Esta semana foi lançado oficialmente a edição 2011/2012 do AUTOMOTOR ESPORTE, o anuário editado por Reginaldo Leme com o apanhado geral do mundo do automobilismo em 2011. Com direito a uma sessão de lançamento ocorrida na loja Saraiva Megastore do Morumbi Shopping, em São Paulo , com a presença de parte da equipe que produziu o livro, em uma sessão de autógrafos e conversa com os fãs, o livro deste ano é especial pelo fato de completar 20 anos de edição contínua, algo a se comemorar, e com todo o orgulho. E com direito a capítulo especial sobre o feito, com um pequeno apanhado dos principais fatos do mundo da velocidade nestes seus 20 anos de publicação contínua, algo do que Reginaldo e toda a sua equipe tem méritos de se orgulhar.
A primeira edição foi lançada em 1992. Tinha 200 páginas, e trazia um resumo de pelo menos 13 categorias, com destaque, lógico, para a Fórmula 1. A edição deste ano mostra o quanto o livro cresceu de lá para cá: são 454 páginas, cobrindo nada menos do que 47 categorias do automobilismo mundial. O destaque, como não poderia deixar de ser, continua sendo a F-1, seguido agora pela Stock Car nacional, que ocupa o segundo lugar na hierarquia da publicação. O livro atual tem como editora a Automotor Editora & Comunicação, empresa de Reginaldo Leme. A primeira edição, de 1992, foi lançada pela Promoplan Editora & Eventos Ltda. Como Reginaldo lembrava, ao longo dos vários anos de seu trabalho na cobertura da F-1, era um de seus sonhos criar um anuário de automobilismo no Brasil, para que os amantes da velocidade tivessem uma opção nacional de leitura no estilo dos melhores livros do ramo editados na Europa, os famosos “Yearbooks”, dos quais um dos livros de maior referência é o da Autocourse inglesa, cuja edição 2011/2012, já acumula nada menos do que 61 anos de publicação. De autoria de Alan Henry, que ocupa a posição de editor da edição britânica nos últimos 24 anos, é um dos mais conceituados anuários no que tange à documentação do esporte a motor em todo o mundo.
No Brasil, à época do lançamento do Automotor, já havia um anuário em língua portuguesa disponível em nosso mercado: era o “Fórmula 1” , escrito por Francisco Santos, jornalista português com longa data de cobertura de provas do esporte a motor, e cuja primeira edição fora lançada em 1972, ainda com o título “Motores”. Depois de uma pausa entre o fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, a publicação voltou ao mercado nacional em 1983, agora com o título “Fórmula 1” , cobrindo logo em seu retorno o bicampeonato de Nélson Piquet. O Fórmula 1 teve uma época privilegiada naqueles anos, podendo cobrir o tricampeonato de Piquet e os três títulos de Ayrton Senna. Suas belas edições despertaram nos fãs nacionais do automobilismo o gosto pela leitura, pavimentando as chances para o surgimento da edição criada por Reginaldo Leme, que saiu no início de 1993.
Desnecessário dizer que o anuário nacional enfrentou grandes problemas em seus anos iniciais. Logo de início, 1992 não foi um bom ano para nossos pilotos na F-1: Ayrton Senna via-se incapaz de competir com as imbatíveis Williams; Nélson Piquet havia deixado a F-1, e nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis daquele ano, sofreu um violento acidente que encerrou definitivamente sua carreira profissional de piloto; e na F-Indy, Émerson Fittipaldi teve um de seus melhores anos na categoria, mas terminou o campeonato em 4° lugar. Bons resultados de nossos pilotos eram necessários para impulsionar a nova publicação, pois a grande massa de fãs do esporte só se importava mesmo em ver brasileiro vencendo, do contrário, não sentia interesse em acompanhar, um panorama que persiste até hoje, visto que os índices de audiência da F-1, por exemplo, nunca mais foram os mesmos desde a época da morte de Ayrton.
Em 1993, os tempos pareciam melhorar, e de certa forma, na F-1 e F-Indy, foram: Senna conquistou o vice-campeonato, enquanto Fittipaldi obteve resultado idêntico. Melhores esperanças viriam em 1994, mas a trágica morte de Senna em Ímola foi um balde de água fria. De protagonista, o Brasil viraria coadjuvante na F-1, e nunca mais seria motivo de destaque, salvo raras exceções. Na F-Indy, apesar da invasão de inúmeros brasileiros, o sucesso teimava em não aparecer. E havia nossos pilotos conquistando títulos em categorias de acesso, às quais poucos prestavam atenção. Mesmo assim, o Automotor foi se firmando e ganhando leitores a cada ano, ao mesmo tempo em que evoluía e crescia em seu formato, ganhando mais páginas e agregando mais categorias em seu leque de cobertura anual. Mesmo a perda de boa parte dos fãs de automobilismo, que deixou de acompanhar corridas pela morte de Senna, foi até benéfica, pois o livro conquistou especificamente os verdadeiros fãs das corridas, que curtem as provas pelo amor ao esporte a motor, e garantiu seu lugar no coração dos fãs nacionais da velocidade.
A equipe de produção do livro variou um pouco desde a primeira edição. Além de Reginaldo Leme, outros nomes que se mantiveram firmes na equipe ao longo dos anos foram Flávio Gomez e Luís Fernando Ramos, nos textos da F-1; Luca Bassani nas fotos, entre outros profissionais. Nomes como Lívio Oricchio e Luiz Alberto Pandini. Lemyr Martins, Miguel Costa Jr., além da sempre presente companhia de Dinho Leme são outros nomes que não podem ser esquecidos nos 20 anos de vida do Automotor Esporte. E não se pode esquecer de um integrante muito querido, que era Luiz Vicente Miranda Apa, que fazia o projeto gráfico do livro na última década, e que infelizmente faleceu poucos dias antes desta 20ª edição ser concluída. Luiz Vicente ganhou uma dedicatória no livro, em sua homenagem, sendo este o seu último trabalho na carreira, com direito a várias fotos com o pessoal em diversos momentos, fosse ao lado da equipe de produção da editora, ou ao lado de pilotos como Émerson Fittipaldi, Rubens Barrichello e Tony Kanaan.
A qualidade gráfica do livro é excelente, e o seu talvez único pecado é não poder oferecer a todas as categorias que agrega o mesmo tipo de atenção merecida para todas elas. Há quem também reclame da falta de um capítulo específico sobre a análise técnica dos carros, item que sempre era muito apreciado no livro editado por Francisco Santos, mas nunca dá para agradar a todos, embora esforço nunca tenha faltado para melhorar sempre o anuário brasileiro. Tenho a coleção quase completa, faltando apenas 2 edições do livro, as referentes aos anos de 1993 e 1995. Na época, tomei conhecimento da publicação quase por acaso, ao ver um pequeno chamado da edição numa página do jornal “O Estado de São Paulo”, com as informações para comprar a edição, o que fiz imediatamente, pois há anos já lia regularmente o anuário Fórmula 1, e a edição nacional que seria produzida por Reginaldo era mais do que bem-vinda. Acompanhava assiduamente seu trabalho nas transmissões das corridas, no programa “Sinal Verde” da Globo, e sempre apreciei seus textos na antiga Grid/4 Rodas, além de capítulos escritos no “Fórmula 1” de Francisco Santos. Não tive como adquirir as edições dos anos seguintes, tendo até imaginado na época, por falta de informações, que a publicação não dera certo, até que em 1998, tive a oportunidade de reencontrar o livro, agora na edição 1997/1998, e de lá para cá, passou a ser item obrigatório na estante todos os anos. E, graças a algumas visitas a sebos, consegui algumas edições anteriores, deixando a coleção quase completa.
Quem quiser encomendar o livro, ele já está disponível na grande maioria das livrarias virtuais, bem como no site da editora, no endereço http://www.automotoresporte.com.br/site/, onde também dá para adquirir edições antigas da publicação que porventura ainda estejam disponíveis no estoque da editora. Um livro altamente recomendável para todos aqueles que curtem corridas. A edição atual está por R$ 95,00 na maioria das grandes livrarias. Meus cumprimentos a Reginaldo Leme pelos 20 anos de sua publicação (e diga-se de passagem, este livro praticamente também comemora seus 40 anos de trabalho na cobertura da F-1, onde iniciou em 1972, tendo a oportunidade de cobrir as corridas do primeiro campeonato mundial de Émerson Fittipaldi na categoria, que deu início à saga brasileira na F-1), e que espero, tenha no mínimo mais 20 anos de vida pela frente, se não mais...
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