Pois é, o mês de agosto já foi embora, e já estamos no mês de setembro, com alguns campeonatos tendo se encerrado, como a Formula-E, e alguns, como a Indycar, entrando em sua reta final da temporada 2022. Já percorremos mais da metade do primeiro trimestre do segundo semestre de 2022. Mais um pouco, e já chegaremos ao último trimestre do ano, e vamos seguindo adiante, com os campeonatos do mundo do esporte a motor seguindo firmes em suas disputas. E, todo início de mês é hora de mais uma edição da seção Flying Laps, relatando alguns outros acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de agosto, como a Formula-E e a MotoGP, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada um deles. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês...
Terminada a temporada 2022 da Formula-E, as equipes da categoria de carros monopostos 100% elétricos já começam a se preparar firmes para a próxima temporada, que terá a estréia dos novos carros Gen3. E a equipe e.Dams, que neste ano competiu com os pilotos Sébastien Buemi e Maxximilian Gunther, resolveu trocar toda a dupla de pilotos para a nova empreitada, agora sob comando da Nissan, que de parceira, resolveu assumir um papel mais ativo na condução da escuderia. Os novos pilotos serão Norman Nato, que correu as duas últimas provas da temporada deste ano pela Jaguar, substituindo o lesionado Sam Bird; e Sasha Fenestraz, que também substituiu um piloto lesionado na corrida final em Seul, no time da Dragon/Penske, no lugar do italiano Antonio Giovinazzi. Nato volta à categoria de carros elétricos depois de ter sido piloto titular na equipe Venturi na temporada 2021, tendo sido dispensado pela equipe monegasca para a contratação de Lucas Di Grassi. A e.Dams, que já foi campeã da categoria com Buemi anos atrás, decaiu de rendimento nos últimos anos, e quer voltar a disputar as primeiras posições com a nova dupla, e tentando obter um melhor aproveitamento e entendimento com o novo carro de terceira geração adotado pela competição. Vejamos se eles conseguirão seu objetivo.
Quem também retorna ao grid da Formula-E em 2023 é o alemão René Rast. Rast havia sido piloto titular da equipe Audi ABT, até a saída da marca das quatro argolas da categoria ao fim do campeonato do ano passado, e ficou sem lugar para competir nesta temporada. René é o primeiro piloto confirmado pela McLaren, que fará sua estréia na competição na próxima temporada, tendo assumido o time que até este ano era a equipe oficial da Mercedes, que despediu-se da F-E com os títulos de pilotos e de equipes. O outro nome do time ainda não foi definido. Especula-se que possa ser o do sueco Felix Rosenqvist, que defende a McLaren na Indycar atualmente, e que poderia ser realocado de volta à F-E, onde já defendeu a equipe da Mahindra. Felix, entretanto, quer continuar na Indycar, e poderia não aceitar a posição no time. Outro nome que poderia ser especulado, embora com menores possibilidades, seria do espanhol Álex Palou, atualmente na Indycar, defendendo a Ganassi, mas que já anunciou ter contrato para correr pela McLaren no próximo ano, em que pese o time não ter confirmado exatamente em que campeonato ela utilizaria o piloto.
Álex Palou, aliás, poderia “sobrar” para a F-E até, depois dos rolos em que a McLaren se envolveu na contratação de pilotos. O próprio Palou confessou que sua ida para o time inglês visava mais correr na F-1, no lugar de Daniel Ricciardo, quando sua contratação pela escuderia desencadeou uma disputa contratual com seu atual time, a Ganassi. A McLaren acabou tendo confirmada a sua contratação do australiano Oscar Piastri para o lugar de Ricciardo, que foi dispensado do time de F-1, de modo que agora só restaria a Palou defender o time da McLaren na Indycar, que já tem confirmados Alexander Rossi e Patricio O’Ward para 2023, e ainda tem o lugar de Felix Rosenqvist pendente de confirmação. O sueco já disse que não quer voltar à F-E, mas a palavra final é da McLaren, que pode dispensar o piloto para acomodar Palou, cuja situação para o próximo ano ainda está incerta. Um boato não confirmado sugere que a Ganassi poderia liberar Palou, desde que ele não competisse na Indycar no próximo ano, de modo que a McLaren poderia até coloca-lo na F-E, pelo menos em 2023, a fim de facilitar a aquisição do piloto, sem uma possível multa contratual, hipótese que não foi confirmada, mas que poderia ser uma estratégia interessante. Para Palou, que já não tem muito clima para permanecer na Ganassi, depois do rolo que se formou sobre seu destino em 2023, e já sem chances de lutar pelo bicampeonato na competição este ano, poderia ser uma saída menos traumática. De qualquer forma, só deveremos saber oficialmente o desfecho da situação de Palou após o encerramento da temporada da Indycar, que acontecer no próximo domingo, dia 11 de setembro, na pista de Laguna Seca, na Califórnia. Vamos esperar para ver...
A equipe RNF renovará sua dupla de pilotos na temporada 2023 da MotoGP. O time, atualmente equipe satélite da Yamaha, deixará de utilizar as motos da marca dos três diapasões, e usará as motos da Aprilia, que terá então seu primeiro time cliente na classe rainha do motociclismo. Com uma nova parceria técnica, o time terá como dupla titular no próximo ano o português Miguel Oliviera, que deixará o time de fábrica da KTM ao fim da atual temporada, e o espanhol Raúl Fernández, atualmente no time da Tech3, equipe satélite da KTM. Coincidentemente, ambos correm atualmente com motos da marca austríaca, que até tentou um acordo com Oliveira para que ele voltasse à Tech3, o que não foi aceito pelo português, que preferiu buscar outros caminhos, conseguindo vaga na RNF, que insatisfeita com o rendimento das motos da Yamaha, também escolheu fazer uma nova parceria técnica, escolhendo a marca italiana, que vem obtendo bons resultados na atual temporada, especialmente com Aleix Spargaró, que já conseguiu até vencer corrida no ano. O acordo prevê que a RNF contará com as últimas versões do modelo RS-GP 2022, utilizado atualmente pelo time oficial de fábrica este ano, com engenheiros e técnicos, suporte, apoio e atualizações por parte da fábrica italiana durante toda a temporada de 2023.
O lugar de Miguel Oliveira no time oficial da KTM já tem novo dono: é Jack Miller, que atualmente defende o time oficial da Ducati, mas já tinha sido confirmado que não renovaria para 2023 com a marca de Borgo Panigale. A Ducati, aliás, confirmou sua dupla titular para o próximo ano: além de Francesco Bagnaia, que já estava confirmado, a escuderia italiana confirmou a promoção de Enea Bastianini, que este ano defende o time satélite da Gresini. Pesou na avaliação as três vitórias obtidas pelo piloto italiano, que inclusive corre com uma moto defasada em relação ao time de fábrica, e que vinha conseguindo até resultados melhores que a dupla titular da equipe oficial. Por outro lado, Jorge Martin, que era outro piloto avaliado pela Ducati para ser promovido ao time de fábrica, fica onde já está, no time satélite da Pramac, onde continuará fazendo parceria com Johaan Zarco na classe rainha do motociclismo na temporada de 2023. Já o lugar de Bastianini na Gresini ficará com Álex Marquez, que está de saída do time LCR, equipe satélite da Honda, também procurando melhores lugares para competir no próximo ano. A Gresini manterá o italiano Fabio di Giannantonio no time, já que seu contrato termina somente ao fim da próxima temporada.
Entre os times da MotoGP, pelo menos mais dois deles continuarão firmes com suas duplas titulares atuais. A Yamaha manterá Fabio Quartararo e Franco Morbidelli. O atual campeão do mundo tem contrato vigente até o fim de 2024, enquanto Morbidelli está garantido pelo menos até o fim de 2023. Já o outro time com sua dupla atual mantida é a Aprilia, onde tanto Aleix Spargaró e Maverick Viñalez seguem firmes com contratos até o fim de 2024, e com expectativas de competição ainda melhores do que na atual temporada da competição.
A MotoGP também anunciou, duranteo fim de semana do GP da Áustria, que a categoria passará a adotar as “corridas sprint” no estilo da Fórmula 1 na próxima temporada. A surpresa do comunicado foi que o formato será utilizado em todas as provas da temporada, e não apenas em algumas delas, como é feito na categoria máxima do automobilismo. As corridas sprint serão realizadas nos sábados dos GPs, com a metade da distância da corrida principal e, também, valendo metade dos pontos. A MotoGP confirmou que a inclusão do novo formato na próxima temporada não vai aumentar a quantidade de tempo na pista nos fins de semana de corrida, supondo-se que isso deverá fazer com que seja eliminada uma sessão de treinos livres, e possivelmente também a sessão do warm-up dos domingos. Outra diferença para o formato da F-1 é que a sprint race não terá nenhuma influência na formação do grid para a corrida de domingo, sendo que a classificação vai permanecer da mesma forma. Na F-1, a classificação normal é para a corrida sprint, e o resultado dessa é o grid para a corrida de domingo. O assunto divide opiniões, sendo que muitos pilotos classificaram a idéia como estúpida, pelos riscos envolvidos na disputa de mais corridas no fim de semana, além de não terem sido consultados sobre o que achavam da idéia. Obviamente, a direção da Dorna achou a idéia boa, por oferecer mais emoções e disputas aos torcedores nos finais de semana de competição. O Presidente da FIM, Jorge Viega, por sua vez, falou que a MotoGP precisa de mais expectadores e de melhores espetáculos, e que o formato apresentado não irá trazer maior carga de trabalho durante a temporada de competição.
A idéia de importar o formato das
corridas print da F-1 não deixa de ser válido, mas os pilotos questionaram a
maneira como isso está sendo adotado, em praticamente todas as etapas do
calendário da MotoGP, e não apenas em algumas etapas, até mesmo para se avaliar
se a adoção das corridas curtas irá de fato melhorar a competição e o
espetáculo durante o fim de semana de GPs. Se é verdade que em alguns momentos
a corrida sprint ofereceu oportunidades de maior disputa no fim de semana na
F-1, isso não foi regra geral em todas as ocasiões, até porque, com a corrida
que vale de fato sendo a de domingo, os pilotos têm de ter muito mais cautela
na corrida curta, uma vez que um acidente ou problema que possa ocorrer pode
comprometer todo o restante do fim de semana. E estamos falando de corridas de
carros. Aqui é o caso da MotoGP adotar o sistema, e entrando de cabeça na
idéia, antes mesmo de fazer uma experiência para ver como tudo ocorrerá, para
não mencionar que corridas de motos envolvem riscos muito maiores do que as
corridas de carros e/ou monopostos, onde uma saída de pista ou um acidente tem
suas consequências, que podem ser muito mais comprometedoras do que as de uma
prova de veículos de quatro rodas. A idéia de oferecer mais disputa aos
torcedores não é errada, mas é fácil falar quando não é você que está em cima
da moto se arriscando a alta velocidade. No caso, além de resolverem adotar o
formato em todas as corridas, os pilotos, que são aqueles que se arriscam pilotando
as máquinas, não foram informados devidamente de como isso seria implantado, e
daí, compreende-se a reação de vários pilotos, entre eles Fabio Quartararo, nada
menos que o atual campeão da classe rainha do motociclismo, de ficar indignado
com o modo como a idéia foi proposta, classificando-a de “estúpida”. Na
prática, teremos uma corrida e meia no final de semana, já que a prova sprint
terá metade da corrida de domingo, e seu resultado não terá nenhuma influência
sobre aquela, já que o grid de largada continuará sendo o que foi definido no
treino de classificação, que passará a valer para as duas provas. Mas, quem por
acaso sofrer um acidente na corrida sprint poderá ter arruinada sua
participação na corrida de domingo, seja por problemas do equipamento, que poderá
não ser reparado a tempo, o que seria o menor dos males, seja por problemas de
ferimentos de um eventual tombo ou acidente, o que seria muito pior,
especialmente para o piloto. Vamos ver se eles ainda reavaliam a introdução
desse sistema, e chegam a um consenso de melhor implantação para a próxima
temporada...
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