quarta-feira, 6 de setembro de 2023

FLYING LAPS – AGOSTO DE 2023

            E já estamos no mês de setembro, seguindo firme pelo segundo semestre do ano de 2023. Portanto, hora de relacionar aqui alguns acontecimentos do mês de agosto, em mais uma edição da sessão Flying Laps, como é de praxe no início de cada mês, sempre com alguns comentários rápidos sobre os eventos citados. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês, já em outubro, já avançando firme rumo ao fim de 2023...

Campeonato encerrado, a Formula-E inicia sua preparação para a temporada de 2024, e isso inclui algumas mudanças de pilotos para o próximo campeonato. Como era de se esperar, a Nissan resolveu não renovar o contrato de Norman Nato, apesar dos melhores resultados do piloto na temporada deste ano, preferindo manter Sacha Fenestraz para o próximo ano. E o novo companheiro dele será alguém já familiar à escuderia: Oliver Rowland, que havia rescindido seu contrato com a Mahindra a meio da última temporada, desgostoso com a pouca competitividade da equipe indiana. Rowland venceu sua única corrida na F-E pela equipe Nissan, e agora retorna para tentar renascer sua carreira no certame, depois da má experiência da passagem pela Mahindra. Mas não é apenas a Nissan que recebe de volta um antigo piloto. A Envision, que perde Nick Cassidy para a Jaguar no próximo ano, terá de volta Robin Frijns, que volta ao antigo time depois de uma passagem sem nada a comemorar pela ABT, cujo desempenho na temporada 2023 também foi sofrível, devido ao pouco competitivo trem de força da Mahindra, que também afetou negativamente o desempenho da escuderia, de volta ao grid da categoria de carros monopostos elétricos depois da saída da parceira Audi. Frijns terá Sébastien Buemi como companheiro de equipe na Envision em 2024, e espera-se que o piloto suíço recupere sua forma, depois de ter sido amplamente batido por Cassidy na temporada deste ano, com o neozelandês inclusive sendo vice-campeão, com 4 vitórias na temporada, enquanto Buemi segue sem vencer há algumas temporadas. E a McLaren, que estreou este ano na competição, também terá novidades no seu time: Jake Hughes foi mantido na escuderia, que terá como reforço o inglês Sam Bird, que perdeu seu lugar na Jaguar diante dos maus resultados demonstrados este ano no time, em comparação com o parceiro Mith Evans. René Rast, que defendeu a equipe, já tinha planos para o DTM e Mundial de Endurance, que eram suas metas para 2024, sendo certa sua saída do time. O Mundial de Endurance, por sua vez, também é o destino de André Lotterer, que deixou o time da Andretti, onde ficou muito abaixo de Jake Dennis, que se sagrou campeão da temporada. Ainda há algumas escuderias que não confirmaram suas duplas de pilotos para a próxima temporada, o que não deve demorar muito para ocorrer, já que a pré-temporada de 2024 já foi definida para o fim do mês de outubro, mais uma vez no Circuito Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha, e todos os times deverão finalizar seus titulares até a presente data, para iniciarem os trabalhos de preparação da nova temporada.

 

 

Lucas Di Grassi e Sergio Sette Câmara já estão com suas presenças em 2024 garantidas na F-E, onde continuarão defendendo seus atuais times, a Mahindra e a NIO, respectivamente. Depois de uma temporada sem quase nenhum resultado positivo, Lucas espera que a Mahindra recupere seu desempenho para o próximo ano, possibilitando lutar por melhores resultados. A parceria com a ABT, que deveria agilizar os trabalhos de desenvolvimento do trem de força indiano não deu os resultados esperados, muito pelo contrário, a ABT foi puxada para o buraco de desempenho deficitário da Mahindra, terminando a temporada como pior time do grid. Já a NIO teve alguns momentos de bom desempenho, mas não conseguiu uma constância de resultados, e Sergio acabou mais afetado por isso do que seu companheiro de time Dan Ticktum, que terá o piloto brasileiro novamente como companheiro de equipe. Já a Mahindra ainda não definiu quem será o companheiro de Di Grassi na próxima temporada. E quem pode engrossar o grid no próximo ano é Felipe Drugovich. O piloto, que começa a ter seu nome ventilado para ser o possível substituto de Guanyou Zhou na Sauber no próximo ano, ainda está no radar dos times da Maserati e Andretti para a próxima temporada da F-E, já que impressionou positivamente nos testes de que participou com o carro da equipe italiana, e teoricamente, terá muito melhores condições de competição na F-E do que na F-1, já que o desempenho da Sauber na temporada deste ano vem sendo das mais fracas, enquanto os times que podem contar com Felipe na F-E tem potencial para vencer corridas e até batalhar pelo título. As chances são maiores na Andretti do que na Maserati, mas conforme mencionado, os times devem decidir logo suas duplas de pilotos para 2024, a fim de estarem já completos para iniciar os treinos da pré-temporada na pista de Valência no final de outubro.

 

 

Álex Márquez, irmão caçula do hexacampeão Marc Márquez, conseguiu vencer pela primeira vez na MotoGP, mesmo que sendo uma corrida Sprint, no caso, a do GP da Inglaterra, em Silverstone, no retorno das férias de verão da classe rainha do motociclismo. Álex, que deixou a LCR para competir pela Gresini, um dos times satélites da Ducati, largou na 3ª posição e travou um duelo renhido com Marco Bezzecchi, da VR46, pelo degrau mais alto do pódio da prova curta, com o pódio sendo completado por Maverick Vinãlez, da Aprilia. Já na corrida principal, quem brilhou foi a Aprilia, que tendo sido uma das sensações da temporada passada, vinha devendo na temporada 2023 da MotoGP, ficando bem abaixo das expectativas. Mas em Silverstone, a dupla da marca italiana pareceu voltar aos tempos impressionantes de 2022, e Aleix Spargaró travou um duelo ferrenho com Francesco Bagnaia pela vitória, com o piloto da Aprilia conseguindo roubar a liderança do atual campeão da classe rainha praticamente na última volta, para sacramentar seu primeiro triunfo na temporada, e a segunda vitória dele e da Aprilia na MotoGP. O pódio foi completado por Brad Binder, da KTM. O bom momento da vitória da Aprilia foi reforçado com o 4º lugar de Miguel Oliveira, da RNF, time satélite da marca italiana, enquanto Maverick Viñalez terminou em 5º lugar. E Marc Márquez continuou com sua sina de não completar as corridas principais na temporada, tendo tido outro abandono por tombo, o que já deixa ainda mais complicada sua relação com a Honda, time pelo qual foi seis vezes campeão, mas que não consegue apresentar evolução na atual temporada da classe rainha do motociclismo.

 

 

Se perdeu a chance de vencer em Silverstone, na etapa seguinte, em Zeltweg, na Áustria, Francesco Bagnaia tratou de mostrar que a pista da Estíria é território da Ducati pra ninguém botar defeito. E o atual campeão mostrou isso vencendo em dose dupla, tanto a prova Sprint como a corrida principal, no domingo. E marcando a pole-position das duas provas. Na corrida curta, o piloto da Ducati teve um duelo com Brad Binder, da KTM, que tentava dar ao time da casa a honra de vencer em terras austríacas. E, na prova principal, Binder foi novamente o maior desafiante ao domínio de “Peco” no fim de semana. Mas, por mais que tentasse, o atual campeão mundial dominou as duas provas, liderando desde o início, sem cometer erros, e também sem forçar demais, preferindo abrir uma vantagem paulatinamente, conservando o equipamento para manter o ritmo constante, enquanto Binder não conseguiu manter a pressão conforme as corridas avançavam. Na corrida Sprint, Jorge Martin, da Pramac, fechou o pódio com a 3ª colocação, garantindo à Ducati a presença de dois pilotos no pódio austríaco. Já na prova principal, o pódio foi fechado por Marco Bezzecchi, da VR46, outro time satélite da Ducati, que mais uma vez fez maioria no pódio. Depois de brilhar em Silverstone, a Aprilia não foi capaz de repetir a performance na Áustria, tendo ficado sem conseguir disputar a vitória. De positivo, Marc Márquez finalmente recebeu a bandeirada de uma prova aos domingos na temporada 2023, com a “Formiga Atômica” finalizando a corrida na 12ª colocação, colocando um fim aparentemente à rotina de quedas nas provas principais. O resultado da prova da Áustria deixou Francesco Bagnaia, do time oficial da Ducati, com uma grande folga na liderança do campeonato, com 251 pontos, contra 189 de Jorge Martin, da Pramac, time satélite da Ducati. Marco Bezzecchi, da VR46, outro time satélite dos italianos, é o 3º colocado, com 183 pontos. Brad Binder, da KTM, é o 4º colocado, com 160 pontos. Johaan Zarco, da Pramac, ocupa a 5ª posição, com 125 pontos, seguido de Luca Marini, da VR46, com 120 pontos, em 6º lugar. Apesar da vitória na Inglaterra, Aleix Spargaró, da Aprilia, é apenas o 7º colocado, com 117 pontos.

 

 

E o mercado de pilotos da MotoGP começa a se movimentar para 2024. A Yamaha confirmou que não renovará o contrato de Franco Morbidelli para a próxima temporada, e já anunciou a contratação de Álex Rins para seu lugar. Rins segue fora das últimas corridas, ainda se recuperando de um acidente sofrido na etapa de Mugello, mas já haviam sinais de que ele não permaneceria na LCR para 2024, e os sinais de que poderia seguir para o time dos três diapasões vinham se fortalecendo nas últimas semanas. O destino de Morbidelli deve ser a Pramac, que já confirmou a permanência de Jorge Martin no próximo ano, mas dispensou Johaan Zarco, que por sua vez, já anunciou sua ida para a LCR. O francês tinha uma opção de renovação com a Ducati, mas este não o interessava porque a marca italiana tinha planos de deslocá-lo para competir no Mundial de Superbike, enquanto a Honda ofereceu um contrato de dois anos na LCR, com extensão de mais um ano, a depender dos resultados. Na Yamaha, Fabio Quartararo ainda não se sente motivado a seguir com a escuderia, diante dos maus resultados da atual temporada, e poderia resolver mudar de ares já em 2024. Da mesma maneira, na Honda, apesar de garantir que tem um contrato a cumprir, ninguém sabe se Marc Márquez se manterá no time, ainda que boatos de ida para a KTM, marca que o hexacampeão já andou elogiando, tenham sido desmentidos. E uma vaga potencialmente disputada seria na Gresini, que até o presente momento tem garantido apenas Álex Márquez para o próximo ano, sem ter definido quem será o outro piloto da escuderia satélite da Ducati. Muita água ainda pode correr nas próximas semanas, ainda mais com a perspectiva dos testes de Honda e Yamaha com protótipos de suas máquinas para o ano que vem, que devem ter importância fundamental para as pretensões de Fabio Quartararo e Marc Márquez na competição.

 

 

Hélio Castro Neves vai encerrar sua participação como piloto de temporada completa na Indycar. O piloto brasileiro, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 4 edições, está assumindo uma posição de sócio no time da Meyer Shank, que lhe garantirá um carro extra para que Hélio possa continuar disputando a Indy 500 em 2024, com o objetivo de alcançar uma inédita 5ª vitória na famosa corrida, o que faria do brasileiro o maior vencedor da história da Brickyard Line. Hélio assumirá uma posição minoritária na participação acionária do time, tornando-se também embaixador da escuderia. Hélio não estará pendurando o capacete, já que além de continuar disputando as 500 Milhas de Indianápolis, ele também seguirá participando de algumas provas do IMSA Weather Tech Sportscar, o campeonato de Endurance dos Estados Unidos, como as 24 Horas de Daytona, prova que já venceu competindo pela própria Meyer Shank este ano. Helinho estreou pela escuderia na Indycar em 2021, justamente nas 500 Milhas de Indianápolis, e surpreendeu vencendo a corrida, na única vitória da Meyer Shank até hoje na Indycar. Naquela temporada, o brasileiro ainda disputou mais 5 provas na temporada, sendo que em 2022 ele voltou a competir em toda a temporada da Indycar. Os resultados, contudo, não surgiram como o esperado, e a Meyer Shank estagnou na competição, de modo que Hélio foi apenas o 18º colocado na temporada, com 263 pontos, tendo o 7º lugar na Indy500 como melhor resultado no ano. O único pódio da equipe foi de Simon Pagenaud, que conseguiu um 2º lugar no Grande Prêmio de Indianápolis e terminou o ano em 15º lugar, com 314 pontos. Este ano, o desempenho da equipe caiu ainda mais, e Hélio é apenas o 19º colocado, com 183 pontos, tendo um 10º lugar como melhor resultado, no oval no Texas. Simon Pagenaud é apenas o 28º colocado, com 88 pontos, tendo se ausentado da competição após sofrer um forte acidente em Mid-Ohio onde inclusive capotou com o carro ao escapar da pista. A escuderia desde então tem apelado para pilotos como Tom Blomqvist, Linus Lundqvist e Conor Daly substituindo o lesionado piloto francês, que até o presente momento não retornou.

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