quarta-feira, 3 de agosto de 2022

FLYING LAPS – JULHO DE 2022

            Pois é, chegamos ao mês de julho, e num piscar de olhos, ele já foi embora, entrando agora no mês de agosto, na no segundo mês do segundo semestre de 2022. Mais da metade do ano já se foi, e vamos seguindo adiante, com os campeonatos do mundo do esporte a motor seguindo firmes em suas disputas, sendo que a MotoGP esteve em seu período de férias de meio do ano, retornando apenas agora no mês de agosto, mas não sem ter algumas notícias de realce, que são tratadas agora em mais uma edição da seção Flying Laps, relatando também alguns outros acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de julho, como a Formula-E, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada um deles. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês...

Andrea Dovizioso anunciou que irá pendurar o capacete na MotoGP. O piloto italiano declarou que não faria sentido continuar na categoria se não estivesse se sentindo competitivo, e a atual temporada, onde compete pela equipe RNF, time satélite da Yamaha, sucessora da SRT, não vem sendo das mais inspiradas, em que pese o equipamento não estar sendo de fato competitivo, pois seu companheiro de equipe, Darryn Binder, está empatado com ele na pontuação do campeonato, cada um com 10 pontos cada. O piloto italiano, contudo, não anda contente com o equipamento, que segundo ele, pede uma pilotagem mais específica, e que não estaria batendo com sua postura de pilotar. E, sentindo que já cumpriu com sua trajetória na MotoGP, resolveu anunciar a aposentadoria ao fim da atual temporada, preferindo cuidar de outros projetos para 2023, declarando que nem chegou a procurar outro time para defender na próxima temporada. Assim, Andrea Dovizioso deixará a competição após 22 anos de participação, tendo estreado em 2001, na categoria 125cc, pela equipe RCGM Rubicone Corse, com uma moto Aprilia. Mas só no ano seguinte ele estrearia de fato, competindo por toda a temporada, com a equipe Scot Racing Team, onde permaneceu até 2004, sendo campeão finalmente da classe de acesso. No ano seguinte, agora na categoria 250cc, ele permaneceu na Scot Racing Team, até 2007, acumulando dois vice-campeonatos, em 2006 e 2007. No ano de 2008, ele ascendeu à classe rainha, disputando a primeira temporada ainda com a Scot Racing Team. Em 2009, ele passaria a defender o time oficial da Honda, permanecendo por lá até 2011, quando obteve sua melhor classificação no campeonato até então, terminando em 3º lugar. No ano seguinte, transferiu-se para o time de fábrica da Yamaha, onde permaneceu por apenas um ano, indo para a equipe Ducati em 2013, onde ficou até 2020. Dispensado do time italiano, Andrea começou 2021 desempregado, voltando à MotoGP na segunda metade da temporada, no time SRT, satélite da Yamaha, em substituição a Franco Morbidelli, que havia sido promovido ao time de fábrica com a dispensa de Maverick Viñalez. A escuderia mudou de estrutura e proprietário para 2022, passando a se chamar RNF.

 

 

Os melhores anos de Dovizioso certamente foram defendendo o time oficial da Ducati, com especial destaque para as temporadas de 2017 a 2019, quando o italiano surpreendeu a categoria, e mostrando uma Ducati completamente reformulada e competitiva, entrou firme na luta pelo título da competição, em especial em 2017, quando levou a disputa com a estrela máxima da categoria, o espanhol Marc Márquez, da Honda, até a última etapa, perdendo para o piloto do time japonês. Em 2018 e 2019, a Ducati continuou sendo defendida com maior expressão por Andrea, que mais uma vez terminou o ano com o vice-campeonato, mas sem conseguir pressionar Marc Márquez com mais efetividade. Ao fim de 2020, foi dispensado sumariamente pela escuderia italiana, que achou que o piloto não se esforçava o suficiente para levar a Ducati de novo ao título, em que pese alguns desmandos da escuderia na condução da temporada. Foram 15 vitórias na classe rainha, com 7 pole-positions, três vice-campeonatos, e um 3º lugar na classificação final de temporada. Não são números exatamente ruins para a carreira de um piloto. Infelizmente, apesar de seus esforços para levar o título, sua melhor chance foi apenas em 2017, pois nos dois anos seguintes Marc Márquez conseguiu se impor de maneira contundente, eliminando a oposição na pista, e estigmatizando o italiano como “segundão”, o que pesou na sua avaliação junto à Ducati, colaborando em sua dispensa ao fim de 2020, quando a escuderia da marca italiana resolveu trocar toda a dupla de pilotos para 2021.

 

 

Com a saída da Suzuki da MotoGp ao fim da atual temporada, sua dupla de pilotos, Álex Rins e Joan Mir, precisaram se lançar no mercado, em busca de um novo lugar para competir em 2023, uma vez que ambos tinham pretensões de renovar com a escuderia japonesa, tendo sido pegos de surpresa, assim como todo mundo, com o anúncio da saída da competição feito pela marca nipônica. Rins já definiu sua posição para o próximo ano: vai defender a LCR, time satélite da Honda, em um acordo válido pelas próximas duas temporadas. Álex vai ocupar a vaga que era de Alex Márquez, irmão caçula de Marc Márquez, que irá defender a Gresini em 2023. Até o presente momento, a situação de Joan Mir ainda está indefinida, mas fala-se que o campeão de 2020 estaria negociando para ocupar o lugar de Pol Spargaró na Honda para 2023, mas nenhum comunicado oficial surgiu até agora. Mas, se a situação dos pilotos parece mais ou menos encaminhada ou resolvida, o mesmo não se pode dizer dos funcionários da escuderia, que terão de procurar emprego com o fechamento da escuderia. E não estão sobrando muitas vagas por aí em times de competição, sendo que a Suzuki parece não ter planos de realocar o pessoal, até porque está encerrando sua participação no certame de endurance de motos, e sem perspectiva de retorno a curto prazo.

 

 

A Ducati ainda espera para definir quem será o companheiro de Francesco Bagnaia no time de fábrica da MotoGP em 2023. Jorge Martin e Enea Bastianini são os favoritos para a posição, uma vez que a marca italiana já teria se posicionado sobre manter Johaan Zarco na Pramac, onde faz excelente temporada. Quem perder a disputa deverá ser o novo colega de time de Zarco no time satélite, enquanto a vaga da Bastianini na Gresini já tem um substituto para o próximo ano, Álex Márquez. Mas, ocupando a 3ª posição no campeonato, promover Zarco para o time de fábrica não é algo que esteja fora das possibilidades. A Ducati prometeu anunciar suas decisões depois da prova da Áustria, em agosto.

 

 

A Yamaha manterá sua atual dupla de pilotos para 2023, formada pelo francês Fabio Quartararo, atual campeão mundial, e lutando pelo bicampeonato, e pelo ítalo-brasileiro Franco Morbidelli, apesar da atuação pífia do piloto até aqui no ano, revelando ter inúmeras dificuldades para conseguir extrair da moto o mesmo desempenho do colega de time. Mas a marca dos três diapasões encolherá sua participação na próxima temporada, uma vez que a equipe RNF, que neste ano compete com motos da marca japonesa, cansou do desempenho do equipamento, e vai competir com motos da Aprilia, muito mais competitivas no momento. Com isso, a Yamaha fica apenas com seu time oficial de fábrica na competição mesmo, posição que também era da Suzuki, que só equipava seu time de fábrica. A Ducati é a marca com maior participação no grid da classe rainha do motociclismo, tendo, além do time oficial de fábrica, as equipes satélites da Pramac, Gresini, e VR46, que competem com as motos Desmosédici de Borgo Panigale.

 

 

A Formula-E dispoutou a rodada dupla do ePrix de Nova Iorque, e a primeira corrida teve vitória de Nick Cassidy, da Envision, que largou na pole-position e não deu chance aos rivais que vinham atrás na corrida, conseguindo vencer de ponta a ponta. Mas o neozelandês teve que se defender dos ataques de Lucas Di Grassi, da Venturi, e de Stoffel Vandoorne, da Mercedes, que ficaram embutidos em sua traseira na maior parte da prova, que acabou um pouco antes do previsto por causa da chuva que caiu sobre o circuito e encharcou a pista. O acúmulo de água provocou a aquaplanagem de alguns carros, enquanto outros se engavetaram. Os líderes da prova, inclusive, perderam o controle dos carros, seguindo reto em uma das curvas e batendo logo após, alguns, como Di Grassi, com muita força, mas felizmente sem ferimentos além do dolorido das pancadas dos carros. A corrida recebeu bandeira vermelha, e até se cogitou o seu reinício, mas devido ao número de carros batidos, e às poucas voltas que ainda poderiam ser realizadas tão logo a chuva foi embora, forçaram a direção de prova a optar pelo encerramento da corrida. Assim, Cassidy obteve o seu primeiro triunfo na F-E. Lucas de Grassi voltou ao pódio com a 2ª colocação, enquanto Robin Frijns garantia o 3º lugar, e a maioria do pódio para a Envision, que vinha tendo um desempenho apenas mediano na temporada 2022. Entre os postulantes ao título, Vandoorne terminou em 4º lugar, enquanto Edoardo Mortara, da Venturi, finalizou em 9º. Mith Evans, da Jaguar, foi apenas o 11º. E Jean-Éric Vergne, da Techeetah, que vinha se mantendo na luta graças à regularidade na temporada, sofreu o seu primeiro revés, ao terminar apenas em 18º, ficando sem pontuar pela primeira vez no ano.

 

 

Se Cassidy teve a sorte sorrindo para ele na corrida de sábado, a prova de domingo já foi outra história. O piloto da Envision até conquistou novamente a pole-position, mas por ter sido obrigado a trocar o trem de força e mais algumas peças do carro, acabou sendo punido, e tendo de largar em último, além de ter de cumprir um drive through durante a corrida. O resultado não poderia ser outro: Cassidy largou em último, e foi terminar apenas em 16º, na prova que acabou vencida por Antonio Félix da Costa, da Techeetah, que herdou a pole, e da mesma maneira que Nick havia feito na corrida do sábado, fez valer o fato de largar na frente, e foi-se embora, comandando a corrida de ponta a ponta, mas não sem sofrer pressão de Stoffel Vandoorne, que só não conseguiu concretizar seu ataque devido a uma bandeira amarela provocada por Lucas Di Grassi na parte final da corrida após o brasileiro se estranhar com Jean-Éric Vergne em uma tentativa de ultrapassagem. Vandoorne acabou terminando em 2º, com Mith Evans espantando o azar do dia anterior, e subindo ao pódio em 3º. Edoardo Mortara mais uma vez ficou aquém do que ele esperava, terminando apenas em 10º, devido aos problemas que o time enfrentou para consertar o carro batido na corrida do dia anterior, e com isso perdendo a liderança do campeonato para Vandoorne. Já Vergne, com o toque sofrido por conta de Lucas, abandonou a corrida, e sem marcar pontos mais uma vez, praticamente deu adeus às suas expectativas de tentar lutar pelo título, mesmo faltando quatro corridas para encerrar a temporada.

 

 

Os brasileiros, aliás, tiveram momentos distintos na rodada dupla de Nova Iorque da F-E. Sergio Sette Câmara nem chegou a participar da primeira corrida, pois bateu seu carro logo no início da classificação, e a Dragon não conseguiu consertar o carro a tempo para a corrida. Na segunda corrida, Sergio fez milagres ao conseguir a 4ª posição no grid de largada, mas na corrida, acabou novamente vítima da falta de ritmo de seu carro, caindo pelas tabelas conforme a prova avançava, acabando por ficar de fora da zona de pontuação, mais uma vez. Já Di Grassi, apesar de ter conseguido o 2º lugar na primeira prova, teve um domingo para esquecer: acabou ficando menos tempo que o mínimo exigido pelo regulamento no box por erro da equipe, e com isso teve suas voltas mais rápidas deletadas, obrigando-o o largar de 18º, numa pista onde as ultrapassagens eram muito complicadas. Dito e feito: Lucas mal conseguiu chegar à zona de pontuação, e numa das disputas, acabou tendo um incidente com Jean-Éric Vergne, acabando por tocar no carro do francês, e desencadear uma bandeira amarela na pista, perdendo praticamente todo o esforço feito até então, resultando no abandono de ambos. Vergne, aliás, ficou muito chateado com o incidente, e ficou ainda mais irritado quando a direção de prova considerou o caso apenas um incidente de corrida, quando esperava por uma punição ao piloto brasileiro. Melhor sorte nas próximas etapas...

 

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