quarta-feira, 14 de março de 2012

ESPECIAL FÓRMULA 1 2012

            Estamos para começar mais um campeonato da Fórmula 1, e como de costume, eis um pequeno texto especial sobre o campeonato deste ano. Uma boa leitura para todos, e aguardemos os primeiros treinos livres para darmos início à competição deste ano...

F-1 2012: RED BULL AINDA NA FRENTE?
O campeonato de Fórmula 1 deste ano tem tudo para ser mais uma luta de todos contra Sebastian Vettel e a equipe Red Bull. Será mesmo um repeteco de 2011?

Adriano de Avance Moreno
            Vai começar mais um campeonato mundial de Fórmula 1, e todos se perguntam se a Red Bull repetirá este ano o domínio vivenciado no ano passado, quando praticamente não houve uma disputa pelo título, com Sebastian Vettel praticamente correndo sozinho, com seus desafiantes mais diretos correndo apenas pelo vice-campeonato. Os testes da pré-temporada mostraram que a escuderia das bebidas energéticas ainda possui um grande carro, e deve ser o time a ser batido. A esperança da concorrência fica para o fato de a Red Bull não ter conseguido testar a contento na última sessão as novas modificações implantadas no RB08 devido a problemas de confiabilidade no carro, o que poderia sugerir que eles poderão enfrentar surpresas com relação a seu desempenho no início do campeonato. De fato, a escuderia admitiu que entrará na pista do Albert Park ainda com dúvidas sobre a capacidade de seu carro com as últimas modificações implantadas nos testes da pré-temporada. Mas fica a dúvida do quanto o carro poderia ter ficado comprometido em sua performance com as novas modificações.
            A proibição do difusor aquecido para esta temporada é a grande esperança dos demais times para equilibrar a disputa com a Red Bull. Com o modelo RB07 utilizando de forma melhor do que ninguém os gases dos escapamentos para aumentar a aderência do difusor traseiro, todos esperam que sua proibição revele ser o ponto fraco do time austríaco. Mas Adrian Newey, o genial projetista da escuderia, certamente não pode ser subestimado, e desde que o difusor aquecido teve seu uso proibido para esta temporada, com certeza o engenheiro trabalhou incessantemente de forma a compensar este revés. Na maioria dos testes da pré-temporada, a Red Bull sempre se mostrou tranqüila, sem demonstrar maiores preocupações, o que dá um indício de que eles aparentemente já se encontravam no nível que pretendiam estar.
            Fica a dúvida de como se dará a briga com a concorrência. A McLaren dá mostras de ser potencialmente a maior desafiante da Red Bull, como já fora no ano passado. O time de Woking dá a entender que inicia 2012 em condições muito melhores do que as do ano passado, o que indica que eles poderão ser de fato os maiores rivais. Resta saber se estarão atrás, ou ao nível da Red Bull. Se estiverem atrás, a luta será para não deixar a Red Bull escapar logo de cara, como visto em 2011, e tentar equilibrar a disputa mais à frente. Mas todos esperam entrar na pista para a primeira corrida estando no mesmo nível, uma resposta que só a corrida dará.
            A Ferrari parece iniciar o ano em posição inferior à que esperava. O resultado dos testes da pré-temporada indicam que o F2012 não é tudo o que esperavam. Mesmo que seja uma tática para despistar a concorrência, o fato da escuderia ter proibido seus pilotos de falarem com a imprensa nos últimos dias denuncia que o clima em Maranello não é dos melhores. A paciência de Lucca de Montezemolo anda bem curta, e um novo fracasso vai mandar muita gente no time dançar no mal sentido da expressão. Depois de perder o título de 2010 por um erro de estratégia na última corrida, e ficar praticamente alienada da disputa do título no ano passado, a expectativa de passar mais um ano em segundo plano no campeonato é a última coisa que os ferraristas vão admitir acontecer. Só que, dependendo de quão atrás estiverem da concorrência, descontar a diferença com o campeonato em andamento pode ser muito complicado, e talvez até impossível de se realizar.
            Pior para a torcida, que espera ver uma disputa mais empolgante pelo título na pista, depois de ver em 2011 excelentes corridas, mas um péssimo campeonato, onde Vettel correu praticamente sozinho rumo ao título, enquanto os demais só podiam assistir quase de camarote, sem conseguir impedir o desfecho anunciado. Se a Ferrari pode ser uma decepção nessa briga, ficam as esperanças de que a Mercedes e a nova Lótus (ex-equipe Renault) possam entrar na briga e complicar as coisas para a Red Bull. Mas as perspectivas não parecem exatamente animadoras: Ross Brawn já declarou que a Mercedes deve estar melhor este ano, mas que ainda é incerto afirmar que o time lutará por vitórias, tentando evitar expectativas mais exageradas sobre as possibilidades do time alemão. E a Lótus, que teve alguns resultados animadores na pré-temporada, precisa mostrar que não é fogo de palha novamente, pois começou o campeonato de 2011 até bem, mas depois ficou relegada ao pelotão intermediário, lutando até para pontuar em algumas corridas.
            No meio do pelotão a briga promete ser interessante, com a Force Índia como candidata a liderar o segundo escalão. Sauber, Toro Rosso e Williams devem se engalfinhar pelo meio do grid, lutando para chegar nos pontos como puderem. No pelotão de trás, Hispania e Marussia (ex-Virgin) devem travar a luta para ver quem será a lanterna do grid. Destacada destas duas, a Caterham (ex-Lotus) visa entrar de vez na luta contra os times de meio do grid, prevendo uma evolução em sua performance.
            Os carros deste ano exibem uma mudança nítida no bico, em conseqüência das novas regras técnicas, que por questões de segurança, precisaram ser abaixados em relação ao cockpit, para evitar atingir o piloto em caso de uma colisão lateral. Com exceção da McLaren e da Marussia, todos os times optaram por um “degrau” nos bicos, o que lhes valeu o apelido de carros “ornitorrinco” ou “saca-grampos”. A parte traseira também sofreu mudanças em virtude das regras que proibiram os difusores aquecidos, ao estabelecer que os gases dos escapamentos não podem ser usados mais para criar carga aerodinâmica.
            Na questão dos pilotos, a temporada exibe o número recorde de 6 pilotos campeões na pista. Depois de dois anos ausente, Kimmi Raikkonem retorna à categoria pela nova Lótus, e na pré-temporada, mostrou que ainda não perdeu a velocidade. Se o carro corresponder como se espera, pode ser um atrativo especial na luta pelas primeiras posições. Já Michael Schumacher entra em seu último ano na Mercedes na expectativa de renovar o contrato ou deixar de vez a F-1. Até agora o heptacampeão mundial não conseguiu sequer subir ao pódio com o time alemão, em que pese a escuderia que sucedeu a Brawn GP não ter conseguido ainda mostrar a que veio quando adquiriu a estrutura comandada por Ross Brawn de forma satisfatória. Fica a dúvida se Sebastian Vettel conquistará o seu 3° título consecutivo, feito obtido apenas por Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher, ou se terá que dividir atenções na Red Bull com Mark Webber como aconteceu em 2010, quando venceu o campeonato apenas na prova final do certame.
            Na McLaren, Jenson Button está perfeitamente integrado à equipe, e é considerado até o piloto mais capacitado para lutar pelo título, em virtude de suas capacidades de planejar as corridas com mais atenção e frieza do que Lewis Hamilton. Campeão em 2008, Hamilton é mais veloz, mas se não conseguir conter todo o seu ímpeto, e continuar a desperdiçar oportunidades e se envolver em acidentes, pode ficar de fora da briga, como visto no ano passado. E Na Ferrari, Fernando Alonso dependerá da capacidade de performance do F2012 para saber se poderá lutar ou não pelo título. Se em 2010 o espanhol conseguiu levar o time nas costas, 2011 mostrou que sua capacidade e talento, por melhores que sejam, têm limites, e se o carro não for competitivo até certo ponto, nem ele conseguirá fazer milagres.
            Para ajudar a deixar a competição mais disputada, a Pirelli fez uma nova geração de compostos, com performance e durabilidade diferente das verificadas no ano passado, o que deve bagunçar as estratégias dos pilotos e equipes em descobrir quais as melhores combinações a serem utilizadas com os compostos levados para cada prova. A regra da asa traseira móvel também sofreu algumas mudanças, de modo que a FIA poderá estudar melhor o uso do dispositivo a cada GP, ou proibi-lo, em caso de necessidade de segurança.
            O campeonato terá impressionantes 20 corridas, mas algumas delas estão na dúvida. Bahrein, Valência e Estados Unidos podem acabar não tendo suas etapas realizadas por motivos diversos, mas até o momento, todos os GPs devem ser realizados. A F-1 inicia o seu 63° campeonato mundial. Se a Red Bull e Sebastian Vettel vão dominar novamente, como fizeram em 2011, só se saberá a partir da largada de domingo.
TIMES E PILOTOS DE 2012
EQUIPE
MODELO
MOTOR
PILOTOS
Red Bull
RB08
Renault V-8 RS27
Sebastian Vettel
Mark Webber
McLaren
MP4-27
Mercedes V-8 FO108Y
Jenson Button
Lewis Hamilton
Ferrari
F2012
Ferrari V-8 056
Fernando Alonso
Felipe Massa
Mercedes
W03
Mercedes V-8 FO108Y
Nico Rosberg
Michael Schumacher
Lótus (ex-Renault)
E20
Renault V-8 RS27
Romain Grossjean
Kimmi Raikkonem
Force Índia
VJM05
Mercedes V-8 FO108Y
Nico Hulkenberg
Paul Di Resta
Sauber
C31
Ferrari V-8 056
Sérgio Perez
Kamui Kobayashi
Williams
FW34
Renault V-8 RS27
Pastor Maldonado
Bruno Senna
Toro Rosso
STR07
Ferrari V-8 056
Daniel Ricciardo
Jean-Éric Vergne
Caterham (ex-Lotus)
CT01
Renault V-8 RS27
Heikki Kovalainen
Vitaly Petrov
Marussia (ex-Virgin)
MR01
Cosworth V-8 CA2010
Timo Glock
Charles Pic
Hispania
F112
Cosworth V-8 CA2010
Pedro de La Rosa
Narain Karthikeyan

CALENDÁRIO DA FÓRMULA 1 2012

DATA
PROVA
CIRCUITO
18.03
Grande Prêmio da Austrália
Melbourne
25.03
Grande Prêmio da Malásia
Kuala Lumpur
15.04
Grande Prêmio da China
Shanghai
22.04
Grande Prêmio do Bahrein
Sakhir
13.05
Grande Prêmio da Espanha
Barcelona
27.05
Grande Prêmio de Mônaco
Monte Carlo
10.06
Grande Prêmio do Canadá
Montreal
24.06
Grande Prêmio da Europa
Valência
08.07
Grande Prêmio da Inglaterra
Silverstone
22.07
Grande Prêmio da Alemanha
Hockenhein
29.07
Grande Prêmio da Hungria
Hungaroring
02.09
Grande Prêmio da Bélgica
Spa-Francorchamps
09.09
Grande Prêmio da Itália
Monza
23.09
Grande Prêmio de Cingapura
Cingapura
07.10
Grande Prêmio do Japão
Suzuka
14.10
Grande Prêmio da Coréia do Sul
Yeongam
28.10
Grande Prêmio da Índia
Nova Delhi
04.11
Grande Prêmio de Abu Dhabi
Yas Marina
18.11
Grande Prêmio dos Estados Unidos
Austin
25.11
Grande Prêmio do Brasil
Interlagos

F-2012: BRASILEIROS NA CORDA BAMBA

Felipe Massa e Bruno Senna, nossos representantes na categoria, terão ano decisivo em suas carreiras.
 
Adriano de Avance Moreno
            O campeonato de Fórmula 1 de 2012 promete ser complicado para os pilotos brasileiros no certame. Teremos apenas 2 representantes na categoria, o que tem sido a média dos últimos anos, quando tivemos, nas melhores ocasiões na última década, até 3 corredores do Brasil na categoria máxima do automobilismo. Mas o panorama para esta temporada não é dos mais animadores, muito pelo contrário. Desde 1999 que nossos pilotos não iniciavam o campeonato com tão poucas possibilidades, e ao mesmo tempo, tantas cobranças. Felipe Massa e Bruno Senna terão este ano um momento crítico e decisivo para suas carreiras, e de seus resultados e performances conquistadas dependerão sua permanência na F-1 em 2013. Ainda mais com o contrato de ambos com suas respectivas escuderias vencendo no final deste ano.
            Felipe Massa vai para aquele que pode ser o seu último ano na Ferrari. Os resultados dos dois últimos anos não foram os melhores da carreira do brasileiro desde que passou a correr pela escuderia italiana como titular em 2006, substituindo Rubens Barrichello. Seu ápice foi em 2008, quando disputou o título com Lewis Hamilton e por pouco não ganhou o campeonato. Os anos seguintes foram declinando nos resultados, que se tornaram piores a cada temporada. O ano de 2009 meio que não conta, pois o acidente sofrido por Massa na Hungria o deixou de fora do restante da temporada. Mas, desde que passou a ter Fernando Alonso como companheiro de equipe, Massa veio perdendo prestígio e performance no time rosso. Especialmente após o GP da Alemanha de 2010, quando foi ordenado a ceder sua posição na pista para Alonso vencer a corrida. Daquele momento em diante, Massa nunca mais foi o mesmo. E se o resultado de 2010 não foi bom, o do ano passado foi ainda pior, com o piloto brasileiro praticamente incapaz de lutar sequer por pódios, algo que Alonso conseguiu em várias ocasiões, e até obtendo uma vitória, na Inglaterra. Massa ficou restrito às disputas por pontos em posições intermediárias, e ainda se envolveu em incidentes de pista com Hamilton, o que não ajudou nem um pouco.
            Esses resultados já provocaram a cobrança pública por parte da cúpula ferrarista, que não cansa de repetir que o brasileiro precisa melhorar sua performance. E com seu contrato terminando no fim desta temporada, Felipe precisa partir para o tudo ou nada na pista. Mais do que provar que merece continuar sendo um piloto da Ferrari, Massa precisa mostrar também para o restante da F-1 que merece continuar na categoria, pois na pior das hipóteses, pode até ficar sem lugar para correr em 2013. Se seus resultados nesta temporada não convencerem a cúpula da escuderia italiana de que ele pode ser um piloto vencedor novamente, o brasileiro terá de procurar outro lugar para correr no próximo ano. O problema será encontrar esse lugar, ainda mais em times competitivos, os quais poderão não ter interesse em Felipe se seus resultados de 2012 repetirem os fracos momentos de 2011. E correr pelos times médios e/ou pequenos pode acabar sendo a única alternativa de Massa.
            Para isso, o desafio de Felipe este ano é muito mais complicado do que se pode imaginar à primeira vista. O novo F2012 parece não ter empolgado o time italiano como se esperava, e na hipótese de o carro não ser competitivo, Massa poderá estar mais encrencado ainda. Se Fernando Alonso já mostrou que pode conseguir tirar leite de pedra de carros menos competitivos, como se viu no ano passado, onde mesmo com um carro que não era páreo para Red Bull e McLaren, conseguiu disputar, remotamente, o título (ou melhor dizendo, entrou firme na briga pelo vice-campeonato), o brasileiro não demonstrou conseguir realizar os mesmos feitos, ficando praticamente na sombra do espanhol todo o ano, e sem conseguir resultados à altura dos esperados pelo time italiano. Por outro lado, se o carro for competitivo, Felipe precisará também se esforçar muito, para andar sempre o máximo possível junto de Alonso, se não até superá-lo. Mas se o time for bem no campeonato, Felipe com certeza terá de correr para o time, ficando subordinado a ajudar o bicampeão espanhol nas corridas, o que significa que ocasiões como a da Alemanha de 2010 poderão se repetir novamente, e isso abalou significativamente a confiança de Massa. Sofrer um novo golpe pode ser complicado para suas pretensões de manter-se na F-1. Em outras palavras, Massa precisará pilotar este ano mais do que nunca, e mostrar resultados como jamais precisou em toda a sua carreira. Mesmo com um carro ruim, A Ferrari ainda é um time de ponta, e perder sua vaga na escuderia pode significar nunca mais voltar a competir de maneira decente na F-1, dependendo de como seu futuro for tratado para 2013.
            Na Williams, o desafio de Bruno Senna é similar. O sobrinho de Ayrton entra em sua 3ª temporada ainda precisando provar que merece um lugar de fato na categoria, o que até agora só aconteceu devido ao seu pacote de patrocinadores pessoais. Conseguiu correr algumas provas na Renault no ano passado, e até conseguiu algumas boas performances em treinos, contudo não sensibilizou a escuderia a mantê-lo para este ano, preferindo o franco-suíço Romain Grossjean. Na Williams, seu leque de patrocínios o fez ganhar a disputa contra Rubens Barrichello, o preferido da equipe de engenheiros da escuderia. O motivo principal é que o time inglês, outrora o mais bem-sucedido da categoria, ficou sem patrocinadores praticamente, e precisava completar seu orçamento, sendo o reforço monetário trazido por Bruno extremamente necessário, por mais que a escuderia negue, dizendo que o brasileiro ganhou sua vaga exclusivamente pelas suas qualidades técnicas. Fosse verdade isso, o jovem Senna não começaria o ano sabendo de antemão que provavelmente não estará nos planos da escuderia para o ano que vem. O fato de ter de ceder seu carro ao jovem Valtteri Bottas em mais da metade dos primeiros treinos livres dos GPs da temporada deste ano já são uma clara indicação de que o time pretende efetivá-lo para 2013, e por isso, ele precisa ganhar quilometragem com o carro. E como Pastor Maldonado, graças ao patrocínio da PDVSA, não terá este ônus, tudo indica que o brasileiro não será exatamente a prioridade do time na pista.
            Mesmo que interinamente Bruno seja o 2° piloto da escuderia, isso não quer dizer que ele será exatamente preterido pelo time. A Williams precisa de resultados mais do que nunca, e com uma dupla de pilotos que ainda é inexperiente, vai precisar que eles mostrem tudo o que podem na pista, ainda mais depois do ano catastrófico de 2011, quanto pontuar tornou-se praticamente uma vitória. O FW34 parece ser um carro mais promissor, onde se espera que possam pelo menos lutar por pontos. O novo modelo mostrou boa confiabilidade, mas ainda não dá para saber o quanto o carro é veloz. Vai depender de onde estão os outros times para se fazer uma avaliação se o time poderá ter um ano melhor ou não do que 2011. Na luta para ganhar destaque dentro da equipe, Bruno tem a seu favor seu feedback técnico, elogiado pela Renault no ano passado, e que pode ser a sua arma decisiva para ajudar o time a crescer, e ao mesmo tempo, suplantar Maldonado na preferência da escuderia. Perder o confronto com o venezuelano poderia comprometer a imagem de Bruno, pois Maldonado até agora é visto apenas como um piloto rápido, sem maiores qualidades adicionais. Se o jovem Senna não mostrar velocidade para isso, mesmo contando com bom respaldo técnico, pode ser ruim para sua imagem, e provavelmente ser obrigado a buscar outro time para correr em 2013. Bruno também precisa evitar o perigo de sua imagem ser associada ao tio, um tricampeão do mundo, o que sempre aumenta as cobranças. Verdade que parte dos torcedores e da F-1 já viu que Bruno não é Ayrton, mas se quiser se garantir na categoria, sem precisar dos patrocínios que carrega, ele precisará mais do que nunca repetir o tio, da maneira que puder. A categoria ainda mais impaciente do que nunca nos últimos tempos, e Bruno precisará mostrar do que é capaz nesta que pode ser sua melhor, e talvez última chance na F-1.
            Pela primeira vez, treinou na pré-temporada, andando bastante com o carro para tentar aprender o máximo possível, e isso já é uma grande ajuda para entrar na pista do Albert Park nas melhores condições que já teve em sua curta carreira na categoria. A partir de então, seu desafio será outro, ainda mais difícil: garantir seu lugar de maneira definitiva na F-1. Nelsinho Piquet acabou tragado pela politicagem da categoria, privando-a do talento da mais nova geração dos Piquet. Bruno tem a missão de garantir que o nome Senna tenha destino melhor. Pelo que já fez em sua carreira, Bruno mostrou que tem muito talento, e que merece estar na F-1. Mas a categoria já dispensou pilotos até melhores, devido à difícil combinação talento/patrocínio/política que impera na categoria, e que parece andar pior do que nunca nos últimos tempos... Mostrar que merece continuar pilotando na F-1 é uma batalha incessante e por vezes desproporcional e injusta. Que Bruno tenha sucesso neste ano para se garantir nos próximos. O jovem Senna já conseguiu andar mais rápido que Maldonado nos testes da pré-temporada, mas não dá para saber as exatas condições dos pilotos quando obtiveram suas marcas. Não deixa de ser um bom presságio para as expectativas sobre Bruno, que ele precisará manter constante durante todo o ano.
OS NÚMEROS DOS BRASILEIROS NA F-1:

Felipe Massa
Bruno Senna
GPs disputados
152
26
Vitórias
11
0
Poles
15
0
Pódios
33
0
Pontos
582
2
Posição no campeonato 2011
6° colocado
18° colocado em 2011
Melhor posição no campeonato da F-1
Vice-campeão em 2008
18° colocado em 2011
Estréia na F-1
2002
2010

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