da Pramac, que caiu da liderança ao abrir a última volta para a 5ª colocação, vendo novamente Bagnaia se recuperar para terminar em 2º lugar, e abrir novamente sua vantagem na classificação. Mas ainda temos muito chão pela frente e muitos pontos em jogo, e Martin precisa controlar sua impetuosidade, enquanto Bagnaia tem usado mais a cabeça nas últimas duas provas, retomando o controle da competição. Mas nada está decidido, e certamente veremos um novo embate entre ambos no duelo que está incendiando a reta final da temporada 2023 da classe rainha do motociclismo mundial...

 

 

Mas a Stock Car também entra na pista neste final de semana, mais uma vez no circuito de Velocitta, e com Gabriel Casagrande defendendo a liderança da competição, com Rubens Barrichello ocupando a vice-liderança, e com muita gente vindo atrás prometendo embolar a disputa. As corridas serão disputadas neste domingo, a partir das 12:00 Hrs., e 12:40 Hrs., com transmissão ao vivo pelo SporTV3, pela TV Bandeirantes, e pelo canal de Galvão Bueno no You Tube. E a disputa na pista promete pegar fogo nesta reta final da competição, tendo ainda mais duas provas, em Cascavel, no Paraná, em novembro, e a final em Interlagos, São Paulo, em dezembro.

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – OUTUBRO DE 2023


E já estamos quase encerrando o mês de outubro, se aproximando cada vez mais do fim deste ano de 2023, com o tempo passando a olhos vistos. Então, com mais um mês chegando ao seu final, não percamos tempo, e vamos para mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos diversos e vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade que pudemos vivenciar neste mês, sempre com alguns comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, aproveitem o texto e tenham todos uma boa leitura, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no final do mês de novembro, avançando firme para o último mês de 2023...

 

EM ALTA:

 

Max Verstappen tricampeão da Fórmula 1: Nada mais previsível do que o tricampeonato do piloto holandês, a bordo de uma Red Bull imbatível na atual temporada, mostrando que o momento atual é do time dos energéticos, e de Max, que vem demolindo recordes na categoria máxima do automobilismo, sem dar chances a ninguém. O restante do grid que corra atrás do jeito como puder, porque na toada atual, Max já é favorito novamente ao título na próxima temporada, onde tentará o tetracampeonato, e salvo engano, poderá repetir o feito de Sebastian Vettel na mesma Red Bull entre as temporadas de 2010 e 2013, quando o piloto alemão também faturou o título quatro vezes consecutivas. E não se pode culpa-lo por ser, no momento, o melhor piloto do grid. Os times dos rivais que trabalhem direito e deem a seus pilotos carros capazes de desafiar Verstappen na pista, ou continuarão comendo poeira do holandês, que não pretende dar brecha nenhuma para os concorrentes enquanto puder.

 

Disputa pelo título na MotoGP: George Martin continuou sua escalada implacável rumo à liderança do campeonato da classe rainha do motociclismo, e chegou até mesmo a assumir a liderança após a corrida Sprint da Indonésia, deixando o atual campeão Francesco Bagnaia cair para a segunda colocação. Mas um erro do espanhol da Pramac, e uma atuação de gala do piloto da Ducati levaram “Pecco” de volta para a liderança na corrida de domingo. Já na prova da Austrália, Martin mostrou que não vai desistir da briga, mas novamente, uma estratégia abusada de pneus acabou fazendo o espanhol perder uma corrida que tinha tudo para ganhar, e mais uma vez, foi Bagnaia quem saiu no lucro, voltando a aumentar a vantagem na liderança da competição, que ainda está longe de acabar, com quatro provas para encerrar o campeonato, onde tudo pode acontecer neste duelo entre Martin e Bagnaia, que deve incendiar a luta pelo título da temporada como não se esperava diante do esperado domínio da Ducati. Martin tem sido abusado na disputa, enquanto Bagnaia precisou recuperar o controle depois do acidente sofrido em Barcelona, quando acabou atropelado, e ficou com parte de seu desempenho comprometido. Martin ainda acabou prejudicado por perder uma chance potencial de recuperação quando a corrida Sprint da Austrália acabou cancelada devido às condições do tempo, mas promete vir com tudo nas etapas finais, enquanto “Pecco” precisará mostrar porque é o atual campeão mundial, em uma disputa que promete bastante.

 

Ducati campeã de construtores na MotoGP: E não deu outra também na classe rainha do motociclismo, com a Ducati faturando mais uma vez o título de construtores, mostrando ser a moto do momento, com nada menos que oito competidores no grid pilotando as Desmosédicis, de fábrica e dos times satélites. E sem mencionar que novamente levará o título de pilotos, uma vez que os três primeiros colocados no campeonato usam as motos italianas, e com o duelo entre os dois primeiros colocados levantando o público nas últimas etapas. Uma tremenda diferença se vermos no momento as marcas japonesas Yamaha e Honda ocupando as últimas colocações, sendo completamente subjugadas à dinastia da marca européia, e que deve se manter em 2024, até porque Marc Márquez, o nome mais importante do grid, irá defender o time satélite da Gresini no próximo ano, reforçando ainda mais as forças da marca, até porque as concorrentes mais fortes como KTM e Aprilia se mostram incapazes de frear o poderio italiano, por mais que tentem no momento.

 

Kalle Rovanperä rumo ao bi no WRC: Atual campeão do Mundial de Rally, o finlandês segue firme para conquistar o segundo título na competição, defendendo o time oficial da Toyota. Faltando duas etapas para o fim da temporada 2023, Kalle lidera a competição com vitória em três etapas, com 217 pontos, contra 186 do vice-líder, seu próprio companheiro de equipe, o britânico Elfyn Evans, o único ainda com chances na briga pelo campeonato, já que o terceiro colocado na classificação, o belga Thierry Neuville, da Hyundai, está matematicamente fora da briga, com 155 pontos. Apesar da vantagem, Kalle Rovanperä não pode se descuidar, pois ainda há muitos pontos em jogo, e qualquer problema em uma das duas etapas restantes pode comprometer a disputa do atual campeão, se Evans souber aproveitar a chance, e os rivais não complicarem a situação também. Sorte da Toyota, que vai para seu terceiro título consecutivo no Mundial de Rali, e quarto conquistado na competição, sendo dois deles com Sebastien Ogier, que não disputa mais o campeonato na íntegra, mas que venceu três provas este ano dentre as que participou, e que certamente poderia estar firme na briga, se competisse toda a temporada. Mas o momento é de Rovanperä, e cabe a ele se firmar para garantir o bicampeonato, o que pode ocorrer na próxima etapa, o Rally da Europa Central, a ser disputado na Alemanha, e chegar para o Rally do Japão, em novembro, já como bicampeão na terra natal de sua equipe, a Toyota.

 

Disputa pelo título na Stock Car Brasil: Na principal categoria de competições do esporte a motor nacional, a disputa pelo título da temporada 2023 também promete fortes emoções. Faltando apenas 3 etapas para fechar o ano, Gabriel Casagrande lidera com 249 pontos, apenas 22 à frente de Rubens Barrichello, atual bicampeão, que por sua vez tem Thiago Camilo logo atrás, com 216 pontos. Rafael Suzuki, com 207 pontos, é o 4º colocado, e Ricardo Zonta, o 5º, com 205 pontos. Com 202 pontos, Felipe Fraga é o 6º colocado, e Gianluca Petecof é o 7º, com 201 pontos. Ainda tem muito chão pela frente nas próximas corridas da competição, em Mogi-Guaçu (Velocittá) no dia 29 de outubro; em Cascavel no dia 26 de novembro, em no encerramento dia 17 de dezembro, em São Paulo (Interlagos), e a briga promete ser acirrada entre os ponteiros na classificação. Campeão em 2021, Gabriel Casagrande busca o bicampeonato, enquanto Barrichello persegue o tricampeonato, e Camilo ainda o primeiro título na competição, embora não se possa menosprezar as chances de Suzuki, e até de Zonta. A situação de Fraga e Petecof é mais complicada, mas enquanto houverem chances, eles tentarão se manter firmes na briga, e portanto, devemos ter fortes emoções na pista. Briga é o que não vai faltar, até porque mesmo quem está fora da disputa, mesmo que não matematicamente, quer tentar terminar o ano em alta, e engrossar a disputa pelas vitórias.

 

 

NA MESMA:

 

Brasil presente no grid da Indycar em 2024: Com a aposentadoria de Tony Kanaan, e Hélio Castro Neves disputando somente a Indy500, a próxima temporada do certame de monopostos dos Estados Unidos parecia o encerramento de uma era de pilotos brasileiros presentes no grid de forma mais ou menos regular, mas de forma inesperada, mas bem-vinda, eis que Pietro Fittipaldi acaba de anunciar seu contrato para defender a Rahal/Letterman/Lanigan em tempo integral no próximo ano, garantindo a presença brasileira no grid da competição. E é também uma excelente oportunidade para Pietro, que por mais “valorizado” que fosse na equipe Haas, já era mais do óbvio que o time nunca lhe daria uma chance como titular no grid, haja visto o esforço que fez para repatriar Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg ao grid na F-1, negando uma chance de Pietro mostrar efetivamente do que era capaz, obrigando-o a buscar alternativas em outras categorias para se manter ativo como piloto. A chance no time de Bobby Rahal é a oportunidade de recomeçar a fundo sua carreira, depois de duas passagens breves pela Indycar onde não conseguiu mostrar toda a sua capacidade, diante de azares sofridos na época. Agora depende apenas dele para se manter na competição, tendo à sua mão um carro que, se não é de um time de ponto, é suficiente para mostrar serviço e até tentar uma vitória aqui e ali, se conseguir aproveitar as oportunidades que surgirem, e com isso, garantir a permanência de pilotos brasileiros na Indycar por mais algum tempo.

 

Entrada da Andretti na F-1: Michael Andretti já conseguiu o primeiro passo para adentrar novamente na categoria máxima do automobilismo, com a aprovação da FIA ao seu projeto de equipe de competição, mas agora o buraco ainda permanece, diante da recusa da FOM que se resume basicamente em não quererem dividir lucros com mais um integrante no circo, mostrando toda a pequeneza e mesquinharia que estão embromando o negócio. A F-1 até mandou um contato para a GM, perguntando se eles não teriam interesse em se unir a um time que já está no grid, no que muitos poderiam entender como uma tentativa de “alijar” Michael Andretti de seu intento, já que o apoio da montadora norte-americana, através da Cadillac, é o grande trunfo do ex-piloto para ter um aporte para sua equipe na competição, como fizeram questão de exigir a turma da Liberty Media. Parece que a cada passo vencido por Andretti, eles tentam inventar alguma dificuldade para justificar uma recusa que fica cada vez mais escancarada no egoísmo e egocentrismo da categoria, que tenta se fechar em si mesma, para não deixar ninguém mais entrar, enquanto outros campeonatos se orgulham de terem mais competidores que a F-1, e não terem essa pirraça que os integrantes da categoria máxima do automobilismo estão demonstrando, que vai contra os anais do esporte, onde todos concordam que terem mais equipes no grid é uma vantagem, e não um ônus, e a FIA já fez uma avaliação criteriosa da capacidade da Andretti para tanto, mostrando não ser ela uma “aventureira” como alguns até chegam a mencionar para negar sua entrada. Essa novela ainda vai dar muito rolo, mais por parte da FOM do que de todo o resto, com suas picuinhas financeiras...

 

Quedas na Honda na MotoGP: A situação da Honda na classe rainha do motociclismo continua complicada. A moto não melhora, e Marc Márquez e Joan Mir continuam acumulando quedas nas corridas. A fábrica japonesa até tenta dar uma reação, trocando alguns nomes de seu staff, mas o pior já aconteceu: o hexacampeão rescindiu seu contrato para 2024, e vai defender a Gresini, time satélite da Ducati no próximo ano, onde já corre seu irmão caçula, deixando a escuderia oficial nipônica com um lugar vago a ser preenchido. O protótipo da moto do próximo ano não entusiasmou Marc Márquez, de modo que ele preferiu o desafio de correr por um time menor no próximo ano, e de acordo com Álex Márquez, até podendo se aposentar se a experiência não for bem-sucedida. Joan Mir vem tendo um desempenho irrisório na temporada, apanhando da moto tanto quanto Márquez, cujo resultado é a Honda ocupar a lanterna do campeonato de construtores, uma grande diferença de alguns anos atrás quando a marca era o time a ser batido na competição, graças à “Formiga Atômica”. Mas a soberba da Honda, acreditando que seu principal piloto conseguiria dar conta de tudo, cobrou seu preço, e a competitividade do equipamento caiu a olhos vistos, de modo que nem mesmo seu grande piloto tem conseguido tirar resultados nas últimas corridas, tendo no máximo um brilho momentâneo ou outro. E tem tudo para seguir assim no próximo ano, ou até piorar... Quem vai conseguir salvar a situação?

 

Disputa pela segunda força na F-1 2023: Campeonato de pilotos e construtores conquistados com facilidade pela Red Bull, a pergunta que sobra é quem fica com o vice-campeonato na competição? Mercedes e Ferrari estão na briga, com vantagem para o time alemão graças à maior constância de sua dupla de pilotos, que tem conseguido obter melhores resultados que o time italiano, apesar deste ter sido o único a vencer um GP na temporada além do time dos energéticos. A Aston Martin até poderia se manter na briga, mas o desenvolvimento do carro estancou, e o problema é que o time corre na prática com apenas um piloto, Fernando Alonso, enquanto o outro, Lance Stroll, mostra uma desvantagem de capacidade que impacta negativamente o resultado do conjunto da escuderia. A McLaren, que vem fazendo ótimas corridas recentemente, infelizmente paga o preço de uma primeira metade de temporada catastrófica, e precisa contar com muitos erros e azares de Mercedes e Ferrari para subir mais na pontuação, tendo acabado de deixar a Aston Martin para trás. Não houvesse Red Bull na competição, poderíamos ter um campeonato pra lá de disputado e bem empolgante, mas ainda assim, estamos tendo essa competição na pista, onde cada time vem se revezando como segunda força. Mesmo assim, pela pontuação, a briga fica restrita a Mercedes e Ferrari, e olha que há até a chance de Lewis Hamilton roubar o vice-campeonato de Sergio Perez, se o mexicano não se cuidar, apesar disso ter ficado um pouco mais difícil depois da desclassificação em Austin do inglês. O problema é que muita gente não está nem aí para a briga dos “derrotados” como Ayrton Senna definiria a situação...

 

Viabilidade das corridas Sprint na F-1: As etapas do Qatar e dos Estados Unidos receberam nesta temporada a realização das corridas Sprint nos sábados, e no que dependesse destas provas, as corridas curtas na categoria máxima do automobilismo não trazem nada de realmente positivo ao fim de semana, muito pelo contrário. Nos dois momentos, as provas de sábado em nada agregaram à competição, e nos Estados Unidos, foram até criticadas pela organização do GP como uma das causas pela queda no número de ingressos vendidos. Criadas como uma forma de tentar dar mais emoção e disputa ao fim de semana de alguns GPs, as provas Sprint desde o início são contestadas, e neste ano, tentando minimizar eventuais problemas que elas pudessem causar ao GP principal no domingo, elas passaram a não contar mais para a formação do grid dessa corrida, tendo uma sessão de classificação somente para a corrida curta, o que na prática transformou as atividades de sábado em um evento quase à parte, mas com o adicional de roubar tempo de treino dos times na sexta, já que passou a se ter apenas um treino livre para as equipes fazerem suas preparações para o fim de semana, prejudicadas ainda mais pelas regras de parque fechado. Com raras exceções de provas empolgantes, já se começou a discutir possíveis mudanças no formato para 2024, mas pelo que se ouve até agora, a FIA tem tudo para mais uma vez meter os pés pelas mãos, enquanto no que dependesse das escuderias, isso seria deixado de lado e riscado do mapa, com poucas vozes favoráveis à realização das provas curtas. Uma discussão que certamente ainda vai longe, podem apostar...

 

 

EM BAIXA:

 

Sergio Perez: O piloto mexicano continua pressionado pela Red Bull diante dos resultados aquém do esperado nas últimas corridas, chegando até a dizer que se ele perder o vice-campeonato estaria fora da escuderia em 2024. Sergio precisa mesmo de um momento mais positivo, mas está difícil, pois o time dos energéticos, leia-se Helmut Marko principalmente, ao invés de oferecer mais apoio ao mexicano, ainda mais agora que Verstappen faturou o título, e seria de seu interesse ter Perez como vice-campeão, só aumenta as cobranças, o que não é de todo errado, mas depois de focar apenas no holandês toda a temporada, parece não saber calibrar direito o que deseja de fato. Perez chegou a pedir para usar a configuração antiga do RB19, com a qual iniciou de forma bem mais forte o campeonato, para poder render mais na pista, mas a escuderia negou seu pedido, de forma que só resta mesmo a Sergio tentar ser forte e aguentar o tranco, que pelo histórico do time austríaco, sempre é implacável com todos os seus pilotos, à exceção de Verstappen. E com a performance de Lewis Hamilton nas últimas corridas, com o heptacampeão chegando perto, a hipótese do mexicano perder até o vice-campeonato não é de todo impossível, a menos que ele reaja, o que está difícil de acontecer.

 

Aston Martin na F-1: O time de Silverstone começou a temporada 2023 da F-1 como grande sensação, podendo até vencer corridas, não fosse a supremacia da Red Bull no campeonato, com um renovado Fernando Alonso colecionando pódios, e sendo um dos destaques da temporada. Mas, na hora de evoluir o carro, o time inglês acabou perdendo a mão e a força de antes agora não é mais a mesma, tanto que Alonso já foi superado por Lewis Hamilton na classificação, e a escuderia, franca favorita a ser a segunda força na competição, já foi ultrapassada pela Mercedes, Ferrari, e no GP dos Estados Unidos, por uma renascida McLaren, despencando para a 5ª posição no campeonato, e só se garantindo por aí porque a próxima candidata, a Alpine, está muito lá atrás e sem força para ameaçar. Fora isso, o time ainda teve alguns azares, e em Austin, mesmo com Alonso fazendo uma corrida forte, acabou abandonando com problemas no carro. Ao que parece, copiar os conceitos da Red Bull se tornou um ponto fraco para saber como desenvolver adequadamente o projeto, já que desde a etapa da Áustria o AMR23 vem perdendo competitividade no campeonato. Uma importante lição para a escuderia, a ser levada no projeto do carro de 2024, se quiser realmente se colocar como um time de ponta e forte. Mesmo assim, pode-se dizer que a escuderia ainda está no lucro em 2023, em boa parte graças a Fernando Alonso, que com seu grande talento aproveitou ao máximo o momento de boa competitividade do carro, e agora ainda luta com tudo o que tem para obter melhores resultados, enquanto Lance Stroll só é lembrado mesmo por ser o filho do dono do time, e pouca coisa além disso...

 

Mazelas da FIA na F-1: O Grande Prêmio do Qatar deste ano foi pródigo em situações inusitadas que colocaram a entidade que comanda o automobilismo mundial mais desorientada que cego em tiroteio. Sem ter feito uma inspeção digna do nome em Losail, a entidade acabou surpreendida quando viu que certas zebras colocaram em risco a integridade dos compostos de pneus usados pelos carros, resolvendo alterar o limite de pista ao invés de tentar corrigir as zebras. Mas, mesmo depois, quando viu que os pneus ainda continuavam com danos potencialmente perigosos, resolveu limitar na canetada o número de voltas que cada piloto poderia dar na corrida. O forte calor da prova, que com número de pit stops determinado pela entidade aumentou o ritmo da corrida, desgastou ainda mais os pilotos, que chegaram até a passar mal durante a prova, o que poderia ter causado até um desastre na pista. Novas confusões de punição por violação de limites de pista ocorreram, e a entidade, ao invés de admitir que precisa corrigir essa regra idiota, preferiu ameaçar os autódromos de Losail e Zeltweg, onde o problema foi mais pronunciado neste ano, com a exclusão do calendário, caso não tomem providências a respeito, tirando o corpo fora de sua responsabilidade na aplicação errática e incoerente desta regra, que só tem tirado a torcida do sério. Falta de traquejo, arrogância, e incapacidade de rever procedimentos, e depois ainda se pergunta por que a imagem da entidade anda tão sem credibilidade, o que pode afetar também a imagem da F-1 como competição, a persistirem essas picuinhas que não existiam antigamente e a competição não era prejudicada por sua ausência, ao contrário dos dias atuais. E com a FIA ainda se mostrando teimosa em tomar as atitudes corretas a respeito, isso não vai ter solução adequada tão cedo...

 

Felipe Drugovich: O piloto brasileiro parece que vai amargar ter de ficar como piloto reserva e de testes da Aston Martin no futuro próximo, depois de perder a chance de ser titular na Formula-E, além de ter recusado testes que poderiam ser bons para marcar presença na Indycar no próximo ano. A última cartada, a vaga ainda não confirmada na Williams do segundo piloto para 2024, esbarra num esforço do time inglês em tentar manter até o último momento as chances de Logan Sargent, apesar das várias corridas ruins feitas pelo estadunidense na temporada, e que depois do ponto marcado no GP dos Estados Unidos, parecem ter dado um pouco de fôlego à defesa da permanência do piloto no time de Grove. Mas, é só o primeiro ano de Drugovich na função no time de Silverstone, o que não é exatamente uma perda de tempo. Mas as oportunidades que Felipe pode ter perdido de projetar o seu nome melhor fora da F-1 podem custar novas chances no futuro, e não seria prudente ele esperar demais por uma chance na Aston Martin, como fez Pietro Fittipaldi na Haas. Ele parece ter confiado demais na boa impressão causada nos momentos que teve chance na pista, mas que no final não renderam os convites mais importantes. Que fique mais esperto em 2024 se continuar no banco de reserva do time de Silverstone...

 

Temporada das quedas na MotoGP: a classe rainha do motociclismo segue sendo pródiga em quedas e acidentes de pilotos em 2023, de modo que não tivemos uma corrida sequer sem que o grid tenha sofrido algum desfalque na sua formação original. Como desgraça pouca é bobagem, a própria organização da categoria tem relaxado em seus protocolos de segurança médica com os pilotos acidentados, liberando-os para correr em intervalos que demandariam um pouco mais de tempo para se recuperarem adequadamente, ainda mais por ser uma competição de motos, onde os pilotos ficam muito mais expostos, e onde um acidente pode ter consequências muito mais sérias, ainda mais se o piloto ainda estiver se recuperando de um acidente anterior. Vários pilotos voltaram à competição correndo riscos além da conta normal, tendo sido liberados para tal, e pode-se dizer que tiveram sorte de não se acidentarem novamente, correndo com suas lesões ainda não totalmente recuperadas, como por exemplo Marco Bezzecchi, que havia fraturado uma costela, e até mesmo o campeão Francesco Bagnaia, que tinha sido atropelado em Barcelona, e tendo lutado muito para competir na prova seguinte, mesmo sentindo muitas dores na perna atingida. Se as coisas tivessem dado errado, poderíamos ter muito mais problemas com a integridade física dos pilotos do que o aceitável. Não dá para confiar tanto na sorte, porque uma hora ela pode acabar, e aí o bicho pega, e as cobranças também, e a FIM não pode esperar algo pior acontecer para colocar as coisas em ordem. Tomara que a entidade tome consciência disso e cumpra com seus protocolos da forma correta a garantir a maior segurança a todos neste quesito, do contrário, que não venha reclamar quando algum desastre ocorrer por sua negligência no assunto...