quarta-feira, 2 de junho de 2021

FLYING LAPS – MAIO DE 2021

            E já estamos chegando ao último mês do primeiro semestre de 2021, e o tempo parece realmente voar, mesmo com os percalços da pandemia varrendo o mundo, e virando nossas vidas de cabeça para baixo em muitos aspectos. Mesmo assim, o mundo da velocidade, aos trancos e barrancos, tentam seguir em frente como podem. E todo início de mês é hora de mais uma sessão Flying Laps, reportando alguns acontecimentos do universo do esporte a motor mundial ocorridos neste último mês de maio que acabamos de deixar para trás, com alguns comentários rápidos a respeito. Particularmente, foi um mês complicado para mim em termos pessoaisEntão, uma boa leitura a todos, e espero vocês por aqui na próxima sessão Flying Laps no mês que vem...

 

E Antonio Félix da Costa finalmente desencantou na atual temporada da F-E, ao vencer o ePrix de Mônaco, disputado pela primeira vez no traçado integral utilizado pela F-1, com algumas modificações para a categoria dos carros monopostos elétricos. O atual campeão da categoria largou na pole position, mas travou um duelo interessante com Robin Frijns, da equipe Virgin, pela liderança da corrida, e não teve vida fácil na prova, tendo que administrar também o consumo de bateria, já que o traçado integral do principado nunca havia sido usado antes em uma prova do certame, que havia corrida por lá em uma versão diminuta do traçado. Na ativação do modo ataque, Mith Evans, da Jaguar, conseguiu assumir a liderança da corrida, mas sempre com Da Costa em seus calcanhares. E, na volta final, tendo de controlar o consumo de energia, o neozelandês acabou superado pelo piloto da Techeetah, que assumiu a dianteira com uma ultrapassagem na saída do túnel, para cruzar em primeiro lugar. Praticamente com a bateria no limite, Evans acabou superado também por Frijns, que recebeu a bandeirada de chegada em 2º lugar, cabendo ao piloto da Jaguar ter de se contentar em fechar o pódio, em 3º. Jean-Éric Vergne largou em 4º, e em 4º terminou, o mesmo ocorrendo com Max Guenther, da BMW Andretti, na 5ª posição. Para os brasileiros, foi mais um fim de semana infrutífero: Lucas Di Grassi largou em 17º, e só conseguiu terminar em 10º; e Sergio Sette Câmara largou em 23º para finalizar em 15º, fora da zona de pontos. Entre os azarados na etapa de Mônaco este ano estiveram a dupla da Mercedes, Nicky De Vries e Stoffel Vandoorne, além de René Rast, da Audi; e Pascal Wehrlein, da Porsche, todos vítimas de acidentes durante a corrida, em um traçado que não perdoa erros, pelos guard-rails bem juntos em uma pista estreita, e que como de costume coloca o talento dos pilotos à prova.

 

 

A F-E demonstra otimismo com a possibilidade de receber público nas provas finais da atual temporada. A começar pelo México, onde correrá no circuito de Puebla, já com a expectativa de poder ter expectadores nas arquibancadas, aproveitando que os números da pandemia estão caindo no pais latino-americano da América do Norte. As esperanças são ainda maiores para a rodada dupla de Nova Iorque, nos Estados Unidos, devido à vacinação adiantada no país, que já permitiu público na Indy500, e que provavelmente, terá a mesma oportunidade, ainda que com um público de cerca de um terço do normal. Pelos mesmos motivos, a rodada dupla em Londres também deverá contar com expectadores, uma vez que o Reino Unido também começa a relaxar as restrições diante da vacinação adiantada de seu povo. Fica a dúvida se o mesmo poderá ocorrer na rodada dupla de Berlim, uma vez que a situação da pandemia na Alemanha ainda inspira cuidados, mas como isso será realizado em agosto, é bem provável que a situação melhore até lá, de forma que a presença de público também seja autorizada. Por enquanto, nada está confirmado: as negociações prosseguem, e cada local está tendo sua situação devidamente analisada pelas autoridades locais em conjunto com a organização da F-E. Vamos aguardar para ver o que será decidido...

 

 

A MotoGP teve uma corrida bem agitada na França. A corrida, disputada no traçado Bugati do tradicional circuito francês, começou com tempo seco, mas a meio da corrida, a chuva resolveu dar o ar da graça, e isso bagunçou com a estratégia e as chances de vários pilotos, que se complicaram com o piso úmido, e até com as trocas de motos. E depois, na parte final da corrida, o tempo secou, e foi se formando um trilho seco na pista molhada, o que só ajudou a tornar as disputas mais calorosas. No meio de tudo isso, Jack Miller conseguiu levar a Ducati à sua segunda vitória consecutiva no campeonato, entrando na briga potencial pelo título. O piloto do time italiano ainda superou duas punições de volta longa por exceder o limite de velocidade nos boxes quando fez sua troca de moto, para conseguir chegar ao seu segundo triunfo na temporada. Fabio Quartararo, que havia largado na pole-position, foi outro que acabou sofrendo punição por erro na troca de moto nos boxes, e com isso, acabou perdendo as chances de duelar com Miller pela vitória, tendo de se contentar com o 3º lugar. Johaan Zarco, com a Pramac, time satélite da Ducati, conseguiu fazer uma grande prova para finalizar em 2º lugar, mas sem chances de tentar discutir a liderança com Miller, tendo recebido a bandeirada com quase 4s de desvantagem para o piloto do time oficial da marca italiana, que ainda teve Francesco Bagnaia em 4º lugar. Entre os pilotos que acabaram sucumbindo ao piso molhado esteve a dupla da Suzuki, Alex Rins e Joan Mir, mas eles não foram os únicos a deixar Le Mans com motivos para esquecer a corrida de 2021: Marc Márquez, que deu sorte em fazer uma troca de moto rápida nos boxes, assumiu a liderança da prova, mas pouco depois, acabou caindo sozinho. A “Formiga Atômica” conseguiu retornar à corrida, mas várias voltas depois, acabou sofrendo um novo tombo, e dando adeus definitivo à corrida. A dupla da Aprilia, Aleix Spargaro e Lorenzo Savadori, também ficou pelo caminho, vítima do piso molhado, assim como Miguel Oliveira, da KTM. Na SRT, Valentino Rossi terminou em 11º, enquanto Franco Morbidelli saiu da pista, caiu para as últimas posições, e foi apenas o 16º colocado, último entre os que concluíram a corrida.

 

 

As atividades da MotoGP na etapa da Itália, disputada na pista de Mugello, teve um acontecimento trágico este ano: o piloto Jason Dupasquier, que competia pela equipe PrüstelGP na classe Moto3, faleceu em decorrência dos ferimentos de um grave acidente ocorrido no final do treino de classificação para a categoria de acesso da MotoGP. Dupasquier caiu da moto após perder o controle na curva Arrabbiata 2 do circuito de Mugello, e acabou atingido pelo piloto japonês Ayumu Sasaki, que não conseguiu desviar e acertou Jason, caindo com o impacto. O piloto suíço ficou caído no meio da pista, onde as equipes de socorro chegaram rapidamente, e tentaram estabilizar sua condição. Em estado grave, ele foi transferido diretamente para um hospital em Florença, tendo sofrido um edema cerebral e uma lesão torácica. Infelizmente, Dupasquier não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer na manhã do dia seguinte. Seu time, a PrüstelGP, optou por retirar-se da corrida. Ayumu Sasaki, que decolou após atingir o colega, caiu fora da pista, e apesar de ter ficado bem contundido, não sofreu maiores lesões. Jason Dupasquier estava em sua segunda temporada na Moto3, obtendo resultados bem melhores do que em seu ano de estréia, e lamentavelmente, perdeu a vida aos 19 anos. Vários nomes do esporte a motor se solidarizaram com a perda do jovem piloto. Infelizmente, por mais que se possa melhorar as condições de segurança das competições do esporte a motor, sempre haverá a possibilidade de tudo não ser o suficiente para evitar o pior, e no caso das competições em duas rodas, nas motos, a segurança sempre é algo ainda mais frágil, já que em quedas, a sorte ainda é um fator preponderante para se evitar maiores problemas, uma vez que o piloto fica completamente exposto, e no caso de Dupasquier, ter caído no meio da pista foi um tremendo azar, tendo sido atingido por um colega que não conseguiu desviar, e ainda teve sorte de escapar sem maiores ferimentos. Uma triste lembrança de que o as corridas são um esporte perigoso, e todos os pilotos que competem neste ramo tem de ser respeitados por desafiarem os riscos inerentes ao esporte que escolheram seguir.

 

 

E Fabio Quartararo faturou o GP da Itália, em Mugello, e disparou na classificação do campeonato, assumindo ares de grande favorito, pelo momento, na luta pelo título da classe rainha do motociclismo. O piloto francês da Yamaha largou na pole-position, mas perdeu a ponta para Francesco Bagnaia, da Ducati, que assumiu a ponta. Mas o italiano acabou caindo, e deixou a liderança para Quartararo, que não mais deixaria a posição até a bandeirada de chegada, com uma atuação firme e segura. Um pouco atrás, Miguel Oliveira, utilizando um novo chassi da KTM, renasceu na competição, largando em 7º e terminando em uma sólida 2º posição. Quem também pôs fim a um período de azar foi o atual campeão Joan Mir, da Suzuki, que fechou o pódio, grudado na traseira do português da KTM. A marca austríaca, aliás, espantou o azar dos maus resultados do início da temporada em Mugello, ao obter também o 5º lugar com Brad Binder. Johaan Zarco, com a Pramac, até discutiu posição no pódio, mas perdeu rendimento nas voltas finais, ficando em 4º lugar. Depois de vencer a etapa anterior, na França, Jack Miller foi 6º colocado no circuito da Toscana, seguido por Aleix Spargaro, da Aprilia, em 7º. Maverick Viñalez, que havia largado em 13º, fez uma performance mediana em Mugello, terminando apenas em 8º lugar, bem distante do colega de time vencedor da corrida. Danilo Petrucci foi o 9º, seguido por Valentino Rossi, que teve outra classificação abaixo do esperado, tendo largado em 17º para receber a bandeirada em 10º. E quem também ficou sem ter saudades dessa corrida foi Marc Márquez, que logo nas primeiras voltas acabou caindo, saindo da pista, e dando adeus à prova. Franco Morbidelli precisou desviar rápido para evitar colidir com o piloto da Honda, e também saiu da pista, conseguindo evitar de cair também, mas ficando bem lá para trás, e com suas chances na corrida arruinadas, terminando apenas em 16º. Felizmente, Márquez não se machucou na queda sofrida, a segunda em duas provas consecutivas, mostrando que sua recuperação ainda vai levar algum tempo, e que a sorte de campeão que sempre o acompanhou em alguns momentos parece meio relutante atualmente. O triunfo de Quartararo deixa o piloto da Yamaha na liderança do campeonato com 105 pontos. Johaan Zarco é o vice-líder, com 81 pontos, diferença de 24 pontos, quase o equivalente a uma vitória. Logo atrás do piloto da Pramac, equipe satélite da Ducati, vem o primeiro representante oficial da marca italiana, Bagnaia, com 79 pontos, que certamente lamentou muito a queda na pista da Toscana. Em 4º lugar temos Jack Miller, com a outra Ducati, com 74 pontos, à frente do atual campeão Joan Mir, com 65 pontos. Viñalez é o 6º, com 64 pontos, ficando bem distante do colega Quartararo. Vice-campeão em 2020, Franco Morbidelli é apenas o 9º, com 33 pontos. Valentino Rossi é o 19º, com apenas 15 pontos. Marc Márquez, por sua vez, é o 18º, com 16 pontos. A próxima etapa da MotoGP é a corrida da Catalunha, no dia 6 de junho.

 

 

A etapa da Stock Car Brasil em Interlagos viu o piloto Gabriel Casagrande, da equipe Vogel, vencer a primeira prova do domingo, seguido de Allam Kodhair, da Blau, em 2º lugar, e Bruno Baptista, da RCM fechando o pódio. Já a segunda corrida foi vencida por Antonio Félix da Costa, que se tornou o primeiro estrangeiro a vencer de forma individual uma corrida da Stock, defendendo a equipe RC Eurofarma. A equipe, aliás, fez dobradinha com Daniel Serra em 2º lugar, com Guilherme Salas, da KTF em 3º. A segunda corrida, aliás, foi marcada por um forte acidente protagonizado por Gaetano di Mauro, que tentando superar Serra e Salas na pista, acabou tocando nos adversários e decolando com seu carro, que bateu forte no muro de entrada da reta dos boxes. Felizmente, o piloto não sofreu ferimentos, apesar da violência da batida, tendo sido levado para o hospital por precaução, e já está recuperado para voltar às pistas. Com o resultado da etapa em Interlagos, Daniel Serra ocupa a liderança na classificação da Stock Car, com 68 pontos. Logo atrás, com 65 pontos está Bruno Baptista. Em 3º, temos Átila Abreu, com 63 pontos. A 4ª posição é de César Ramos, com 62 pontos, com Denis Navarro em 5º, com 58 pontos. Gabriel Casagrande é o 6º, com 56 pontos, com Thiago Camilo em 7º, com 47 pontos. A próxima etapa do campeonato é no dia 19 de junho, no circuito de Velocitá, em São Paulo.

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