Já chegamos a novembro, e o ano de 2025 já se encaminha para sua reta final, com alguns campeonatos indo para suas derradeiras etapas, e definindo seus campeões, se ainda não o fizeram. Mas claro, antes de avançarmos firme pelo novo mês que se inicia, precisamos dar uma pequena revisada no mês que se passou, e por isso mesmo, chegou a hora de mais uma sessão da Flying Laps, relacionando alguns dos eventos do mundo do esporte a motor neste mês de outubro que se encerrou, nos mais variados campeonatos, sempre com alguns comentários rápidos. Então, uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no próximo mês...
A temporada de Marc Márquez na MotoGP acabou. O ferimento sofrido no acidente em Mandalika acabou se mostrando mais sério do que os médicos imaginavam, e o que inicialmente se previa efetuar um tratamento sem intervenção cirúrgica, revelou-se insuficiente, pelo que o novo heptacampeão precisou passar por nova cirurgia para resolver o problema, e diante disso, necessitar de pelo menos um mês de repouso, o que não só tirou o piloto das etapas restantes do campeonato, como também do teste pós-temporada que será feito na pista de Valência. E, ciente dos problemas que vivenciou nos últimos anos, Márquez está mais do que calejado em seguir os procedimentos de recuperação de forma correta, guardando suas forças para a temporada de 2026, onde irá defender seu atual título mundial, conquistado este ano pilotando para o time de fábrica da Ducati, encerrado matematicamente logo na prova anterior à da Indonésia. Dos males, o menor…
Francesco Bagnaia continua em sua montanha-russa na temporada: depois de se reencontrar com a vitória no Japão, o bicampeão viveu dias tenebrosos nas duas provas seguintes, e quando parecia se reencontrar com o triunfo após vencer a prova sprint da Malásia, eis que um pneu furado o tirou do pódio na corrida principal, e ainda por cima viu Álex Márquez fechar a conquista do vice-campeonato, objetivo que, apesar de difícil, ainda era uma meta razoável de ser alcançada. Agora o mote é Bagnaia ter de brigar até para terminar em 3º no campeonato, já que o italiano foi superado pelo conterrâneo Marco Bezzecchi na classificação, caindo para a 4ª posição. Não cair ainda mais é ponto de honra para “Pecco”, que certamente não terá saudades da temporada de 2025, e espera pelo menos voltar à carga no próximo ano…
E quem também não deve retornar este ano é Jorge Martin, com a Aprilia confirmando sua ausência da prova em Portugal, e muito provavelmente também deixando-o de fora da corrida final em Valência, o que seria prático para o espanhol procurar se recuperar direito, e centrar forças para retornar de forma completamente recuperada em 2026, depois da largada estabanada em Motegi onde Martin tirou tanto ele quanto Bezzecchi da corrida logo na largada da prova sprint. Outro campeão que teve um ano para esquecer, marcado pelos azares dos acidentes, e que ainda se envolveu em uma discussão a meio do ano tentando rescindir seu contrato com a Aprilia, no que não foi aceito pela escuderia italiana. O mais correto é Martin procurar se recuperar direito e fazer uma boa temporada em 2026, a fim de se cacifar para obter outro time em 2027, se a marca italiana ainda se mostrar incapaz de atender às suas necessidades… Bom, foi ele quem ficou inflamado em 2024 quando se viu preterido na Ducati de fábrica por eles terem resolvido promover Marc Márquez, e resolvido ir para a Aprilia meio de supetão… Que cumpra o contrato e se lance de novo no mercado, para dar seguimento à carreira. Ou trate de ajudar a Aprilia a melhorar para que o time italiano volte a surpreender na competição como aconteceu até algum tempo atrás…
O brasileiro Caio Collet fez dois testes importantes com a equipe Foyt neste mês de outubro. No primeiro deles, Caio pilotou na pista tradicional de Mid-Ohio, no dia 1º de outubro. Duas semanas depois, Collet voltou a testar com o time, agora no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway. O brasileiro causou boa impressão nas duas sessões, e a sua contratação parece ser mera formalidade para o time, que acabou de acabou de perder David Malukas para a equipe Penske, depois do piloto fazer uma excelente temporada pela escuderia este ano. No teste na pista de Lexington, Collet ficou atrás somente de seu compatriota Felipe Nasr, que testou no mesmo dia pela equipe Penske, e segundo Larry Foyt, chefe da escuderia, o brasileiro se mostrou rápido o tempo todo, tendo percorrido cerca de 95 voltas no circuito, executando programas diversos estabelecidos pelo time para avaliar as reações e adaptabilidade do piloto ao carro. Caio também impressionou o time por mostrar um estilo limpo de pilotagem, não exagerando na tocada das curvas, sem adotar um estilo agressivo, e mesmo assim mostrando muita velocidade, detalhes importantes a serem considerados na condução do bólido da categoria. A Foyt conta atualmente com parceria técnica da Penske, que fez com que o time deixasse as últimas posições no grid e se consolidasse como um time de bom potencial no pelotão intermediário, e com chances de, vez ou outra, até brigar pelas primeiras posições, o que dá uma boa expectativa para o brasileiro em termos de chances de fazer uma boa temporada de estréia na Indycar em 2026, caso venha a ser confirmado na escuderia. Um cenário positivo e promissor, bem diferente do enfrentado por Matheus Leist, que anos atrás, também fez sua estréia na competição pelo time de A.J. Foyt, mas que na época passava por maus momentos, e acabou queimando a imagem de Matheus na competição, que não conseguiu mais voltar a competir por lá depois que deixou o time, que na mesma época, também ajudou no ocaso do fim da carreira de Tony Kanaan como piloto titular regular no grid. Com um carro potencialmente mais competitivo, caberá a Caio saber aproveitar a chance, se ela se materializar efetivamente. E não dar azar com percalços alheios a seu controle…
Jenson Button, campeão mundial da F-1 em 2009, anunciou que vai pendurar o capacete. O piloto britânico, que nos últimos tempos tem disputado o Mundial de Endurance, declarou que após o encerramento do atual campeonato, onde defende a equipe Jota na classe Hypercar com um modelo da Cadillac, irá de fato deixar as competições, não cogitando nem eventuais participações esporádicas, como por exemplo, nas 24 Horas de Le Mans. Button, que também atua como comentarista das transmissões da F-1 no Reino Unido, disse que, aos 45 anos, é hora de curtir mais a família e os filhos, e por isso mesmo, deixar as pistas com a sensação de dever cumprido como piloto. Jenson já tinha anunciado que não renovaria seu contrato com a equipe Jota meses atrás, mas agora confirmou que irá mesmo parar de correr profissionalmente, a fim de ter mais tempo livre para outras atividades profissionais que, segundo ele, passaram a ocupar cada vez mais espaço em sua vida recentemente.
Campeão da temporada 2019/20 da Formula-E, o português António Félix da Costa já está de casa nova na categoria para começar a próxima temporada da competição de carros monopostos totalmente elétricos. Depois de três anos competindo pelo time oficial da Porsche, Antonio agora estará na Jaguar, ocupando a vaga que era de Nyck Cassidy, que resolveu deixar o time, indo para a nova equipe da Citroen, que assume o lugar da antiga Maserati. E é claro que o português já se vê entre os protagonistas do grid para brigar novamente para voltar a ser campeão mundial da categoria. O ambiente no time alemão nunca foi muito favorável a Da Costa, e no último ano, o relacionamento dele com Pascal Wehrlein também se deteriorou. Outro empecilho era que a Porsche vetava sua participação no Mundial de Endurance, exigindo dedicação exclusiva à F-E, uma exigência que ele não terá na Jaguar, e já tendo firmado compromisso com a Alpine para defender a escuderia francesa no WEC em 2026, paralelamente à disputa na Formula-E. A Jaguar, depois de uma temporada de altos e baixos, ficou de fora da disputa do título na última temporada, mas recuperou a forma nas últimas corridas, e vem determinada a lutar novamente pelo título, como havia feito na temporada retrasada, e continua a manter uma dupla muito forte. Resta esperar que o time consiga alinhar todos os detalhes como fez anteriormente para brilhar com força e mostrar sua classe no próximo campeonato, que começa em dezembro, em São Paulo.
Desfalque no Mundial de Endurance para 2026. A Porsche anunciou que estará deixando mais uma vez o WEC, agora ao final da temporada deste ano, encerrando a parceria que a montadora alemã tem com a Penske no certame. A empresa alemã justificou sua decisão como parte de um processo de “realinhamento” do programa de esportes, onde ela ainda manterá presença oficial na Formula-E, mas deixará a classe Hypercar no mundial de provas de longa duração. Não é segredo para ninguém que nos últimos tempos a Porsche tem mostrado-se muito incomodada com questões esportivas do WEC em particular com as especificações adotadas no recurso do BoP, o Equilíbrio de Performance, na sigla em inglês. A Porsche também tem se mostrado crítica com a postura cada vez mais autoritária da FIA, que passou a tratar críticas ao modo como gerencia as regras do certame com multas e punições pesadas, tanto aos times quanto aos pilotos, em especial após ter estabelecido uma “lei da mordaça”, ameaçando até cassar as licenças dos pilotos considerados “mais rebeldes” nos questionamentos. A parceria da Porsche com a Penske, contudo, segue firme no IMSA Weathertech, o campeonato de Endurance dos Estados Unidos, onde conquistou mais uma vez o título da competição, e onde seguirá firme em 2026. E certamente dando uma banana mais do que merecida para a FIA por seus modos truculentos e questionáveis...
Colton Herta, que foi anunciado como piloto de testes da Cadillac na Fórmula 1, enfim definiu sua ida para o campeonato da F-2, tendo como objetivo conquistar a Super Licença para poder competir futuramente na categoria máxima do automobilismo. Herta será piloto da equipe Hitech na sua então temporada de estréia na F-2 em 2026, onde combinará seus compromissos de corrida recém-anunciados com o trabalho de desenvolvimento para a nova equipe americana em simulador e em treinos livres de GPs a serem anunciados. Este programa visa a manter um estreito alinhamento dos cronogramas da F-2 e da F-1, de modo a permitir a Herta uma integração perfeita com as operações de engenharia e corrida da Cadillac, garantindo que cada fim de semana contribua para seu crescimento a longo prazo. Para a temporada de estréia na F-1, a Cadillac terá Sergio Perez e Valtteri Bottas como seus pilotos titulares. Não há ainda uma previsão de uma possível entrada de Herta como titular da escuderia, o que passará primeiro pela obtenção da Super Licença disputando a F-2. A Cadillac já havia deixado claro que uma campanha na F-2 não garantirá a Herta uma vaga na F1 em 2027, descrevendo o empreendimento como um "risco enorme" para ele.
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