E já estamos no mês de novembro. O fim de 2020, um ano cheio de percalços e problemas inesperados, devido à pandemia da Covid-19, que parece insistir em complicar tudo ainda por um bom tempo, está chegando ao fim, e com ele, alguns campeonatos também vão chegando às etapas finais, enquanto alguns outros já estão se encerrando. E todo início de mês é hora de mais uma sessão Flying Laps, com tópicos rápidos sobre acontecimentos diversos do mundo da velocidade que não deu para comentar nas colunas semanais regulares do último mês, com foco maior na Formula-E e na MotoGP. Portanto, uma boa leitura a todos, com muito boa saúde, e cuidem-se, uma vez que não podemos nos descuidar com relação à Covid-19, que ainda está causando muitos estragos pelo mundo inteiro, especialmente na Europa, que está vendo os casos aumentarem de modo tenebroso, assim como o número de mortos em alguns lugares. Esperemos por melhores notícias sempre, mas ainda teremos muito tempo de condição complicada pela frente, ao que parece. Mantenhamos a torcida por melhores dias, e até a próxima coluna Flying Laps.
E o ano de 2020 nem acabou, e a temporada de 2021 da Formula-E já sofre alterações em seu calendário, uma vez que a pandemia da Covid-19 ainda está deixando o mundo meio sem rumo, especialmente agora que a Europa está sofrendo a segunda onda de infecções, e deixando vários países com os nervos à flor da pele. No caso do calendário da F-E, que era de fato provisório, já que não tinha como se prever como a situação estaria exatamente, as etapas programadas para a Cidade do México, e em Sanya, na China, foram adiadas. Em contrapartida, a etapa que abriria a temporada 2021, na cidade de Santiago, no Chile, passou a ser uma rodada dupla, que será disputada nos dias 16 e 17 de janeiro. A rodada dupla será disputada sem público, com portões fechados, já que não se tem uma previsão segura de como estará a pandemia no país no início do ano que vem. A Arábia Saudita terá sua rodada dupla nos dias 26 e 27 de fevereiro, e a esperança é ter algum público presente na cidade de Diriyah, na Grande Riad. O mês de março segue em provas, com a competição retornando em 10 de abril, com o ePrix de Roma, seguido pelo ePrix de Paris no dia 24 de abril. No dia 8 de maio, está marcado o ePrix de Mônaco, e de lá a categoria dos carros elétricos parte para Seul, na Coréia do Sul, próxima etapa, no dia 23 de maio. A data do dia 5 de junho permanece em aberto, sem um local definido, com a corrida de Berlim vindo logo a seguir no dia 19 de junho. No dia 10 de julho, está marcado o ePrix de Nova Iorque, e por fim, nos dias 24 e 25 de julho, o ePrix de Londres, em rodada dupla, fechando a temporada. Mas não se descartam novas mudanças no calendário, dependendo da situação da pandemia. As apostas continuam sendo unicamente na confirmação da vacina, que está sendo desenvolvida por várias empresas ao redor do mundo, para se normalizar a situação. Aguardemos para ver...
O belga Jerôme D’Ambrosio perdeu sua vaga na F-E, mas continuará na categoria de carros elétricos na próxima temporada. O piloto decidiu aposentar o capacete, após se ver sem oportunidade de guiar em 2021, e agora assumirá função de chefe-adjunto na equipe Venturi, dando início a uma nova fase profissional. Em seis anos competindo na F-E, D’Ambrosio venceu três provas e subiu ao pódio em nove ocasiões. Jerôme havia disputado a temporada de 2011 da F-1 pela equipe Marussia, sem obter bons resultados diante do fraco desempenho da escuderia. O agora ex-piloto afirma que terá um novo desafio do lado de fora das pistas, e agradece à Venturi pela oportunidade.
A Audi confirmou oficialmente que Lucas Di Grassi e René Rast serão seus pilotos titulares para a temporada 2021 da F-E. O brasileiro está presente no time desde a primeira corrida da categoria, sendo praticamente um dos únicos pilotos a ter participado de todas as provas do certame de carros monopostos totalmente elétricos. Espera-se agora que a Audi melhore seu equipamento para a próxima temporada, já que na última, não conseguiu vencer nenhuma corrida, e pela primeira vez, Di Grassi terminou o ano fora do TOP-3 na classificação, finalizando apenas em 6º lugar, com 77 pontos, tendo como melhores resultados um 2º e um 3º lugares nas corridas da temporada, que teve como campeão o português Antonio Félix da Costa, da Techeetah, com 158 pontos. René Rast vem disputando o campeonato do DTM, mas com a saída da Audi da competição, o seu time na categoria encerrará suas atividades, deixando o francês livre para competir no certame de carros elétricos. Rast substituiu o alemão Daniel Abt a partir das provas em Berlim, devido à polêmica de Abt ter “competido” com um dublê em uma etapa virtual de competição da F-E, o que o levou a ser demitido da escuderia alemã, onde estava presente desde a primeira temporada. Abt acabou participando das provas de Berlim defendendo o time da Nio, que ainda não fechou sua dupla de pilotos para a temporada de 2021.
Não é apenas a Audi que manterá sua dupla para a próxima temporada. Mais três escuderias da F-E optaram pela continuidade de seus atuais pilotos titulares. O time campeão, a Techeetah, continua com o francês Jean-Éric Vergne, bicampeão da categoria, ao lado do atual campeão Antonio Félix da Costa. A Nissan também continua com Sébastien Buemi e Oliver Rowland. A Mercedes também comunicou a manutenção de sua dupla, Stoffel Vandoorne, vice-campeão da última temporada, e Nyck de Vries. Nos demais times, haverá mudanças em alguns nomes. Na Venturi, Edoardo Mortara terá Norman Nato como novo companheiro de equipe, em substituição ao brasileiro Felipe Massa, que havia anunciado em Berlim seu desligamento do time. A Jaguar continua com Mith Evans, e agora terá Sam Bird como novo colega de time. Na Virgin, Robin Frijns correrá ao lado de Nick Cassidy. Na Andretti, Maximilian Gunther ainda não teve divulgado seu novo colega de time, em substituição a Alexander Sims, que defenderá a Mahindra em 2021. Entre os nomes que podem entrar na disputa por vagas nos times que ainda não definiram seus pilotos está a atual dupla da equipe Hass na F-1, Kevin Magnussen e Romain Grosjean, que já admitiram a possibilidade de correr na categoria, depois que foram comunicados pela escuderia de F-1 que não estarão no time para o próximo ano. Os dois pilotos também cogitam buscar vagas na Indycar, e estão verificando as possibilidades de competição para o próximo ano.
O campeonato da MotoGP em 2020 vai colecionando vencedores diferentes. Desta vez, foi Danilo Petrucci que recebeu a bandeirada de chegada na frente no GP da França, disputado no traçado Bugatti da pista de Le Mans, que teve uma corrida para lá de atribulada, graças à chuva que caiu um pouco antes da largada, que embaralhou as estratégias dos competidores. Enquanto alguns pilotos deram azar com o piso molhado, entre eles Valentino Rossi, que acabou caindo e abandonou pela 3ª vez consecutiva uma corrida neste ano. Em compensação, Alex Márquez fez uma prova para calar os críticos, escalando o pelotão, e chegando a disputar a vitória com Petrucci nas voltas finais. O irmão mais novo do hexacampeão Marc Márquez levou a Honda de volta ao pódio, e começa a mostrar que, se não é um gênio como seu irmão mais velho, está longe de ser ruim como os resultados vinham demonstrando na temporada. Pol Spargaró fechou o pódio, em mais um bom resultado para a KTM, enquanto Andrea Dovizioso foi o 4º colocado, ainda mantendo esperanças na luta pelo título. Quem não se entendeu direito com o piso molhado também foi Fabio Quartararo, que da pole-position, foi caindo para trás, e teve trabalho para conseguir finalizar em 9º lugar, imediatamente à frente de Maverick Viñalez, que também perdeu posições na pista úmida. Franco Morbidelli foi outro que acabou no chão, em um dia onde os pilotos da Yamaha não tiveram muito o que comemorar.
Mas, se teve um piloto que ficou praticamente zerado neste mês de outubro, foi Valentino Rossi. O “Doutor” caiu da moto na etapa da França, e alguns dias depois, acabou apresentando resultado positivo para o teste de Covid-19, tendo de ficar em isolamento, e com isso, perdendo a chance de disputar a rodada dupla na pista de Aragón, na Espanha, nos dias 16 e 23 de outubro. A Yamaha acabou correndo estas duas etapas apenas com Maverick Viñalez, e não cogitou substituir o italiano. Jorge Lorenzo, que ocupa a função de piloto de testes do time dos três diapasões, acabou não sendo convocado para correr nas provas devido a estar sem pilotar desde o teste da pré-temporada, pelo que o time alegou que o espanhol não teria ritmo de corrida para fazer apresentar um desempenho competitivo como a escuderia gostaria de ter. Recuperado, Valentino deveria disputar a etapa do GP da Europa, antepenúltima prova do campeonato, no próximo dia 6 de novembro, no circuito Ricardo Tormo, em Valência, que também sediará no dia 13 de novembro o GP da Comunidade Valenciana, mas até o fechamento deste texto, o teste de Covid de “Doutor” ainda estava dando positivo para o vírus, o que colocava sua participação em dúvida. E também preocupa o aumento dos casos de Covid-19 na Espanha, que já ultrapassou a marca de um milhão de casos, motivando o governo espanhol a adotar novas medidas restritivas, com o objetivo de deter a escalada dos novos casos e mortes que vem ocorrendo nos últimos dias.
Líder do campeonato da MotoGP, Fabio Quartararo, da equipe SRT, teve uma rodada dupla para esquecer no circuito de Aragón, na Espanha. O piloto largou na pole-position na primeira corrida, mas conforme a prova se desenvolvia, o piloto ia ficando mais e mais para trás, vítima da escolha equivocada de compostos de sua moto, acabando por terminar a prova em um distante 18º lugar, fora da zona de pontuação. E a vitória da corrida foi de outro piloto que ainda não tinha vencido na temporada, Alex Rins, da Suzuki, que teve um duelo mais do que renhido com Alex Márquez, que mais uma vez fez uma corrida espetacular, agora no piso seco, sem circunstâncias anormais, para terminar novamente em 2º lugar, e por pouco não obtendo sua primeira vitória na classe rainha do motociclismo. Mas para azar de Quartararo, Joan Mir fechou o pódio em 3º, e com isso assumiu a liderança do campeonato, no qual vinha chegando pouco a pouco nos primeiros colocados, sem despertar muito a atenção, mas demonstrando uma constância e regularidade que estava faltando nos líderes da pontuação. Um exemplo é de Andrea Dovizioso, que era considerado potencialmente o adversário mais perigoso, mas que terminou a corrida num modesto 7º lugar, sem conseguir diminuir tanto sua desvantagem para Quartararo. Maverick Viñalez, outro que tenta se colocar firme na luta pelo título, foi o 4º colocado, e procura se manter entre os primeiros colocados, mas que também tem tido altos e baixos além do que seria recomendável na disputa do título da competição, à mercê da instabilidade que parece afetar o desempenho das motos da Yamaha nas corridas. Tudo caminha para um final de temporada dos mais equilibrados e disputados dos últimos anos, especialmente por Marc Márquez ter ficado de fora da competição, com seu retorno ocorrendo somente em 2021.
Na segunda prova em Aragón, o GP de Teruel, Franco Morbidelli também mostrou que quer ir à luta pelo título, e venceu a corrida, resgatando a honra da Yamaha e da SRT. Maverick Viñalez até tentou manter a constância, mas terminou em 7º lugar, bem à frente de Quartararo, que ao finalizar em 8º, minimizou um pouco os prejuízos, ao menos para impedir uma aproximação de Andrea Dovizioso, que foi um magro 13º colocado, ficando mais distante da liderança do campeonato, que foi reforçada com mais um 3º lugar de Joan Mir, em um pódio que contou também com Alex Rins, mostrando que a Suzuki também vai entrar firme na briga pelo título de 2020.
Faltando três corridas para encerrar o campeonato da MotoGP, Joan Mir lidera a competição com 137 pontos. Fabio Quartararo ainda mantém a vice-liderança, com 123 pontos, mas está com Maverick Viñalez perigosamente em seus calcanhares, com 118 pontos. Com a vitória na etapa de Teruel, Franco Morbidelli assumiu a 4ª posição, com 112 pontos, superando Andrea Dovizioso, com 109. E Alex Rins, companheiro de Mir na Suzuki, é o 6º, com 105 pontos, mas que pode vir para cima, se a equipe nipônica manter o desempenho visto no Motorland Aragón. Ainda temos 75 pontos em jogo, e os 14 pontos de Mir para Quartararo não são uma vantagem confortável, diante do que tem acontecido no campeonato até aqui. Basta uma corrida ruim de Mir para tudo mudar, e o favoritismo trocar de mãos, com mais gente chegando para tentar a sorte na reta final. Vejamos quem se dará melhor nas provas que faltam para fechar o campeonato. A emoção está mais do que garantida...
Nenhum comentário:
Postar um comentário