sexta-feira, 27 de maio de 2022

INVERSÃO DE PAPÉIS

Max Verstappen (acima) saiu com o melhor resultado possível em Barcelona: a vitória, e principalmente, ver seu rival Charles LeClerc abandonando a corrida (abaixo) e perdendo a liderança do campeonato para o holandês da Red Bull.


            O Mundial de Fórmula 1 de 2022 tem novo dono. É Max Verstappen, o atual campeão, que agora assume o favoritismo na luta pelo título da temporada, que se conquistada, levará o piloto holandês ao bicampeonato, e a mais um título para seu time, a Red Bull, que pode ainda conseguir este ano aquilo que lhe faltou em 2021, o campeonato de construtores, que acabou ficando com a rival Mercedes.

            Para a Ferrari, que começou o ano confirmando que as boas marcas exibidas na pré-temporada não eram fogo de palha, a situação é a mais desoladora possível. O favoritismo exibido pelo time vermelho nas primeiras corridas, mesmo com a derrota sofrida na segunda prova, em Jeddah, na Arábia Saudita, e que dava muitas esperanças aos tiffosi de ver a escuderia lutar a fundo pelo título mundial, foi para o espaço, passando a frequentar o box do time dos energéticos. E não apenas no mundial de pilotos: o mundial de construtores também passou a ser liderado pelo time rival, e com certa folga até. Como desgraça pouca é bobagem, Charles LeClerc vinha fazendo tudo certinho na prova espanhola, comandando a corrida com segurança e autoridade, fazendo crer que as atualizações promovidas pelo time rosso no modelo SF-75 não só igualavam novamente a disputa com o modelo RB18 da Red Bull, com o qual Verstappen havia vencido, até com alguma facilidade, as duas provas anteriores, como recolocavam o time vermelho na dianteira, mesmo que por pouca margem. Mas quis o destino que o monegasco acabasse sendo vítima de algo que até então a Ferrari nunca havia tido problemas neste ano, e que era o seu principal trunfo frente aos problemas enfrentados pelo time rival: a confiabilidade. A unidade de potência de Charles simplesmente apresentou defeito, sem mais nem menos, surpreendendo não apenas o piloto como a própria escuderia, que nada de anormal havia detectado no equipamento até então, e as esperanças de voltar a abrir vantagem no campeonato acabou se transformando na perda da liderança da competição para o rival holandês, que apesar dos percalços que teve na prova espanhola, correu para a bandeirada e agarrou sua terceira vitória consecutiva, e a quarta no ano, o dobro de triunfos obtidos por LeClerc, que agora tem o dever de correr atrás do prejuízo.

            Um dever que já começa hoje, e no quintal do monegasco, pois começam os treinos oficiais para o GP de Mônaco. Dar o troco passa a ser mais crucial do que nunca para Charles, que infelizmente não tem um bom retrospecto aqui mesmo no circuito de sua casa, onde no ano passado, só para exemplificar, marcou a pole, mas bateu com o carro e ficou sem conseguir largar, devido aos danos causados, e que se manifestaram a poucos momentos da largada, forçando seu abandono da corrida, em um ano onde a Ferrari ainda lutava para se reerguer na competição, depois da péssima temporada de 2020. A pressão agora, com um carro muito mais competitivo, vem com tudo em cima de LeClerc, que já mostrou ter sangue frio e capacidade para ir buscar a meta visada, e tentar devolver o favoritismo do campeonato a si próprio e a seu time.

            Mas tarefa não será fácil. Max Verstappen venceu todas as corridas que terminou este ano, e não cometeu um erro sequer nas corridas até aqui, enquanto LeClerc já teve um revés de pilotagem na prova de Ímola, onde por pouco não abandonou a corrida após sair da pista. Pior ainda que foi na Itália, onde a torcida ferrarista encheu o circuito, ainda mais após a vitória do monegasco na Austrália, onde dominou a corrida de ponta a ponta, e saiu dela com nada menos que 46 pontos de vantagem para o segundo colocado no campeonato. Um campeonato onde agora ele ocupa a segunda posição, com 6 pontos de desvantagem para Verstappen, numa perda de 52 pontos em apenas 3 provas, para se ter idéia de como a situação se inverteu, e de forma assustadora.

            Que em algum momento a Ferrari poderia ter seus problemas, isso não era impossível, pois sempre haverá momentos onde as coisas poderão dar errado. Mas certamente o time italiano não imaginava que a situação escapasse ao seu controle tão rapidamente. O primeiro revés foi ver Carlos Sainz Jr. abandonar na Austrália por erro próprio logo no início da corrida, no primeiro momento de calvário do piloto espanhol no ano, que acabou se repetindo em Ímola, ainda que desta vez sem culpa do piloto. Mas, nova batida na corrida de Miami, mesmo que nos treinos, deixou Sainz devendo na corrida, tendo mais que recuperar sua autoconfiança, abalada pelos acidentes das últimas corridas, do que batalhar pela vitória, que ficou a cargo apenas de LeClerc, que acabou batido por Verstappen, que dominou a corrida até com relativa facilidade. Mesmo com problemas a resolver no quesito confiabilidade, a Red Bull mostrou velocidade, evoluindo a performance do seu modelo RB18, e com direito a Sergio Perez engrossando o cerco contra os ferraristas, ao obter também excelentes resultados, que aliado aos abandonos de Sainz, erodiram a vantagem do time italiano no mundial de construtores, permitindo que a Red Bull encostasse rapidamente, e com o acontecido em Barcelona, assumisse a dianteira na competição.

Largando em último, Fernando Alonso (acima) fez uma corrida combativa para voltar a marcar pontos e espantar um pouco o azar, algo que a Aston Martin ainda está tendo muito trabalho para conseguir se livrar, como se viu em sua atuação na prova espanhola (abaixo).


            A sorte é que nem chegamos à metade do campeonato ainda, de modo que há tempo e oportunidade para a Ferrari recuperar-se, e voltar a comandar a situação. O problema é se irá conseguir fazer isso. Condições ela tem, resta saber se terá a sinergia de coordenar suas ações dentro e fora dos boxes de modo a neutralizar a rival, que já demonstrou ter maior expertise nessa área em tempos recentes. Max Verstappen tem um histórico recente muito melhor do que LeClerc quando o assunto é batalhar por posições na pista, e mesmo Sergio Perez vem se mostrando cada vez mais combativo e decisivo para bons resultados da Red Bull na pista, de modo que Carlos Sainz precisa mais do que nunca voltar à sua melhor forma, como demonstrou em seu primeiro ano no time rosso na temporada passada, se não quiser se tornar o ponto fraco do time italiano, que frente à força dos rivais, precisa usar todos os seus recursos para contra-atacar, e isso inclui que o espanhol esteja andando junto com LeClerc, a fim de poder contrabalançar a maior eficiência da dupla da Red Bull vista nas últimas corridas.

            Sainz já tem plena consciência do que tem que fazer, mas a situação urge, e o tempo está acabando para o espanhol, que se quiser ter o direito de discutir vitórias com seu parceiro de time, e até sonhar em lutar pelo título, precisa andar na frente novamente, e de preferência à frente da dupla rubrotaurina, que já manifestou sua preferência descarada por Verstappen, impedindo Perez de tentar lutar pela vitória na etapa de Barcelona. Do contrário, Carlos também terá de exercer o mesmo papel a que o mexicano já foi relegado no time dos energéticos.

            No retrospecto dos times nos últimos anos, o histórico da Red Bull lhe confere mais credibilidade a manter seu crescimento na competição, enquanto a Ferrari costuma se perder em momentos-chave da disputa, dentro e fora da pista. O time dos energéticos em geral podia até iniciar a temporada em situação de desvantagem, mas conseguia recuperar terreno de forma extremamente competente ao longo do ano. E nesta temporada, o time austríaco de fato começou inferior à Ferrari, mas já passou à frente, ou no mínimo emparelhou. Dispondo novamente de um carro vencedor e capaz de lutar pelo título, Charles LeClerc tem a chance se sua vida de mostrar o seu valor, e conquistar o campeonato, algo que a Ferrari não vê desde 2007, quando foi campeã pela última vez, com Kimi Raikkonen. O monegasco também tem como motivação bater Max Verstappen, com quem já se digladiou nas categorias de base, e quer mostrar que o holandês não é o único supertalento da F-1 atual. E Verstappen, depois de conseguir superar Lewis Hamilton no ano passado, quer dissipar quaisquer dúvidas remanescentes a respeito de seu merecimento do título da temporada de 2021, encerrada com uma manobra questionável na pista de Abu Dhabi que acabou favorecendo o piloto da Red Bull.

            Assim como aconteceu em 2021, o panorama do campeonato, no momento a favor da Red Bull, pode mudar, e a Ferrari retomar a dianteira, com os dois times e seus principais pilotos se intercalando na classificação. Mas nada está garantido, e fica uma dúvida no ar: o teto de gastos para a temporada pode afetar o desenvolvimento dos bólidos dos dois times, de modo que as atualizações dos carros precisarão ser muito bem planejadas, a fim de garantirem a maior vantagem possível. Quem vai ser capaz de gerir melhor esse desafio? Mattia Binotto afirma que a Red Bull já teria “queimado” a maior parte de seu orçamento para a temporada nas atualizações do RB18, e que isso poderá limitar o desenvolvimento de seu carro, enquanto a Ferrari ainda tem mais orçamento para aplicar no desenvolvimento do SF-75. Claro que Christian Horner deu de ombros para a declaração do chefe ferrarista, e nem poderia ser de outra maneira, mas a guerra de palavras pode esconder uma situação real, mas que só ficaremos sabendo de fato muito mais à frente. No cômputo geral, a Ferrari, apesar da quebra de LeClerc em Barcelona, mostrou melhoria em sua performance, a ponto de tranquilizar novamente a escuderia. Só que a corrida deste final de semana é em um local completamente diferente, e ninguém sabe quem poderá levar vantagem aqui em Monte Carlo, em um GP onde largar na frente é vital para se vencer a corrida.

            Portanto, podemos ver um duelo acirrado e aberto entre os times, para ver quem sai na frente na corrida de domingo. E, mais do que nunca, Mônaco é uma pista onde erros não são tolerados. A pista é estreita, e os guard-rails avisam que o limite para abusar é muito restrito. Vai ser uma guerra de nervos entre os dois times e seus pilotos, com a Red Bull querendo manter seu favoritismo, e a Ferrari determinada a “podar” as asas dos rivais para mostrar que pretende retomar o controle da situação. Vejamos quem vai dar as melhores cartas...

 

 

A Mercedes fez um grande progresso na etapa de Barcelona, ao apresentar um grande pacote de atualizações para seu problemático modelo W13, que se não eliminou a grande desvantagem para Red Bull e Ferrari, ao menos reduziu bastante, e também deu ao carro um comportamento mais estável, e sem tanto porpoising, que tanto prejudicava a performance do bólido, a ponto de Lewis Hamilton ter estabelecido a velocidade mais alta da pista em corrida, com cerca de 333 Km/h. George Russell conseguiu seu segundo pódio consecutivo, e Hamilton só não batalhou pela mesma colocação por ter sido tocado por Kevin Magnussen na primeira volta, furando um pneu, e tendo de ir ao box trocar o comporto, caindo lá para trás, e tendo que se recuperar a prova inteira, por pouco não terminando a corrida em 4º lugar. O heptacampeão, contudo, teve um vazamento de água em seu carro, tendo de abrandar o ritmo na volta final, o que o fez perder posição para Carlos Sainz Jr., e recebendo a bandeirada em 5º lugar. Ainda é cedo para dizer que a Mercedes está de volta, pois a diferença de performance, em que pese os duelos travados pela dupla prateada durante a corrida com os rivais na pista, ainda é relevante, mas ao menos parece restabelecer o time germânico como terceira força isolada na competição, e com chances de chegar mais perto nas próximas etapas, se conseguir melhorar a performance do carro. E é preciso conferir também se a melhora de rendimento se deveu mais às condições do circuito da Catalunha do que às evoluções implantadas no carro, que pode voltar a não render tanto em outros circuitos, dependendo do comportamento do carro. Por isso mesmo, a Mercedes não espera apresentar um rendimento no mesmo nível aqui em Mônaco, onde as características da pista são completamente diferentes, até porque o problema do porpoising do carro não foi solucionado em todos os setores da pista, sendo ainda pronunciado nas curvas de baixa, algo que tem de sobra em Monte Carlo, sem mencionar que o circuito de rua do principado sempre foi problemático para a Mercedes nos últimos anos, mesmo tendo um carro dominante na competição.

 

Um toque fez Lewis Hamilton (acima) cair para as últimas posições e fazer uma impressionante prova de recuperação, mostrando a evolução da Mercedes em Barcelona, enquanto George Russell conquistou mais uma pódio, e deu bastante trabalho para a dupla da Red Bull na pista da Catalunha (abaixo).


 

Scott Dixon, da Ganassi, larga na pole-position para as 500 Milhas de Indianápolis neste domingo, com transmissão tanto pela TV Cultura quanto pelo canal ESPN 4, e pelo sistema de streaming Star+, a partir das 12:30 Hrs., pelo horário de Brasília. O hexacampeão anotou sua segunda pole consecutiva na Brickyard Line, a quinta de sua carreira em Indianápolis, e parte como um dos favoritos para vencer a corrida, pela boa forma demonstrada nos treinos de preparação para a prova no oval de Indiana. A Ganassi, aliás, é a grande estrela da classificação do grid, com nada menos que 4 pilotos largando nas 6 primeiras posições. Além do pole Dixon, o time de Chip Ganassi também terá Álex Palou, o atual campeão da categoria, largando em 3º lugar, fechando a 1ª fila; e contará também com mais dois carros na 2º fila: o sueco Marcus Ericsson parte na 4ª posição, e o brasileiro Tony Kanaan, em sua única participação na Indycar este ano, sai em 6º lugar. A escuderia ainda conta com Jimmie Johnson, fazendo sua estréia na Indy500, partindo da 12ª posição do grid. Mas, numa corrida tão longa quanto as 500 milhas, a posição de largada não é tão determinante para o resultado final, contando mais a estratégia de corrida e o desempenho do carro e piloto nos momentos de pista livre e tráfego. E é com isso que Hélio Castro Neves conta para tentar buscar uma inédita 5ª vitória em Indianápolis, onde está largando apenas na 27ª colocação este ano, depois de brilhar no ano passado e ter conquistado uma vitória histórica, igualando-se aos maiores vencedores da história da corrida. Este ano, o desafio de Helinho será mais complicado, já que além da posição de grid pouco inspiradora, o desempenho do piloto nos treinos não foi dos mais destacados, ficando sempre no segundo pelotão de pilotos. Já Kanaan, com uma performance mais sólida, precisará também contar com a sorte, algo que faltou a ele na prova do ano passado, assim como a Dixon, que apesar da excelente performance demonstrada, ficou comprometida pelos acontecimentos que arruinaram suas estratégias de corrida e os tiraram da disputa pela vitória. No duelo contra a Ganassi, quem pode dar trabalho é a Carpenter, com Rinnus Veekay largando em 2º, e Ed Carpenter, sempre forte em ovais, partindo em 5º lugar, ambos também com excelente ritmo de corrida, e dispostos a inscreverem seus nomes na história da Brickyard Line, assim como muitos outros pilotos do grid.

 

 

A MotoGP também está em ação neste final de semana, com a disputa do Grande Prêmio da Itália, na pista de Mugello. Fabio Quartararo defende a liderança do campeonato, e vê os rivais crescendo à sua volta, frente a um desempenho insuficiente da Yamaha para lhe garantir alguma vantagem na disputa. E as maiores ameaças vem da Ducati, tanto de seu time principal, que precisa mostrar serviço mais do que nunca, como de seus times satélites, em especial Enea Bastianini, da Gresini, depois da vitória na última corrida, em Le Mans, superando justamente o time oficial de fábrica em duelo direto na corrida. E ainda temos Aleix Spararó e sua Aprilia, muito entusiasmados com a possibilidade de vencer também. Devemos ter bons pegas na excelente pista de Mugello, com transmissão ao vivo a partir das 9 da manhã pela ESPN 4 e pelo Star+.

 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – MAIO DE 2022


            Estamos chegando ao fim do mês de maio, e quase metade do ano de 2022 já está indo embora. As principais categorias e campeonatos de automobilismo do mundo seguem firmes, com muitas disputas e duelos nos mais variados locais do planeta. Portanto, lá vamos nós com mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade neste último mês, com meus comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no mês de junho...

 

EM ALTA:

 

Max Verstappen: O atual campeão mundial de F-1 tem tido alguns percalços na atual temporada da categoria máxima do automobilismo, devido a certos problemas de confiabilidade de seu equipamento, mas vem tendo um desempenho exemplar, vencendo todas as corridas que terminou até aqui, e colocando em xeque o rival Charles LeClerc, que já foi o favorito na luta pelo título, e acabou perdendo a liderança do campeonato para o piloto holandês, que não cometeu nenhum erro em corrida até aqui, e não desperdiçou nenhuma das oportunidades que surgiram na sua frente. Mas, a situação de Max não está tão tranquila quanto pode parecer, já que o próprio time admite que seu piloto continua nervoso na pista, na ansiedade de defender seu título, e que ele precisa conquistar o bicampeonato para “sossegar” um pouco. Bem, enquanto ele não fica mais tranquilo, vai ser um páreo duríssimo para os rivais na pista, e além de estar dando tudo de si, também teve uma certa dose de sorte nas últimas provas, mas é a chamada “sorte de campeão”, sem a qual ninguém chega ao título, por mais que pilote na pista e mostre mais talento que todos. E o panorama, apesar de assumir a liderança do campeonato, não é tão seguro quanto pode parecer. Mas nem por isso Verstappen vai baixar os braços e dar mole para os concorrentes, que já viram que precisarão se desdobrar na pista se quiserem vencer o atual campeão mundial, que virou o jogo e assume o favoritismo na luta pelo título. E quem irá conseguir detê-lo?

 

Felipe Drugovich: O piloto brasileiro da equipe MP Motorsport arrasou na rodada dupla da F-2 em Barcelona, vencendo as duas provas do fim de semana sem dar chances aos rivais e disparando na liderança da classificação da categoria de acesso à F-1, tendo marcado pontos em todas as corridas do ano, e abrindo 26 pontos de vantagem sobre o piloto Théo Pourchaire, da ART Grand Prix, vice-líder da competição. O brasileiro ainda perdeu a pole-position da Sprint race por supostamente ter atrapalhado Pourchaire, mas uma largada fulminante o fez retomar a dianteira e controlar a situação, partindo de 4º e tomando a liderança aproveitando os problemas e vacilos dos rivais na pista. Com o triunfo duplo na pista da Catalunha, o brasileiro já soma 3 vitórias na temporada, e embora possa ser o favorito para a luta pelo título, muita coisa ainda pode acontecer, e nada está garantido, nem mesmo uma vaga na F-1, algo que vem sendo muito difícil de se conseguir, mesmo com o título da F-2 em mãos, diante da falta de vagas nos times da categoria máxima do automobilismo. Mas Felipe mostra o seu cartão de visitas, especialmente para os chefões da categoria máxima do automobilismo, e isso ajuda a abrir portas que poderão ser muito importantes no futuro próximo, enquanto continua a dar o melhor de si na pista, lutando contra todas as adversidades, dentro e fora do carro. E ele precisa fazer a sua parte, pois precisa estar em posição para ser o centro das atenções se alguma boa oportunidade surgir, garantindo a evolução de sua carreira, algo que nem sempre surge no melhor momento possível para os pilotos em busca de subir os degraus do automobilismo.

 

Enea Bastianini: O piloto da Gresini, time satélite da Ducati no campeonato da MotoGP, deu mais um show de pilotagem na etapa da França, em Le Mans, e averbou sua 3ª vitória na atual temporada, candidatando-se não apenas ao título da competição, mas também a ocupar uma vaga no time oficial de fábrica, ainda mais depois de ter duelado e superado a dupla titular do time de Bolonha na etapa francesa, para desconforto da escuderia nos boxes, ao ver o titular da Gresini sendo até agora o único piloto a vencer mais de uma prova em 2022, e só não estar liderando a competição devido a uma queda na etapa de Portimão, onde abandonou. Enea é apenas o terceiro colocado no campeonato, mas a diferença para o líder Fabio Quartararo é de apenas 8 pontos, e com o atual campeão mundial descontente com a performance da Yamaha no momento. O show de Bastianini é ainda mais relevante levando-se em conta que ele compete com o modelo 2021 da Desmosédici, sendo que todos os outros times satélites da Ducati competem com o modelo 2022, o mesmo da equipe de fábrica, mostrando como consegue ser competitivo com um equipamento teoricamente defasado em relação ao dos demais times que competem com as motos italianas. Com uma vaga sobrando na Ducati oficial para 2023, Bastianini é o grande favorito para assumir um lugar como novo companheiro de Francesco Bagnaia, com boa dianteira sobre Jorge Martin, da Pramac, outro time satélite, e que também é cotado para a cobiçada vaga. Se conseguir se manter na luta pelo título, à frente dos pilotos do time oficial, e até chegar lá, vai certamente carimbar seu passaporte para o time de fábrica. Mas ainda tem muito chão pela frente, e dois terços do campeonato ainda por ser realizado, então nada está garantido ainda. Mas que é bom ficar de olho no italiano da Gresini, isso é...

 

Equipe Mercedes na Formula-E 2022: Se na F-1 a Mercedes luta para reencontrar sua forma vencedora dos últimos anos, pelo menos no certame de carros monopostos 100% elétricos, a marca alemã vem tendo um desempenho bem mais aceitável. Mesmo já tendo decidido deixar a competição ao fim da temporada deste ano, o time, que foi campeão no ano passado com Nyck De Vries, lidera o campeonato deste ano com seu outro piloto, Stoffel Vandoorne, que luta pelo segundo título consecutivo de seu time, e o seu primeiro na competição. Com três vitórias conquistadas em 8 provas, é quem mais venceu no ano até aqui, metade do campeonato já realizado, e lidera também o campeonato de equipes, com 176 pontos, contra 148 da Venturi, time que não por acaso também utiliza o trem de força da marca alemã, mostrando que seu equipamento é o mais competitivo do momento, já que este time venceu duas corridas, o que significa cinco vitórias na temporada para o trem de força da Mercedes, um belo resultado na competição dos carros elétricos, que costuma ser bem mais competitivo do que a F-1. E apesar de deixar a F-E ao fim da atual temporada, a equipe continuará na competição, tendo sido adquirida pela McLaren, que entrará em seu lugar, mas utilizando outros trens de força em substituição aos alemães. Mas as chances de a marca das três pontas se despedir com mais um título são fortes, mostrando a excelente competência da Mercedes em sua breve participação como time oficial na categoria.

 

Disputa na Stock Car Brasil: Ninguém pode negar que a principal categoria de competições automobilísticas do Brasil não esteja apresentando uma disputa acirrada. Os três primeiros colocados, após 4 etapas, estão separados por 26 pontos, uma vantagem que pode ir para o espaço se tiverem contratempos em alguma prova e os rivais forem bem. Gabriel Casagrande, Daniel Serra e Rubens Barrichello são pilotos de experiência comprovada e com título da Stock no currículo, e sabem o que precisa ser feito para acirrarem a luta pelo título junto a seus times. Mas, da 4ª posição para baixo, a briga é de foice, com nada menos que 10 pilotos separados por apenas 25 pontos, onde todo mundo tem de encarar quase todo mundo do grid, e cuja posição, da mesma maneira que em relação aos primeiros colocados, pode subir ou despencar na classificação com a mesma velocidade. E, temos equilíbrio também nas vitórias, sendo que Rubens Barrichello foi o único a repetir um triunfo, tendo dois primeiros lugares até o presente momento, com todos os demais pilotos que venceram tendo apenas uma vitória na temporada. No quesito poles, também ninguém foi capaz de se destacar, com todo mundo partindo da posição de honra apenas em uma oportunidade. Mas ainda tem muito chão pela frente, e a Stock disputou apenas um terço de suas etapas na temporada 2022, restando ainda oito etapas pela frente, onde tudo pode acontecer, e mesmo os três primeiros colocados podem cair lá para trás, e o pelotão do meio chegar mais à frente, embolando a briga pelo título. E quem leva a taça? Por enquanto, ninguém pode se considerar favorito na briga, sendo impossível fazer uma previsão mais acurada, o que é bom para a competição, que se mostra imprevisível.

 

 

 

NA MESMA:

 

Red Bull: O time dos energéticos assumiu a liderança do mundial de pilotos e de construtores, virando o jogo contra a até então favorita Ferrari, depois de bons resultados nas últimas três provas, e agora parece a grande favorita para vencer ambos os campeonatos. Mas, nem tudo são flores no time dos energéticos. A confiabilidade do carro ainda prega peças em seus pilotos e no time, e só não prejudicou ainda a situação porque ocorreram incidentes “menores”, como a falta de potência no carro de Max em um dos treinos livres em Miami, ou o problema do mal funcionamento do DRS em Barcelona, complicando a situação do holandês na disputa de posições com George Russell. Ou a queda repentina de potência no carro de Sergio Perez durante um breve momento na corrida de Miami. Problemas pequenos, mas que o time dos energéticos não conseguiu resolver a contento até aqui, e que podem vir a se traduzir em problemas maiores à frente, se a escuderia não conseguir atingir um grau maior de confiabilidade em seus carros, que estão realmente muito rápidos, e que podem lutar contra qualquer outro na pista, se não pregarem peças por estes probleminhas que têm surgido em todos os finais de semana de GP, que puderam ser contornados até agora nas últimas corridas, mas podem comprometer resultados essenciais durante a temporada. E, se até mesmo a fiabilíssima Ferrari teve uma surpresa inesperada na corrida da Espanha no carro de Charles LeClerc, a ordem é evitar sofrer algo parecido em seus carros, custe o que custar.

 

Evolução da equipe Mercedes na temporada 2022 da F-1: Na sua pior temporada em quase uma década, o time que foi campeão de construtores por oito temporadas consecutivas parece ter finalmente encontrado um “norte” no desenvolvimento de seu problemático modelo W13, o que permitiu que seus pilotos fizessem a melhor apresentação no ano depois do GP do Bahrein, com George Russell a conquistar mais um pódio para o time prateado, e Lewis Hamilton fazendo uma corrida de recuperação realmente convincente depois de tocar rodas com Kevin Magnussen na primeira volta do GP da Espanha e cair para as últimas posições. De fato, o comportamento do carro melhorou, e a diferença para as equipes ponteiras, Red Bull e Ferrari, realmente diminuiu. Mas, o déficit de performance ainda é significativo, a ponto de tornar a Mercedes um time azarão na temporada, com poucas chances, pelo menos no presente momento, de discutir as primeiras posições e vitórias, a menos que algo dê errado com seus pilotos. Também é preciso ver se as melhorias implantadas no carro deram certo apenas no circuito de Barcelona, ou se essa melhoria de performance se manterá nas demais pistas da temporada. Foi uma corrida de fato animadora para a equipe alemã, mas é preciso manter os pés no chão, e não esquecer que ainda há muito chão a ser recuperado, até que o time prateado de fato possa voltar a lutar pelas vitórias em condições normais com os adversários mais fortes. Mas, com um carro mais estável e previsível, é claro que tanto George Russell quanto Lewis Hamilton podem ter melhores esperanças de lutar contra as duplas de Red Bull e Ferrari por melhores resultados, e pelo menos deixar para trás os demais competidores no grid, e pelo menos ter uma performance mais digna nas próximas corridas.

 

Temporada 2022 da F-1 fica com 22 provas: O cancelado GP da Rússia não terá substituição na temporada deste ano da categoria máxima do automobilismo. Com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, a corrida em Sochi foi rifada do calendário da F-1 deste e dos anos posteriores, como sanção pelo ato hostil praticado por Vladimir Putin contra o país vizinho. Durante várias semanas especulou-se que prova poderia ser alocada na vaga da corrida russa, e nesse período especulou-se sobre a Turquia, Portugal, Alemanha, e até mesmo uma rodada dupla em Singapura, mas nada acabou sendo levado adiante, de modo que por fim decidiu que não haverá nenhuma corrida substituindo a etapa russa na competição desse ano, que ficará então com 22 corridas, em vez das programadas 23 provas iniciais. Com um calendário já no limite, e ainda com o teto de gastos vigente, times e pilotos agradecem por terem uma prova a menos para disputarem este ano, em um campeonato que para eles já está de muito bom tamanho. Além da economia de realizar uma viagem a menos na temporada, o time que normalmente viaja para as corridas poderá ter uma pequena folga para descansar, e o campeonato não vai ter nenhum prejuízo com isso, muito pelo contrário. Ainda não vai ser dessa vez que a Liberty Media vai conseguir fazer uma competição com 23 corridas, mas eles vão tentar de novo no ano que vem, isso vão, e veremos se em 2023 a coisa pega. Pelo menos neste ano, não deu...

 

Equipe Honda na MotoGP: Depois de passar totalmente em branco na temporada de 2020 por ter ficado sem sua maior estrela, Marc Márquez, no campeonato da MotoGP, a equipe oficial da Honda vislumbrou uma esperança de voltar ao protagonismo, ainda que parcialmente, no ano passado, quando o hexacampeão voltou à competição e conseguiu vencer 3 corridas, antes de sofrer um novo acidente e ser forçado a outro período de descanso e recuperação, voltando somente este ano. Para não ficar dependente apenas de sua maior estrela, a marca japonesa finalmente deu uma revisada no seu equipamento, tornando sua moto RC213V mais dirigível por outros pilotos, e não apenas por Marc Márquez, que ainda sente algumas sequelas da fratura no braço ocorrida em 2020, e que o deixou de fora de toda aquela temporada. Ocorre que Márquez está tendo que readaptar seu estilo de pilotagem ao novo comportamento da moto, e com isso, não pode pilotar da mesma maneira como fazia antes. Como desgraça pouca é bobagem, além da moto não ter a competitividade de antes, o próprio Marc Márquez, depois de levar mais alguns tombos, e ter corrido risco de sofrer mais sequelas e ferimentos, precisou também abrandar um pouco o seu ritmo, não conseguindo pilotar no limite como fazia antes, e com uma moto menos competitiva, isso se traduz em menores possibilidades de bons resultados, de modo que ainda não será neste ano que a Honda deixará de ser coadjuvante no campeonato, uma vez que o seu hexacampeão já não se vê disputando o título nesta temporada, e pior, diz que seu time está ficando sem idéias de como desenvolver adequadamente a moto, e por tabela, sem perspectivas de melhor performance. Quem achou que a temporada do ano passado era um recomeço, melhor colocar as barbas de molho, pois pelo que parece, só mesmo no ano que vem as coisas poderão melhorar de fato, e isso ainda pensando se Marc Márquez vai voltar a estar 100% como era antigamente...

 

Sem GP da Finlândia na MotoGP em 2022: Se a F-1 teve uma etapa cancelada por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia, eis que o Mundial da MotoGP também teve a mesma situação em relação ao seu calendário deste ano. E pelo mesmo motivo, ainda que em situação ligeiramente diferente. Se no caso da F-1 quem ficou sem seu GP foi a Rússia, pela agressão perpetrada contra o país vizinho, o que levou o país a sofrer uma série de restrições, seja no campo econômico ou esportivo, no caso da MotoGP, é a etapa da Finlândia que acabou adiada para o próximo ano, ficando cancelada este ano. O motivo é que a Finlândia, com sua recém-declarada intenção de entrar para a Otan, atraiu a ira de Vladimir Putin, que promete sérias represálias ao país caso ele seguisse em frente com este desejo. Com receio de que as animosidades com o país vizinho aumentem, até com probabilidade, ainda que mínima, de um combate militar entre a Finlândia e a Rússia, devido a essa atitude, os organizadores locais, em acordo com a direção da MotoGP, optaram por não realizar a etapa finlandesa nesta temporada, preferindo promover a volta do país nórdico ao calendário da classe rainha do motociclismo na temporada de 2023, em mais um adiamento do evento, que não pode ser realizado nos últimos anos devido à pandemia da Covid-19. Com isso, o calendário da MotoGP cai de 21 para 20 provas. Resta saber como o conflito vai se desenrolar, e se tudo ficará bem para ser realizada a etapa finlandesa na nova pista de KymiRing...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Aston Martin: O time inglês ainda não conseguiu mostrar a que veio na F-1 desde a mudança de nome e de direção implementadas no ano passado, e este ano a situação parece ainda mais complicada, com a performance do carro deixando a desejar. Para variar, a escuderia resolveu implantar novidades para a corrida da Espanha que deixaram o modelo do time parecido com o carro da Red Bull, motivando até uma queixa do time dos energéticos a respeito de plágio no projeto do carro, tentando tornar as mudanças do time de Silverstone irregulares perante o regulamento no que tange aos direitos autorais do projeto, protesto que acabou recusado pela FIA, e provado pela Aston Martin que tinha os dados em seu departamento de engenharia no ano passado. Mas a gritaria da Red Bull nem se justificava, pois o desempenho dos carros de Sebastian Vettel e Lance Stroll continuou abaixo do esperado, com os dois pilotos ficando de fora da zona de pontuação na corrida do circuito da Catalunha, mostrando que vai ser outra temporada tentando encontrar o rumo, e numa escala muito mais abrangente do que a de 2021, com o time ocupando apenas a 9ª e penúltima colocação no campeonato, com míseros 6 pontos, superando apenas a Williams, última colocada, com 3 pontos. Lawrence Stroll até agora não colheu os frutos de seu enorme investimento ao comprar o time da Force India na F-1, e uma hora pode acabar cansando da brincadeira e do dinheiro gasto sem retorno. Até onde vai a paciência do bilionário canadense...?

 

Carlos Sainz Jr.: O piloto espanhol da Ferrari não vem conseguindo se encontrar direito nas últimas corridas. Além de bater com alguma frequência, tem ficado muito atrás do companheiro de equipe Charles LeClerc, e se quisesse ter direito a sonhar em lutar por vitórias e títulos, essa ambição pode ter ido para o brejo com a ascensão da Red Bull, que ao assumir a dianteira do campeonato de pilotos e de construtores, e com sua política escancarada de apoio total a Max Verstappen, como vimos em Barcelona, vai certamente forçar a Ferrari a concentrar forças também apenas em um de seus pilotos, no caso, LeClerc, que está à frente de Carlos na classificação, e só não venceu sua terceira corrida no ano porque o carro o deixou na mão na Espanha, em um momento onde Sainz precisava estar pronto para agarrar a oportunidade e lutar pela vitória na falta do companheiro de equipe, ainda mais em casa. Se em Miami, onde bateu no treino, e se concentrou mais em terminar a corrida após abandonar as etapas da Austrália e de Ímola, na Espanha era preciso vir com tudo para aumentar ainda mais as esperanças de seu time frente a uma Red Bull mais forte do que nunca, mas nem isso ele conseguiu fazer. Nessa toada, até mesmo a disputa do título de construtores pode ficar complicada, uma vez que Sergio Perez vem conseguindo ser mais eficiente do que o espanhol até aqui na temporada, com o mexicano já abrindo 20 pontos sobre Carlos na classificação.

 

Grid Completo nas 500 Milhas de Indianápolis: A corrida mais famosa do continente americano parece não exercer mais aquele fascínio de antigamente. Por muito pouco o grid de largada da Indy500 em 2022 não ficou desfalcado, com mais vagas no grid do que pilotos participantes. Mesmo que fosse apenas um carro faltando para completar o grid, o que acabou sendo conseguido quase à última hora, com a inscrição de Stefan Wilson graças a uma parceria entre a DragonSpeed e a Cusick, completando as 33 vagas do grid. Se por um lado isso eliminou a necessidade do “Bump Day”, o treino que os últimos candidatos se esgoelavam pelas vagas restantes, por outro lado reforça uma tendência de “esvaziamento” da Indy500, que em várias temporadas recentes, viu seu número de participantes praticamente restrito às 33 vagas do seu grid de largada, com poucas ocasiões em que houve mais candidatos que vagas. Uma diferença incrível para tempos mais idos, quando mais de 50 carros lutavam por uma vaga no grid da corrida, com muitos competidores vindo participar apenas dessa prestigiada corrida, que é uma das mais famosas de todo o mundo do esporte a motor mundial. Mas os tempos são outros, e os gastos para competir mesmo que apenas em Indianápolis acabaram desestimulando alguns interessados, que preferem correr em algumas corridas isoladas do restante do campeonato da Indycar, a tentar alinhar na Brickyard Line. Uma situação totalmente inusitada, e que chega a preocupar a direção da categoria de monopostos norte-americana...

 

Pierre Gasly: O piloto francês brilhou nas duas últimas temporadas liderando a Alpha Tauri, mostrando condições de merecer um carro mais competitivo, e até de voltar ao time matriz da Red Bull, de onde rebaixado há algum tempo atrás. Mas a atual temporada tem sido frustrante para Gasly até aqui, com um desempenho inconstante de seu time, e que parece ter atingido o piloto também, mesmo relevando os problemas de confiabilidade do equipamento, problema que tem afligido também a equipe principal dos energéticos. Se em 2020 e 2021 Pierre simplesmente despachou seus companheiros de equipe com muita competência, o panorama de 2022 se inverteu, com o japonês Yuki Tsunoda tendo conquistado quase o dobro de pontos que seu companheiro de time até aqui na atual temporada, marcando pontos em pelo menos três ocasiões, contra apenas duas oportunidades em que Gasly pontuou. Com Sergio Perez desempenhando bem o seu papel de segundo piloto no time principal, as opções para Gasly limitaram-se a permanecer na Alpha Tauri, esperando por uma melhor oportunidade em outros times, mas diante do desempenho irregular vivido neste ano, sendo superado por seu companheiro de equipe, as oportunidades para 2023 podem acabar sendo perdidas diante da falta de melhores resultados, relegando o francês a permanecer onde está, na falta de melhores chances em outros times na F-1.

 

Equipe Ferrari na temporada 2022: O time de Maranello começou 2022 da melhor forma possível: mostrando um carro veloz, confiável, e uma dupla de pilotos equilibrada, ou pelo menos, bem forte, com Charles LeClerc se destacando desde o início sobre seu companheiro Carlos Sainz Jr. e aproveitando todas as chances, apesar de ter perdido a vitória na etapa da Arábia Saudita para Max Verstappen. A escuderia italiana dava pinta de ser a grande força da temporada, apesar da ameaça da Red Bull, com Max Verstappen, que sofria com seus problemas de confiabilidade. Mas, a partir da corrida em Ímola, as coisas começaram a desandar em Maranello, com os problemas se avolumando. Primeiro, Sainz, que já havia abandonado na Austrália, sofreu novo revés em Ímola, ficando novamente a ver navios, enquanto LeClerc cometeu seu primeiro erro na temporada, jogando um pódio certo fora, e tendo de minimizar os prejuízos. O time italiano acabou perdendo a parada novamente na etapa de Miami, apesar de ter feito 2º e 3º lugares na prova, e quando esperava voltar a comandar a situação, com as atualizações do carro na prova da Espanha, eis que Sainz novamente fica a dever na pista, enquanto LeClerc, que vinha cumprindo sua tarefa com maestria, acabou traído pelo que era até então o principal trunfo do SF-75, a confiabilidade, com sua unidade de potência apresentando defeito, e perdendo uma vitória, e mais, a liderança do campeonato, para o rival Verstappen. Como desgraça pouca é bobagem, a nova dobradinha da Red Bull levou o time dos energéticos para a liderança do Mundial de Construtores, posição ocupada até então pela Ferrari, que agora precisará correr atrás do prejuízo, se quiser recuperar sua posição de favoritismo exibida nas primeiras etapas do ano. Será que a escuderia rossa vai conseguir responder ao desafio? Se correr na frente era uma coisa, correr atrás agora é outra coisa, e tanto a equipe de Maranello como seus pilotos vão ser mais exigidos do que nunca a partir daqui...